O insubordinado beijo da paz
Uma relíquia fotográfica de lábios travados na efervescente Times Square, coração de Nova Iorque, virou o epicentro de uma polêmica no Departamento dos Assuntos de Veteranos dos EUA, no mês passado. Proibiram a exibição do retrato pelos corredores sagrados dos prédios federais, alegando que o flagrante destoa dos "valores" da instituição.
Fotografia: Alfred Eisenstaedt/Life |
Em memorando tão pomposo quanto um convite para a cerimônia do Oscar em Hollywood, foi anunciado: "Esta medida, senhoras e senhores, é impulsionada pela nobre causa de reconhecer que a fotografia retrata um ato não consensual, desalinhado com nossa política de tolerância zero a assédio e agressão sexual”.
A imagem icônica, de 14 de agosto de 1945, capta o momento em que a enfermeira Greta Zimmer é surpreendida com um beijo mais animado do marinheiro George Mendonsa, na euforia pela rendição japonesa que marcou o término oficial da Segunda Guerra.
Ele que, durante o beijo, correu sério risco de um joelhaço entre as pernas, curtia folga no dia em que foi eternizado anonimamente pela revista Life. Passou anos garantindo ser o cara da foto, algo só confirmado décadas depois com o uso da magia do reconhecimento facial. Ela, por sua vez, nunca protestou contra aquele flash e, mais tarde, até se tornaria amiga de Rita, esposa dele.
A controvérsia esquentou quando um tal de Denis McDonough, o chefão dos Assuntos dos Veteranos, buscou a arena midiática para esclarecer que a imagem não havia sido banida, mas sim temporariamente removida para avaliação. Segundo ele, a foto seria recolocada, sublinhando o respeito pela história, mesmo que seu conteúdo desperte debates modernos sobre consentimento.
Ao lembrar do arsenal de imagens de tantas guerras em que os EUA meteram os pés pelas mãos peludas, sobretudo com propósitos econômicos, soa hipócrita condenar a foto de um beijo – ainda que furtado – em vez de tantos outros atos bem mais condenáveis. Afinal, beijar é só um gesto sabiamente desenvolvido por algumas criaturas para estancar uma prosa quando as palavras (ou os gorjeios, miados, latidos, rugidos, uivos e afins) se tornam desnecessárias.
É essencial, portanto, distingui-lo da gravidade do assédio ou agressão sexual. No Brasil, o movimento “Não é não”, criado em 2017 por um grupo de cabeças iluminadas para dar um chega pra lá em qualquer mão boba nos blocos do Carnaval carioca – mais de 4.000 adesivos foram distribuídos entre as foliãs naquele ano – ganhou um reforço com a aprovação de uma lei que põe um freio no assédio em locais como bares, boates, restaurantes, shows e outros lugares fechados onde se vendem bebidas alcoólicas. Fico em dúvida sobre se em locais fechados que não vendam bebidas alcoólicas a prática será tolerada.
E se o objetivo é garantir que o público feminino não passe por qualquer constrangimento ou violência nesses ambientes, lamenta-se que nada se diga acerca de locais “abertos” onde se vende outros tipos de drogas psicotrópicas que atuam no sistema nervoso central, mudando o comportamento de quem consome.
A lei 14.786, ou a lei do “Não é não”, segue o exemplo da norma em vigor na cidade espanhola de Barcelona, aplicada ao caso envolvendo Daniel Alves, ex-jogador da seleção brasileira recém-condenado a 4 anos e meio de prisão por estupro numa boate.
Quanto ao protocolo que entrará em vigor no segundo semestre deste ano, os estabelecimentos deverão exibir, em local visível, como puxar o freio de emergência da lei, além de adotar mecanismos para afastar a vítima do agressor e colaborar para identificação de possíveis testemunhas, garantindo o acesso às imagens das câmeras de segurança pela polícia e pelos envolvidos nos incidentes.
Busca-se evitar dois tipos de agressão: o constrangimento, que abarca qualquer insistência, física ou verbal, sofrida por uma mulher depois de manifestada a sua discordância, e a violência propriamente dita, que tenha resultado em dano, lesão ou morte. Além das boates, bares e casas de shows, ambientes com competições esportivas também se enquadram na legislação. Só não vale para cultos e outros eventos realizados em locais de natureza religiosa (tenho ligeira desconfiança sobre o motivo!).
A nova medida complementa a lei 13.718, de 2018, que criminaliza a ação na ausência do “sim” consentido. No pacote estão atos de importunação sexual (definida legalmente como a prática de ato libidinoso contra alguém sem a sua anuência “com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiros”) e a divulgação de cenas de estupro, nudez e sexo. Quem for pego com a boca na botija, vai encarar de um a cinco anos de xadrez.
Como não ficou claro se beijo furtado será visto como ato libidinoso, aqui vai minha provocação aos ilustres legisladores e juristas: se for para selar a paz e pôr fim a quaisquer guerras entre humanos, que se distribuam beijos a granel, independentemente de gênero, classe social, cor de pele ou religião. Chega de drones, mísseis ou, pior, alguns memorandos!
Assunto polêmico que não se acaba nem fica pouco. E você conseguiu, novamente, tratar de maneira leve, jocosa e nada sutil.
ResponderExcluirMuito bom…..
ResponderExcluirPara este "matuto" entre os problemas atuais encontramos a criação de leis e regras proibindo atos que causam danos menores assim como a criação de normas que flexibilizam práticas condenáveis. O texto flagra muitas situações que dispensam controles externos.
ResponderExcluirCaramba !!! Hipocrisia com retroatividade, por um fato clássico e consagrado. É demais pra meu raciocínio.
ResponderExcluirExcelente sacada. Os símbolos mudam.O significado não é a realidade que ele designa, mas sua representação, é o que quem emprega o signo entende por ele. O significante é o veículo do significado, que é o que se entende quando se usa o signo, é sua parte sensível e isso muda, sim, na medida em que mudamos e com isso mudamos o mundo. A busca pela paz é eterna. Dedé Dwight
ResponderExcluirDizem que os políticos do interior da Paraíba estão tentando incluir na lei a proibição de dedada e beliscão no monossílabo durante comícios em becos estreitos.
ResponderExcluirMãos um excelente texto do Hayton. Leve e reflexivo.
ResponderExcluirSai a foto do beijo roubado e não reclamado, entra a foto de famoso cogumelo de fogo, mais afim aos valores daquela nação... pronto, generalizei... antes de coronelizar. Falta do que fazer, diria minha saudosa mãe. Mais um tema muito bem desenvolvido, Hayton. Parabéns!
ResponderExcluirConcordo ! Chega de mísseis e drones ! Existem traficantes e tráfico que não se incomodam em violar a lei , criminosis cuja punição é mais urgente do que um beijo roubado em uma boate . Daqui o beijo necessitará autorização por escritura pública lavrada em cartório! Ótima crônica !
ResponderExcluirParece-me que a realidade é que a cultura, seja interna no lar, no meio social vão dando aos rapazes e homens tais comportamentos abusivos.
ResponderExcluirTexto perfeito. Repleto de interpretacões e cheio de dicas para os estudiosos, debatedores e relatores dos diversos projetos e leis. Estas com muitas brechas e de interpretacões dúbias. Basta olhar para algumas decisões onde rasgam a Lei, recosturam as normas, reavaliam, punem e depois tentam nova interptretação. E aqui tiro o chapéu para os operadores do Direito que analisam, estudam, e buscam interpretar e sensibilizar os doutos julgadores. Não sei se racham, lavam ou se decidem em velocidade de um veículo 1.0 ou de um *jato* supersônico. Atenção especial para lavagens a seco.
ResponderExcluirVoltando aos beijos roubados, permitidos ou não, tomemos cuidado com as diversas tecnologias quando em paqueras/namoros virtuais pois os emojis já estão sendo utilizados como prova do crime.
Bora simbora em busca da paz mundial em todos os sentidos.
Que chegue logo a próxima quarta para nosso deleite nas belas Crônicas.
Excelente crônica, Hayton.
ResponderExcluirUma aula sobre os mais diversos assuntos, pesquisados cuidadosamente a cada nova crônica, religiosamente postada às quartas-feiras, e tratados com uma leveza peculiar.
ResponderExcluirTexto leve e gostoso de ler, tratou de um polêmico nos dias atuais de forma elegante e muito sutil. Parabéns! Aguardo a próxima quarta-feira.
ResponderExcluirMuito importante debruçarmo-nos sobre tema tão atual e que, infelizmente, faz-se tão presente hoje em dia. A tolerância zero vem como resposta exatamente ao crescente número de ocorrências. Mesmo dada a relevância do assunto, iniciativas hipócritas, como a narrada nesta crônica, também vêm à luz. Faz parte e serve para as rodas de discussão. O escrito, mais uma vez, trouxe-nos criticidade. Um olhar mais atento para o mundo e seus reveses criados pela principal obra do Criador: nós mesmos. Excelente.
ResponderExcluirVale a reflexão!
ResponderExcluirAcho que todos os “exageros” (no controle, na regulação) devem ser perdoados, em nome de uma efetiva mudança cultural.
Mas que a terra está ficando cada vez mais chata, isso está!
Isso mesmo! Concordo plenamente!
ResponderExcluirHayton, além da inspiração, imagino a transpiração em pesquisas e buscas variadas para "parir" um texto tão rico. Show da quarta continua!
ResponderExcluirEles constroem a bomba, utilizam mais de uma bomba e ainda ganham o Oscar com o filme sobre a bomba. Depois chegam com essa historinha do beijo. Hipocrisia pouca é bobagem!!
ResponderExcluirÓtima crônica.
ResponderExcluirChama-me atenção a hipocrisia porque este beijo retrata a felicidade do fim de uma guerra mundial. Em Sarasota, na Flórida, há uma estátua belíssima, com 8 metros, reproduzindo este beijo, bem como em Normandia, San Diego, Pearl Harbor e New Jersey. Talvez tirem esta foto e ponham de uma criança em qualquer das guerras por eles apoiadas.
Maravilhosa crônica sobre uma das fotos mais famosa de todos os tempos. Não menos famosa é a foto da garota Napalm correndo nua e chorando com medo das bombas, no Vietnan. (Emilton Rocha)
ResponderExcluirQue coisa chata esse patrulhamento: tudo agora é assédio. E ainda tem as ameaças: aguarde o processo! A paquera hoje está difícil. Cruz credo!
ResponderExcluirParabéns pela crônica.
O tema é polêmico, sem dúvida... Toda norma, quando foge do considerado "normal", gera conflitos de interesse. Neste mundo dito "moderno", muitas situações podem parecer estranhas. Não precisamos ir longe, basta olharmos imagens de "protestos" em ambientes universitários ou certas "paradas culturais", sem deixar de incluir os inúmeros "atos duvidosos" que podem ser vistos durante o carnaval...
ResponderExcluirÉ cada vez mais difícil se expressar, seja oral ou textualmente, seja em gestos, sem ter a sombra dos "olhos que tudo veem" e condenam. Censura-se o presente o passado e o futuro. Haja paciência para conviver nesses tempos onde os limites são de acordo com a conveniência de certas patrulhas. Bela crônica de reflexão!
ResponderExcluir"... Afinal, beijar é só um gesto sabiamente desenvolvido por algumas criaturas para estancar uma prosa quando as palavras..." Gostei desse trecho da ótima cronica. As palavras muita vezes sao desnecessárias mesmo. Sem falar que, vez por outra, gera desentendimento , ruido na comunicação. Pra evitar bate boca, bom mesmo é beijar, bem muito. Pra terminar, gostei mais ainda dessa parte: "... se for para selar a paz e pôr fim a quaisquer guerras entre humanos ..." Havia um primeiro ministro russo, o Brejnev, que tinha habito de beijar na boca ( eca! e o bafo?) dos lideres mundiais da época; Miterrand da França tambem... Pode dar certo, veja que nao houve Guerra entre franceses e russos nessa época.
ResponderExcluirVivemos, hoje em dia, uma situação de muita insegurança em relação a poder dizer o que realmente pensamos ou o que realmente sentimos. Basta abrirmos a boca para sermos "rotulados". As discussões e os ânimos estão cada vez mais exacerbados e exaltados. Os argumentos, sensatos ou não, não são mais ouvidos. São simplesmente rechaçados. É tempo de "revisionismos" e de medo. O que percebo é que, respeitadas as exceções, cada vez mais as mulheres não conseguem entender e se fazer entender pelos homens. E, por isso, se defendem! Já com os homens, respeitadas também as exceções, acontece a mesma falta de compreensão em relação às mulheres. E, por isso, agridem! Estas diferenças de comportamento, de origem meramente biológica, fazem com que, cada vez mais, sejam criadas legislações específicas, que contrariam "a lei natural das coisas", como a compreensão, o afeto, a empatia, o respeito, a educação, o exemplo, o bom-senso, a confiança, a tolerância, a gratidão, o zelo, o "saber ouvir", a paciência, e por aí vai. Houve um tempo em que os homens simplesmente dominavam. As mulheres praticamente não tinham voz, nem vez. Não podiam nem votar. E nem fazer concurso para o Banco de Brasil. Este tempo não pode voltar, nunca mais. Mas, houve um tempo em que, quando um homem e uma mulher percebiam que, o que sentiam um pelo outro, os fazia sentirem necessidade de ficarem juntos, eles se completavam. Um não era mais, nem menos que o outro. Sou desse tempo!
ResponderExcluirBelas provocações em forma de crônica!
ResponderExcluirÉ preciso pensar permanentemente e tentar evoluir.
Vez ou outra corre-se o risco do exagero e da hipocrisia. Mas se houver de fato a intenção de ser mais justo, logo se corrige o rumo.
Pior, na minha percepção, é deixar tudo como está porque sempre foi assim.
Belo texto! Ótima reflexão sobre tema tão controverso, a partir de uma relíquia fotográfica que representa a mais pura demonstração de felicidade de um marujo com o fim da Segunda Guerra Mundial.
ResponderExcluirA guerra tem muitas imagens. À paz, a pomba e um beijo imortalizado. Agora tiram o beijo. Pobre pomba para lutar sozinha com as infindáveis imagens das guerras.
ResponderExcluirParabéns por mais um texto. Grande abraço.
ResponderExcluirEntendo que não é não e ninguém tem que sair por aí passando a mão e beijando outrem sem prévio consentimento.
ResponderExcluir.
Mas, há caretice, hipocrisia ou alguma dose de intolerância em se retirar a tal fotografia da exposição, pelo simples fato de não ter sido autorizada ou consentida. Aquele foi um momento histórico e o beijo, longe de ter sido roubado, foi muito mais espontâneo que qualquer outra manifestação. E, de certo modo, acredito que também consentido.
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Do jeito que a coisa vai, alguém vai mandar apagar o painel “Beijo fraternal socialista”, pintado em um pedaço conservado do muro de Berlim, onde os líderes Mikail Gorbachev e Erich Honecker se beijam.
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Provavelmente alguns dirão que ali foi um beijo entre amigos, outros dirão, nada disso, ali foi mesmo um beijo gay. E beijo gay não pode.
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O patrulhamento anda tão grande, e olha que já faz algum tempo disso, que na canção Pai e Mãe, Gilberto Gil “se justifica”:
“Como é, minha mãe?
Como vão os seus temores?
Meu pai, como vai?
Diga a ele que não se aborreça comigo
Quando me vir beijar outro homem qualquer
Diga a ele que eu quando beijo um amigo
Estou certo de ser alguém como ele é…”
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Tomara que os problemas do mundo fiquem do tamanho daquele provocado pelo beijo roubado pelo marinheiro, em que alegremente celebrava o fim de um grande conflito.
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https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/vestibular/646b6a8420a442670272dcc6bebeb650.jpg
Excelente. Tem-se aqui o retrato irretocável da hipocrisia destes tempos atuais.
ResponderExcluirMe refiro à cena do beijo, que roubado ou consentido, o fato da ingênua e expressão da felicidade sobrepuja as rabugices dos dias de hoje.
Sebastião Cunha - Bom dia 🤝
ResponderExcluir.
Excelente. Tem-se aqui o retrato irretocável da hipocrisia destes tempos atuais.
Me refiro à cena do beijo, que roubado ou consentido, o fato da ingênua e expressão da felicidade sobrepuja as rabugices dos dias de
Ai que saudades que eu tenho, da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais... tudo era muito bom, até aparecerem os que vem crime em tudo. Daqui a pouco, nem em casa vai ser permitido.
ResponderExcluirQue celebremos a paz, cada dia mais amplamente ameaçada, e saibamos quando realmente o respeito é negligenciado!
ResponderExcluirParabéns por mais um excelente texto.
ResponderExcluirAbraço
Que Deus nos abençoe
“E a paz de Deus que excede todo entendimento guarde o nosso coração ♥️ e nossa mente em Cristo Jesus “Fl 4.7
ResponderExcluirEste assunto, polêmico, Nos leva a pensar nos limites. Como poderíamos defini-los de forma clara, sem permitir a existência de criações, provocações, momentos intencionados. Para a construção da Paz, tolerância, afinal é ponto básico para a existência Dela.
ResponderExcluirDe que trata esta crônica? De amor? De guerra? Liberdade de agir?Conservadorismo? Censura? Saudosismo? Como sempre, as crônicas do autor são assim: fazem-nos seguir uma trajetória multifacetada, arrancando-nos confissões e tirando-nos de “cima do muro”. Sobre tudo que a crônica abordou, ainda mantenho minha crença de que, a despeito de lamentos e saudosismos, o presente ainda é o melhor tempo.
ResponderExcluirMinha modestíssima opinião é de que se houver consentimento pré ou pós, dos envolvidos e dos circundantes, tá tudo ok.
ResponderExcluirAcredito que beijo é uma linda manifestação de amor, carinho, afeto, companheirismo e respeito. Há que se distinguir daquele que nem deveria ser chamado de beijo. O que busca alcançar objetivos escondidos na algibeira. O que seria dos sonhadores, dos amigos que se amam, daqueles que explodem de alegria, de emoção, se não fosse o beijo? a marcante cena do beijo em Nova Iorque, para celebrar uma das mais importantes vitórias da Humanidade, sempre será uma bela obra de arte. A arte do amor, da felicidade, da liberdade.
ResponderExcluirBelíssima crônica, meu Amigo.
Abração!!!
Mário Nelson.
Nesta, o cronista se superou! Diverti-me muito ao ler esta crônica!….Quem nunca?…Rsrsrs
ResponderExcluirO assédio muitas vezes está sendo mal conceituado. No impulso, um beijo rápido e leve de qualquer comemoração em público, poderá está sobre um “click”de um observador para servir de provas para ganhos fáceis.
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