No reino animal, há quem corra, quem morda, quem grite e… quem feda. Claro, o fedor também é arma — e das mais eficazes. Especialmente entre mamíferos, que aprenderam, ao longo de milênios, que nem todo predador está pronto para encarar, digamos, um gás lacrimogêneo natural.
O gambá, por exemplo, é um franco-atirador perigosíssimo. Quando ameaçado, gira o traseiro como quem diz “pega essa garapa!” e dispara um jato fétido com a mira de velho jogador de sinuca. Pode atingir mais de três metros e, se acertar nos olhos, o inimigo se despede temporariamente da visão. E, se tiver olfato, perde inclusive a dignidade. O problema é que o “arsenal” precisa de dez dias para recarregar — ou seja, é melhor ser bom de pontaria. Ainda assim, há quem o enfrente: uma certa coruja ousa atacá-lo pelas costas, como quem diz que nem todo odor amedronta quem voa acima da linha do bom senso.
Na semana passada, o espírito do gambá baixou no circuito profissional de tênis. Durante o WTA 250 de Rouen, na França, a britânica Harriet Dart, 28 anos, perdeu o jogo e a compostura. Revoltada não só com o placar (0-6 e 3-6, uma derrota inquestionável!), levantou-se no segundo set, apontou discretamente o nariz para o céu e se queixou à árbitra: “Você pode pedir pra ela usar desodorante? Ela está com um cheiro forte!”
A adversária, Lois Boisson, 21 anos, francesa, jogava com foco, garra e, aparentemente, um bouquet olfativo com notas que não agradaram as narinas aristocráticas da britânica. A conversa vazou para os microfones de quadra e rodou o planeta com mais velocidade que os saques trocados entre ambas.
Resultado: Harriet perdeu o jogo, a elegância e talvez alguns patrocínios. A WTA ainda estuda uma punição por comportamento antidesportivo. Ela, então, correu para o Instagram com um pedido de desculpas que mais parecia bula de antisséptico: “Foi no calor do momento, me arrependo profundamente, tenho muito respeito pela Lois e pela forma como competiu hoje.” Quem tem... nariz, tem medo!
Já Boisson, essa sim com fair play e pitadas de humor, postou uma montagem no Instagram: ela ao lado de um desodorante Dove, marcando a marca e sugerindo um “collab” — parceria entre marcas e/ou pessoas para criar algo inovador. Deixou a britânica e suas narinas na poeira da história, perfumada pela ironia.
Mas se no tênis a classe costuma ser obrigatória até no suor, no futebol o cheiro de confusão às vezes vem de fábrica — e não é só do vestiário.
Há dois anos, durante um Bayern x Manchester City pela Champions League, câmeras flagraram o alemão Leon Goretzka visivelmente incomodado com Erling Haaland. O norueguês sorria, alisando a barriga, enquanto Goretzka tampava o nariz. A legenda da TrollFootball sugeria um protesto inusitado: “Haaland soltou um toda vez que nos aproximamos. Isso não é futebol!”
Não há provas de que essa flatulência tenha sido planejada como estratégia ofensiva e defensiva ao mesmo tempo, mas não se pode descartar um plano tático de guerra química. Aqui, os meios justificam os fins.
Em 2015, o brasileiro Diego Costa acusou o britânico Ryan Shawcross de exalar odores “curiosos”. A história, claro, viralizou — e virou propaganda. Uma marca presenteou o atleta ofendido com desodorantes e o transformou em garoto-propaganda. Ficou cheirosamente famoso.
Oito anos depois, já no Botafogo, Diego provou do próprio suor. Em São Januário, no Rio, enfrentando o Vasco, trocou empurrões com o chileno Gary Medel. O zagueiro vascaíno reagiu de forma inesperada: tapou o nariz com uma das mãos e abanou com a outra, como quem repele mau cheiro. Ambos levaram cartão amarelo.
Curioso como o fedor, que começa como ataque ou defesa, acaba revelando sua vocação mais nobre: a de guia invisível da memória. O cheiro tem dessas — arrasta a gente para o passado, desde o colo da avó, passando pela mesa da infância, até a roupa de cama que ainda guarda um abraço que já se foi. Cheiro é saudade em estado puro e gasoso.
Dias e ventos melhores soprarão para os viventes de boa vontade, com fragrância de bom senso, pitadas de cortesia e, quem sabe, um toque cítrico de respeito ao próximo. Porque civilidade não deveria ser como desodorante em spray: age por algum tempo, evapora rápido e, quando mais se precisa, já foi embora sem dizer adeus. E o pior: às vezes deixa só o rastro do que tentava esconder.
Acabo de ler seu artigo e sentir os cheiros e fedores.
ResponderExcluirCoincidentemente, nestas últimas semanas, tem rolado uma quizila entre atores globais, justamente sob acusação de inhaca de um dos contracenantes - gente de prestígio no set novelista -, a ponto de desfazimento do casal noveleiro e substituição na trama, como indica reportagem de um jornal daqui de Salvador.
O fedor também pode causar desemprego.
Pelo visto, fedeu! Tá valendo tudo…
ExcluirSe no tênis e no futebol acontece esse fedor, imagine nas lutas de judô e do MMA.
ResponderExcluirSó de imaginar o bicho pega, Mané! Nem Vick Vaporub nas narinas diminui o sofrimento.
ExcluirEita, Hayton! Essa turma que reclama da catinga nunca jogou uma pelada apitada pelo falecido Zé Minervino, todo vestido de preto, cheio de aguardente, às quatro da tarde aqui em Maceió.
ResponderExcluirMinervino era um pobre diabo, Chico, que fazia daquilo um bico para sobreviver depois que deixou de ser árbitro federado. Pior eram os doutores metidos a besta que lá jogavam acumulando em doses cavalares a tríade letal: chulé, sovaqueira e halitose. Só Deus na causa e olhe lá…
ExcluirVi, certa vez, Ariano Suassuna, defensor ferrenho de nossa cultura, contar que em uma ocasião estava no Rio de Janeiro e ao pegar um jornal pela manhã e ver a manchete da primeira página, jogou o periódico com raiva pelo chão. Zélia, sua esposa, interrogou-o sobre o motivo de tamanha revolta. E ele contrariado diase-lhe: Olhe aí, Reagge Rio". Que história de Reagge. Temos é que preservar nossa cultura.
ResponderExcluirZélia pegou o jornal e olhando a matéria e sorrindo, falou: "Calma, Ariano. Aqui diz "Reage, Rio". Não tem nada a ver com reagge.
Muitas vezes nosso cérebro faz uma leitura rápida de uma palavra, associando de imediato com outra conhecida.
Hoje aconteceu comigo ao ler o título da sua crônica e ver a palavra "bouquet". Imediatamente pensei: "Será que a crônica vai tratar disso mesmo?" 🤣🤣🤣
O título que pensei originalmente talvez fosse pior: “Agora fedeu!”
ExcluirRindo demais, Hayton, com esta crônica envolvendo os poderes do odor e as verdadeiras bombas de "efeito moral". Contra o inimigo um pum ou um levantar de braços, ou um abraço fraterno após um belo jogo onde suor, bactérias fazem a explosão, combatendo até o super anti odor (Dove, Rexona,...)
ResponderExcluirA tenista Lois Boisson, parece ter feito doutorado com o gambá, pulverizando na quadra uma fragrância suave para desconcentrar a opositora.
Para obter uma boa arma química e tirar o inimigo da jogada, creio que alguns alimentam-se com um arrumadinho de feijão macassar, acompanhado de um omelete com alho, cebola, repolho e couve flor, e de quebra tomar uma bela cerveja e comer uma sobremesa de iogurte natural. Aí sim, é uma arma infalível. E haja flatulência!🤣
O importante agora, Oceano, é torcer para que dias e ventos melhores soprem para os viventes de boa vontade, com fragrância de bom senso, pitadas de cortesia e, quem sabe, um toque cítrico de respeito ao próximo.
ExcluirEu não sou um bom conhecedor de esportes e estos muito desatualizado sobre as confusões mais recentes. Ainda sou do tempo que Rivelino, com muita frequência, esmurrava os adversários. A coisa evoluiu do confronto corporal para a guerra química.
ResponderExcluirAssim como no esporte, odores podem ser perniciosos na religião ondr fé demais cheira mal. O santo desconfia é tapa o nariz.
ResponderExcluirSempre achei curioso os jogadores trocarem de camisa ao fim do jogo e alguns até vestem a camisa que trocou com o adversário. Tudo suado. Imagino a catinga. Exceto o craque David Beckham. Ronaldo Fenômeno teria dito que logo quando estreiou no Real Madri, no campo, ao chegar perto de craque, sentiu que ele era cheiroso
ResponderExcluirLendo esse texto perfumado pelo talento do seu autor, falando sobre os 'odores esportivos' veio a seguinte dúvida. Será que as BETs do país tropical trouxeram tal fedentina sorrateiramente para suas atividades? Também lembrei de um ponteiro que reinava nos campos de peladas do Pajeú muito mais pelo CA do que pelas habilidades? Poucos se arriscavam a marcá-lo.
ResponderExcluirEntre tantos acontecimentos, lembrei de um: o rapaz, incomodado com o odor do sovaco da namorada, oferece o seu desodorante sob a alegação de uma fragância nova, ao que ela responde: não amor, para não misturar o perfume. A relação durou pouco tempo. Tem pessoas que não sentem o próprio mau cheiro.
ResponderExcluirA nova arma do esporte
ResponderExcluirÉ o peido fedorento
Que fede qual o gambá
Com ele eu não aguento
Pois é um peido tão forte
Que fede de sul a norte
É um peido de talento.
“… O cheiro tem dessas — arrasta a gente para o passado, desde o colo da avó, passando pela mesa da infância, até a roupa de cama que ainda guarda um abraço que já se foi. Cheiro é saudade em estado puro e gasoso…”
ResponderExcluirO cronista fez prosa poética de um tema que tangencia o escatológico.
Meu amigo, essa frase é daquelas que marcam um estilo e uma vocação de debulhar letrinhas: "Cheiro é saudade em estado puro e gasoso". Muito lindo. Lembro dos cheiros de talco, de carro novo, tão raros em minha vida, da tesouraria da Ag. Remígio. Lembro do cheiro do café, de Dona Celina. Cheiros de paixão. Cheiros de aperreios. Cheiros de alumiares de alma. Daqueles que ao sorvermos entra pelas narinas derretendo indiferenças e levantando músculos apáticos. Cheiro dos anexos do 06.13. E do Setin com seu telex e malotes, com cheiro de vidas que os fecharam, abriram e os transportaram. Eita amigo, saudades são bons cheiros que eternizam momentos.
ResponderExcluirDeveras, o mundo dos odores é um universo sensorial profundo, vasto e muitas vezes subestimado. Diferente das cores, que são percebidas em espectros organizáveis e reproduzíveis, os odores desafiam a linearidade: são multidimensionais, íntimos e carregados de emoção. Um perfume pode atrair ou repelir, despertar amor ou aversão, simplesmente pelo modo como toca memórias invisíveis cravadas em nós. Lembra do filme Perfume de Mulher? É um mundo ainda mais vasto e rico que o das cores, onde cada aroma carrega uma assinatura única, impossível de ser reduzida a fórmulas simples — um universo que se sente mais do que se explica.
ResponderExcluirOdores e fragrâncias que se misturam para o exercício do cérebro... As narinas são apenas as "portinhas" de entrada. Estas, nem sempre são do tamanho que harmoniza com os demais órgãos... Há em nosso meio verdadeiros "ladrões de ar", ou melhor, de cheiros... Mas, além dos seres vertebrados que se "defendem" com seus odores, há inúmeras "colônias de espécies" que se organizam de tal forma que poucos humanos toleram, nem sempre pelos cheiros que produzem, mas pelas falas tão descabidas que contaminam os ambientes que que habitam... Mas, enfim, somos produtos do meio. Os mais sensíveis que se retirem... Bom mesmo é apreciar uma boa crônica como a de hoje...
ResponderExcluirLembrei do meu tempo de Faculdade, um " coleguinha" que era apelidado de " bode cheiroso"( contemporâneos sabem a quem me refiro). Levou até um dos professores da época, em uma de suas aulas teóricas, comentar da necessidade de se respeitar o outro, principalmente em atividades que demandam contato físico. E SIM! ODORES MARCAM MOMENTOS!!!
ResponderExcluirParabéns, Hayton!
ResponderExcluirOutro dia, no Maranhão, uma banda de forró teve que parar o show porque ninguém aguentava o peidos vindos da platéia. A gente só suporta os nossos porque não tem jeito.
Ótimo artigo … parabéns
ResponderExcluirPerfeito! Com excelentes fragrâncias de linguagem num equilíbrio porreta de aromas , sem cair no lugar comum das “madeleines de Proust“ na mudança de tons do retrogosto final!
ResponderExcluirE ainda de quebra me lembrou porque deixei o taekwondo da faixa verde: não aguentava mais o “cc” dos sovacos e quimonos suados dos outros lutadores… Deus é mais!
Um atentado ao olfato popular, gases poluentes. Os gambás estão preocupados com a concorrência. A poluição ambiental, lixo jogado em qualquer lugar, também exalam odores, necessitando de educação da população e providências dos governantes.
ResponderExcluirEita Hayton! Assunto real e palpitante que fazem aflorar cheiros, odores e dilatação das narinas.
ResponderExcluirDizem que odor é igual àquela outra coisa que cada um tem e sente, ou não, o seu.
Lembrei de causos do setor de câmbio do BB, na 0013, com cheirinhos envolvendo francesas.
Uma das rotinas do Caixa era solicitar a identificação através do passaporte. A francesa foi lá no setor cambiar.
- Give me your passaport, please! (Dê-me o seu passaporte, por favor!), solicitou o Caiex.
A galegona, com o sutiã do biquini à mostra, o sovaco por fazer e tanga de praia até os pés, não contou conversa. Levantou o saiote, retirou e entregou o documento.
- One moment, please! (Um momento, por favor!), disse o Caixa e saiu desvairado para o banheiro.
Colega mais atento, acompanhando a cena, notou a demora e foi lá na casinha conferir.
Deparou-se com o tarado, à semelhança de pai de chiqueiro, cheirando o passaporte:
- Oh que cheirinho bom! Que cheirinho bom! Dizia.
De outra feita, também com os dólares guardados na zona do agrião, quando as cédulas foram sacadas pela gringa, levantou odor similar ao da Emulsão Scott e o Caixa comentou (em português, claro):
- Essa turista, antes de vir para o Brasil, deve ter feito um tour pela Noruega, porque o dinheiro está com cheiro de bacalhau!
Há uma diferença sutil entre cheiro e faro.
ResponderExcluirAo falar de cheiros, o autor demonstrou um faro incrível pra capturar e desenvolver o que está no inconsciente coletivo. E aqui não falo de um ônibus desgovernado!
O que me intrigou nessa história é o tal de fedor ter sido acusado de desequilibrar uma partida de tênis de quadra, um esporte em que os competidores ficam quase todo o tempo a uma distância bastante razoável um do outro!
Se for verdade, ou a jogadora francesa bateu o recorde mundial de catinga a distância ou a jogadora britânica conquistou o posto de.numero 1 do mundo em sensibilidade nasal.
Ou então ela inventou o duplo twist carpado de desculpa esfarrapada após uma derrota!
Em uma época de mísseis que cruzam fronteiras de um lado para outro, talvez não seja exagero dizer que o tal peido seria uma nova modalidade esportiva; "o pum atômico."
Excluir.
Chico Oitavo
Já trabalhei com uma pessoa que exalava um odor muito forte e em determinados momentos ficava chamando a atenção de todos. Às vezes a sua presença era notada pelo seu almíscar, antes de a alcançar com os olhos. Acredito que com a idade já tenha melhorado, devido a diminuição de seus hormônios.
ResponderExcluirVocê está ficando craque na arte de escrever!
Fala até de catinga de sovaco!
Kkkkk
Certa vez eu ouvi que "Só quem diz que você tá com gaieiro (cêcê para os Ys, Xs, Zs) e mau hálito são sua mãe, seus filhos e sua mulher". Com esses fatos relatados então, não é "Só quem diz...", é "Só quem pode dizer...". É o amor à palo seco.
ResponderExcluirJá passei por situações difíceis, inclusive trabalhando na mesma sala... conversei com jeito e o rapaz virou cheiroso...rs. difícil foi aguentar as brincadeiras depois: o que foi que você fez com o fulano? Até casou depois disso...kkkk
ResponderExcluirBrilhante com tema pra lá de não cheiroso. Esperto foi o vírus, que já chegou cortando o olfato para não sentirem a m. que ia produzir.
ResponderExcluirExcelente crônica, Hayton. Definistes, com maestria, a arte do peido.
ResponderExcluirCom humor afiado e analogias inusitadas, Hayton transforma o "cheiro" em protagonista de uma crônica divertida e crítica. De gambás a jogadoras de tênis, ele mostra como o olfato pode ser arma, memória e até metáfora da civilidade (ou da falta dela). Uma leitura que, entre risos, nos faz refletir sobre o que realmente anda “fedendo” por aí.
ResponderExcluirEsta crônica de hoje foi lida por mim em pausas. A cada caso de fedor, parada para dar risadas. Coisa que, na infância, jamais faria. Uma tia nossa, muito peidona, dizia-nos que quem risse de peidos soltados perdia os dentes. Arriscamo-nos, muitas vezes a ficar banguelas.
ResponderExcluirOutra tirada dentro do mesmo tema vinha da minha mãe: “Quem primeiro sentiu, por aí saiu”.
Saindo da meninice e já nos tempos de bancária, lembro de uma história hilária que aconteceu na equipe do colega leitor aqui do Blog, Emídio.
Um de seus subordinados a quem não nominaremos, claro, vinha causando grande desconforto olfativo no ambiente em razão da catinga de sovaco.
Seguindo a hierarquia, os incomodados foram até o Gerente de Equipe, Emídio, e pediram providências, pois ninguém aguentava mais.
Emídio chamou o colega causador do incômodo e explanou a situação ao que ele esclareceu não ser possível solucionar: “Minha mulher tem muito ciúme de mim e não quer que eu ande cheiroso “.
Depois das risadas, o delicioso texto de Hayton também me fez lembrar do ótimo livro “O Perfume”, cujo protagonista possui um olfato extraordinário, capaz de identificar e catalogar toda espécie de fedores e perfumes. A história, ambientada na França do século XVIII, é uma obra admirável que concede ao leitor uma viagem olfativa inesquecível. Fica a dica.
Hahahahaha
ResponderExcluirMeu Deus! Só você para transformar um ingrediente intragável num resultado respirável 🤣
Como a crônica exalou alguma fedentina, algum antídoto deve existir para esse fenômeno, que nem é tão raro.
ResponderExcluirA questão é; quem se habilita a dizer ao pobre coitado, que em muitas das vezes nem sente o mau cheiro que carrega, que algum tratamento há.
Se o combo é completo: mau hálito, sovaqueira, chulé, do jeito que as coisas estão, o fétido sujeito terá que percorrer um périplo entre os diversos especialistas nas áreas envolvidas, se quiser encontrar uma solução para o problema.
Se além disso, ainda tiver uma caspa horrorosa a lhe cair sobre os ombros, além do indefectível “Denorex”, muita creolina terá que usar para uma completa cura/desinfecção.
Se você é patrão, e tem em seu ambiente de trabalho alguém que solta pum com uma frequência inabitual, nem ouse demiti-lo por justa causa. A justiça do trabalho irá dar ganho de causa para ele.
Como dizem aqui pelo nordeste, um cheiro “pra ocês”.
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https://www.youtube.com/shorts/8TKrJ0YzHYw
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Chico Oitavo
A Crônica me fez lembrar que, na adolescência, os(as) amiguinhos(as), ao invés de tomarem banho, gostavam de usar Rexona, Avanço, "Italian Pine", Pinho Campos do Jordão e Impulse. Era melhor se não usassem nada, porque, da forma que faziam, era a receita certa pra catinga de carniça. Ainda bem que o Brasil é o 1o no ranking dos tomadores de banho.
ResponderExcluirSua crônica me fez lembrar a verdadeira função do buquê de noiva, na idade média: não era só charme. Também era estratégia de sobrevivência! Uma tentativa perfumada de neutralizar os "odores do amor" medieval. E o leque? Um precursor do filtro de ar portátil — ideal para disfarçar bocas desdentadas e hálitos nível apocalipse. Tudo isso, lá na Europa, séculos atrás... Mas, sinceramente, acho que certas "tradições" ainda resistem...
ResponderExcluirQuando a gente acha que tem certeza de que não falta assunto sobre o qual você não titubeará em nos surpreender, aparece uma pérola dessa - um verdadeiro tratado sobre flatulência, ou como você mesmo diz, uma produção de gás lacrimogênio natural.
ResponderExcluirFico a imaginar quantas histórias cada um de seus leitores - não me excluo - se lembrou, em situações pelo menos críticas, digamos, por que passou.
Por fim, também impagável o comentário de Sérgio Riede - acertou na mosca ao imaginar que pode ter sido conquistado o recorde mundial de catinga ou posto número um de sensibilidade nasal.
É, fico feliz por aprender mais em cada quarta-feira, até sobre flatulência...
Interessante como o tema “peido” foi capaz de gerar tantos comentários igualmente interessantes. Gostei, principalmente do comentário de Sérgio Riede.
ResponderExcluirParabéns!
ResponderExcluirSe vê, até o peido é cultura...
ResponderExcluirNas mãos do Hayton e dos comentaristas virou uma crônica de ótima qualidade.
Bom pra todos.
Excelente crônica! Eu, para "cheiros", sou muito chata, infelizmente! Não gostaria de ser assim, porque meu cheiro, me causa ânsia de vômito e náuseas. Fico muito desconfortável com essa situação!
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