Daquela nova geração de talentos, em 1968 apareceu lá em casa um compacto simples — para quem não conhece, pequeno disco de vinil com apenas duas músicas: de uma lado, “Bom tempo”; de outro, “Ela desatinou” — de um cantor e compositor desconhecido para mim. Disseram-me que se tratava de alguém com mais futuro do que todos aqueles cabeludos da jovem guarda: chamava-se Chico Buarque de Holanda.

Pouco mais de meio século depois, embora seja reconhecido em várias partes do mundo pelo conjunto de sua obra como cantor, compositor e escritor, com centenas de canções, cinco livros e tantas outras criações artísticas, Chico vem sendo apedrejado nas redes sociais, nas ruas, nos bares, pela mesma intolerância e ingratidão de que falava em “Geni e o Zepelim”.
Isso me faz lembrar a avalanche de pedras também lançadas sobre Pelé, no início dos anos 70, porque não usava de seu prestígio universal para denunciar torturas que aconteciam numa certa nação do faz-de-conta. Foi ainda apedrejado porque garantiu que seus conterrâneos não estavam preparados para votar. Nesse ponto, aliás, desde então quem é derrotado em eleições quase sempre dá razão a Pelé.
Quem apedrejava Pelé não se dava conta de que agredia um herói na acepção do termo, ou seja, alguém que mudava o rumo da história de uma nação e que será para sempre lembrado por seus feitos na arte em que reinava soberano.
Anos depois, João Saldanha, um dos mais respeitados jornalistas esportivos, ao ser chamado a opinar sobre a decisão do então treinador da seleção, Telê Santana, de cortar o atacante Renato Gaúcho — o jogador, junto com o lateral Leandro, caiu na esbórnia às vésperas da viagem para a Copa México 1986 —, foi pedagógico: “Eu não preciso dele pra casar com a minha filha, mas pra jogar futebol. E esse cara joga pra burro!”.

Com o tempo, essa criança foi vista chegando suada e veloz do batente, trazendo um presente para encabular seu pai. Eram tantas correntes de ouro que faltava pescoço para enfiar. Trouxera até uma bolsa já com tudo dentro: chave, caderneta, terço, patuá, lenço e uma penca de documentos pra finalmente o pai se identificar.
Essa criança cresceu. Homem feito, desiludido com o futuro da nação do faz-de-conta, um dia bebeu e soluçou como se fosse um náufrago, dançou e gargalhou como se ouvisse música. E acabou no céu como se fosse um bêbado a flutuar no ar feito um pássaro. A seu pai restaria a saudade, que doía mais que o revés de um parto ou arrumar o quarto do filho que já morreu.
Aos 75 anos, Chico — como eu ou você — tem o direito de fazer o que bem quiser da vida, inclusive o de vestir a camisa que lhe parecer mais confortável. Sabe mais que ninguém que os dois grupos que hoje dividem a cena política na nação do faz-de-conta acreditam estar sempre certos. Ou se está com eles ou contra eles. Cultivam a intolerância como consequência natural de suas convicções. Não têm adversários, mas inimigos.

Toda essa confusão pode acabar sendo a gota d’água. A qualquer momento, Chico pode pedir para deixarem em paz seu coração — hoje, um pote até aqui de mágoa! —, apagar a luz, bater o portão sem fazer alarde e desaparecer. E aquela esperança de tudo se ajeitar, pode esquecer.
De minha parte, já vai tarde e atrasado!!Traidor, enganou uma legião de fãs com sua inteligência privilegiada. A MÁSCARA CAIU!!
ResponderExcluirBelo repertório, Hayton!
ResponderExcluirÉ isso! Bobagem imaginar que nossos ídolos coincidam conosco em tudo. Maior bobagem, ainda, seria querer definir nossos gostos e valores como os únicos válidos.
Parabéns!
Franciscarlos Diniz, nosso amigo em comum, disse-me algo interessante por telefone:
Excluir“Chico, tal qual João, são a prova de que o sussurro pode falar mais alto do que o urro. Mas estamos cegos de ouvir.”
Vai passar. Tomara que nos sobrem os dentes.
belo texto Hayton, bela homenagem a um gênio da nossa música. Um dia em um show estava indignado com o atraso do Tom Jobim que parecia meio chuco ao entrar e gritei a plenos pulmões "gambá", certamente movido pelos meus valores de burocrata. Hoje vejo o absurdo que cometi ao desrespeitar um gênio. Até hoje sinto vergonha do que fiz mas felizmente me dei conta...
ResponderExcluirEnquanto vivemos, Fada, é possível evoluir. Perdão foi feito pra gente pedir, disse um poeta.
ExcluirComo disse Saldanha, não queríamos Joao Gilberto para casar com nossa filha, mas bem que poderia nos privilegiar um pouco mais com seu talento musical. Mas cada um é o que é.
ResponderExcluirACCampos.
Excelente e oportuno texto, Hayton. Muitos dos que o criticam hoje é porque não viram a banda passar cantando coisas de amor e nem se mirou no exemplo daquelas mulheres de Atenas.
ResponderExcluirVai passar, Manoel. Vai passar.
ExcluirEsse é o ponto... não podemos gostar apenas daqueles que parecem ou pensam como nós, afinal as divergências de pensamento e opiniões são aquilo que nos faz diferente dos irracionais.
ResponderExcluirE acima dessas questões, I velho Chico é um monstro.
Mais um belo texto que nos leva a pensar sobre o atual momento político!
ResponderExcluirA novidade, Que tem no Brejo da Cruz, esse nosso Brasilzão, É a criançada
ResponderExcluirSe alimentar de luz. Alucinados, Meninos ficando azuis, E desencarnando
aqui no Brejo da Cruz, esse nosso Brasilzão.
Eletrizados, Cruzam os céus do Brasil, Na rodoviária Assumem formas mil
Uns vendem fumo, Tem uns que viram Jesus, Muito sanfoneiro, Cego tocando blues. Uns têm saudade, E dançam maracatus. Uns atiram pedra, Outros passeiam nus. Mas há milhões desses seres, Que se disfarçam tão bem, Que ninguém pergunta, De onde essa gente vem. São jardineiros,Guardas-noturnos, casais
São passageiros, Bombeiros e babás. Já nem se lembram, Que existe um Brejo da Cruz, esse nosso Brasilzão, Que eram crianças, E que comiam luz, São faxineiros
Balançam nas construções, São bilheteiras, Baleiros e garçons
Já nem se lembram que existe este Brasilzão e que eram crianças e que comiam luz.
Esse também é o Chico que me interessa, o Pelé de retratar a realidade dos Brejos da Cruz do Brasilzão sofrido da Dengue, Zica e Chikungunya, que sequela milhares de crianças no nordestão, Brejo da Cruz de meu Deus, com microcefalia no atacado e sem ataques ministeriais. Esse Chico me interessa, não me importam também suas ideologias e religiões. Amo o Chico e sempre amarei por suas composições que, talvez, o Brasil, Brejo do Cruz de meu Deus, passe a respeitar somente depois que ele virar luz, como João Gilberto virou ontem.
Adorei a crônica.
Parabéns pelas paráfrases, Marcão. O último a sair apague a luz. Se houver tempo!
ExcluirChico, sem enveredar pela trilha ideológica, é uma referência para os que procuram um reflexão. Sua obra dignifica qualquer vivente. O texto prova isto.
ResponderExcluirSe nossos mitos precisam serem julgados que seja pelo que fazem de melhor, e não pelas suas ideologias.
ResponderExcluirSensacional !!!!!! Você conseguiu citar vários personagens ilustres da nossa cultura numa só crônica. Essa cultura que já foi destaque no mundo, hoje está na UTI, lamentavelmente. Sem dúvida o nosso Chico é a estrela maior dessa constelação que está indo literalmente para o céu. Parabéns, amigo..
ResponderExcluirSe superou, caro amigo. Essa crônica teria que ganhar maior publicidade, especialmente pela lucidez sócio política. Parabéns
ResponderExcluirFaça a sua parte, amigo, repasse o link para seus contatos. Valeu!
ExcluirBelo texto pai. Do banco de trás nas nossas inúmeras viagens de carro entre Recife, Maceió e Salvador, aprendi a cantarolar Chico. Anos depois me surpreendia quando professores da universidade católica de Pernambuco me ensinavam história e política por meio das letras de Chico.
ResponderExcluirQue meus netos, Breno e Camila, seus filhos, possam usufruir das histórias de Chico por muito tempo ainda. Podem começar por “João e Maria”, homenageando João Gilberto.
ResponderExcluirSe foi um artista com seu jeito manso rotulando o Brasil como o país da nossa nova.
ResponderExcluirPode ser que eu esteja errado mas é minha humilde opinião.
" Não vejo o Brasil como o país da nossa nova, vejo como o país do forró, frevo, maracatus, ciranda, samba e outros.
João Gilberto teve e sempre terá meu respeito e admiração por contribuir com grandes canções. Mas vamos devagar, sabe-se que a nossa nova teve sua assendencia justamente na roda dos afortunados e badalados jovens e intelectuais brasileiros que moravam e passeavam pela europa.
Nessa mesma época a Tropicália estava dominando o mercado brasileiro com sua alegre a descontraída música.
Quanto ao Chico, sem partido, sem preconceito eu respeito e até curto algumas músicas. Mas com ideologias crônicas e atuacoes partidárias para uso da lei Rouanet, só posso dizer"...
"Pai afasta de mim esse calise".
Adorei sua crônica, faz a gente ver como as opiniões divegem na estrutura cultural, sem preconceitos e ideologias.
Está cada vez mais contundente na abordagem dos assuntos.
ExcluirIndependente da religião, ideologia política ou excentricidade da idade, livrando das pedras, as genis que aprendemos a adorar!
Excelente crônica, Hayton. Desde a adolescência que descobri Chico, e não me canso de redescobri-lo. As pessoas que se perdem na esterilidade e no reacionarismo político e existencial não perdoam o brilho inapagável de nosso compositor-mor. Forte abraço do Sidney.
ResponderExcluir(Re)construção.Chico, tal qual João, é a prova de que o sussurro pode falar mais alto do que o urro num país que cansou de se ouvir.
ResponderExcluirFrancicarlos Diniz
Excelente crônica. Mesmo com todos os defeitos, cada pessoa tem suas qualidades,o que não se pode negar.Nem Cristo agradou a todos.
ResponderExcluirO mundo tá de cabeça para baixo e as pessoas só sabem criticar.Vamos ser autêntico, sem perder os conceitos da moral e educação.
ResponderExcluirUma crônica contundente e definitiva como a poesia de Chico. As pessoas estão cegas de tanta luz.
ResponderExcluirGrande Hayton: perfeita sua abordagem. Escrevi um artigo em 2009 bem nessa linha. Veja como nele expressei o meu ponto de vista: O tempo não para
ResponderExcluirWagner Gomes
Corre pela internet uma polêmica manifestação atribuída a uma psicóloga que, ao assistir ao filme sobre a vida de Cazuza, sente-se indignada com o movimento, por ela identificado, que atribui aos nossos jovens um errôneo culto a esse artista. Afirma, então, tentando destruir a tal mitificação, que ele era um marginal, um bandido mimado pela mãe, que satisfazia todas suas vontades e loucuras, um traficante, e por aí vai. Manifestava sua enorme preocupação, por ter sua filha assistido ao filme, e nos relata o trabalho que teve para convencê-la de que Cazuza não merecia ser reverenciado por ninguém. Usar drogas, participar de bacanais e beber até cair, não eram exemplos de vida a serem seguidos, tal como atribui ao filme a transmissão desses conceitos. Deixo de revelar o nome da psicóloga, por não ter certeza da autoria do texto a ela atribuído. No entanto, quem fez essa manifestação, não entendeu nada do filme e confundiu o papel do artista. O filme só foi feito porque Cazuza era um poeta inspirado, um homem de seu tempo, ao qual se debruça, como mostram suas letras. Ademais, a AIDS, ao atingi-lo, tocou num pânico social, que revelava o medo de cada um de nós de ser contagiado também. A forma como ele reagiu, a dignidade com que se portou, e as músicas que produziu, são a demonstração prática do belo ser humano que ele foi. Quem produziu tal texto, coitado, mesmo se atribuindo mestrado em psicologia, parece conceder ao artista o papel de educador, coisa que é papel dele, não do Cazuza, que apenas despertou a juventude para refletir sobre o mundo em que vivemos, para que não ficasse tão careta quanto certos pais. Creio mesmo que o seu sofrimento despertou uma maior consciência, estimulando o jovem a começar a usar preservativos e a descobrir os perigos ocultos na droga e na orgia, a partir de seu infeliz exemplo de como não se portar. Se a opinião dessa pessoa prevalecesse, imaginem o que seria de vários grandes artistas, como Beethoven, Tchaikovsky, Picasso e tantos outros - geniais, depravados, devassos às vezes – e, também, muito problemáticos. Seriam banidos e execrados! E hoje estaríamos impedidos de contemplar a monumental obra que deixaram. Qualquer um deles, certamente, não é modelo de vida pessoal a ser imitada. No entanto, pessoas como essa psicóloga têm seus valores. Isso é incontestável. Vejam como julgam com facilidade, cheios de verdade. Moralizam o mundo com suas malformadas crenças. Nem conseguem ver o valor da arte atingindo milhões de pessoas pelo mundo. Ficam apegadas a detalhes imaginários e acabam indo contra quem teve o mérito de provocar a polêmica. Fico pensando que, no fundo, quem escreveu esse texto deve ter uma puta insegurança pessoal, um medo enorme de que a vida rejeite o cabresto e se rebele, saia do controle. Só que ela ainda não percebeu que a vida não é cabresteável, nem disciplinada e muito menos obediente. E a própria vida disse não ao Cazuza. Não seria esse, por incrível que pareça, também, parte de seu legado?
Muito boa, Wágner.
ExcluirHá outro aspecto que influi no julgamento dessas pessoas: o fato de o artista ter para elas o papel de “líder espiritual”. Para quem transforma intelectuais e pensadores em gurus, a descoberta de seus supostos deslizes vira um choque. O ser humano precisa idealizar pessoas e situações. Dizem que isso é necessário para sua própria sobrevivência psíquica. Precisa de ídolos e precisa acreditar que há seres perfeitos, que vivem de modo santo. Quando informações maculando seus ídolos são veiculadas, a tendência é levar para o plano emocional e daí surge a indignação ou o repúdio.
E se o próprio intelectual se colocou a vida toda na posição de pregador – e julga que pode aconselhar a humanidade na maneira de viver – a descoberta de seus possíveis vacilos também será cruel. O que definitivamente não é o caso de Chico Buarque, que nunca quis ser líder espiritual nem na casa que dividia com Marieta Severo e as filhas.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirHayton, na verdade, seus belos textos dispensam até comentários, pois adjetivá-los, é tarefa hercúlea. Mas, parabéns, de novo, por suas produções interessantes até demais! fabulosas. Como você, amo fazer crônicas. Vida que segue. Lendo mais essa sua crônica, nos remete ao passado, no início de Chico Buarque. Aliás, o glorioso João Gilberto (por sinal, uma grande perda), quando no nascer da Bossa nova, sou de 1957, o ouvia, mesmo que em Colinas não tivéssemos esse acesso à MPB, considerada no princípio, música de bacana, mas ainda menina, ouvia esses ícones. E meu esposo 13 anos mais velho do que eu, gostava muito e eu ouvia também, consolidando assim esses gênios. Eu sou do tempo dos compactos, aquele disquinho de duas faces, do LP, o famoso "bolachão" como também o conheci; são boas lembranças nossas, e como é bom viajar no tempo pelas suas crônicas. Sabia que após ler a última, já fica a expectativa da próxima, acredita/ São leituras prazerosas de se ler. Chico foi sempre uma cara das questões sociais, do engajamento social. Suas letras tão bem feitas por ele. Uma pena porque ele tem produzido pouco, claro a idade também pesa, não é? Mas gostei da sua alusão a uma das suas músicas quando fala "pode ser a gota d'água". Pode escrever, que você tem aqui uma leitora cativa. Um abraço daqui do nosso velho e combalido Maranhão.
ExcluirLêda Tôrres
Sempre adorei Chico Buarque e mesmo divergindo de suas convicções políticas, continuo adorando sua arte. O texto me fez mais uma vez refletir, sobre como reagimos mal diante do diferente ou divergente. Excelente!
ResponderExcluirJackie
Muito oportuno o texto, consistente, digno das grandes redações. Parabéns. Adorei!
ResponderExcluirMuito bom saber que professores do seu filho ensinaram história e política a partir de músicas do Chico. Acredito que outros alunos continuam tendo esse privilégio e torço para que professores sigam a mesma trilha para que a riqueza da obra de Chico passe de geração a geração. E isso vale para todos nos6, pais, mães, avós e avôs, tios e tias, primos e primas, amigos e amigas, todos, enfim, que desejam e ajudam a construir um mundo menos intolerante, menos injusto, mais plural, com muito mais respeito. E com muito mais luz do que vemos nesse atual momento.
ResponderExcluirBelo texto. Todo respeito ao nosso poeta.
ResponderExcluirUma justa homenagem ao João Gilberto, o grande gênio da Bossa Nova, que para seu próprio desgosto nunca conseguiu boa progressão em seus relacionamentos interpessoais. Já no que se refere ao não menos genial Chico, faço mesuras ao artista, mas tenho sérias restrições ao seu ativismo político.
ResponderExcluirAh! Chico Buarque, o maior gênio que a música brasileira já produziu!
ResponderExcluirDe fato, Hayton, deuses como ele e Pelé não merecem receber qualquer crítica por humanidades que praticam. São, antes de tudo Deuses, ora bolas!
Grande Hayton,
ResponderExcluirBelo Texto, homenagem Justíssima, divido contigo este Sentimento. Obrigado pela expressão.
Vamos que Vamos
Respeito Chico como um gênio, com um dom especial para retratar a vida de maneira profundamente poética mas, como outros grandes nomes do mundo da arte, não o quero como ídolo, modelo ou exemplo de comportamento. Mas, ele pode, não?
ResponderExcluirÉtica é o respeito às diferenças. Sem ética não tem futuro. A humanidade sem ética não pode ser ela mesma. A ética determina escolhas e ações e sugere prioridades difíceis. Nada tem a ver com o julgamento dos outros. Tais julgamentos são prerrogativas dos moralistas. Na ética existe humildade., os moralistas acham que estão certos.
ResponderExcluirDemétrio Magnoli, em artigo de hoje ("O espelho não mente", FSP), traça um importante comparativo entre as polarizações extremas de que a sociedade é vítima e causadora, ao mesmo tempo. A pergunta "a obra é maior do que o autor?" já foi abordada por pensadores do quilate de João Pereira Coutinho ("Woody Allen, pedófilo?", 18/03/2014). Penso de modo análogo ao que Coutinho escreveu. Lamentavelmente, na polarização extremista que assoma, no cotidiano, muita gente esquece da obra e defenestra o autor, simplesmente porque não concorda (ou passou a não concordar) com aspecto de sua vida meramente pessoal (ainda que grave). Que chato que este mundo ficou!
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