quarta-feira, 9 de abril de 2025

Nem tudo precisa ser dito

Circula nas redes sociais mais uma daquelas correntes com cara de receita milagrosa, sugerindo o repasse de uma mensagem para “dez amigos mais velhos”. O autor anônimo — supostamente respaldado por descobertas científicas de última hora — garante que idosos que falam demais estão apenas se protegendo da perda de memória. Para ele, médicos consideram isso quase uma bênção: seria o mais eficaz antídoto contra o Alzheimer. Falar. Falar muito. E sem parar.


Ilustração: Uilson Morais (Umor)



Sustenta sua tese listando benefícios quase celestiais aos tagarelas da terceira idade: ativar o cérebro, prevenir doenças mentais e manter a musculatura facial em forma. Como se bate-papo substituísse pilates ou caminhada. A receita da longevidade emocional, enfim, seria uma roda de amigos trocando opiniões, piadas e trivialidades — e, claro, gargalhadas. A grande descoberta, nesse caso, seria que desocupados bem-humorados envelhecem melhor, morrem em módicas prestações.


Consigo imaginar o impacto dessa mensagem em três amigas minhas, casadas com três irmãos da mesma faixa etária. Verborrágicas desde a adolescência, talvez vejam nisso não apenas um alívio, mas um mandamento divino. Estimuladas pela “ciência”, devem intensificar suas videochamadas familiares — seja no café da manhã, no jantar, até nas madrugadas em que a insônia bater.


Enquanto isso, seus maridos, tão silenciosos quanto monges tibetanos gripados, seguiriam imóveis em seus encontros contemplativos na sala ou na varanda, cada qual com sua latinha gelada, olhando o nada como se aguardassem uma revelação. O ápice do diálogo entre eles é um enigmático “é verdade... é verdade...”, seguido de um suspiro, como se naquele intervalo coubessem toda a sabedoria do universo.


Dizem que mulher fala muito mais do que homem. Será mesmo? Trabalhos recentes apontam cerca de 16.200 palavras por dia para elas, contra 15.700 para eles — diferença de 500 palavrinhas, o que mal dá pra sustentar uma fofoca decente. Mas o mito resiste. Vai ver ninguém resiste a um bom clichê vestido de jaleco branco.


Foi assim que a tese ganhou ares de fato incontestável. Em 2006, o livro O Cérebro Feminino, de Louann Brizendine, cravou que mulheres falavam 20 mil palavras por dia, contra apenas 7 mil dos homens. O dado foi rapidamente desmentido pelo linguista Mark Lieberman, que rastreou sua origem até um obscuro folheto de aconselhamento matrimonial dos anos 1990. Mas, como toda “verdade científica” conveniente, recusou-se a morrer. Se está na internet e vem precedido de “estudos comprovam”, então é ciência. E ponto.


Seja como for, um fato parece inegável: homens e mulheres entendem a comunicação de formas diferentes. Para muitos, a fala feminina soa um oceano infinito. Para muitas, os homens são desertos de silêncio. Talvez esse descompasso seja justamente o que mantém a convivência a dois de pé — ou o que a torna exaustiva e instigante ao mesmo tempo.


Viver a dois é ir descascando, dia após dia, as camadas do outro e as nossas — como uma cebola de temperamentos, que às vezes faz chorar, outras vezes arde, mas quase sempre dá sabor ao prato do dia. Quando os “eus” entram em rota de colisão, o segredo talvez seja distraí-los: deixar um falando sem parar e o outro praticando o nobre ofício de fingir que escuta.


Quando menos se espera, lá se vão dez, vinte, trinta anos. E então se percebe que a única diferença entre o bebê que fomos e o idoso que nos tornamos é que, agora, precisamos de um fisioterapeuta para lembrar que um dia conseguimos morder o próprio dedão do pé.


Outro amigo meu costuma dizer que, felizmente, sua mulher fala muito mais do que ele. E, ressalta ele, ainda bem que é assim. Cada palavra dela ocupa os buracos que sua introspecção cava. Enquanto ela compartilha impressões e conecta os pontos do cotidiano, ele apenas sussurra, grato: “é verdade... é verdade...”. E volta ao celular, ao livro ou ao controle remoto da TV.


Talvez aí resida o segredo: aprender a ouvir o que se esconde entre uma palavra e um suspiro. Porque quem fala, acredita conduzir a conversa. Quem escuta, também. Portanto, os dois se enganam. E é nesse engano compartilhado que se desenha o possível equilíbrio.


Afinal, se viver já não anda fácil pra ninguém, conviver virou modalidade olímpica — sem medalha, sem pódio. Onde a fala preenche e o silêncio revela.


Nem tudo precisa ser dito. Muitas vezes, quem cala, diz quase tudo. 

48 comentários:

  1. 👏👏👏👏👏 mais uma pérola! A mulher fala mais do que homem porque coloca pra fora o que sente e aí tem menos infartos - estatística científica (???)!! Kkkk Nelza Martins

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  2. Sua crônica retrata a realidade de grande população, principalmente os da boa idade. O pior é quando são dois cabeças duras que querem sempre ter razão, e que acham que a sua palavra seja a última a prevalecer.🤣
    Muitos sem noção, não percebem quando o outro está compenetrado em uma bela leitura e começa o blá-blá-blá do jogo de futebol, da política, da religião, da briga do vizinho, de uma viagem da amiga(o), de ocorrência de trânsito, de elevador que parou... Enfim são muitos "papos cabeça" que chegam para tirar a atenção do outro, e aí está a verdadeira saga do cotidiano de boa parte das pessoas, daí entra no piloto automático e está decretado o monólogo com as curtas respostas: tá certo, pura verdade, que coisa, é por aí, é assim mesmo...

    Hermann Hesse, já dizia que "Para a arte de viver, é preciso saber a arte de ouvir, sorrir e ter paciência... sempre."

    Simbora viver, conviver e adotar o lema de que é melhor ser feliz do que ter razão e ter muita cautela com as correntes mágicas da longevidade.

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    1. É por aí, Oceano.
      Outro dia, meu cardiologista me disse que basta seguir as orientações de Zé Sarney pra chegar aos 90 anos: comer pouco, dormir muito e não discutir com mulher.
      Tenho vacilado nestes três pré-requisitos… Preciso restaurar as configurações de fábrica. Urgente!

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  3. Vc ,HAYTON ,hoje me acordou cedinho para que possa falat mais !! Maravilha de texto !’👏🏻

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  4. ADEMAR RAFAEL FERREIRA9 de abril de 2025 às 06:21

    É outro prêmio para boca, do "Quem tem boca vai a Roma" ao "Fale e afaste o Alzheimer" a boca, diferente da humanidade, segue caminhando politicamente correta.

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  5. Disse tudo.
    A crônica me fez lembrar do sujeito que não pratica esportes e fala que se caminhada fosse bom saúde o carteiro não morria cedo.🤣🤣🤣

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  6. Nunca fui de falar muito, mas, em tempos de redes sociais, temos tido menos oportunidade para conversar.
    Com ou sem comprovação científica, bem que podia pegar essa onda de que conversar mais faz bem pra saúde.

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  7. Alguns se irritam quando outra pessoa conversa demais, por ocupar o seu espaço e ser um concorrente falante. Tem gente que a língua não tira férias ( a aposentadoria poderia ser por órgãos do corpo). Pensem se as pessoas tivessem duas línguas, e somente um ouvido, como ficaria a definição de tagarela?

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  8. Caro amigo Hayton, desta vez você navegou com leveza e inteligência pelas complexidades da comunicação entre gêneros e na terceira idade, desmistificando a corrente viral sobre a verborragia como panaceia para o Alzheimer. Com o seu costumeiro tom bem-humorado você expôs a fragilidade de "verdades científicas" convenientes, que ecoam clichês sobre a fala feminina e o silêncio masculino.

    Ao contrapor o entusiasmo tagarela de certas senhoras com a contemplativa mudez de seus maridos, a crônica ilumina um aspecto fundamental das relações: a busca por equilíbrio na diferença. A metáfora da cebola de temperamentos é perspicaz ao ilustrar as camadas da convivência, ora lacrimosas, ora picantes, mas quase sempre enriquecedoras.

    Sua sacada final sobre a importância de ouvir o que reside entre as palavras e os suspiros, oferece uma profunda reflexão sobre a comunicação que transcende o verbal. Concordo plenamente que, na arte de conviver, o silêncio pode ser tão eloquente quanto a fala, e que a compreensão mútua reside na habilidade de decifrar as nuances de ambos. Uma crônica primorosa, que nos convida a repensar os estereótipos e a valorizar as diversas formas de expressão em nossos relacionamentos. Parabéns.

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    1. Meu caro Izaias... Em três parágrafos, você disse tudo que o "tagarela" aqui levou treze tópicos. Síntese brilhante.
      Reafirmo o que escrevi neste espaço outro dia: fico bastante feliz ao perceber que o blog tá virando uma incubadora de cronistas talentosos.

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  9. Meu caro cronista, você pode não falar muito, mas escreve que é uma beleza! Falar, calar, ouvir, responder, não responder, no máximo murmurar um Ã- hã, pode ser o segredo de vida longa e, principalmente, em paz! Porque tem discussão que é melhor não prolongar muito. Só serve pra retardar a capitulação final. Assim, melhor encerrar, ou tentar encerrar, com " Tem razão, você está certa, concordo com você!" E, se mesmo assim, a peleja não tiver fim, apelar pra um beijo, um abraço e um sorriso cúmplice, cativante e matador funciona. É tiro e queda

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    1. Aproveito o seu comentário, Djalma, pra reconhecer que as charges do Umor que ilustram minhas crônicas são um show à parte — sempre no ponto, tanto no traço quanto na hora certa. A de hoje, por exemplo, me lembrou uma que vi no Facebook: o casal tá saindo da igreja, recém-casado, e a noiva, já de cara amarrada, solta: “Não gostei da forma como você disse ‘aceito’”. E o noivo, já prevendo o futuro, responde: “Pronto, começou...”.

      E tem outra pérola que vive rodando nas redes: um marido de meia-idade, de avental, cercado por uma montanha de louça, lavando panela e pensando alto: “E pensar que tudo começou com um beijo...”. Convivência não é pra qualquer um, viu?

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  10. Nada melhor ou mais saudável do que um bom papo.
    E se for regado tomando umas, aí é que a coisa anda e se perde até a noção do tempo.
    Agora, parodiando
    Graciliano Ramos, também creio que em certos momentos devemos ser curtos e grossos, da mesma forma como as lavadeiras de Alagoas faziam seu ofício, com a palavra sendo usada para dizer, não para enfeitar.
    Como para bom entendedor, duas palavras bastam, uma boa técnica, além do "É verdade"! é utilizar: "Que coisa"!

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  11. JOSE AFONSO QUEIROZ9 de abril de 2025 às 07:53

    Se “os estudos comprovam” estiverem certos, tenho a minha longevidade garantida!….rsrsrs

    Um amigo, exímio no ofício, iria receber a visita de um ex-colega de Banco, que também fala muito e ao combinar um encontro nosso, propôs contratar o William Bonner para controlar o tempo de fala de cada um, com aquela placa usada nos debates políticos….rsrsrs

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  12. Receita de crônica: pegue uma corrente de internet baseada em supostos estudos científicos. Mexa lentamente os conceitos gerais que ela tenta passar e faça um gancho com as relações matrimoniais longevas. Tempere com um pouco de ironia. Acrescente o molho de novas pesquisas e cite autores respeitados. Leve ao forno a imaginação sobre a importância dos silêncios entre o dito e o não dito. Deixe esfriar naturalmente. Depois, por segurança, coloque na geladeira por uns dois dias para tirar qualquer ranço de gênero.
    Releia quarenta vezes pra ter certeza que sua cara metade não vai ficar indignada ao interpretar alguma indireta involuntária.
    Pronto: pode servir aos convidados numa quarta-feira cedinho com frieza e coragem.

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    1. A “voz da minha consciência” sugeriu trocar a frieza por esperança. Como a última palavra é minha, concordo!

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    2. A crônica já foi uma obra de arte e o comentário do Sérgio Riede deu-lhe um incremento precioso. Sensacionais!!!

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    3. Ainda que siga passo-a-passo a sua receita, nunca escapo de questões como: “Eu conheço?”, “Isso é comigo?” “Veja lá se não vai aborrecer alguém, viu?”, de algumas pessoas. A elas posso responder um “tudo é possível, claro!”.
      Uma crônica serve pra muita coisa. Inclusive pra gerar comentários provocativos como o seu, meu caro Riede. Obrigado por sua atenção!

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  13. Que show de leitura, Hayton!

    Você conseguiu capturar, com leveza e humor, as diferentes dinâmicas de comunicação entre homens e mulheres, além de explorar o equilíbrio entre fala e silêncio nas relações.

    Adorei a analogia da cebola e o 'é verdade...' como ápice do diálogo – me arrancou boas risadas.

    O texto é uma verdadeira reflexão sobre convivência, carinho e paciência.

    Parabéns! Abraços,
    Ulisses

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  14. Eliziane Brandão Leite9 de abril de 2025 às 08:30

    Prezado Hayton, quanta inspiração! Levarei para o dia, para a vida e quem estarei citando-o, com o ótimo “monge tibetano gripado” e a as referência a um dos papéis do fisioterapeuta? Demais!!! Adorei. Sem falar com tanta sabedoria nos brindou hoje sobre a preciosidade de buscar envelhecer juntos!! Muito obrigada.

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    1. Um comentário deste calibre de uma escritora sensível e talentosa como você me deixa envaidecido. Obrigado por sua atenção!

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  15. Estudos científicos elaborados e supervisionados pelo Instituto Data Chico concluíram que têm coisas que você não deve dizê-las nem pra você mesmo. Melhor calar do que sair tagarelando. Outro renomado instituto, o Data Audit, nos ensinou que é melhor ficar rouco de tanto ouvir. Melhor ouvir o barulho do silêncio do que a tagarelice de muitos.
    É verdade. É verdade.
    Chico Oitavo. Um tagarela.

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  16. Dizem os orientais que "a palavra é prata e o silêncio é ouro"... Falar só no momento certo e com palavras apropriadas passa uma imagem de inteligência. Conter-se, em alguns momentos, pode evitar desconforto em relacionamentos. Ao praticarmos o silêncio, acalmarmos a mente, dando mais vida ao pensamento...

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  17. Cleber Pinheiro Fonseca9 de abril de 2025 às 12:18

    Você tem que lançar na rede que um determinado estudo científico concluiu que escrever sem parar é muito mais eficaz para a prevenção de morbidades cognitivas do que o próprio ato de falar desenfreadamente. Vai que algum aventureiro sinta-se tentado a aferir o resultado deste “achado”. Certamente isso resultará na produção de algum “artigo científico” daqueles de que nunca ousamos checar a sua origem e veracidade. E rola o tambor!

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    1. E se partir de alguém inscrito em algum CRM, ninguém resiste a um bom clichê vindo de jaleco branco…

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  18. A crônica de hoje me colocou “no palco”. Identifiquei-me prontamente com os tipos femininos tagarelas. Até por ter o nome “lobatiano” de Emília, acho que em sonhos ou viagens devo ter tomado o pó do pirlimpimpim. E sempre gostei dessa minha qualidade.
    Um dia, porém, há muitos anos, uma amiga me deu um feedback: “Emília, você fala demais; deixe espaço para os outros!” Choquei!
    Passei a pensar nisso, mas só me lembrava quando estava “a tagarelar”.
    Foi preciso um trabalho voluntário acontecer para me ensinar a dosar a fala e começar a desenvolver a arte da escuta. Escuta verdadeira, com atenção e empatia.
    Foram os anos de aprendizado através do NAV (Núcleo de Amor à Vida), em Maceió, conduzido de maneira admirável pelo psiquiatra Gerardo Campana, que me concederam o aprendizado de ouvir.
    O serviço era semelhante ao dos CVV’s e hoje, apesar de tagarelar ainda bem muito, também sei ouvir; ouvir com honestidade e atenção verdadeira. Para mim - e acho que também para os que convivem comigo - a proporção parece razoável.
    Obrigada, Hayton, obrigada, colegas comentaristas, pelas suas “falas” adoráveis nesta quarta-feira.
    Falei muito, mas escutei direitinho.

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  19. Conversar é trazer para a realidade, aquilo que é só abstração filosófica. Então, bora bater papo a valer !

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  20. Daqui a pouco irá sair uma matéria dizendo que estudos comprovados indicam que se deve dar calmantes às mulheres no início da vida para ajudá-las na terceira idade. Liberadas, nem Deus iria suportar...

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  21. Hahahahaha
    Delícia de crônica !
    Taí um estudo cientificamente testado, sem chance de resultado negativo: um tema banal, mas com jeito sério, e uma boa pena (velha, essa! 🤣),
    Você se supera, meu amigo!

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  22. Nunca fui de muito falar, não será agora o momento de mudar. Até porque não falava muito porque pouco sabia. E agora, depois de muito aprender, a sabedoria recomenda pouco tagarelar. Parabéns Hayton: você faz brilhar as quartas-feiras de muitos.

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  23. Faz seis meses que li o livro "SAPIENS: uma breve história da humanidade" do autor Yuval Noah Harari, onde narra que o sucesso do Sapiens sobre outras raças humanas, que viviam a 5.000 anos atrás. Sendo que outras espécies eram melhores adaptadas, mais forte e melhores caçadores, mas o Sapiens tinham um diferencial muito grande que era o poder da fala, da fofoca. Isso fez que o Sapiens conseguissem ter comunidade de mais 150 indivíduos. As outras raças as comunidades não chegavam a 30 indivíduos. Pior as comunidades não se relacionavam com outras da mesmas espécie, enquanto o Sapiens faziam relacionamentos com outras comunidades. Segundo o autor hoje o Sapiens é a única raça existente nos nossos dias. Resumindo : a FOFOCA venceu.

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  24. Outra crônica excepcional! aqui em casa minha mulher é rindo e falando o dia todo. kkkkk

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    1. Só não mandou em tu, no banco. Mas, no resto, ela deu as cartas.

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  25. Excelente! Conheço homem que fala muito mais do que mulher, inclusive eu
    Zezito

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  26. Vou te contar uma coisa, ou duas... ouvi dizer isturdia que... senta aqui, cympádi, prum dedo de prosa...
    O tempo é curto para as conversas necessárias. O "Grande sertão: veredas" é prova inconteste. E só um falou, hein?
    Parabéns, Mestre!

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  27. Aqui, conseguimos conciliar de forma bem peculiar. Tenho dificuldades para leituras longas e para assistir filmes de longa metragem. Já para minha esposa, são suas diversões favoritas. Então, quando sobra um "tempinho", ela se dispõe a me contar a última história, que leu, ou o último filme, que viu. E conta de uma forma, que eu acabo me interessando muito mais, do que se tivesse lido ou assistido. E lá se vão 48 anos, fora o namoro e o noivado. Sei que essa é uma receita própria, difícil de ser replicada, mas, quem sabe...

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  28. Mais que consagrado pela leveza e brilhantismo de seus textos, você ainda consegue "flutuar' por temas instigantes que nos levam a refletir profundamente sobre a vida. Enfim, você pode tranquilamente proferir palestras em cursos de Doutorado em Filosofia, Sociologia e até Psicologia.
    Haja tema sobre a complexidade e singularidade da alma humana sobre o qual você não transite com sabedoria singular, inclusive inspirando comentários até difíceis de qualificar...

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  29. Agostinho Torres da Rocha Filho10 de abril de 2025 às 16:15

    Show de bola!!! Não apenas do autor, mas também dos leitores que aprimoram seus comentários a cada semana. Eu só estou seriamente preocupado com a possibilidade de minha mulher descobrir os benefícios da tagarelice e decidir, a esta altura da vida, exercitar com mais vigor sua capacidade de falar. Deus me livre e guarde!

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  30. Depois do "sim", a construção de uma vida como casal tem seus desafios. A rotina e algumas diferenças podem colocar em risco a relação.
    Como sabemos, casamento perfeito não existe, assim como não existe um manual de como deve ser a vida de casal. Às vezes a vida impõe situações em que os sentimentos e as emoções se misturam, e o que era simples torna-se complicado. A relação de um casal sempre terá altos e baixos, isso é absolutamente normal. O que importa é que devemos estar em sintonia para entender o seu par nos momentos em que tudo parece ser mais difícil, inclusive, nas horas em que um destrambelha e só ele/ela fala.
    Se não for assim, é melhor seguir o que diz: (Provérbios 21:19) “Melhor é morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e iracunda.” E vice-versa.
    Valeu, Hayton, por mais uma crônica reflexiva. Vamos que vamos, que quarta, tem mais.

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  31. Hayton, esta crônica traz muitas verdades e reflexões para quem tem cinquenta e três anos de casado como eu. Leio seus livros e todas as crônicas editadas às quartas-feiras, sou seu fã. Você produz textos de muita leveza e redação impecável. Esta é a primeira vez que escrevo neste espaço, aproveito a oportunidade para agradecer-lhe ter autografado o exemplar de meu livro Até aqui deu certo, de sua autoria, recebido através de meu irmão Volney. Grande abraço

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    1. A convivência com meu querido amigo Carlos Volney desde os idos intra-uterinos certamente faz de você, meu caro Paulo, outra figura singular. Conto conhecê-lo mais de perto proximamente.
      Sinto-me grato e honrado em saber que você joga no timaço que, inexplicavelmente, presta atenção naquilo que escrevo.

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  32. Obrigado, Hayton, pela.carinhosa mensagem. Talvez você não se lembre, nós nos conhecemos no BB Aeropirto de Salvador, onde eu trabalhava e aposentei. Passamos algum tempo conversando, enquanto você aguardava seu voo. Finalizando, informo-lhe que temos algo em comum, somos vascaínos, eu desde os sete anos de idade. Volney é flamenguista. Forte abraço.

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  33. Provocado, decidi retornar aqui. E o faço porque sei que não incomodarei outros, afinal só você acessará.
    Mais que honrado, tocado emocionalmente mesmo, com as referências de Paulo - meu irmão consanguíneo e também afetivo, a ressalva é necessária, já que às vezes as coisas não funcionam assim na vida - muito também com sua impagável, imbatível e generosa resposta, tenho que registrar até um alívio.
    É que Paulo registrou o único mérito que reconheço em mim mesmo, ser flamenguista. Também, e aí compreendo a necessidade de explicar, quase pedir desculpa pelo defeito que assume ter e conhecer de você - ser vascaíno. Fico até aliviado, afinal dizem que o que caracteriza determinantemente o ser humano é ser portador de algum defeito.
    SRN... - perdoe a sacanagem...

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  34. Só não me pergunte o que quer dizer, SRN, que postei lá. Afinal, isso consta do livro intitulado BÍBLIA SAGRADA...

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  35. Se falar é tão bom para a saúde, recomendo participarem das rodas de conversa da Confraria.
    Lá, além de arejar a mente, desopila o fígado.

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  36. Pois na minha família estas teses do senso comum de mulheres falarem mais são amplamente contrariadas.

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  37. Emílio Hiroshi Moriya16 de abril de 2025 às 08:28

    É interessante reler o seu texto, pois é muita informação e pesquisa que você deve ter feito até chegar no artigo final.
    E muito bem costurado: és um alfaiate de primeira!
    Eu ia comentar que pra evitar o alemão bastava praticar (muitos) exercícios físicos, mas tem muitas outras abordagens a considerar.
    Deixo o meu parabéns! Mais um.

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  38. Bom dia! Falar no momento certo é pensar o que vai dizer.

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