quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Desonestos

Há oito anos viralizou nas redes sociais um vídeo em que o atleta espanhol Ivan Fernandez abriu mão de vencer a prova de cross country de Burlada, em Navarra, mas até hoje é enaltecido por sua honestidade durante o evento. Abel Mutai, atleta queniano, que tinha tudo para ganhar a corrida, parou no lugar errado, achando que alcançara a linha de chegada. Ivan Fernandez, que vinha em segundo lugar, podia ultrapassá-lo e conquistar a prova, mas optou por alertá-lo sobre o vacilo e o incentivou a confirmar a sua vitória. E algo que deveria ser padrão no ser humano acabaria virando notícia.


No começo deste viral e inesquecível 2020, circulou nas redes sociais outro vídeo contendo novo gesto digno de nota, por coincidência envolvendo outro esportista espanhol. Aconteceu durante uma partida de futsal em que o jogador Francisco Solano, do FS Cartagena, ao ver o seu adversário sofrer uma lesão importante numa disputa de bola com ele, optou por não marcar o gol quando já estava diante do goleiro. Chutou a bola para fora da quadra e a vida seguiu adiante. 

 

Nos dois casos, pela rapidez com que escolheram o que fazer diante das circunstâncias, não me pareceu que assim reagiram porque lhes seria mais vantajoso perder do que ganhar com a repercussão do gesto. Ainda que, intimamente, possa ter havido alguma dúvida nesse sentido. Nunca se sabe. 

 

Existem outros vídeos em que atletas internacionais colocam o respeito ao próximo acima da vontade de vencer, algo raro por aqui. Mas já vi muitos lances fora do Brasil em que também se pecou pela falta de ética, como o gol La mano de Dios marcado por Maradona contra a Inglaterra na Copa 86 e a cotovelada de Pelé no rosto do zagueiro uruguaio na Copa 70. São fraudes enaltecidas até hoje por muitos argentinos e brasileiros, inclusive da elite intelectual dos dois países, pela “genialidade” dos protagonistas. Também já vi atletas alemães, franceses, turcos, ingleses, italianos e paraguaios simularem pênaltis, marcarem gols ilegais, cuspirem nos adversários e otras cositas mas.  

 

Sábado passado, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, Yuri Alberto foi destaque na vitória do Internacional por 2 a 1 sobre o Botafogo pelo Campeonato Brasileiro. O atacante marcou o gol da vitória aos 24 minutos da etapa final, gerando grande polêmica. Aproveitou-se de um suposto vacilo (gesto no piloto automático) do lateral-direito adversário para interceptar a bola e tocá-la na saída do goleiro botafoguense, desempatando a partida. 

 

De costas, o árbitro não viu o lance e recorreu ao assistente de vídeo para validar o gol. Para os botafoguenses, a intenção de seu jogador era entregar a bola ao goleiro para que cobrasse a falta. É natural o atleta de futebol fazer isso com os pés como fazem com as mãos os de basquete e vôlei. Tanto que, se reiniciasse o jogo com um chute direto ao gol no Internacional, a cobrança seria nula porque executada fora do local da infração. Yuri Alberto, autor do gol, resumiu: “A partir do momento que ele parou a bola e tocou, o jogo tá valendo... Então, eu finalizei e acabei marcando... Para só depois ver o que a arbitragem iria marcar”. Pra fechar, só faltou uma genuflexão dando graças aos céus pela esperteza.

 

O tal jeitinho brasileiro já foi objeto de toda sorte de estudos psicológicos e sociológicos. Desenvolveu-se nesta terrinha abençoada e bonita por natureza um jeito meio estúpido de ser e de resolver problemas com engenho, safadeza e arte. Dizem que isso seria herança dos períodos de exploração iniciados com os europeus, quando as relações patriarcais substituíram o “ser” pelo “ter”, impondo a astúcia e a embromação para conseguir poder e fortuna.  

Com a malandragem entranhada da orelha direita ao dedão do pé esquerdo, cruzando o coração em fatos e omissões, quase todos querem levar vantagem em tudo. Transigem com coisas sérias como sonegar impostos, furar filas (do banco ao aeroporto, passando pela do transplante de órgãos, até a da vacina que está em formação), burlar sinais de trânsito, jogar lixo nas ruas e estradas, ofender minorias, maltratar animais, destruir bens públicos, seguros de que não dará em nada. Ou, se muito, acabará em pizza e Coca-Cola. Diet, para não engordar.

Claro que a sem-vergonhice existe no mundo inteiro! Ainda estão fresquinhos os escândalos históricos envolvendo multinacionais felpudas como Arthur Andersen, Facebook, Lehman Brothers, Nissan, Volkswagen etc.; as mentiras descaradas que Trump com sua halitose espalhou durante o seu mandato, inclusive para justificar a derrota nas últimas eleições norte-americanas, os escândalos que sacudiram o governo do Japão no final do ano passado, entre outros. Na outra ponta, também continuam vivinhas algumas historietas tropicais de garis, faxineiros de banheiros públicos e arrumadoras de quartos de hotéis que encontraram sacolas de dinheiro e devolveram aos donos.

Ao ler Câncer, eu? – Memórias alegres de um medo profundo, Editora Fontenele, obra brilhante de autoria de Sérgio Riede, me chamou à atenção este pequeno trecho por ele transcrito, do escritor russo Dostoievski: “Nas lembranças de cada homem há coisas que ele não revelará para todos, mas apenas para seus amigos. Há outras coisas que ele não revelará mesmo para seus amigos, mas apenas para si próprio, e ainda com a promessa de manter segredo. Finalmente, há algumas coisas que um homem teme revelar até para si mesmo. E qualquer homem honesto acumula um número bem considerável de tais coisas. Quer dizer, quanto mais respeitável é um homem, mais dessas coisas ele tem.”

Afinal, quem de nós sempre fez a coisa certa mesmo que ninguém estivesse vendo (ou filmando)? Será que somos diferentes e não fazemos parte da nação do jeitinho? A autocrítica, individual e coletiva, é ponto de partida para estar bem colocado na fita de chegada no novo normal que queremos. Quem de nós nunca foi desonesto que me atire pedras. Sem máscara.  

42 comentários:

  1. Em um dos seus trabalhos "Os Nonatos" dizem: "...A voz do silêncio é baixa mas Deus é capaz de ouvir..." No caso da honestida sua voz é tão alta que abafa toda desonestidade reinante. Que não percamos a chance de sermos honestos, vale a pena.

    ResponderExcluir
  2. Precisamos servir à nossa consciência antes de de servir à do mundo. É uma escolha.

    ResponderExcluir
  3. Ser honesto não é uma opção. Gosto de pensar que faço parte desse Grupo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mas tenho de confessar que já tive minhas recaídas.

      Excluir
  4. Se o berço não funciona, cresce o que der e vier. A educação vem de casa e não da escola... A lei de Gerson faz com que muitos olhem pra si e que se danem os outros. O triste é pensar que pode piorar...

    ResponderExcluir
  5. Honestidade é cara, dificil, exige desapego, derrotas. Permite sono tranqüilo, para aqueles que a possue em sua índole. Que a Vida Nos permita, sempre, a recompensa.
    Vamos que Vamos!!!

    ResponderExcluir
  6. É isso! Excelente reflexão. Esses “pequenos” deslizes vão aos poucos minando nossa capacidade de viver em sociedade.
    Também me tocaram o livro e o trecho mencionados por você. Fiz aqui uma profunda e isenta análise e posso concluir: não tenho nada a esconder de mim...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. “Adoramos” o seu comentário! Eu e o desonesto que habita dentro de mim, que precisa ser mantido sob rédeas curtas. O preço da tranquilidade é a eterna vigilância, meu caro Zé Maria.

      Excluir
  7. Sim, olhei para minhas mãos e não encontrei pedras.

    ResponderExcluir
  8. Excelente reflexão! Precisamos estar sempre atentos se quisermos resistir à “desonestidade estrutural”. Imagino o que o atacante do Inter ouviria de seus colegas e da própria torcida se não tentasse fazer o gol contra o Botafogo. Lembro do que Rodrigo Caio, na época no São Paulo, ouviu quando avisou o árbitro que não havia sofrido uma falta do atacante do Corinthians e fez cancelar um cartão amarelo dado ao adversário. Até o técnico dele o criticou em público pelo gesto “ingênuo”!
    Fico feliz e agradeço ao Hayton pela referência ao meu livro!

    ResponderExcluir
  9. Não é apenas "tratar os outros como gostaria de ser tratado", pois há peculiaridades de cada um. Mas sim respeitar os outros. Não julgo quem ultrapassa pelo acostamento, por exemplo, deixando meus pensamentos em que aquele cidadão deva estar numa emergência que não cabe a mim tal julgamento de ato ilegal. Seu texto é excelente!!

    ResponderExcluir
  10. Excelente essa sua abordagem, muito mas muito interessante mesmo.
    E voltando só exemplo do jogo entre Inter e Botafogo, me fez lembrar o nosso tupiniquim FAIR PLAY, quando um jogador devolve a bola ao adversário jogando-a para fora de campo, pela linha lateral, próximo à bandeira de escanteio, colocando o adversário em dificuldade. Que FAIRPLAY FDP é esse?

    ResponderExcluir
  11. Gostei demais do texto. Aborda tema que transcende o esporte e se espraia pela sociedade. Hayton revela-se, além de cronista de memórias, um arguto analista de mazelas atuais.

    Sergio Freire

    ResponderExcluir
  12. Mais uma crônica top e bem atual. Penso que uma das maiores riquezas é dormir o "sono dos juntos" e acredito que para isso inexistam atalhos, fora de uma vida íntegra.

    ResponderExcluir
  13. Bela reflexão! Nada como trilhar pelo caminho do bem coletivo, da ética, dos valores universais. Também super recomendo o livro do Riede! Boa Hayton!

    ResponderExcluir
  14. Excelente reflexão. A desonestidade nasce nas pequeninas situações.

    ResponderExcluir
  15. Muito oportuna reflexão para esses tempos bicudos. É preciso insistir, sempre, que “o errado é errado, mesmo que todo mundo esteja fazendo” e que “o certo é o certo, mesmo que ninguém esteja fazendo” e persistir em fazer o certo, ser e parecer honesto, pensando em si e no coletivo. Só assim se consegue sensibilizar a maioria a também agir com honestidade e lisura.

    ResponderExcluir
  16. Ótima reflexão. Coincidentemente o texto chegou-me hoje, um dia depois que comecei a ler o livro "Justiça- O que é fazer a coisa certa", do filósofo/professor americano Michael J. Sandel. A crônica muito bem escrita, tendo a ética como tema casou perfeitamente para minhas leituras da semana.

    ResponderExcluir
  17. Disse você:"Pra fechar, só faltou uma genuflexão dando graças aos céus pela esperteza".
    Não houve a genuflexão mas houve o agradecimento aos céus. Disse o jogador do Inter: “A partir do momento que ele parou e tocou, eu vi a bola passando e que o bandeira me acompanhou. E eu chutei. Todo mundo disse pra chutar. Galhardo falou: “Chuta, chuta, chuta e depois a gente vê”. Glória a Deus. Juiz deu o gol”. Essa parte final em algumas apresentações da entrevista foi cortada.
    Mas como diz o grande e eterno Babulina Jorge Ben Jor: "Se malandro soubesse como é bom ser honesto/ Seria honesto só por malandragem".

    ResponderExcluir
  18. Não deveria surpreender - porque o normal e comum deveria ser o comportamento honesto -, mas tem coisa mais gratificante que ouvir: muito obrigada por devolver o troco a maior; obrigada por reconhecer e repor o que quebrou/estragou; obrigada por me ajudar, mesmo com prejuízo pra você!?!

    ResponderExcluir
  19. Nada a comentar.... só aplaudir.... isso não é uma crônica, é sim uma lição de vida.

    ResponderExcluir
  20. Ser honesto não é uma obrigação, imagine o sujeito dizer que é honesto porque é obrigado...a honestidade deve estar entranhada no DNA humano, é evidente que pequenos desvios podem haver, mas que pelo menos não levem prejuízos a outrem...

    ResponderExcluir
  21. Essa grande peça literária deveria ser afixada em muitos lugares, principalmente nos certos gabinetes de políticas e empresas...rsrsrs. Se me permite um dos leitores acima, não usaria o termo "Lei do Gerson", pois o próprio externou sua desaprovação, vez que Gerson é um exemplo como jogador e pessoa humana. Nota mil para o trabalho do Hayton. Parabéns!

    ResponderExcluir
  22. Essa peça literária deveria ser afixada em muitos gabinetes, de políticos e empresas. Só acho injustiça a citação por um leitor do termo "Lei do Gerson" pois o próprio já desaprovou e é um exemplo de jogador e pessoa humana. Mas isso não ofusca o brilho desse trabalho, ideias e filosofia. Parabéns, grande Hayton!

    ResponderExcluir
  23. Que bela reflexão!! Ética e honestidade.
    Um exercício diário e infindável.
    A diferença crucial entre ser e estar. O certo e o errado.
    O bem e o mal...

    ResponderExcluir
  24. Excelente abordagem, principalmente no mundo que hoje vivemos!

    Se honrarmos os Princípios que herdamos dos nossos Pais...a Honestidade, Dignidade,Justiça,Generosidade, Solidariedade, estaremos honrando nossos ancestrais e não só honrando,mas também ensinando,repassando às gerações vindouras...construindo um Mundo onde o "SER" está acima do "TER!"

    São Princípios vindos do Berço...se o mantvermos em nossas vidas como Virtudes, construiremos e daremos de Herança aos nossos Filhos, Netos,Bisnetos e todas gerações seguintes, um Mundo muito Melhor, onde a Honestidade, Justiça e consequentemente a Honra serão a Base da Convivência... a Base desse Mundo que lhes entregaremos...
    "Honrarás ao Próximo como a Ti mesmo!"

    ResponderExcluir
  25. Agostinho Torres da Rocha Filho17 de dezembro de 2020 às 19:05

    O texto impressiona não apenas por descrever em detalhes fatos do cotidiano esportivo que evidenciam o caráter de seus protagonistas, mas pelo fato de persuadir o leitor a fazer uma reflexão sobre ética e moral. Do ponto de vista jurídico, o gol que determinou a vitória do Internacional sobre o Botafogo foi absolutamente legal. A regra é clara, diria Arnaldo Cezar Coelho. Porém, sob o prisma da ética, o gol foi flagrantemente imoral e o autor deveria ser punido com cartão vermelho para servir de exemplo. Bela crônica!!! Parabéns!!!

    ResponderExcluir
  26. O futebol é um grande laboratório para a análise das relações humanas. Nele, vemos grandes gestos de civilidade e, principalmente, condutas anormalmente violentas que condiz muito com a condição belicosa do ser humano. Em sua obra clássica, Leviathan, Thomaz Hobbes traça um perfil belicoso do ser humano: "O homem lobo do homem". Somente o Estado, como expressão de força maior da sociedade, é capaz de impedir a agressividade de "todos contra todos". Daí a necessidade de regras rigorosas no futebol para frear a virulência e a desonestidade.
    Hayton, parabéns pela grande desenvoltura com que você aborda qualquer tema.


    ResponderExcluir
  27. Excelente crônica! O importante é dormir com a consciência tranquila. 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

    ResponderExcluir
  28. Eu refleti muito sobre postar ou não um comentário aqui porque a mim, pelo menos, você pegou de surpresa.
    No primeiro momento achei que você acertou no atacado mas errou um pouco no varejo, ou vice-versa.
    Confesso que aínda continuo pensando assim, mas não tenho convicção absoluta disso, afinal, a vida nos mostra tanta coisa inusitada, pra o bem e pra o mal, que vivemos quase atônitos, incorrendo no deslize de creditar méritos a pessoas, não por algum bem realizado, mas pelo mal que deixaram de fazer.
    Simpatizante da filosofia africana UBUNTU, às vezes sinto-me quase um medieval, que não perde oportunidade pra incomodar interlocutores com filosofia barata.
    Desculpando-me pela costumeira prolixidade, registro que você está ficando perigoso. Antes primava por contar histórias gostosas, revelar personagens fascinantes, agora começa a produzir verdadeiros tratados filosóficos - como este aqui comentado - levando-nos a refletir sobre o quanto somos vulneráveis aos "diabinhos" da vida...
    Mas, valeu, provoque mais. Faz bem...

    ResponderExcluir
  29. Hayton, não entendo muito bem de futebol, mas com a destreza que discorre em suas crônicas essa arte, nos faz até simpatizar com ele. Parabéns mais uma vez pelo excelente texto, e como bem disse seu mano Agostinho Tôrres, sua crônica nos levou a fazer uma reflexão sobre ética, honestidade, algo infelizmente vilipendiado é ser honesto. Contudo, eu ainda prefiro seguir adiante com os valores pelos quais fui educada por uma super mãe, dentre estes valores, está ser honesto, e gosto da ideia que cada dia precisamos nos refazer e nos tornarmos menos ruins, mesmo sabendo que nunca foi fácil. Mas ainda acredito que vale a pena ser honesto. Tenho tentado, e quero cotinuar tentado. Um abraço

    ResponderExcluir
  30. Excelente abordagem, principalmente no mundo que hoje vivemos!

    Se honrarmos os Princípios que herdamos dos nossos Pais...a Honestidade, Dignidade, Generosidade, Solidariedade, estaremos honrando nossos ancestrais e às gerações vindouras, estaremos não só honrando, mas também ensinando, repassando os ensinamentos da Ética do Viver...e assim entregando um Mundo onde o "SER" está acima do "TER!"

    São princípios vindos do Berço...se o mantivermos em nossas vidas como Virtudes, construiremos e daremos de Herança aos nossos Filhos, Netos, Bisnetos e todas gerações seguintes, um Mundo muito Melhor, onde a Honestidade, Justiça e consequentemente a Honra serão a Base da Convivência... a Base desse Mundo que lhes entregaremos...
    "Honrarás ao Próximo como a Ti mesmo!"

    ResponderExcluir
  31. muito boa e oportuna Hayton. O que mais se vê hoje em dia é dedo apontado pro outro ilustrando discursos moralistas e de combate à "corrupção". Adorei a crônica.

    ResponderExcluir
  32. A Honestidade Não Necessita de Elogios – É Obrigação do Homem. Ser honesto implica confirmar fidelidade em todos os aspectos da existência. O homem honesto realiza as tarefas que lhe cabem, com ou sem testemunhas e aplausos...Jorge Hessen.
    Texto tão bem explorado por você e que temos que compartilhar muito, para atingir os que praticam a Lei de Gerson e aqueles que sofrem os seus efeitos. A evolução do ser humano não dá saltos, ainda temos um longo percurso.
    Maravilhoso seu final. PARABÉNS

    ResponderExcluir
  33. Aí você nos leva até o âmago de Freud. Até os fundamentos da psicanálise. Quando você cita Riede transcrevendo Dostoiévski: “há coisas que um homem teme revelar até para si mesmo”! ! Só com muitos anos de divã! Mas tentemos ser honestos e éticos, pelo menos no que nos é consciente! Do futebol a Freud! Bela viagem Hayton!!!

    ResponderExcluir
  34. Dessa desonestidade “poucos” são isentos, pra ser otimista. Pura verdade !

    ResponderExcluir
  35. É preocupante quando muito se enaltecem as pessoas que praticam o bem e a honestidade. Essa prática não deveria ser objeto da nossa estranheza, deveria ser o lugar comum das nossas atitudes. Ainda que não seja uma exclusividade nossa (brasileiros) é sabido que temos lugar garantido no pódio. O famoso "jeitinho brasileiro" de levar vantagem em tudo.

    ResponderExcluir
  36. Muito boa reflexão! Como já disseram acima, nada a esconder! 👏👏👏👏👏👏

    ResponderExcluir
  37. Belo texto. leva a cunha da reflexão. Creio que somos mesmo um povo com o misto da dita engenhosidade, safadeza e arte. Muitas vezes, exploradas de forma a enaltecer essa brilhante característica, rara, em um povo, quando juntas. De outro norte, podem denegrir a nossa alma. Mas, como enviei hoje cedo, pelo 'ZAP' para Amigos mais chegados, uma pequena quadrinha que dizia ser necessário falar de Esperança todos os dias, só para que ninguém a esqueça,em nome da Bondade, vamos sempre torcer para essa comunhão de características acima comentadas, façam a nossa diferença no mundo do Bem. Sem certeza, claro. "As gaiolas são o lugar onde as certezas moram". Dostoiévski.

    ResponderExcluir