Bolachas e marmotas
Todos os anos, pertinho do Natal, eu esperava na estação ferroviária o som do apito e o facho de luz que trariam minha avó materna, a quem chamava de Mãe (diferente de mamãe) porque ela nunca quis o prenome de “vovó”. Ficava por duas ou três semanas no Sertão paraibano, longe do sítio onde vivia, no Brejo, a duas léguas e meia de Itabaiana, onde nasci.
Ela chegava com o coração dividido, não entre a esperança e a razão, como na canção Borbulhas de Amor, cuja versão brasileira recebeu letra de Ferreira Gullar e imortalizada na voz de Fagner. Dividida, isto sim, entre matar a saudade da filha e dos netos e deixar para trás seu primo e marido, meu avô, que não arredava o pé do chão onde nascera por nada no mundo.
Devia lhe doer também afastar-se do ti-ti-ti (espécie de aboio para galináceos) com que espalhava milho e xerém ao redor da casinha de chão batido. Ainda era tempo de galinhas, pintos e pardais, de verde nos quintais, em que havia frutos num pomar qualquer de se tirar do pé, como Sivuca, seu vizinho de cerca durante a meninice, e Paulinho Tapajós diriam mais adiante noutra bela canção.
Ela não podia dar presentes caros aos netos, mas nunca deixou de levar uma sacola de broas escuras e cheirosas, embrulhadas num papel grosso, a que chamava de bolachas de leite. Evitava outros nomes pelos quais se conhecia a iguaria na região: bate-entope, bolacha preta, engasgador, mata-fome, soda ou sorda.
Imagens: álbum de família |
Os anos sessenta passaram ligeiros. Queiramos ou não, tudo passa. Coisas ruins, devagar.
Do moleque de ontem, buliçoso, chorão e contador de histórias (em que nunca se sabia onde acabava a realidade e começava o sonho), sobrou quase nada, exceto o gosto pelo exagero ao contar o que via ou ouvia, o que levou sua avó, certo dia, a questionar:
– Repare, minha filha, esse menino é cheio de marmotas! A quem será que puxou?
– Não sei, Mãe, só sei que ele é assim... – arremedou, sem saber, Chicó, personagem da peça teatral O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.
Marmota, no caso, não era o mamífero roedor comum na América do Norte, Ásia e Europa, que vive em tocas no subsolo e hiberna durante o inverno. Era uma gíria usada para se referir a alguém atrapalhado, esquisito, presepeiro, dado a artimanhas. Nada a ver comigo, mas quem "desrespeitaria" a opinião dos mais velhos?
No Natal de 1976, elegantemente penteada, vestida e cheirando à colônia Contouré, lá estava Mãe na Capela do Bom Pastor, em Maceió/AL. Assistiu da primeira fila ao neto ajoelhado aos pés da Santa Cruz com a namorada, que tentava esconder a barriga com um buquê de flores. Poderia ter dito: “Eu não falei que ele era cheio de marmotas?”. Mas silenciou.
Doze anos mais tarde, eu já morava em Brasília/DF, vi meus filhos aos beijos e abraços com minha sogra, a avó deles, ganharem alguns brinquedos eletrônicos. E me dei conta de que a felicidade não era maior do que a minha quando diante das bolachas de leite.
Em pouco tempo, chegou a notícia de que Mãe falecera de repente (uma forma antiga de não determinar a causa). Já fora até sepultada. O travo na garganta e duas ou três lágrimas não preencheram o vazio que se instalou dentro de mim. Mas passou. Queiramos ou não, tudo passa.
Outro dia, descobri na Feira de Ceilândia – espaço criado no Distrito Federal, em 1971, para reduzir a ocupação de áreas próximas ao Plano Piloto – que as bolachas que tornaram bem mais doces meus primeiros dezembros ainda são fabricadas artesanalmente no Nordeste e não levam uma gota de leite sequer. São feitas de farinha de trigo, mel de rapadura, manteiga e especiarias (cravo, canela e gengibre).
Já na primeira mordida, a mesma sensação de quase seis décadas atrás, com um ingrediente adicional: a lembrança do gesto largo com que Mãe, com seu olhar cintilante sob duas respeitáveis sobrancelhas e seu sorriso iluminado, abraçava cada neto na fronteira entre a expressão de um amor incondicional e a fratura de costelas inocentes.
Chega um dia em que a nossa lista de desejos para o Natal se reduz a cada ano, até que tudo aquilo que queremos é alcançar o próximo dezembro com as dores e os rancores sob controle, o que não se consegue no shopping nem parcelando no cartão de crédito.
É quando nos damos conta de que não existe amor mais despretensioso e puro do que o de uma avó por seus netos. Por isso, Mãe, o meu único desejo agora é bem modesto: que a senhora, de onde estiver, possa ver o quanto uma bolacha de leite ainda é capaz de mexer com o coração de um neto já cheio de netos, e ainda cheio de marmotas.
De fato, as "mata fome" de hoje, feitas em panificadoras, não levam nas receitas alguns ingredientes que as feitas nas "casas rurais do passado". Por este motivo faltam o gosto e cheiro. Feliz Natal. Que em 2024 continuemos sendo presenteados toda quarta-feira com belos textos, transformandos em livro no último trimestre.
ResponderExcluirSerá que faltam o gosto e o cheiro, Ademar?! Ou estão apenas guardados na memória, à esperada da primeira mordida, hein?!
ExcluirSoda. Conheci como soda e depois de muita busca consegui há algum tempo que um amigo me mandasse do Ceará por Sedex e portanto posso endossar como uma bolacha de leite é capaz de mexer com um coração. Que seu Natal seja tão abençoado e bom quanto abraço de vó. Dedé Dwight
ResponderExcluirQue o nosso Natal, Dedé! O querer é recíproco.
ExcluirQue bela crônica, transformando fatos corriqueiros num belo conto.
ResponderExcluirMuito bom Hayton. Parabéns!
Bela crônica. Bateu uma saudade de minha vó, a quem tambem chamava de Mãe, mãe Zefinha! Ela também saia de Afogados da Ingazeira, no lombo de um burro e andava 7 léguas, pra visitar os netos em Solidão-PE, divisa com a Paraíba. Alguns costumes, falares e sabores nos são comuns. Sua cronica me trouxe saudosas lembranças...
ResponderExcluirEu espero no portão a soda da Mãe chegar neste natal. A soda da Mãe é o cuidado e afeto do jeito que se sabe conjugar, sem pretéritos ou participios, só o presente. Imagino a Mãe cozinhando as broas e pensando na viagem. Imagino a Mãe no trem, dizendo orgulhosa que ia ver os seus. Afinal, era Natal. Imagino o quão nosso Natal será realmente Natal, se nos dedicarmos a cozinhar umas sodas, pra acalentar e aquecer corações dos nossos amados. Naquela soda existia o trabalho dela, o esforço em produzir uma gostosura. Obrigado Mãe por aquelas sodas que alimentam nossa alma de esperança.
ResponderExcluirNão tive vó viva. Deu vontade de chorar. Lindo!
ResponderExcluirLembrei também de minha vó Zefinha, que morava a 200 metros de nossa casa. Também dava bolachas e cheia de amor pelos netos. Nessa crônica, Hayton se superou em tudo: inteligentemente e docemente, misturou saudades, família, amor, volta ao passado, Natal, ambiente rural e muito mais. Li seu texto com muito prazer e, com emoção, me ajudou a voltar ao meu passado saudoso.
ResponderExcluirQue lindo texto! Eu me comovo porque sou avó, mas, diferentemente da sua que não sentiu o gostinho delicioso de ouvir”vó!” na voz do neto, afirmo com toda certeza: ouvir “mãe” na voz das filhas, é bom, é uma emoção enorme; ouvir “vó!” na voz de netas (são só mulheres)lé maravilhoso, mas ouvir “bisa” ou simplesmente “bi” ou “minha bisa”, ah! Isso não tem preço.
ResponderExcluirMas que bom que você teve a felicidade de poder partilhar com ela momentos inesquecíveis até porque sem eles nós não seríamos agraciados com essa bela e saudosa crônica de Natal.
Nelza Martins
Voltei no tempo... não deu pra segurar umas " lagriminhas"...A " Dêda", neta mais velha, dormia na cama com ela, aproveitando esse tempinho que passava em nossa casa, todos os anos. Sentindo aquele cheirinho de talco, misturado com óleo de cabelo...Felicidade é quando os primos distantes dizem que pareço com ela... Saudade...
ResponderExcluir“Sabor da infância” meu amigo, é o que você encontrou na bolacha engasgafora. Assim designo as delícias que encontro, as vezes, como aconteceu com você, as comidas que alegraram a minha infância também muito regrada, dificultosa.
ResponderExcluirLembranças maravilhosas. Figura da avó com destaque na vida. Amor total em forma de gente. Mãe duas vezes. Daí o exagero no abraço quente e apertado. Nostalgia pura. A época é bem propícia a tais exercícios. E com bolacha de leite...
ResponderExcluirRoberto Rodrigues
Me deu saudades das minhas avós ao ler esta bela crônica do menino buliçoso. Adoro este termo que já vi em várias crônicas suas, Hayton.
ResponderExcluirVocê me fez lembrar da vó Maria, mãe do meu pai. Ficou viúva antes dele nascer. Trabalhou como cozinheira de hotel e doméstica na casa paroquial de Marcelino Ramos pra sustentar os filhos. Morava em nossa casa, onde só aparecia à noite pra descansar. Ficava num cantinho da casa, na penumbra, tomando uma caipirinha de limão galego. Não fazia broa, nem soda, mas me dava um golinho da caipira escondido. Só porque eu era o neto mais velho e boca de siri: não contava pra ninguém. Também morreu “de repente”, quando eu tinha 13 anos. Me escondi na casa de um amigo pra não ir no enterro, não tinha a menor condição psicológica de ver enterrarem a vó Maria.
ResponderExcluirObrigado por me fazer reviver tantas lembranças.
Acho que sua vó Maria merecia vê-lo num dia chuvoso como hoje tomar uma caipirinha de limão galego, olhar para o céu e orar: "Cê viu o que cê fez, vó!"
ExcluirÓtima ideia, amigo! Hoje chove muito em Brasília. E deu saudade do “limão galego”! Abraço
ExcluirInfelizmente não tive convivência com nenhuma das minhas avós, mas o texto foi tão bem escrito que permitiu-me interiorizá-lo e ter noção de tão puro deve ter sido o sentimento desses momentos ímpares que fizeram parte da sua trajetória. Hoje, na qualidade de avô, tento fazer com que os momentos passados com os netos tenham o melhor significado, para, quem sabe, no futuro, possam ter flashes de recordações como as aqui descritas nessa bela crônica natalina real.
ResponderExcluirNao tenha dúvida, Fernando, de que seus netos guardarão boa memória afetiva da convivência com esse avô babão. Muda apenas a bolacha de leite.
ExcluirIsso não é uma crônica, isso é caçoar cheio de nostalgia, faz a gente regressar às nossas raízes e correr lágrimas de saudades de
ResponderExcluirnossos avós.
Ticiano Félix.
Hayton, sua disciplina me assusta e não tem nenhuma relação com “marmota”, que nosso amigo Antilhon Saraiva, um piauiense dos bons, usa e colocou no meu vocabulário, sempre pra definir algo sem sentido e injustificável. Cada qual com sua “marmota”. De vó tenho poucas lembranças, caçula de nove filhos, de pais caçulas que me deram quase uma dezena de tios, cada um, e a distância no tempo entre a chegada ao Brasil nos 1910 e 1916, dos meus avós, até o meu nascimento em 1953. Sobrou as iguarias produzidas por Dona Laura, minha saudosa mãe, que carregavam as marcas saborosas das receitas da vó Antônia e da vó Miquelina. Tenho certeza que pelo talento da Dona Laura, nada deviam às originais. Obrigado por me fazer lembrar.
ResponderExcluirLindo texto, que também evoca minha infância, em lugar bem distante! Tanta infância…
ResponderExcluirEntendo perfeitamente!
Acho que Nelson Rodrigues disse (se não disse, deveria!) que o homem só gosta do que comeu em criança. Com os exageros de NR, uma verdade.
A memória! É o sorriso da vó, o aboio da broa, ambos a atrair os netos, ambos a gerar histórias. Cheiros, sorrisos no rosto criança, soda, sodade, lembrança
ResponderExcluirÉramos felizes com pequenas coisas, mas de um tamanho enorme. Até ver a vó era difícil, mas como era bom. Às vezes nem presente vinha, mas o abraço e o colo valiam a vida. Pena que tudo passa!
ResponderExcluirO tempo passa, mas as lembranças de um lugar cheio de amor, jamais psssarão.
ResponderExcluirEra uma época romântica, sem eletrônicos, aonde a felicidade não dormia, vivia de plantão, como uma premonição de que tempos depois, poderia faltar.
Época de pés descalços, bem firmes no chão de poeira. Época de cabeça nas nuvens, sonhando com um eldorado que se achava longe, mas que estava ali, no chão de terra batida, e no coração das tantas mães, carmelitas e juremas, a abrirem seus braços fartos de amor, a abrigarem corpos suados de alegria, fartos de felicidade!
Dessas coincidências maravilhosas que a vida nos proporciona, chamava-se Carmelita a personagem da crônica de hoje, tal como a mãe de meu querido amigo.
ExcluirPrecisa-se, Big Bob, convencer mais pessoas no mundo de hoje a conjugarem o verbo “Carmelitar”: eu carmelito, tu carmelitas… eles, um dia, carnelitarão. Graças a Deus!
Sou seco de vó. Uma lástima de gente, portanto. Desprovido de memórias desse quilate, no entanto, reconheço a potência, não só da "madaleine", mas dos cheiros de vó, que outra coisa não pode ser: cheiros de amor.
ResponderExcluirDe fato, chega um dia em que nossa lista de desejos para o Natal se reduz a cada ano, especialmente quando já estamos rodeados de netos. Neste Natal, celebremos, pois, com muita alegria o nascimento do Menino Jesus e que Ele nos permita alcançar o próximo mês de dezembro com todas as dores e os rancores sob o mais absoluto controle. Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirBela homenagem. A exemplo da sua "mãe", relembrei de mamãe Rosinha, minha querida e saudosa avó materna, que andava légua e meia pra lá e idem pra cá, só para levar mimos para o magote de netos.
ResponderExcluir- Terezinha, minha fia, está bom de parar de ter tanto minino! Era uma das formas de controle de natalidade. Pela quantidade de irmãos, o conselho nunca foi seguido.
Parabéns Hayton por trazer, em época tão propícia, lembranças tão caras.
Terminei de ler essa crônica sentado no colo da minha avó Angelina, saboreando as delicias que ela fazia. Que sensação maravilhosa. Valeu, Hayton. Abração.
ResponderExcluirGradim.
Cheiro de amaciante na roupa. Um bolo no forno. A risada de uma criança. Fim de tarde alaranjado. Um cochilo de tarde.
ResponderExcluirUm papo sem pressa com alguém que a gente confia.
A vida é deliciosa quando a gente resolve amá-la nos detalhes.
Muito bom. Muitas coisas em comum nas minhas lembranças.
ResponderExcluirTambém chamava minha avó de Mãe e minha mãe ainda chamo de Mamãe. E ficava muito feliz quando Mãe apontava na curva da estrada a pé mesmo, pois onde morava o trem não passava. E sempre trazia umas saborosas broas de milho...
Acho até que já postei aqui, prefiro emitir algum comentário só após ler algumas dezenas dos já registrados. Eles não só me ensinam, também me inspiram.
ResponderExcluirSó que hoje - a exceção existe pra confirmar a regra geral - não dá pra esperar.
Não bastou a inconfundível veia poética - "ainda era tempo de galinhas, pintos e pardais, de verde nos quintais" - , você estraçalhou corações, o meu em primeiro lugar, ao produzir uma verdadeira obra-prima, no ramo crônicas.
De resto, não sei se já falei aqui, sou avô babão assumido, com relação mais que apaixonada pelos três netos, condição reconhecida e retribuída por eles, o que me derruba ainda mais.
E isso me faz entender e ficar ainda mais convicto da importância dos avôs na vida de uma pessoa, pois é forte em mim, cada vez mais, a frustração por não ter conhecido nenhum avô nem avó, todos se foram antes de eu me hospedar neste nosso Planeta.
Os amigos até comentam essa característica minha, a frustração que, vez por outra VOLTO A COMENTAR.
Por fim, amigo, orgulhe-se fortemente, no ramo Crônicas é preciso procurar, vasculhar com lente produzida através de IA para encontrar alguma desse nível.
Que 2024 lhe mantenha assim, já que melhorar é rigorosamente impossível...
Minha vó usava muito esse termo marmota, tipo: “ lá vem você com suas marmotas” não é à toa quando digo que você me faz voltar no tempo e trazer-me ótimas lembranças.
ResponderExcluirA crônica de hoje é um presente de Natal, como as bolachas da Mãe. Assim como muitos aqui, também voltei à infância e reencontrei minha avó paterna, Mãe Ciana. E mais uma vez Hayton junta afeto e sabores, produzindo aquilo que não se encontra em nenhum shopping nem se adquire com cartão de crédito. Bênçãos do Menino Jesus para todos nós, descendentes felizardos das Mães amorosas.
ResponderExcluirVerdadeiro presente de Natal para nós seus leitores. Senti até o gosto da soda(bolacha), já que a outra( refrigerante) não me apetece. E lembrei de um amigo que fala sabiamente: a melhor comida do mundo é a de Vó. A lembrança da minha avó é a bala Puxa Puxa, feita artesanalmente, de rapadura.
ResponderExcluirParabéns por mais um texto publicado. Desci aos tempos de infância e revivi bons momentos. Até o próximo.
ResponderExcluirNatal,tempo de reflexão...Hoje,precisamos apenas de Saúde e Paz o resto,é resto
ResponderExcluirBelíssimo texto! Belíssima crônica, cheia de sentimentos que fazem a vida valer a pena! Diniz.
ResponderExcluirÓtimo texto. Traz o real da vida, nossos desafios, medos, amores, alegrias com os quais convivemos, que Nos fazem serem humanos de carne e osso, externando nossos sentimentos.
ResponderExcluirMinha vó, era com os ximangos
ResponderExcluirAguilar
Mais um ótimo texto, onde lembramos que os detalhes de nossa infância são alicerces do que nos tornamos e do que passamos para nossos filhos. Um Natal maravilhoso pra vc, Magdala e todos os seus.
ResponderExcluirAlgumas coisas não se aprende. É dom de Deus! A sua capacidade de escrever com a profundidade do amor de vó, a leveza de quem sabe criar "marmotagens" e com o pleno domínio das palavras que vão atingir em cheio o coração dos leitores, nos encanta mais a cada texto publicado. Marina.
ResponderExcluirIsso, meu Amigo!!! quanto uma bolacha ainda mexe com o coração... E vai mexer sempre. Avó (Mãe) não morre nunca. Apenas muda de lugar. Durante a leitura de sua bela crônica, lembrei de Ziraldo, quando fala da alegria de criança. Grande e pequenininha. Realmente, é a mesma, tanto fazendo ser uma bolacha de leite ou um Iphone. Não podia esperar expressão mais contagiante de amor e saudade, vindo de você, um incorrigível e admirável amoroso. Penso, que, ao concluir essa belíssima leitura, fica guardado na alma, um desejo quase incontrolável de "voltar para casa". Lá o jardim era lindo e grande. Tenho que voltar logo, antes que ele encolha.
ResponderExcluirAbração!!!
Saúde, Paz e muitas belas crônicas.
Mário Nelson.
Ler um texto desse
ResponderExcluirÉ me sentir dentro dele
É ter ousadia de querer dizer
Que foi escrito para mim
Porque vivi tudo isso
Semelhante é obvio
Mas, me vejo vendendo
Cocada de coco
Pirulito de agua e açucar
Agua de quartinha
Picolé de saco plastico
Feito em geladeira a gaz
Tudo que me minha mãe fazia
E dizia,
Filho, venda e aprenda
Ser um homem responsavel
E valorizar o fruto do seu trabalho
O palco desse cenario que relato
Era a estação ferroviaria de
Itabaiana Paraiba,
Onde os trens na epoca
Faziam intregraçoes
Para quem viajava
Para Recife/João Pessoa
Campina Grande/Natal
E, até para Fortaleza.
Sou nativo de Itabaiana,
Apesar de lá ter
Partido aos 16 anos
Porque tinha concluido
O curso ginasial
Onde lá era o limite
E eu queria continuar.
Parabens, parabens, parabens
Lando Araujo.
Bolacha de leite. Conheço também como bolacha morena. A melhor é paraibana. Tem em São José da Mata, pertinho de Campina, numa padaria na margem da BR. Parece demais com as antigas.
ResponderExcluirHoje, você se superou na arte de nos emocionar com singelezas que nos levam aos bons tempos de nossa infância e do aconchego dos avós!
ResponderExcluirFelizes nós que pudemos viver momentos tão simples e marcantes no interior do Brasil. Com algumas variações de dizeres e sabores, foram tão intensos e prazerosos, que décadas depois, estão vivos em nossas memórias e constituem parte importante do que hoje somos.
Quanta sabedoria, excelente!
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