quarta-feira, 11 de outubro de 2023

O outono da vida

Um dos maiores escritores do século passado, Gabriel Garcia Marquez, Gabo (1927–2014), teve sérios problemas de saúde no outono da vida. Primeiro, enfrentou um câncer linfático. Depois, a demência que lhe roubou dois de seus bens mais preciosos: a memória e a capacidade de contar histórias. 

 

(Foto: Tomas Bravo)

Deu tempo, no entanto, de nos legar em seu livro Cem Anos de Solidão uma das expressões mais incensadas da literatura mundial: “O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão".

 

No primeiro domingo deste mês, passava das 10 da noite quando ela me telefonou e, num fiapo de voz, gemendo, praticamente negava a honradez do pacto a que Gabo se referiu: “Meu filho, me acuda... Acho que vou morrer. Vomitei muito, tô tonta, as pernas fracas...”

 

Logo ela, saudável e vaidosa, que não vai nem à portaria do prédio ou ao mercadinho da esquina sem antes retocar o batom e ajeitar os cabelos no espelho do elevador. Logo ela, que adora boleros e pagodes e não abre mão, pelo menos, de dois bailinhos por mês. 

 

Nos 15 minutos em que troquei de roupas e corri até o apartamento dela, pensei no que leva uma matriarca com 85 outubros, viúva por quatro vezes, mãe de 10 filhos, avó de mais de 20 netos e bisavó de quase 25 bisnetos a pôr em xeque o segredo da velhice agradável de que Gabo falava. 

 

A porta estava entreaberta. Recostada no sofá da sala, rosto pálido, olhos fundos, lábios ressequidos, quis especular sobre o que estava acontecendo: “Quase desmaio sentada no vaso… Acho que minha pressão subiu...”


De cara, pensei em carência de afetos, desatenção de filhos e netos que chuparam a taboca de roletes de cana e agora desprezam o bagaço. Mas não quis chateá-la com metáforas nada doces.  

 

Faz tempo que ela não quer mais dividir sua intimidade com ninguém. Mora só, cuida do próprio alimento, assiste TV, reza e circula nas redes sociais. “Amor pra valer eu só vivi o primeiro, com o pai de meus filhos. Se dependesse de mim, era ele quem eu queria para envelhecer do meu lado...”

 

Nunca foi de ler nem de escrever, um dos grandes regalos da solidão. E já não faz caminhadas à beira-mar, ao entardecer, como até bem pouco tempo. “Não dá mais! Eu caminhava com uma tabica pra espantar maloqueiros, mas morria de medo deles!” – contou outro dia.

 

Reclama que não se alimenta bem porque não sente mais prazer em nada que prepara para si mesma. “Quem gosta são os porteiros, com almoço e janta de graça” – pontua vez por outra. Cansa com facilidade, a esta altura, mas não aceita ajuda (exceto da faxineira, uma vez por semana), desde cozinhar, lavar panelas e pratos, até limpar banheiro. 

 

Parece que foi ontem. Aos sábados, nos anos 1980, os filhos (com noras e genros) se juntavam na casa da matriarca para beber e comer, chorar derrotas e cantar vitórias, e ouvir de novo o seu grito chamando à mesa posta com um panelão de guisado, mesmo depois de casados e dos primeiros filhotes de uma nova geração. 

 

Quando da morte de um de seus filhos, em 1991, vítima da ruptura de um aneurisma cerebral, pensou-se que ela tombaria junto. Claro, difícil entender como uma mãe suporta enterrar um pedaço de si sem enlouquecer de dor.

 

Deve ter aprendido ali que a morte não chega com a velhice. O que chega é a chatice de ver que, em silêncio, o fim se aproxima. De que é preciso segurar a ansiedade e viver semana a semana, sem fazer planos para o mês que vem ou para o próximo Natal.

 

No primeiro domingo deste mês, ela acusou o golpe, claramente chocada com a notícia de que outro de seus filhos (após meio século de cigarros e uma cirurgia de laringe) aguardava o resultado de uma biópsia. E lá fomos nós pelas ruas desertas, a caminho do hospital. 

 

Apesar da letargia da recepção e da triagem, foi rápido o atendimento: “a pressão tá dentro do esperado, mas ela tá muito desidratada. Vou fazer soro e pedir alguns exames de sangue, urina, tomografia..." – disse a plantonista.

 

Às 4:30 da madrugada de segunda-feira, de posse do resultado dos exames, a doutora concluiu: “Tá com anemia moderada. Já foi hidratada, precisa agora tomar esses medicamentos (um protetor estomacal e um remédio para náusea) e procurar especialistas para tratar da anemia e da tontura".

 

Na terça-feira, procurei saber dela, depois da notícia de que o quadro de seu filho não é tão grave quanto parecia de início. “Tá melhor... Já brincou até de esconde-esconde com os bisnetos...” – disse uma de suas netas.

 

Longe de mim questionar a construção literária de Gabo, mas o segredo de uma velhice agradável não pode ser apenas a assinatura de um pacto com a solidão. 


Parte do segredo é saber como regar a conta-gotas o jardim de contatos (inclusive virtuais) com quem sente prazer de nos contar novidades e de ouvir o que ainda temos a dizer. 

 

E que não morram antes de nós quem amamos. Impossível? O que seria do querer se não pudermos sonhar fora da bolha? Desejar apenas o possível é optar pela mediocridade. Tanto mais no outono da vida.

35 comentários:

  1. "O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão"... Gabo já sentia, quando sentenciou essa "pérola", o quanto ficamos invisíveis no passar do tempo. De início, após a aposentadoria, tornámo-nos "Jáque" (já que está aposentado), verdadeiro "Bombril" (o de mil e uma utilidades), mas, passada essa fase, quando a velocidade das pernas já não conseguem fazer cem metros rasos, deixamos, aos poucos, de ser o herói e ficamos invisíveis, até o dia em que viramos estorvo, mesmo que desejemos o impossível...

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  2. Ricardo de Faria Barros11 de outubro de 2023 às 06:02

    Que texto tocante e inspirador. Com ceeteza a vida de tua mamãe é cheia de aromas, texturas, aons e cores que só o contato com outras pessoas traz, e que nos dão um baita de um sentido em viver. Desde o almoço para os porteiros, até o esconde esconde com os bisnetos, em tudo nela reverbera vida. E vida daquelas boas, pela qual vale a pena viver. Obrigado pela generosidade da partilha. Nossas mães têm a mesma idade e vontade de não ir antes do tempo, e ainda assim pedir o VAR.

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  3. Certa está essa senhora que aproveita a vida do jeito que acha melhor! Só outro dia atentei para a diferença entre solidão e solitude. Enquanto a solidão nos remete à palavra abandono, a solitude nos leva ao poder de alguém que fica só quando assim o deseja porque gosta de sua própria companhia. A sabedoria está em dosar momentos de solitude com momentos de partilha: assim se afasta a solidão.
    Nelza Martins

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  4. Você sempre com uma reflexão profunda e certeira dos causos da vida real. A vida como ela é. Me fez relembrar os almoços de domingo. E que por muito tempo minha mãe continuou a nos levar para a casa da Vovó, para que o vinculo diário permanecesse, para que todos sobrevivessem mesmo quando uma parte importante do quebra cabeça da nossa família já estava em falta. Mais é muito difícil quando uma parte já não mais sobrevive… A dor de perder um filho só ela sentiu…

    Obrigada pela crônica.

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  5. Acho que, de certa forma, todos assinamos esse pacto sem que isso seja notado. Vamos nos recolhendo para não incomodar, tentativa de resolvermos nós mesmos os problemas que temos. Parece um processo de autoafirmação para dizermos que ainda temos o controle de nossas vidas. Assim deixamos que todos os que nos são próximos vivam suas vidas tranquilos. Mas uma hora não tem como fugir....

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  6. Crônicas de alta qualidade, traz reflexões importantíssimas para Nós, com histórias e retratos da vida. Permitindo, inclusive, revivermos nossa trajetória.

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  7. Fazer um pacto com a solidão te ajuda a se conhecer melhor e a se ouvir. Ter Deus como centro da sua vida. Mas a presença de familiares e amigos nos conforta. Grupos sociais são muito importante para nossa saúde física e mental.
    Muito boa crônica. Sou sua fã!
    Beijos meu tio
    Myrella Di Pace

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  8. Esse Gabo não é besta não. É desse jeito o negócio. A solidão quando chega é cortante como uma navalha e forte como um trem. Dedé Dwight

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  9. Hayton, também discordo do Gabo.
    Prefiro o que diz um pensamento judeu:” Para o ignorante, a velhice é o inverno; para o instruído é a estação da colheita.”
    Outra coisa: a colheita, na velhice, depende das sementes que você semeou ao longo da vida, do terreno em que foram plantadas e do cuidado com as plantas.
    Essa também é uma fase importante da vida e precisa ser vivida com sabedoria.
    É o que penso meu amigo.
    Obrigado por compartilhar mais esse tema tão presente em nossas vidas.
    Abração.

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  10. E a vida vai acontecendo, com um ôxe depois de um vixe. Obrigado pela crônica. Abração. Gradim.

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  11. Ah, essa fase crítica de nossa existência, travestida no eufemismo de "melhor idade", traz-nos muitas mazelas que temos que administrar. Mas também pode nos servir de justificativa para muitas coisas que nos aborrecem. Como diria o grande Millor, "Não é que com a idade você aprenda muitas coisas; mas você aprende a ocultar melhor o que ignora".
    O pacto mencionado por Gabo seria uma dádiva se tivéssemos o controle total de nossas ações e reações, mas, como diz um dito popular "Quando a gente acha que sabe todas as respostas, a Vida muda as perguntas".
    Bela crônica, para começarmos nossa quarta-feira reflexiva.

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  12. Acabei de ler o seu belo texto da semana. Ele me proporcionou uma forte revelação. Faz mais de 15 anos que li Cem anos de solidão, do GGM. E eis o que aconteceu. Até hoje não conhecia a essência do citado livro. Com o seu texto veio a luz. E aí vou voltar a lê-lo mais uma vez. Agora, com a certeza de que vou entender a essência da mensagem e tirar o proveito adequado, principalmente porque estou na idade bastante avançada, que pede a imersão na solidão esperada. Mais uma vez receba o meu agradecimento pelo bem que você proporciona com a publicação de seus trabalhos. Até a próxima semana e o desejo de ver a realização do seu projeto maior, a publicação de um romance para coroar a realização de sua obra no gênero. Bom dia!

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  13. O "Outono da vida" é mesmo uma fase impactante. Traz consigo tantas mudanças -- muitas delas indesejadas. Justo num momento que se quer permanência, constância. Mas, que nada. É um grande desafio. E, a nós, meros mortais, só resta rogar por uma boa sorte, um bom caminho. Além de contratar uma previdência
    e um plano de saúde seguros. Para que haja paz no espírito e, sobretudo, lucidez e energia no corpo que carregamos. É muito pouco, diante da complexidade e imprevisibilidade da vida. A sorte está lançada. Que nos sorria, então.
    Roberto Rodrigues

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  14. Como sempre, Hayton é maravilhoso nos seus textos! Estou com 73 anos e me preocupo em como será a minha velhice. Por enquanto, com saúde e disposição, tenho viajado muito com o marido, a despeito dos achaques que sofremos! O que peço a Deus, é não me deixar sobre uma cama sofrendo e fazendo a família sofrer! Espero, ainda, aproveitar muito a vida porque ele é BELA, sendo grata a Deus por tudo! Assina: Belaniza Maciel

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  15. A crônica provocou em mim a reflexão de que a vida contém muitas “mortes”.
    Pra quem praticou algum esporte em nível competitivo, mesmo como amador, uma das primeiras “mortes” chega logo depois dos 30, quando não tem mais vaga nas equipes das quais participava.
    A aposentadoria do trabalho, apesar das esperanças e fantasias que embute, oferece outras “mortes” anunciadas.
    Com o avanço da idade, seja por questões corporais ou por escolhas de cada pessoa, vão “morrendo” algumas interações humanas e algumas práticas físicas que a pessoa vivenciava.
    Desconfio que o equilíbrio possível esteja contido na capacidade de renascimentos e transformações saudáveis que cada um de nós consegue desenvolver.

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  16. Outro belo texto do escriba, êsse nos faz refletir sôbre o Outono particular de cada um de nós.

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  17. Linda crônica e boa reflexão para a existência de cada um de nós e de muitos que nos cercam. Alguns no limbo, outros em direção ao.

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  18. Belo texto!
    É isso!
    O outono sempre vem. O negócio é achar “graça” em todas as estações.

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  19. Parabéns mais uma vez, Hayton Jurema! Um dia você nos faz rir, outro nos faz chorar e noutro refletir...e por ai segue... é uma fonte fecunda de tanta inspiração! É o "Show das Quartas"! tiberio

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  20. Beleza de reflexão! Pensamentos de contagem regressiva, inevitáveis! Porém, com a magia de renascer a cada dia para o novo. O futuro depende fundamentalmente das escolhas no momento presente e deixando no passado o orgulho de ter vivido! Solidão? Fico com a Sandra de Sá:
    Que solidão, que nada
    Eu preciso é ser amada
    Eu preciso é ser feliz

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  21. Texto forte. Refleti sobre minha mãe que aos 96 anos requer muitos cuidados e atenção.

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  22. Texto me tocou profundamente. Diria que nem meu urologista chegou a tanto. Pela "caligrafia", creio que o cronista não desconfiará quem seja o autor do comentário. 😂🤭

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  23. Prezado Hayton

    Investimos tanto em tecnologias para esconder as marcas do tempo em nosso corpo físico e na tentativa vã de nos afastar da ineludível que acabamos abdicando de assumir o processo vital de envelhecer.

    Sua crônica traz o tema com leveza e profundidade, o que vc sabe fazer muito bem.

    Apesar das fragilidades que vamos conquistando a cada ano que passa, muitos de nós constituímos a primeira geração que está assumindo a velhice como a oportunidade de curtir o aqui e agora, ou seja, vivenciar, com a intensidade possível, a presença e o presente, ainda que cuidando sempre para não atiçar as hérnias de disco...

    Escrever, ainda que seja para nós mesmos, é um exemplo de atividade gratificante para estas nossas idades. E você inventou este blog generoso com textos que nos convidam a compartilhar nossas presenças...

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  24. Ademar Rafael Ferreira11 de outubro de 2023 às 12:19

    O poeta de São Bento do Una, Alceu Valença, conta que " A solidão é fera, a solidão devora...." As reflexões que podem ser extraídas da crônica ficam a cargo de casa leitora ou cada leitor.

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  25. Ela não é de se abater, nem com a idade!
    Nem precisa de solidão. Talvez uma fase depressiva que não lhe é peculiar! Vai sair dessa!

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  26. Vivo essa realidade agora com a “minha filha de 87 anos”. Lindo e tocante o seu texto! Grande abraço !

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  27. Hayton, sua crônica demonstra que, no outono da vida, a época é de colheita, de receber os frutos que se plantou ao longo dos anos, como fez sua mãe, D. Eudócia. Nada de um honroso pacto com a solidão: as dores da velhice são mais suportadas quando se tem a quem recorrer; principalmente, a filhos e netos.

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  28. Sua crônica, como sempre, me fez levitar em pensamentos. Nesta, em especial, uma reflexão profunda sobre passado e futuro.
    Lembrei-me muito da minha avó Eliza, mulher simples, mas com experiência de vida e sabedoria que me deixaram um tesouro de pensamentos como legado. Num deles, ela me disse uma vez, quando estava com um olhar fixo numa janela e, ao perguntar-lhe no que pensava me saiu com: lembranças, minha filha. Acrescentou que, a melhor companhia da velhice são as memórias e triste era quem tinha um estoque ruim delas. Naquele momento, comecei a me preocupar com a qualidade desse ativo.
    A frase de Gabo me fez relembrar de uma das suas grandes obras - Memórias de Minhas Puta Tristes que, sublimemente expressa, com uma delicadeza cortante, a solidão de um homem aos 90 anos em busca de se sentir amado. Ele consegue construir, quase ao apagar das luzes e fechamento das cortinas uma boa memória, uma última boa companhia.
    Eu não penso em mortes, quando vejo a vida em ciclos, mas em renascimentos ou recomeços. Foi assim em tantos momentos da minha vida, mesmo quando tive uma experiência de "quase morte" e naquele momento que alguns veem um túnel, eu saboreei uma doce lembrança porque tinha um bom estoque.
    A vida é tão boa que é surpreendente. Na infância sonhava com a imortalidade e a ilusão pueril de algo sem fim. Hoje, entendo que a graça da vida está justamente nessa inquietação da finitude que nos obriga a ter consciência da necessidade de aproveitar cada momento.
    É muito triste quando alguém, como Gabo, com tantas boas memórias tenha perdido a capacidade de lembrar.

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  29. Belíssima crônica! Melancolicamente bela!! Diniz.

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  30. Uma pessoa admirável, exemplo de amor à vida para muitos que se recolhem ao isolamento por não se acharem capazes de levar a vida como gosta independentemente das limitações impostas pela idade. Para deixar os bailes de que tanto gosta, deve ser algo passageiro pois disposição e condições físicas ela bem tem. Vai sair dessa, com certeza!

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  31. Agostinho Torres da Rocha Filho13 de outubro de 2023 às 08:26

    Na última quinta-feira, dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, ela ainda enviou ao filho convalescente da cirurgia de laringe a seguinte mensagem:
    - Bom dia, com Jesus no coração! Estou curada, graças a Deus! E você, já recebeu a biópsia? Se pegue com essa santinha que ela faz milagre. Já fez pra mim, amém!
    A julgar pelas palavras de carinho e conforto, ela também não quer nem ouvir falar de assinar algum pacto com a solidão, ainda mais no momento em que se prepara para reunir os filhos em torno da celebração de sua 85 primavera, no próximo sábado, 14/10/23. Que Deus lhe conceda saúde física, mental e espiritual para que ela possa encarar com muita disposição os desafios da próxima metade de sua trajetória terrena. Amém!!!

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  32. Discordando de alguns, concordo com o famoso Gabo. Solidão com livros para uns, e com a escrita para outros, mais privilegiados.Ou solitude, como queiram chamar. Ambos são companheiros fiéis e viciantes, no bom sentido.Como não tenho o dom da escrita, fico com os livros. Físicos e também os de um Kindle, recomendação de meu filho , com o qual já acostumei e tenho aumentado as leituras. E com as crônicas das quartas-feiras.

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  33. Né por nada, não, mas encelhecer é chato pra dedéu. Dói aqui, dói ali e, até pra pensar dói. Sim, porque a memória de curto prazo se foi. Chega-se à cozinha sem saber o que foi fazer lá. Aí, tem que voltar ao ponto inicial pra lembrar. Ah, isso dói e dá raiva. E outra coisa, a gente pensa: "Ah se eu soubesse o que eu sei agora, 30, 40 anos atrás. Isso também dói.

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  34. A solidão tem aspectos também. Lembrando dos poetas nordestinos, como fez Ademar, Belchior, com muito mais medo de solidão do que de avião disse “medo de abrir a porta do avião que dá pro sertão da minha solidão”.

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