quarta-feira, 22 de setembro de 2021

O peso do argumento

Tá legal, eu aceito o argumento – diria o mais elegante e gentil dos poetas –, é a alma de nossos negócios! Sim, as reuniões de trabalho têm o seu valor, ninguém pode negar. Se bem que boa parte delas não passa de perda de tempo ou de ganho de escaramuças e úlceras. 

 

Depois que me aposentei, mesmo com agenda livre para esses “animados” encontros – reuniões de condomínio, por exemplo –, sou daqueles que optam por engolir o que for decidido pelos vizinhos a ter que participar. Antes, culpava a fadiga de encarar uma terceira jornada de trabalho no fim do dia; hoje, percebo que o sinal continua fechado. 

 

É difícil juntar meia dúzia de pessoas e fazer as coisas acontecerem de forma rápida e objetiva, mesmo no mundo virtual tão em voga ultimamente. Tem gente que fala demais (ou nada fala), dá palpites em tudo, abre conversa paralela. Tem quem coloca defeito naquilo que diverge um milímetro de sua opinião. Tem até gente distraída que nem sabe o que faz ali. 

 

Aqui se encaixa bem o “nada está tão ruim que não possa piorar”. Quem nunca participou de uma reunião conduzida por alguém carente de atenção, inclusive em sua própria casa? Ou que necessita demonstrar que sabe de tudo sobre os mais variados assuntos? Ou que finge ser flexível, tolerante, desde que seja sua a palavra final sobre o tema que se discute?

 

Antes que me acusem de ser omisso ou apóstolo do voto em branco, vou logo dizendo que minha aversão vem de longe. Desde o tempo em que participava de reuniões onde a tônica era a falta de objetividade e uma briga eterna entre egos inflados pela ambição, envolvendo até pessoas decentes, mas outras bajuladoras, dissimuladas, falsas ou invejosas.

 

Com o branquear dos cabelos, aprendi a antiga lição “tancrediana” segundo a qual reunião boa é aquela em que os assuntos em pauta têm as suas quinas previamente arredondadas, seja no primeiro cafezinho do dia, numa conversa no final da tarde ou até no corredor que antecede a porta de entrada do local do encontro. 

 

Quem trabalhou ao meu lado lembra e não me deixa mentir. Antecipava em 24h uma possível minuta da ata da reunião do dia seguinte, onde nos sentávamos apenas para discutir pontos controversos. É insensatez discutir assuntos em que já se chegou a consenso quanto ao melhor encaminhamento. 

 

Nesses encontros, não tolerava se alguém pedia a palavra e começava com um “na verdade...”. Soava como um salvo-conduto para registrar que tudo o que fora dito até ali era falso ou, no mínimo, que sua versão seria a ponta virada do prego batido para que todos afinal compreendessem do que se falava.

 

E o que dizer de quem apontava para um dos participantes, antes de soltar um constrangedor “você aceita feedback?” Seria bem mais honesto se indagasse: “você me permite falar mal de você na frente de todos e vai ouvir calado até o final?”

 

Enfim, nenhuma aversão nasce da noite pro dia. É processo crônico e tortuoso. Pode ser até que essa minha repugnância tenha outra origem: a assembleia de instalação do condomínio do residencial onde, no início dos anos 80, comprei o apartamento em que pretendia morar o resto de minha vida. 

 

O primeiro síndico tinha dignidade de estátua. Aos 60 e poucos anos, a maior parte servindo às Forças Armadas, fora eleito por aclamação por conta do histórico de cidadão íntegro, conciliador e justo. 


Recebera do representante da construtora a incumbência de buscar a aprovação do regimento interno na assembleia de proprietários emergentes, quase todos, entre 20 e 30 anos de idade, querendo pegar seu lugar no futuro.

 

Em questão de minutos, um dos proprietários quis induzir os outros a derrubarem o artigo que permitia às babás se banharem na piscina, desde que no exercício de suas funções. Argumentava ser inaceitável que sua filha querida compartilhasse a mesma água com mulheres de procedência duvidosa, sujeitando-se às doenças do mundo.

 

Não conseguiu. Muitas mães preferiam suas crianças nos braços das babás do que deixá-las a mercê de um salva-vidas na pérgula da piscina. Frustrado, o sujeito  retirou-se da assembleia, por coincidência na hora em que ecoava a vinheta de abertura de um famoso telejornal. 

 

Outro condômino, mais idealista, argumentava ironicamente que só países ricos e poderosos como o Brasil mantinham elevadores de serviço, despensa para guarda de provisões diversas e dependência de empregadas, onerando as despesas com manutenção, água e energia. 

 

E subiu o tom de voz ao criticar a taxa de condomínio proposta, lançando dúvidas quanto à estimativa de gastos orçados para os primeiros meses, além de discordar da divisão equitativa com quem pensava diferente dele.


Ilustração: Arimatéa

Um argumenta aqui, outro ali, mais outro acolá, o efeito estufa prestes a derreter a autoridade do síndico quando ele, no uso de poderes que se atribuiu, acomoda sutilmente seu pesado revólver debaixo da toalha da mesa de apoio em que toca a pauta da reunião e fala consigo mesmo, audível entretanto para alguns: “Não vou ser desmoralizado depois de velho!” 

Antes das onze da noite, o regimento interno e a taxa de condomínio estavam democraticamente aprovados. Por unanimidade, claro! 

46 comentários:

  1. Disse tudo. Sou também daqueles que sempre odiaram reuniões.

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  2. Taí uma bicha que eu nunca gostei.
    Alguém um dia falou: Reunião deveria ser feita com um pé só. Cansou, encerra a reunião.
    Abraço
    Zezito

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  3. Existe o poder do argumento e existe o argumento do poder. De certa maneira, todas as reuniões do mundo derivam até que se descubra quem tem o revólver e o quanto está disposto a usá-lo. O resto é só um chá das cinco.

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  4. E como tivemos que conviver com estas benditas Reuniões, a melhor, destinadas a Nos convencer. Para acabar com qualquer um.

    Para pensar num lado produtivo, tem a Reunião de Amigos, ao som de uma viola, regada a muito vinho, Carneiro quisada, e muita prosa....

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  5. Hayton, muito boa sua abordagem sobre a chatice dessas reuniões. Melhor ainda, sua capacidade de colocar doses de humor nesses personagens da vida real.

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  6. Eu tenho a mesma aversão. Reunião de condomínio, nem pensar, contudo, nada me incomodava mais do que aquelas reuniões, cuja pauta e horário iam sendo esticados durante o evento para acomodar algumas participações de última hora.

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  7. Nunca fui adepto dessas reuniões. NUNCA serviram pra nada, a não ser para o gestor frisar o “ quem manda aqui sou eu” , pra mais nada. É um consumo de horas trabalhadas sem precedentes que vão pro ralo. Coitada da empresa.
    Houve um setor que “trabalhei”, com reuniões quase que diárias, que me obrigou a perguntar ao chefe : “Que dia iremos trabalhar ? “. Se olhar matasse, não estaria aqui comentando. Nos primeiros 15 anos +- de BB não havia isso não. Foi aparecer um “inspetor” e cobrar ata da última reunião, que desandou a maionese
    Tive muitas equipes sob comando, mas NUNCA convoquei uma reunião.

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  8. Ah !! Um adendo. Depois de instituído o BB Bradescao, a maioria dessas reuniões, eram realizadas fora do horário de expediente. Um acinte a minha inteligência.

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  9. Parabéns pela crônica Hayton!!! Que habilidade pra dar sabor a tema tão indigesto! Veio à mente as centenas - ou será que foram milhares - de reuniões que participei ao longo dos 33 anos de BB....

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  10. Tenho grande aversão as reuniões, principalmente quando pessoas prolixas participam. Ainda bem que minhas reuniões estão sendo feitas por computador e quando alguém “estica” na fala desligo o vídeo e fico na escuta com outros afazeres.

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  11. Perfeito o texto. Se eu fosse eleger as reuniões com ZERO de utilidade ninguém ganhava das realizadas pela ONU, especialmente uma de 1948 que criou a obra de ficção Declaração dos Direitos Humanos.

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  12. Infelizmente, desde sempre elas existiram e continuarão a existir, seja aqui ou, futuramente, em algum outro planeta, já que iniciamos uma nova era do turismo espacial. Mas, realmente, é um baita alívio quando podemos escapar delas.

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  13. "Quando um problema requer várias reuniões, as reuniões passam a ser o maior problema."

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  14. Prezado Hayton

    As reuniões foram instituídas no Banco do Brasil como uma das ferramentas para promover o exercício da gestão participativa, nos anos 80 do século passado.

    Bons cumpridores de ordens, como sempre fomos no BB, no início, as reuniões eram apenas obrigações burocráticas. Com o tempo, os gestores mais antenados com as demandas do mercado passaram a utilizar com inteligência e com ótimos resultados a tal gestão participativa e as reuniões como momentos importantes para compartilhar dúvidas e soluções, e promover engajamento das equipes.

    Lembro que, nos anos 90, escrevi, a pedido do então DESED, um livrete de mão sobre a importância das reuniões para uma gestão produtiva, distribuído para todas as unidades do Banco. As ilustrações criativas foram produzidas pelo George Mello.

    No livrete, eu reconhecia a indisposição generalizada com as reuniões, discutia sua importância para a qualidade da gestão e apresentava dicas para que as reuniões fossem mais produtivas.

    O que não consegui fazer, e isso de fato não fazia parte da encomenda, foi apresentar uma metodologia para inibir as manifestações das idiossincrasias dos participantes seja em uma reunião de condomínio para decidir investimentos no prédio ou de uma empresa para debater a melhor forma de cumprir metas. Essas especificidades você explorou muito bem em seu texto com a sua genialidade de cronista.

    Estimulado por mais um formidável escrito seu, concluo, passado tantos anos de meus estudos sobre reuniões (e de ter participado de centenas, talvez milhares, de reuniões!), que seja qual for seu objetivo, a qualidade de uma reunião depende da disposição de seus participantes para ouvir, considerar, tolerar, contribuir, compartilhar, mudar de ideia...

    Vejo que as reuniões são uma espécie de ritual de interação em que as pessoas acabam mostrando o que tem de melhor e também de pior...

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    1. Excelente o seu comentário, meu caro Artur, sobretudo o arremate: espetacular!

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    2. Artur,
      Lendo teu comentário, lembrei que na minha coleção de “coisas do BB” eu tinha um desses livretes. Fui procurar, e lá estava ele, envelhecido, mas intacto. Tua obra ainda vive.

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    3. Prezado Comarú

      O Hayton compartilhou comigo as fotos que vc lhe enviou do livrete "Reuniões? Reuniões!" a que me referi no comentário acima.

      Fiquei feliz em rever e reler o texto. Obrigado.

      Sua atualidade, mesmo com mais de 30 anos, não é atestado de que seu conteúdo era vanguardista quando foi lançado, mas sim que o retrocesso que vivemos no Brasil hoje não se dá apenas nos âmbito econômico, político e social, mas alcança também os processo interacionais nas empresas.

      Abraço

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  15. Ótima crônica. Muitas das que participei mais pareciam um desfile de egos.

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  16. Eu sou testemunha de ótimas reuniões e aprendi muito em termos de objetividade e costuras prévias, tanto que estou terminando vivo o terceiro mandato de síndico pra entregar a reforma do prédio. Foi legal mas nunca mais me pegam. Um impaciente vai pendurar diploma de lhe em paciência na parede de casa kkkk

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  17. Aquele momento em que você dá "Graças a Deus" por estar aposentada, e as únicas reuniões que participa são dos cafezinhos Na companhia das amigas, ao som de gostosas gargalhadas e conversas agradáveis!!

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  18. Desde que o Chefe Maior instituiu a 1a reunião universal, perguntando ao subalterno Adão, por quê ele comeu a maldita maçã, reunião virou sinônimo e objeto maior do um manda o outro obedece. Adão que não era bobo nem nada, logo tirou o corpo fora e disse que isso era com outro departamento, cuja diretora responsável era a senhora Eva. Ela naturalmente, sabendo que TI não era seu forte, chamou à responsabilidade alguém que fosse cobra no assunto. É foi assim que estagiária serpente no paraíso pagou o pato. Desde essa época ninguém gosta de reunião, mas todo mundo participou sem dar um piu. Só agora é que se manifesta o espírito rebelde do aposentado. Adorei e estou aqui rindo por dentro com uma deliciosa maçã nas mãos.

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    1. Seu comentário me remeteu a uma célebre reunião, à base de pão e vinho, de que participou até um traidor apelidado de Judas. Foram muitos interesses contrariados ao longo do tempo!

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  19. Reuniões…creio que ninguém nunca gostou, principalmente quando realizadas fora do horário de expediente. E quando um participante pedia a palavra e dizia”faço minhas as palavras de…,” repetia os mesmos argumentos e nada de novo acrescentava. Era demais.

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  20. Reuniões sempre foram vistas como uma chatice. No entanto sempre entendi como uma maneira de serem trocadas opiniões em busca de um objetivo necessário. O que distorce e anula seus efeitos é, muitas vezes, a postura monárquica de quem dirige as reuniões. Sem interação, a reunião se torna comunicado de ordem de comando em tempos de guerra. Kkkk

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  21. Agostinho Torres da Rocha Filho22 de setembro de 2021 às 09:45

    Reunião corporativa nada mais é que o exercício da conversa fiada remunerada. Bela crônica! Leve, suave e criativa.

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  22. Gostei da crônica e gostei muito do comentário do Artur Roman.
    Claro que há reuniões muito chatas. Claro que há pessoas chatas nas reuniões. Mas, como se pode notar pela grande maioria dos comentários aqui, chatos, autoritários e sem-noção são sempre os outros! Inclusive para aqueles que falam sobre nós mesmos!

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  23. Mais uma crônica brilhante que retrata com perfeição essa instituição denominada reunião que, apesar de ter suas razões de existir, na grande maioria das vezes são prolixas e desnecessárias.

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  24. Sua crônica e o comentário do nosso amigo Artur Romam despertaram minha memória e eu me lembrei de um Chefe que acabara de chegar de um Curso no DESED, "nos anos 80 do século passado".

    Ele reuniu a equipe e sua fala inicial foi a seguinte:

    "Um dos conteúdos do Curso foi Gestão Participativa. Então, eu PARTICIPO a vocês que, daqui pra frente, vamos fazer as coisas da seguinte maneira..."

    Acho que o então Chefe não prestou muita atenção no Curso...

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  25. Fui nomeado, por aclamacao, o elaborador da Ata! O assunto desandou e houve insultos do nr. 1 e nr. 2. Como fazer essa ata? Pra meu alívio o nr. 1 cancelou a reunião..
    .ufa! rsrsrs

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  26. O sucesso de uma reunião de condomínio é inversamente proporcional ao número de participantes.

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  27. Reunião: "me incrui" fora da próxima. Quero fazer a ata também.

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  28. É, meu amigo, padecemos dos mesmos vícios... sempre tive aversão a reuniões, principalmente as de condomínio. Agora pensando aqui, a maneira democrática do síndico foi e é a mais convincente...rs

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  29. Ninguém gosta de reunião mas ficar fora pode gerar aquele momento indigesto em que alguém diz: "isso foi decidido na reunião que você faltou. Você não estava lá pra argumentar/contestar! Agora é assim!".

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  30. O “bom” das reuniões é quando alguém discorre por meia hora apenas para concordar com a opinião anterior…
    Mas tenho a impressão de que as propostas apresentadas eram muito boas. Eu teria votado a favor!

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  31. Hayton, de novo, uma boa e esperada leitura que sempre vem nas nossas quartas! Espero que a fonte continue jorrando! Tiberio

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  32. Reuniões: Existe as produtivas e as outras!
    Claro que elas são importantes e necessárias, principalmente quando o conteúdo das discussões tem “suas quinas previamente arredondadas”, não dando oportunidades a expressões do tipo “você aceita feedback?”. Já presenciei reuniões em que tinham como objetivo “lavar roupa suja” e ao seu término, o que se notava eram alguém sair mais sujo do que que entrou.

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  33. Taí uma coisa que, às vezes, aprecio: uma reuniãozinha!
    Principalmente se for regada a cerveja �� ou, na falta dela, com uns goles do "galego" escocês.
    Após a terceira rodada de "falação e bebeção" as soluções para os imbróglios começam a surgir e ter sentido: fica-se rico, soluções para os problemas nacionais são apresentados ... enfim, viaja-se na maionese.

    Mas, reunião boa mesmo é daquelas do tipo que a fábula dos ratos conta e estamos, alguns, de cabelos brancos e, outros, carecas de ouvir e que relembro:

    Certa vez um magote de ratos, que tinham medo do gato, se reuniram para achar jeito de acabar com aquele transtorno.
    Muitos planos foram discutidos, mas nenhum convincente.
    Até que um jovem e esperto rato CEO, recém formado em Administração, levantou-se e apresentou uma inusitada sugestão:
    - Ora! ora! Ora bolas! É só pendurar um chocalho no pescoço do gato e assim que ele for chegando ouviremos o barulho e poderemos correr para o conforto da nossa toca!
    Aplauso geral. Alegria ruidosa e a solução foi encontrada.
    Até que rato macaco velho, calado no seu canto, levantou uma das patas, com artrose:
    - A ideia é muito boa e, com certeza, aquela máxima de que "quem tem c* tem medo se resolve"! Só tem um pequeno porém: - Quem vai pendurar o guizo no pescoço do fingido?
    A moral da história todos sabemos: Miau! Miau!

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  34. Boa Tarde, caro amigo Hayton e demais leitores, dessa bela "provocação" sobre reuniões...
    Esperei, de propósito, para fazer meu comentário e valeu a pena, porque pude ler, com satisfação, vários comentários interessantes.
    Percebe-se que muitos têm aversão a reuniões, no entanto, não faltam a uma... Diria que, quando bem conduzida, com objetividade, com uma pauta clara, colocada tempestivamente à disposição dos interessados e a disponibilização de uma ata, por sua vez, também clara e objetiva, permite que seja um instrumento ideal para a gestão.
    O grande gargalo, no entanto, sempre será a confecção da ata... Sempre terá alguém que vai resmungar porque o secretário não soube traduzir adequadamente o que foi dito por alguém.
    Mas é isso.
    Forte abraço.

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  35. Sou síndico mas detesto essas reuniões enfadonhas e às vezes ridículas. Detesto também aquelas pessoas que se transformam quando falam em público, querendo mostrar o que não tem, apenas para aparecer. Enfim, sou de falar pouco mas procuro ser conciso.

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  36. Sua crônica me fez lembrar da "gestão participativa", "comitê de administração", "reunião permanente" e outras firulas ...
    Abbehusen

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  37. Muito bem abordado o sempre indigesto assunto, Reunião. Também há muitos anos renunciei ao "direito" de comparecer às do Condomínio onde moro.

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  38. Lembro-me de um espirituoso colega da nossa época, na Ag. Maceió-Centro, que toda vez que ía participar da reunião de comissionados dizia: "sempre reunidos mas nem sempre unidos".

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  39. Nunca gostei de “papo furado”! Como Você disse, por ser mineiro sou mais tancredista! Sempre fui …
    Abs

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