quarta-feira, 25 de setembro de 2024

O Sol sai de cena

Desde o final dos anos 1960, a canção “Alegria, Alegria”, de Caetano Veloso, ecoa como um tributo à liberdade em dias de turbulência. "O Sol nas bancas de revistas me enche de alegria e preguiça", cantava-se. Quem diria que, um dia, o astro-rei se esconderia atrás de nuvens digitais, apagando parte das experiências que moldaram nossa cultura.


Fotografia: Dedé Dwight


Naquela época, as bancas eram templos vibrantes do saber popular. Folhear uma revista ou jornal se misturava à emoção de ouvir Roberto Carlos, especialmente no Natal. Essas experiências singelas e significativas forjaram a identidade de uma geração. Mas, como o próprio Roberto cantava, “esses detalhes vão sumir na longa estrada do tempo que transforma todo o amor em quase nada”.

 

Hoje, as bancas sobreviventes, que já foram farmácias da alma, são frequentadas por poucos fãs. A internet, devoradora voraz de papel e tinta, não só desbotou as cores dos quadrinhos, como nos roubou o prazer de cheirar e folhear páginas recém-impressas. A Editora Abril, que um dia foi gigante, fechou suas tiragens como quem apaga as luzes de um salão vazio. 

 

Duas revistas simbólicas que povoaram a nossa imaginação sucumbiram à força dos ventos digitais. “Placar”, que já foi semanal, reduziu-se a edições temáticas sem o mesmo apelo. “Playboy”, cuja versão brasileira começou em 1975, encerrou suas atividades após 40 anos, deixando órfãos desamparados. Até “O Pasquim”, que desafiava o regime militar com irreverência e crítica afiada, hoje não passa de uma memória distante de um jornalismo que já foi ágil e pulsante.

 

A transformação, porém, não foi apenas física. Onde antes vibravam de cores de gibis até fotonovelas, agora se vendem quinquilharias a granel, de batatinhas a acessórios para celulares. O cheiro de papel e tinta deu lugar ao aroma de frituras. O que um dia alimentou nossa imaginação, agora luta para sobreviver num cenário de plástico e fumaça. Ainda assim, há algo de resiliente no horizonte: um ou outro livro se destaca, resistindo, timidamente, ao apagamento cultural.

 

Eu, que já fui forçado a abdicar de prazeres que me conectavam a tempos saborosos – caldo de cana, chocolate, chope, doce de leite e rabanada –, aprendi que a verdadeira liberdade consiste em poder saborear lembranças e não só alimentos. E, ironicamente, até hoje ninguém me exigiu moderação no consumo de hortaliças, como se mastigar cebola crua e coentro não fosse uma insuportável penitência.

 

Agora, estou prestes a perder mais um prazer: devorar essas memórias em pleno Natal, ao som de Roberto Carlos. A TV Globo, que por décadas renovou o contrato do “astro-rei”, considera substituí-lo, como quem troca um disco arranhado por uma playlist de sucessos descartáveis. Fala-se que Fábio Jr. é o nome escolhido. Pode ser que ele tenha carisma, mas, para mim, não é a mesma coisa. A nostalgia não se apaga tão facilmente, mas talvez precise conviver com essas mudanças.

 

No mês passado, um amigo me mandou um recorte de vídeo de 1975, onde Dorival Caymmi, Roberto Carlos e Silvio Caldas atracam um barquinho numa praia e conversam animadamente. Roberto então pega o violão e, junto com o “Caboclinho”, cantam “Ternura Antiga”, de Dolores Duran e J. Ribamar. Não resisti e comentei sobre o privilégio de termos visto aquilo na TV nos melhores anos de nossas vidas. Mesmo que agora as memórias se revelem em pixels, elas ainda podem nos tocar intensamente.

 

O especial de Roberto Carlos, celebrando 50 anos de parceria com a Globo, será exibido ao vivo em dezembro, no Maracanã. E o que acontecerá depois? O tempo das bancas, das revistas e até dos shows de Roberto está se apagando lentamente, substituído por algo mais efêmero, menos tangível. Tudo bem, um show de Fábio Jr. pode não ter a mesma aura de antigamente, mas é uma nova página sendo virada.

 

Que tempos são esses, onde já não podemos nos fartar de lembranças, cheiros e sons que um dia foram o prato cheio de nossa mais genuína felicidade? Já nos roubaram o gosto das bancas, de tantas comidas e bebidas, e agora nos arrancam os últimos acordes de um Natal que, sem a voz do Rei, jamais será o mesmo. No entanto, quem sabe não descobrimos novos prazeres nesses tempos digitais? Talvez até ouçamos, em alguma playlist moderna, a voz de Roberto nos lembrando que “as flores do jardim da nossa casa morreram todas de saudades de você...”

 

Vivemos sob a sombra de um tempo que não volta mais, onde as memórias se esvaem como o cheiro das páginas recém-impressas. O Sol que antes iluminava as bancas e nossas vidas agora se esconde atrás de telas frias.

 

Só nos resta sair por aí caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento, como cantava Caetano, acreditando que por trás das nuvens digitais o Sol ainda brilha. É o que temos pro jantar.



quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Lusco-fusco

De frente pro mar no lusco-fusco do fim da tarde, um advogado dos bons por estas bandas ouvia Toquinho cantando "Testamento" como um lembrete implacável: a vida acontece enquanto acumulamos o que não podemos levar. “Você, que só ganha pra juntar, o que é que há? Diz pra mim, o que é que há?”. 

O refrão já se tornara um mantra irritante, e ele se questionava se realmente aquelas palavras faziam sentido, não só para os outros, mas para si. Resolveu então caminhar na areia até que a brisa dissolvesse a bruma dos pensamentos.


Perto dali, ancorando um barco, encontrou um velhote de barba e cabelos longos, amarrados, com um sorriso que mesclava maturidade e molecagem, que o convidou a se sentar na areia e, sem rodeios, disparou na lata: 

– Você já não tem tanto tempo pela frente, né? Quando sua hora chegar, nada do que juntou importa. A vida não anda de lado feito siri. Aproveite enquanto pode, gaste o que precisa ser gasto. E quando virar cinzas, tanto faz se te elogiam ou te esquecem. A maior decepção de quem deixa o baile é não ver a cara de quem segue na dança.


Fotografia: Dedé Dwight

 

Ele sabia, mas era doloroso admitir. O velhote, percebendo a hesitação, seguiu com sua ladainha, cortante como uma peixeira: 

– Seus filhos? Nem esquente. Têm a própria vida, vão se virar. Se for pra se preocupar, que seja com os netos. Eles sim, carregam um samburá de interrogações e precisam de atenção. E, se alguém da família estiver de olho no que você possui, paciência. Acontece com os melhores sobrenomes.

 

Ele tentou rir, desajeitado. O velhote piscou como quem já viu muitos cardumes passando e estava ali só vendo o fluxo. E prosseguiu: 

– Outra coisa, não troque saúde por dinheiro. Com mais de 70 nas costas, você já deve ter notado que só precisa mesmo de um cantinho de 3x4 metros pra dormir, certo?

 

Aquilo bateu como um veredicto inapelável. Era algo que ele sabia, mas evitava enfrentar. E o velhote não parecia disposto a deixá-lo escapar tão fácil: 

– Pare de se comparar com os outros. Medir sua vida pelo sucesso dos filhos ou pela fama dos outros só vai te encher o saco. O que importa é criar alguns minutos felizes todo dia. O resto é espuma.

 

Cada sentença martelava na cabeça do ouvinte. Ele engolia tudo, sem saber exatamente o que responder. O tagarela, percebendo o silêncio, sorriu com a confiança de quem já fisgara o que queria: 

– Valorize o que tá ao seu redor. Família, amigos... São eles que te provam que a vida continua. Quem perde o teto, ganha a lua e as estrelas. Mas, fique esperto com os amigos. Só Roberto Carlos acreditou que teria um milhão deles – e isso muito antes das redes sociais. Se contente com meia dúzia. Amigos são escolhidos; não impostos, como os familiares.

 

Sem muito esforço, o velhote se levantou, preparando o golpe de misericórdia: 

– Nunca busque a perfeição, nem nas pessoas, nem na vida! Se não encontrar quem te valorize, é melhor ficar sozinho. Solidão não é fraqueza, é coragem. Coragem de encarar a sua própria essência.

 

E o advogado, que até ali só ouvira, quis instalar o contraditório com um “salvo melhor juízo” e uma mentira deslavada: 

– Quem lhe disse que não sigo esses “ditames”? E invocou Paulinho da Viola, mas as palavras soaram ocas como uma defesa que nem ele acreditava: "Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar."

 

O velhote então balançou a cabeça, rindo, e começou a caminhar em direção ao barco. Mas, em vez de subir a bordo, mergulhou e nadou lentamente até desaparecer na escuridão. Não, ele não se afogou, pelo menos nada foi visto nos telejornais nem nas redes sociais nas horas seguintes.

 

Enquanto sumia nas águas, o advogado se perguntava se o velhote era real ou apenas uma projeção de seus temores. Como o mar, a vida também nos afoga sem aviso. Tudo o que podemos fazer é tentar pescar algumas lições pelo caminho.

 

Depois de um prato de sopa, agora escutando "Notícia de Jornal", de Chico Buarque, o fecho da canção não lhe saía da cabeça: “Ninguém notou, ninguém morou na dor que era o seu mal. A dor da gente não sai no jornal.”

 

E de tanto ouvir falar de dores invisíveis, ele percebe que a maior de todas é viver sem notar que o tempo escorre entre os dedos. Que a dor da gente não sai nas redes sociais. Que nem sempre tem alguém na praia pra nos ensinar como ler a tábua das marés. 

 

O certo é que, na última audiência, prestes a se tornar coisa julgada, não haverá data venia, apelação ou embargos infringentes que consigam procrastinar a sentença no lusco-fusco da vida de cada um.

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Abacaxi de ponta-cabeça

Quem me conta a novidade é meu velho e querido amigo Aleixo, natural de Batatais (SP). Diz ele que, em vez de usarem os convencionais aplicativos de namoro, algumas pessoas estão indo aos supermercados de Madri, na Espanha, em busca de parceiros. O que começou como uma brincadeira viralizou nas redes sociais e virou febre no país.


A regra para participar é bem simples: circular numa famosa rede de supermercados entre 19h e 20h. Dizem que esse é o horário perfeito para paquerar e, quem sabe, sair de lá com um novo contato. Para os iniciados, o sinal é segurar uma chave na mão e colocar um abacaxi de ponta-cabeça no carrinho de compras. Daí, é só seguir pelos corredores com um olho nas prateleiras e o outro nas criaturas. Se rolar aquele olhar, é só encostar o carrinho no da outra pessoa e partir para o abraço, sem risco de ser acusada de assédio sexual. 

 

Ilustração: Uilson Morais (Umor)

De início pensei que eu seria completamente inepto para a prática. Só depois percebi que apenas o abacaxi fica de ponta-cabeça. Encontrar uma cara-metade sempre foi complicado, mas hoje em dia parece ser ainda mais. Não apenas pelo volume de opções, mas pela enorme gama de expectativas. Você pode viver um relacionamento monogâmico, poliamoroso ou algo ainda mais criativo. Pode morar junto, separado ou até dividir a mesma casa sem se ver muito. Encontrar alguém que se encaixe no que se procura é quase como tentar combinar ingredientes de uma receita que ninguém sabe que gosto terá.

 

Além disso, as exigências são bem mais altas do que eram. Antes, bastava alguém para proteger os filhos ou cuidar da loja ou da roça. Com o tempo, a pessoa se tornava companhia para dividir dores e prazeres. Hoje, espera-se que a outra seja intelectualmente parecida, excelente no trabalho, ótima mãe (ou pai), parceira sexual ativa e, de preferência, infatigável. 

 

Pois não é que meu amigo Aleixo, que saiu de Batatais nos anos 1980 e morou boa temporada no Nordeste, me pergunta como seria se os nordestinos aderissem à moda espanhola. Pelo menos quanto à fruta escolhida, imagino, mas sem qualquer rigor científico, que optariam por manga-rosa, melão maduro, sapoti, juá ou umbu-cajá, invocando o espírito de "Morena Tropicana", de Alceu Valença.

 

Agora, se tem uma coisa que andam errando feio por aqui são as estratégias de encontro via aplicativos. Não que eu entenda muito do assunto, mas já li a respeito. O primeiro pecado é não ter clareza sobre o tipo de relacionamento que se busca. Se você quer a longo prazo e a outra figura quer algo ligeiro, a equação já começa torta. E quando as expectativas não batem, não existe risco: vai dar merda.

 

Outro vacilo está nas fotos. As criaturas interessadas não colocam imagens recentes e, quando se encontram ao vivo, mal se parecem com o que foi "comprado". Nem acho que estejam enganando de propósito, é mais mecanismo de defesa do ego. Afinal, todos nós gostamos de acreditar que ainda somos a versão de nós mesmos de dez anos atrás. Se bem que, muitas vezes, isso não faz tanta diferença.

 

Os especialistas recomendam de três a cinco fotos no perfil, no mínimo. Uma com um sorriso autêntico, outra de corpo inteiro (vestido, hein?!), e algumas que mostrem você fazendo algo que realmente ama. Tudo publicável, claro! Ah, e não esqueça das “beige flags” – aquelas peculiaridades que podem parecer excêntricas, mas são parte de quem você é. Soube de uma moça que colocou no perfil que só se depila uma vez a cada quatro meses. Pode ser que espante alguns, mas vai atrair outros. Espera-se que a periodicidade de outras providências seja maior.

 

Mas quem sou eu pra falar desses aplicativos de namoro, meu caro Aleixo! De Batatais a Maceió, passando por Salvador e Brasília, muita coisa deve ter mudado pra você. Lembra como era a paquera antigamente? A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim, a bandinha no coreto entoando a velha canção de sempre, os músicos tão decrépitos que, certa vez, você me contou que um deles infartou e só perceberam três dias depois, quando ele já soprava fagote no céu junto com os anjinhos tocando harpa.

 

Você também me falou dos rapazes que caminhavam pela calçada da praça da matriz no sentido anti-horário, enquanto as moças circulavam no sentido contrário, trocando olhares tímidos, em frente ao Cine Madalena. De repente, uma delas, linda e perfumada, puxa conversa com um aprendiz de bancário magricela, feio de amargar: 

– Nossa, você é daqui? 

– Sou, sim, de Batatais... 

– Não, moço, eu quero saber se você é do planeta Terra.

 

E assim começou um romance que já dura quase meio século. Porque, no fim das contas, seja no supermercado de Madri ou na pracinha de Batatais, a dúvida é a mesma: “Você é daqui... Ou é mais um abacaxi de ponta-cabeça no planeta Terra?”.








 

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Tudo tem limite!

O ex-presidente José Sarney de Araújo Costa, batizado há 94 anos como José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, não era o único Ribamar do Maranhão. O nome é tão comum no Estado quanto José ou João, e o santo que inspirou seu nome original é um dos mais venerados pelos maranhenses. A cidade de São José de Ribamar, a cerca de 32 km da capital, atrai cerca de 50 mil romeiros para sua festa anual, que dura 13 dias em setembro.


Existem três versões para a origem do nome da cidade. A mais simples diz que Ribamar era um pescador que encontrou no mar uma imagem de madeira de São José, similar ao que aconteceu em 1717 em Guaratinguetá (SP) com Nossa Senhora Aparecida. Curioso que ninguém se pergunte quem jogou a imagem na água. O que teria motivado essa pessoa? Uma derrota do seu time? A falta de cerveja gelada? Nunca saberemos!

Outra versão diz que tentaram construir uma igreja voltada para a cidadezinha, mas a construção sempre desabava. Até que alguém sonhou que São José queria ficar virado para o oceano para proteger os pescadores, daí o nome Ribamar, uma corruptela de "arriba do mar".

A terceira versão menciona um capitão português salvo de um naufrágio graças à fé em São José. Os índios contribuíram com a denominação São José de Ari-bamar, que ao longo do tempo se transformou em Ribamar.

Escolha a versão que você preferir. Eu me daria por satisfeito se entendesse a mera troca de Ribamar por Sarney. De qualquer forma, homenagens ao protetor da cidade não faltam. Em uma pequena elevação próxima ao mar, há uma enorme estátua de São José de mãos dadas com o Menino Jesus.

Na frente da igreja principal, estátuas retratando cenas da vida do pai adotivo do Menino Jesus lembram as obras de Aleijadinho em Congonhas do Campo (MG). Não pela magnitude, mas pela disposição: duas fileiras simétricas de estátuas abrem uma passarela para os fiéis se dirigirem ao altar ou à arquibancada do outro lado da praça.

Apesar de tanta devoção, é no Carnaval fora de época que a cidade enfrenta uma superlotação e falta de itens básicos, de cadarço de tênis a sal de cozinha. Celebrado no primeiro fim de semana após a Quarta-Feira de Cinzas, o evento atrai cerca de 100 mil pessoas para ver os tradicionais blocos de São Luís. Talvez o fato de a cidade atrair mais foliões do que romeiros explique por que o santo teria tentado se afogar nas águas salgadas da costa maranhense.

Não é só em dias de festa que os moradores da capital migram para São José de Ribamar. É tradição ir de São Luís a pé ou de bicicleta para assistir à missa aos domingos. Após a obrigação, vem a diversão: as praias ficam lotadas de fiéis que, entre um banho de mar e outro, saboreiam cervejas geladas e devoram o prato típico local, o peixe-pedra.

Surfando na internet, descobri que a Justiça do Maranhão condenou um morador da cidade a 3 anos e 3 meses de prisão por usar uma tornozeleira eletrônica no lugar de outro réu. Em troca, ele recebia uma mesada de R$ 3 mil para não revelar a origem do dinheiro.

José de Ribamar foi preso em maio do ano passado, em sua casa no bairro de Itaguará, porque se identificou com um documento falso em nome de Ribamar José, investigado por tráfico de drogas. E o verdadeiro criminoso está foragido. Não foi localizado para responder ao processo junto com ele.

Em depoimento, José de Ribamar contou que conheceu Ribamar José por meio de um amigo, por coincidência chamado Ribamar dos Santos. Ele aceitou a proposta de Ribamar José para quitar uma dívida com um agiota e receber uma mesada fixa, pois estava desempregado e vivendo de "bicos".

Alerta: se você se confundiu um pouco com a profusão de josés e ribamares (um deles pertencente aos céus, que não tinha entrado na história), sugiro reler os parágrafos acima. Isso será importante ao final!

Ao tomar conhecimento desse caso, tive um pesadelo medonho. Com a volta dos ex-jogadores vascaínos Philippe Coutinho, Alex Teixeira e Souza, sonhei que o Vasco também teria trazido de volta o inesquecível Lucas Ribamar, conhecido como Ribamito ou Ribagol, autor da façanha de oito gols em 64 jogos entre 2019 e 2020.

Felizmente, não é verdade. Assim como é pura imaginação a história do Ribamar que foi preso por usar a tornozeleira de outro, o que revelaria um sistema de justiça vulnerável e a precariedade da vida de muitos brasileiros. 

 

Alguém aceitar uma proposta criminosa para quitar dívidas e sobreviver é um sinal de marginalização social e econômica que definitivamente não existe entre nós. A desigualdade e a injustiça por aqui não são tão gritantes assim. Tudo tem limite, ora bolas! 



 

Vendaval de ilusões

Você já deve ter ouvido falar dos infames três “P” presentes nos ensaios sociológicos: pobre, preto, da periferia. Antonio Domingos, ou simp...