Passava das oito da noite de um domingo desses em que ainda ruminamos o almoço tardio e o corpo só quer saber de sofá com almofadas. Nisso, disparou o alarme de incêndio do prédio onde finjo viver em paz. A sirene soou como a trombeta do fim dos tempos, e as escadas viraram um formigueiro de idosos em pânico.
![]() |
Ilustração: Uilson Morais (Umor) |
Os elevadores, claro, travaram. A debandada rumo ao térreo parecia remake do Titanic: senhoras agarradas a poodles e yorkshires latindo, senhores segurando as bermudas com uma mão e a dignidade com a outra. E eu, admito sem nenhum pudor, fui dos primeiros a chegar na portaria com minha mulher — ela jura ter sido bruxa noutra encarnação, queimada numa fogueira e tudo.
Em poucos minutos, formou-se uma multidão de sub-septuagenários arfantes, unidos pelo susto e separados por décadas de opiniões divergentes. Uns falavam em atentado, outros em sabotagem. Houve até quem cogitasse terrorismo doméstico por causa de uma vaga na garagem.
— Quem faz um troço desses devia ser preso, depois de levar uns tapas! — vociferou um militar reformado, cuspindo indignação e pavor.
— Cheguei a sentir cheiro de fumaça vindo da varanda, e não era cigarro! — garantiu um, ainda com os óculos embaçados.
— Isso não se faz nem com inimigos! — esbravejou a médica do sexto andar, de pijama de seda, pantufas de coelhinho e máscara de colágeno na testa, parecendo uma Lady Gaga de ressaca.
— Duas escadas! Na próxima vez, prefiro morrer queimado — resmungou um senhorzinho com os joelhos avariados, calculando quantos dias de vida a descida lhe custou.
Ninguém lembrou que, semanas antes, o síndico organizara reunião sobre protocolos de incêndio. Manual impresso, cartazes nos elevadores, passo a passo na portaria... Tudo ignorado pela adrenalina e pela memória curta.
Às oito e meia, o porteiro — já rouco de tanto ouvir queixas — alertava que devia ter sido disparo acidental: talvez vapor, maresia, ou o espírito de porco de algum ex-inquilino despejado.
E todos voltaram aos seus apartamentos, arrastando pés e resmungos como zumbis de alpercatas.
Não era nove da noite quando o caos recomeçou. Desta vez, bem mais estridente, como se o prédio tivesse sido possuído pelo vocalista de uma banda de hard rock dos anos 70.
Desta vez, minha vizinha foi a primeira a descer. Esqueceu a dentadura na cabeceira e surgiu de camisola rendada que não deixava dúvidas: uma visão prévia do purgatório pra quem ainda não pecou o suficiente.
De novo, congestionamento humano nas escadas. Gritos, tropeços, justificativas insólitas:
— Eu tenho pressão alta! — bradava um.
— E eu, bursite e refluxo! — rebatia outra.
— Ajudem! Meu amigo tá no banheiro, passando mal, lá em cima! — gritava alguém em traje de academia.
— Vai ver foi o susto com o que tinha pro jantar — ironizou uma fofoqueira, celular em punho, lendo os últimos posts no grupo do condomínio.
Novo alarme falso.
Meia hora depois, o síndico — visivelmente abatido, cabelo desgrenhado, boca seca — tentou improvisar uma reunião de crise. Explicou que o sistema era sensível: vapor, maresia, partículas em suspensão... Tudo podia enganar sensores.
Ainda fez analogias, citou a ABNT, o Código Civil e até o Apocalipse bíblico, tentando convencer as criaturas mais exaltadas de que era melhor prevenir do que ser cozida viva antes do Juízo Final. Enquanto falava, uma mocinha tatuada até nas orelhas, de piercing no nariz, tirava selfies com um extintor. Outra gravava stories com a legenda: #PânicoNoCondô.
E veio a revelação. O verdadeiro motivo não era maresia, nem sabotagem, tampouco fantasma brincalhão.
Na cobertura — em obras por causa de infiltrações nas últimas chuvas —, uma gata havia parido uma ninhada de filhotes sobre duas caixas de papelão, bem ao lado de um detector de fumaça. As câmeras mostraram a heroína se debatendo em meio às contrações, junto ao botão de emergência. O sistema, sensível como coração de mãe, não resistiu à emoção e disparou em duas oportunidades.
Ironia das ironias: enquanto o prédio vivia seu falso apocalipse, novas vidas (sete pra cada filhote) chegavam de mansinho. E entre o miado dos pequenos felinos e o chororô dos humanos, uma verdade se aninhava no coração de todos: às vezes, o maior incêndio é só o susto que a vida nos prega pra lembrar que estamos mornos — nem quentes, nem frios, apenas esperando o próximo alarme tocar.
Que legal!! Em especial os detalhes cômicos. Valeu
ResponderExcluirKkkkk só vc mesmo para retratar tão divertidamente um acontecimento assim. Mas seus vizinhos costumam ler suas crônicas? Se sim, acho que é melhor vc se mudar ou se ausentar até que a memória fraca deles (como a de todo bom brasileiro) tenha deletado o que vc descreveu. Nelza Martins
ResponderExcluirDe real, apenas os dois alarmes falsos e a preocupação coletiva. Os personagens (inclusive os felinos) e suas possíveis reações são bobagens de uma cabeça desocupada que vive imaginando certas situações. 😅
ExcluirBrincar com coisa séria também vale a pena rsrsrs. Se não fosse os "fios duma gata parida" não teríamos um conto desses, numa madrugada de quarta-feira, quando se aproxima o lançamento de livro do seu autor.
ResponderExcluirTomara tenhamos muitos desses no livro que está chegando!
Obrigado por nos proporcionar leituras tão divertidas como esta, caro escritor
tonhodopaiaia.org
Que delícia de texto, Hayton.
ResponderExcluirÀs quartas feiras ficam melhores com suas crônicas.
Rachando de rir, e pensando o que comeu o amigo que tava passando mal. Uma gata parindo não quer guerra com ninguém, e é fogo mesmo.
ResponderExcluirRindo até a gata parir e com direito a sete gargalhadas.
ResponderExcluirPenso que alguns moradores, com idade mais avançadas, irão processar a senhora gata por tamanha confusão.🤣
Simbora, viver e agradecer pelo dom da vida aproveitando cada momento com o coração vibrante e aquecido.
Quando o alarme tocou
ResponderExcluirFoi aquele alvoroço
Todo mundo pela escada
Quase na hora do almoço
A vizinha, que figura
Esqueceu a dentadura
Velho ficando mais moço.
Algum filho da "gata parida" foi adotado? Um certamente será chamado de Nero. Apesar do treinamento não simulado, tomara que não ocorra um incêndio real. Algum incrédulo dirá: é coisa de gato!
ResponderExcluirDizem que normalmente essa coisa de incêndio em prédios tem a ver com a parte elétrica. E eletricidade, às vezes, envolve “gatos”. Logo… 🙄🤣
ExcluirExcelente como sempre!!!
ResponderExcluirBom dia Hayton! Acordar dando gargalhadas é muito bom! Que imaginação! Obrigado!
ExcluirCaro amigo Hayton,
ResponderExcluirSua crônica é uma joia do cotidiano! Pode ter certeza, arrancou boas risadas.
Com humor e sagacidade, você transforma o caos de um alarme disparado em um espetáculo humano irresistível. O ritmo envolvente, os diálogos afiados e os personagens tão palpáveis fazem com que a gente se sinta parte daquele formigueiro de vizinhos em pânico.
E o desfecho? Genial! A gata parindo enquanto todos acreditavam no apocalipse é uma metáfora brilhante—um daqueles detalhes que só um cronista afiado como você conseguiria criar.
No fim, o maior incêndio é só o susto que nos lembra que estamos vivos.
Parabéns por mais essa pérola!
Abraços,
Ulisses
🤣🤣🤣 Mais um conto hilário, disparado pela lembrança de uma sirene de dois alarmes. Fantástica a pluralidade das analogias descritas para cada um dos personagens envolvidos.
ResponderExcluirQue bom que hoje é quarta-feira ,HAYTON !! Adorei ,e dei muitas risadas !! Já vou compartilhar com alguns amigos recifenses,e beije a bruxa por mim !!❤️❤️
ResponderExcluirExcelente ... 7 vidas ao cronista !!!
ResponderExcluirComo sempre, a velha capacidade de narrar um fato, mesmo que imaginário.
ResponderExcluirParabéns.
Já passei por situação semelhante, porém, verdadeiro.
O prédio dos Correios do SBN, teve um princípio de incêndio, foi assustador e a semelhança com o descrito é idêntico.
Abraço
VFM
Legal.
ResponderExcluirCrônica bem humorada que mostra que situações inusitadas podem revelar o espírito solidário e a vivacidade que ainda mora em cada um. Entre tropeços e mal-entendidos, surge uma divertida reflexão: talvez o tempo nos torne mais lentos nas pernas, mas nunca na capacidade de rir de nós mesmos e de correr, mesmo que seja com andador, quando a vida toca a campainha errada.
Alarmes soando sempre causam apreensão e curiosidade, além de correrias. Tanto faz se é o som de uma sirene de carro da polícia, de uma ambulância, de um prédio ou de um toque de recolher... Ninguém quer esperar no que vai acontecer, mesmo que alguma "vergonha" tenha que ser exposta. Excelente...
ResponderExcluirRapaz, que texto maravilhoso, uma crônica tragicômica espetacular. Viajei nas cenas e na seu desfecho, parabéns Hayton, como sempre surpreendendo com sua arte
ResponderExcluirQuanta imaginação, criatura!!! kkkk
ResponderExcluirCrônicas como essas só você consegue nos oferecer. SHOW!!! [e palmas!]
A reflexão final me levou pra outras analogias. O prédio pode representar o planeta. É onde vivemos a nossa diversidade humana, cada um com suas crenças e convicções. Mas todos dependemos do bom funcionamento desse “equipamento”, seja o prédio ou o planeta.
ResponderExcluirDia chegará em que o alarme não será falso. E aí? O que terá sido feito por cada um de nós?
Ainda bem que não era incêndio. Era vida.
ResponderExcluirHoje o ponto alto da crônica está no desfecho. Depois das tumultuadas e perigosas evacuações, a conclusão foi um afago.
ResponderExcluirA situação descrita pelo cronista também já aconteceu no meu prédio (sem o final, claro) e lá acabamos por ver os rostos de vizinhos que ali residiam há anos e entre os quais nunca tinha havido um encontro. Durante a espera, apresentamo-nos, soubemos o número das moradias de cada um e fizemos promessas de fazer um “café” para estreitarmos os laços.
Já se passaram mais de três anos e o café nunca saiu.
Estamos à espera de um novo alarme do sistema de incêndio - falso, claro - para um novo reencontro.
Sensacional!
ResponderExcluirDuas grandes confusões que não foram em vão, pois geraram bela crônica.
A descrição dos tipos humanos é impagável! Consigo imaginar todos e rir bastante deles 🤣
Coitado do síndico pra acalmar os moradores!
ResponderExcluirQue situação!
Já ri bastante com a descrição dos condôminos, cada figurinha!
Parabéns
Hayton, aquela frase "a pessoa com um limão faz uma verdadeira limonada,” significando a capacidade de transformar situações difíceis em algo bom ou melhor, ganhou uma outra dimensão em sua narrativa, pois de um situação extremamente adversa e caótica, extraiu uma belíssima crônica tendo humor e humanidade.
ResponderExcluirSuas crônicas sempre provocam muitos risos, mas também invariavelmente provocam reflexões, pois retratando a noite de um domingo aparentemente banal, possivelmente comum à muitos, porém o alarme falso de incêndio dando um susto nos condôminos, fez todos despertarem para o bem mais precioso que é a nossa própria vida, não tendo dúvida que depois do caos, muitos retornaram aos seus apartamentos repensando a vida.
O alarme de incêndio, na verdade, foi um alerta simbólico para a vida, pois ela é cheia de surpresas e temos que estar preparados para os imprevistos, que significativamente foi feito pela obra divina da natureza, com uma gata em trabalho de parto e seus miados.
E aí também não poderia deixar de destacar a ironia bem-humorada da convivência nos tempos atuais e das redes sociais, enquanto alguns corriam e ainda ofegantes, outros aproveitavam a oportunidade para as selfies e stories.
O bom da vida é isso, Nelson: extrair riso do caos, sem prejuízo de estar sempre refletindo a respeito do que estamos fazendo por aqui.
ExcluirObrigado, amigo, por sua atenção!
Sensacional. Parabéns.
ResponderExcluirÉ hilariante, engraçada e divertida a situação narrada pelo cronista. E melhor ainda que foi só um susto passado pelos moradores, advindo de um parto de uma gata parindo seus filhotes.
ExcluirMas, quando o caso é real, a situação é diferente, é assustadora por demais da conta.
A uns 4 anos atrás, ocorreu um incêndio em um apartamento no prédio onde moro, em Boa Viagem – Recife, e eu presenciei ao vivo essa situação. O fato ocorreu, próximo das 22:00h, e perdurou até 02:00h da madrugada, quando a situação foi contornada pelo Corpo de Bombeiros.
A primeira reação natural é o choque, especialmente para quem se vê a perder tudo. O medo de perder a vida, a casa, os seus bens pessoais, são cenas comuns entre os moradores.
Em tal situação, o contato imediato com o Corpo de Bombeiros é essencial.
Procurar sair do local o quanto antes, com o mínimo segurança, evitando retornar ao local afetado, enquanto a situação não for totalmente solucionada.
Ao final, o bom foi que o incêndio ficou resumido apenas a unidade onde se originou, e acima de tudo, sem vítimas.
Este tipo de "a/incidente " causa confusão, transformar o pânico gerado em um texto neste formato é louvável. Obrigado amigo, mais uma pérola para coleção.
ResponderExcluirLeve, descontraído e inteligente. Dessa vez falo da crônica, não do Cronista, mesmo que carregue essas marcantes características, como bem sabemos todos os que o conhecem e se deliciam com os "escritos". Sinto que o texto encerra uma lição que pode nos levar a refletir: devemos saber como reagir aos acontecimentos que nos visitam, pois eles podem ser apenas fumaça. Podem nunca virem a acontecer de verdade. Aí teremos sofrido em vão. Pior: perdemos tempo valioso de vida. É um princípio estóico: Buscar solução/reagirmos apenas em relação ao temos controle.
ResponderExcluirAhh...
Carnaúba!!! Tive a honra de ter convivido um bom tempo com ele. No Banco e nas mesas da AABB. Pessoa marcante. Nos encontramos há cerca de uns três anos. O Céu está com um valioso morador.
Abraços!!!
Mário Nelson.
Não gostaria de estar na pelo do síndico, mesmo que ele não seja responsável pelo parto felino! kkkk
ResponderExcluir.
Mas, a emergência incendiária me fez lembrar de uma colega do BB, que volta e meia "sumia" do trabalho utilizando abonos sob o argumento de estava passando mal. Belo dia, num desses sumiços, o marido (que tb trabalhava na mesma agência), foi alertado que tinha havido um incêndio num hotel do Rio de Janeiro. E, a "doente" apareceu nos braços de um bombeiro, sendo resgatada do incêndio... como ela morava na Paraiba e estava "se curando" no Rio, foi fácil lembrar que ela costumava comprar artigos para a boutique (prestigiada por sinal) que ela tocava em paralelo com atividades de caixa do BB. Doença mesmo... só o mal estar de explicar pro gerente o causo.
Se há um jeito elegante de transformar o apocalipse doméstico em comédia, Hayton dominou a fórmula. Quem diria que entre poodles em pânico, senhoras de pantufas fashion e vizinhos de camisola rendada (sem dentadura, diga-se), o grande incendiário da noite seria... uma gata parideira, dona de sete vidas e responsável por dois alarmes, três surtos coletivos e um colapso no grupo de WhatsApp do condomínio. Moral da história: se Maomé não vai ao caos, o caos sobe pelo elevador... ou melhor, pelas escadas, porque o elevador trava no susto.
ResponderExcluirE fica o alerta: talvez o síndico devesse incluir no protocolo de emergência a obrigatoriedade de verificar se há felinos obstetras na cobertura antes de acionar o pânico coletivo. Afinal, nem o Código Civil, nem a ABNT previram que partos felinos pudessem disparar o juízo final em horário nobre de domingo.
Esta história, pra parecer mais verossímil, faltou o relato de um morador:
ResponderExcluir— Xi! Esqueci de pegar meu CPAP!
Que texto de qualidade , trazendo acontecimentos transmissores de experiências, identificações da vida humana.
ResponderExcluirParabéns, grande Hayton
Excelente!
ResponderExcluirÉ raro encontrar textos que aliem tão bem estilo e conteúdo. Por isto esta crônica merece ser lida, mas relida e compartilhada. Uma crônica bem inspiradora. Parabéns!
ResponderExcluirZaki/Ba
A crônica lembrou-me o "Balança Mais Não Cai", programa humorístico de TV que apresentava quadros que simulavam a vida em um prédio residencial fictício, com personagens e situações engraçadas que aconteciam nos apartamentos. Muito bom o texto! (Emilton Rocha)
ResponderExcluirBela contação do ocorrido.
ResponderExcluirGato é bicho danado.
Sou avô de uma gata. A gata Mingau. Chegou aqui só o coió. Fraca e desmilingüida.
Mandei vacinar pra dar a devida acomodação, e fui informado que ela estava prenha.
Depois de dois anos, os filhos já adotados, não come sobra de ração, não come em cumbuca usada, não bebe água ja bebida e ainda quer me despejar daqui de casa.
Ô bicho posudo é gato. Gata, nem se fala.
A tua, apertou o alarme pra se amostrar no chá de bebê.
🐈⬛
Otaviano
ResponderExcluirPor via das dúvidas, melhor mesmo é morar em andar baixo. Em dia de problema nos elevadores já tem quem sofra muito, imagina nas emergências. Melhor prevenir
ResponderExcluirUm pequeno ser em sua nobre e incansável missão de perpetuar sua espécie, seria capaz de causar o caos e o pânico nos seres ditos dotados de conhecimento. E a culpa seria exatamente do "conhecimento", capaz de criar um sistema de proteção - *sensível como o coração de mãe* - que pode acabar funcionando às avessas. A confessa imaginação de Hayton, foi só na criação dos personagens, porque é sua conclusão que nos "cutuca": _às vezes, o maior incêndio é só o susto que a vida nos prega pra lembrar que estamos mornos — nem quentes, nem frios, apenas esperando o próximo alarme tocar._
ResponderExcluirMorri de rir, com a descrição detalhada de como se portaram os moradores do condomínio!! Hayton sempre com crônicas hilárias e maravilhosamente escritas. Cheguei a visualizar a cena! 😂😂
ResponderExcluirVivo em um Condomínio em que um dia sim, outro também, o alarme toca e é falso. Já não nos abalamos mais. Quando o alarme for verdadeiro (Deus queira que nunca seja!!) certamente poderemos ter uma grande tragédia. Hayton é um exímio inventor de “estórias”.
ResponderExcluirHumor refinado Hayton. Dei boas risadas me transportando p cena
ResponderExcluir"Uma visão prévia do purgatório pra quem ainda não pecou o suficiente." Puts! Pense numa vizinha feia. Somente esta frase já pagaria o ingresso. Belo texto! Parabéns!
ResponderExcluirCerta vez fui ministrar um treinamento em uma instituição em Belém. Subi até o 17°andar. Assim que cheguei soou o alarme. Era treinamento de evacuação... nunca me senti tão feliz na minha vida...
ResponderExcluirAusente daqui durante algum tempo, por absoluta falta de condição de comparecer, condição que me causou forte frustração, venho agora, ainda que no "apagar das luzes", manifestar-me.
ResponderExcluirSem qualquer surpresa com o brilhantismo do texto, novamente registro meu quase espanto com a capacidade criativa do cronista. Como pode uma mente produzir um conto com tantos detalhes, criar personagens com tantas singularidades marcantes, aproveitando tão só um pequeno susto, sem qualquer consequência danosa, vivido em seu condomínio de morada???
Enfim, como dito - muito bem dito - por sua leitora Nelza Martins, que sempre posta comentários singulares, você pode até correr algum risco, certamente maior do que o vivido no problema inspirador de sua obra, se algum ou alguns de seus personagens acessarem seu texto. Mas, pensando melhor, acho que não, o que ocorrerá mesmo é o aumento de sua legião de admiradores.
Mande brasa...