Ninguém nasce chato. Ser chato é um estado da alma, uma dimensão do espírito que se apura em fogo brando. Existem aqueles que, desde os primeiros minutos fora do útero, abusam do direito de berrar, seguros de que se darão bem no novo mundo na base do grito.
Modéstia à parte, perdi a conta de quantas vezes fui tachado de chato pela minha mulher. Apesar de mais de cinco décadas de mútua tolerância, ela, vez por outra, não hesita em soltar um contundente “ô cabra chato!”. Mas sabe que seria bem pior conviver com uma pessoa insossa, morna e previsível.
Ilustração: Umor |
Não vou negar, às vezes reclamo de forma mais destemperada de certas coisas. Mas, no calçar das meias alheias, percebo que ninguém está livre desse rótulo. Somos, na verdade, uma multidão de chatos vagando pelo mundo, alguns em avançado estado de decomposição mental.
Para mim, o mais difícil de aturar é aquele que não tem a mínima ideia da extensão de sua chatice e passa o dia criando situações irritantes. Não sossega nem dá descanso a ninguém, validando a tese de Millôr Fernandes segundo a qual “chato é um sujeito que não pode ver saco vazio”.
Sei que existem coisas que fogem ao nosso controle e que acabam enfurecendo os outros. Só para constar, reconheço que às vezes perco a paciência e fico intolerável. Em algumas ocasiões, reclamo de quem me irrita e depois me dou conta de que ajo da mesma maneira, como atravessar a faixa de pedestres de carro fingindo não ver quem espera na calçada.
Sou capaz de apostar que isso também acontece com você. Se não se lembra, vou refrescar sua memória com algumas situações em que quase todo mundo escorrega no piloto automático. Mas vou poupá-lo das mais tóxicas, isto é, daquelas que envolvem o embate político, religioso ou clubístico, principalmente com disseminação de notícias falsas.
Uma pessoa chata clássica, digamos assim, é aquela que fala alto ao telefone em espaços fechados ou públicos. Outra é a que, durante uma conversa, fica checando o celular com um rabo de olho. No mínimo, isso denota desinteresse pelo que está sendo dito ou que preferia estar com alguém supostamente menos desagradável que ela (se for possível!).
E quem fala apenas sobre si mesmo no trabalho ou numa mesa de bar? Ou costuma chegar atrasado aos encontros marcados, desrespeitando o tempo alheio? E quem só conversa cutucando ou cuspindo em você? Haja aporrinhação!
Poucas coisas são tão maçantes quanto receber mensagens picotadas no WhatsApp. Por que não escrever tudo de uma vez? É aflitivo esperar cada frase completar o raciocínio de meu interlocutor. Que desagradável, não?!
Outra maluquice é demorar ou não responder a uma mensagem importante. E o pior: ver (eu me recuso a usar aqui o verbo “visualizar”) e não dizer nada. Mais aborrecidos ainda são aqueles que se julgam tão importantes que desativam os tiques azuis, deixando a incerteza no ar sobre se receberam a mensagem ou se não querem respondê-la.
E tem o dissimulado, que diz que achou que tinha respondido a mensagem (ou que deixou para depois), como se isso aliviasse a frustração de quem aguarda a resposta.
Outro chato é aquele que interrompe alguém no meio de uma história um pouco mais demorada, mesmo que seja para acrescentar algo importante. Nada pode ser tão valioso a ponto de quebrar o clímax e forçar o interlocutor a retomar o raciocínio.
Tem mais. Imagine-se em sua caminhada matinal e alguém à sua frente falando ao celular, andando lentamente, quase parando. Já pensou você pisar descalço em cocô ou xixi de cachorro nessa hora? É enorme o risco de perder a compostura, rosnar alto e ser chamado de chato.
Outro dia encontrei dois chatos num congestionamento, pareados na chatice como se estivessem em bluetooth. O primeiro, achando-se mais importante do que todos, resolve ultrapassar pelo acostamento com sua vistosa camioneta. O segundo, apesar da caneta e do bloco de multas na mão, desvia o olhar e finge não ver a infração, talvez com medo de desagradar o apressado. Pensei em perguntar o motivo pelo qual fez vista grossa, mas olhei para minha mulher e li no rosto dela algo como: “ô cabra chato!”. No trânsito, todos têm razão, menos o santo de casa.
E quer ver um monte de gente se afastar de você, tachando-o de um sujeito intragável? Fale só a verdade e cobre isso de todos a seu redor. Nada cria mais inimigos do que não mentir. Demora, mas a maturidade ensina: não acredite quando alguém lhe sugere “fale com toda franqueza!”.
Não vou mais me alongar e correr o risco de receber de alguns leitores, que me aguentaram até aqui, aquela mensagem cruel: “ô cabra chato!”
Enfim, Deus me proteja de mim e da chatice geral, pois só a minha faz sentido.
O remédio de um chato é outro na porta. No retrato do outro vemos o tamanho do nosso. Pela reflexão.
ResponderExcluirA lista dos chatos é das chatices é interminável . Infelizmente temos que conviver com a nossa chatice e as dos outros , como a daquele cara que leva o cachorro todos os dias para fazer as necessidades na frente de sua casa , na sua grama, como se fosse a coisa mais natural do mundo. É uma provação que descamba para os rumos da provocação . Bela crônica em que convocou os leitores a mediarem sobre as chatices próprias e das pessoas ao derredor.
ResponderExcluirTaí, eu nunca pensei que eu fosse tão chata!🤣🤣🤣
ResponderExcluirO chato não pode ver
ResponderExcluirSaco vazio no chão
Fica logo irritado
Pro que não tem solução
Pra tudo ele tem maneira
De falar muita besteira
De encher saco do cão
Depois dessa, tô vendo que preciso me policiar mais. Percebi que me enquadro em boa parte dessa lista interminável.
ResponderExcluirParece que, quanto mais velho, mais risco de ser chato e de perder a paciência com as chatices dos outros.
E ainda lembrei daquela que diz que “o chato conta tudo tim-tim por tim-tim e depois ainda entra em detalhes”
Discordo. Tem gente que é chato de nascença. Há pessoas dotados de uma psicologia inata que são chatas e quando tomam consciência de serem chatas parecem amar ser esse tipo "estrela".
ResponderExcluirLouvados sejam os chatos que têm consciência de sua própria chatice, pois ela, em si, é inevitável. Dedé Dwight
ResponderExcluirO pior é que com o passar do tempo a chatice de cada um só aumenta. Nelza Martins
ResponderExcluirExcelente. Vejo-me em várias situações. Cruel
ResponderExcluirUma aula sobre “Como só falar verdades que nem Todos querem ouvir, sem ser chato.” Show de texto!
ResponderExcluirHermann Fernandes
ExcluirPenso igual!
ExcluirQuer saber se uma pessoa é chata? Viaje com ela.
ExcluirVeio e chato é pleonasmo.Depois de uma certa idade a tolerância é zero.Bem assim🙄🙄
ResponderExcluirTudo muito bem dito. Há, ainda, um complicador. A chatice, muitas vezes, é confundida com a falta de educação. Os exemplos dados no texto transitam em ambos os campos da vida social humana. Parecem dois flagelos que atingem a maioria dos viventes. Portanto, repito o dito pelo narrador: Deus me proteja de toda a chatice.
ResponderExcluirÉ chato pensar que eu sou chato também em determinadas situações. O jeito é se acalmar e ir em frente sem atrapalhar a vida alheia. E viva nós, os velhos e chatos. (Zuleide está certa no pleonasmo). Paulo Bouças
ResponderExcluirPior do que o educado comentário: "ô cabra chato!" é o: "Pqp! Que cabra chato da porra"!
ResponderExcluirQue atire a própria chatice quem, alguns, às vezes, e muitos, sempre, são inconvenientes, irritantes, e se comportam de forma inapropriada em situações as mais diversas.
São os chatos de galocha. Para quem não lembra, chatos de galocha são aqueles que entram na casa da gente sem o cuidado de retirá-las, molhando tudo.
Galocha é uma bota de borracha que se calça para proteger os pés do contato com a água, protegendo-os da umidade, da lama e do cocô dos cachorros, deixados pelos chatos (os donos, claro) nas calçadas. Hoje já não se usa tanto, mas antigamente era habitual, por conta das ruas sem calçamento.
Mas, os chatos de galocha ainda proliferam, de outras formas, claro.
Eita! Como sou chato! Aporreante! Precisava estar dando tantos detalhes para essas prolixas chatices? Sim. Não. Bem, deixa para lá. Espero que o "chato" cronista não fique chateado com tanta chatice. Mas, se ficar, tem a prerrogativa de apagar as chatices, antes que algum chato reclame.
Desta feita, vou até abreviar meu nome para não ser, totalmente, identificado. É menos chato do que ser identificado como anônimo.
Sendo chata, soube por fonte segura que a origem do termo chato de galocha é aquela visita que chega em sua casa sem avisar e não vai embora, aí você fala "parece que vai chover " e o chato fala " estou de galochas". Já aprendi outra versão hoje
ExcluirE quem não é?
ResponderExcluirVocê está coberto de razão nos seus comentários! Ainda agora estava ouvindo no rádio do carro aquela música do Chico César -- Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa --, pra minha surpresa você encerra a crônica com a mesma idéia.
ResponderExcluirEita! De tão chata que as vezes eu sou, quase posso dizer que esse texto é chato, kkkk Prezado Hayton, vc consegue nos brindar com boas reflexões. Vou me policiar para evitar o vácuo entre as conversas no WhatsApp… Não desejo o prêmio da mais chata!
ResponderExcluirTaí um bom assunto. Me identifiquei em algumas situações dessas. Até então, não sabia que era chato. Valeu.
ResponderExcluirAbraço
Valdery
É, meu amigo, acredito que nessa regra não haja exceção. Todos têm seu limite de aguentar chatices, mas também carrega em si um kit pessoal delas, só esperando o momento certo de mostrar o arsenal. O excelente texto serviu-nos para repensar como anda nosso saldo nessa balança.
ResponderExcluir“Dois chatos pareados na chatice como se estivessem em Bluetooth “… hahahaha
ResponderExcluirDe onde vc tira essas coisas? Morri de rir!
Já peguei pra mim…
Agora vou enriquecer a conversa com as amigas: “como diz o Hayton, esses dois parearam a chatice no bluetooth!”
😂😂😂
Chatos eternos:
ResponderExcluirencarnam,
encarnam,
reencarnam.
A crônica deliciosa traz uma provocação indispensável em relação a quase todos os defeitos que vemos nos outros: se não admito que também posso estar sendo visto como chato, não há diálogo possível sobre a chatice. Só se pode atribuir rótulos!
ResponderExcluirPorque eu me vejo como didático quando explico nos mínimos detalhes; o outro que faz isso é um chato.
Eu toco nas pessoas quando falo com
elas pra demonstrar carinho; o outro, quando faz isso, é um insuportável cutuquento!
E por ai vai!
Donde se pode concluir (didaticamente ou sendo muito chato) que boa parte da chatice está no estado de espirito de quem julga.
Ou não, como diria um conhecido gênio (ou chato) da Música Popular Brasileira.
PS: se eu não fosse chato, poderia ter escrito apenas MPB ao invés de Música Popular Brasileira. Mas eu posso explicar direitinho porque fiz isso. Alguém tá interessado em ouvir?
Aposto que tem algum chato aí me achando prolixo!
Não achei
ExcluirLembrei do livro de Guilherme Figueiredo, " Tratado Geral dos Chatos", que ja era uma enciclopédia sobre o assunto, antes mesmo do advento do What's App e redes sociais que tornaram a chatice on-line e onipresente. Mas o que me pegou na cronica foi a menção a " ... dois chatos pareados via Bluetooth... " kkkkkk
ResponderExcluirComo diz, em sua canção, Oswaldo Montenegro: Eu sou um chato e, meu Deus, não me aguento, só me tacando no mar". Se eu sou chato é porque o mundo me irrita, kkkkkk.
ResponderExcluirQuarta feira com muitas risadas. Crônica de tirar o folego, Hayton.
ResponderExcluirPrecisamos buscar o meio termo para administrar as chatices próprias e alheias e assim o convívio vira brincadeiras de crianças. Pessoas muito sérias, formais, fechadas, carrancudas, trombudas, sisuda,... ninguém merece.🤣😂
Enquanto isto vamos seguir sua crônica e as liçoes de Mario Quintana e Oscar Wide, e vamos viver momentos felizes.
"No céu é sempre domingo. E a gente não tem outra coisa a fazer senão ouvir os chatos. E lá é ainda pior que aqui, pois se trata dos chatos de todas as épocas do mundo.
Há 2 espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e os amigos, que são os nossos chatos prediletos." Mario Quintana
"Não quero adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa." Oscar Wilde
Hahahahahaha
ResponderExcluirIdentifiquei-me (apenas na situação de vítima, por óbvio!).
E tem gente que se orgulha em qualificar-se como chato; e remenda: “fica mais fácil de falar que penso”. E fica mesmo…
ResponderExcluirConviver com um chato é um saco. Imagine um sujeito incoveniente, que não se enxerga no espelho, querendo tirar onda com a sua cara? O chato é aquele que gosta de aparecer mais que todo mundo. A convivência doméstica entre os casais por conta da rotina e outras situações, às vezes deixa o casal em conflito temporário, o que não quer dizer que seja uma coisa incontornável. Quando a chatice ultrapassa os limites, aí sim, cada um tem que procurar seu destino e ser feliz, porque ninguém consegue ser feliz ao lado de um chato. Gilton Della Cella.
ResponderExcluirMuito difícil conviver com gente chata e mal humorada! sempre procuro me afastar destes tipos de pessoas que não agregam nada em nossas vidas. Outra bela crônica de Hayton! Canindé
ResponderExcluirO Chato
ResponderExcluirAh, todo chato é bonzinho
Nunca nos faz nenhum mal
Ah, todo chato é calminho
Como se faltasse sal
Ah, todo chato te conta
Aonde passou o Natal
E sempre te dá um dica
De onde ir no carnaval
Ah, todo chato cutuca
Pra você prestar atenção
Chama cabeça de cuca
E arranha um violão
Diz que inventou uma música
E toca as seiscentas que fez
E quando você abre a boca e boceja
Ele toca tudinho outra vez
Ah, todo chato é gosmento
mas não há como evitar
Eu sou um chato e meu Deus não me aguento
Só me tacando no mar
Oswaldo Montenegro
Vesti a carapuça. às vezes sou chata. Uma coisa que não suporto é toalha molhada sobre a cama. Ai viro a chata de galocha (Isa Musa)
ResponderExcluirAdorei o texto e me identifiquei, com o passar do tempo ficamos cada vez mais exigentes, e às vezes, mais chatos.
ResponderExcluirAbstraída a beleza do texto, permito-me uma vingança, você produziu uma crônica tão bela quanto chata. Afinal, não permite ela que ninguém se salve, todos, rigorosamente todos os seus leitores são uns chatos, tanto ou mais que o cronista.
ResponderExcluirDe resto, genial, definitiva e cirúrgica a charge de meu amigo UMOR. O personagem dela lembra um pouco você - imbatível e insuperável quando responde algo provocativo.
Também sei ser chato...
Muito interessante essa crônica. Quando jovem, eu não tinha consciência da minha autochatice, na maturidade (por não dizer, velhice), percebo que sempre fui chata e, com o passar do tempo, tenho piorado, mas em contrapartida tenho sido mais tolerante com a chatice alheia. Se alguém começa a encher o saco, dou um jeito de sair de perto, desviar o assunto, ligar o modulador de ouvido seletivo.
ResponderExcluirMês passado, fui passar passar o dia das mães em São Paulo e peguei um daqueles voos da madrugada, saia às 4:40h e, lógico que foi uma noite perdida, mas tinha esperança de dar uns cochilos no avião. Torci para que não tivesse nenhuma criança de colo chorando perto da minha poltrona, porque é algo que quase sempre acontece. Não tinha, mas em compensação, nas poltronas atrás da minha havia um trio de homens, todos na meia idade, a fazerem piadas e gozacoes mútuas, na maior altura como se estivessem num duelo de standup. Além da algazarra era um assunto chato e desrespeitoso. Não teve solução, coloquei fones de ouvidos, mas não adiantou. O jeito foi relaxar, tentar ler algo e torcer para que o avião aterrisasse o mais rápido possível.
Eu também sou muito chata em diversos momentos, contudo evito ser mal educada e desrespeitosa com qualquer pessoa. Mesmo no auge da minha chatice, hoje percebo quando passo do limite e dou uma recuada. Exceto com o intolerável, é claro.
Excelente! Um tratado sobre a “chatice “. Acredito que todos nós somos chatos em algumas ocasiões.
ResponderExcluirVc não é chato ,HAYTON . Lena !!🍷
ResponderExcluirApesar de tudo, existe o "chato do bem", aquele que quer consertar o mundo, reclamando de quem joga lixo através da janela do carro, de quem ouve música em alto volume, sem se preocupar com os outros.
ResponderExcluirAgora, realmente tem chato que é um saco, irritante. Dizem que é pior do que um "chato no saco".
Bom texto! Presumo que você se refira, especialmente, aos chatos crônicos ou contumazes (como torcedor do vicetória:), já que todos somos chatos, às vezes! Meu abraço, bom resto de semana.
ResponderExcluirO lado bom, no convívio com essa categoria humana conhecida por "chatos", é que os próprios, na maioria das vezes, têm orgulho de seu jeito de ser... Imagine como seria "chata" a vida se ninguém fosse chato? Então, que vivam os chatos...
ResponderExcluirTem a moça da Lotérica, de megafone em punho e a todo volume, "zanzando" de lá prá cá e de cá prá lá, anunciando "dois para hoje!!!...". Não sei se é da Loteria Zoológica, ou alguma outra, que eu desconheço...
ResponderExcluirTem a Kombi do ovo, com alto-falante, com volume alto prá..., anunciando, invariavelmente, ovo de codorna; eu, invariavelmente, acreditando e descendo (moro no quinto andar); e, invariavelmente, o vendedor se desculpando e dizendo: "acabou"...
Tem o verdureiro da kombi (outra kombi), também de megafone, anunciando seus produtos e chamando a clientela nominalmente! Vergonha alheia!!!...
Tem os vizinhos da Comunidade, com cadeiras na calçada, fazendo festa, durante toda a madrugada, com caixas de som a todo volume e músicas de extremo "bom gosto"! Eu disse caixas de som, porque são pelo menos três vizinhos fazendo festa...
Tem a "verificação em duas etapas", na portaria (dois portões)...
Tem, até, a Terra "chata", ou melhor, plana, segundo os "terraplanistas"...
Tem... tem... tem... e tem eu, euzinho! Nunca vi uma descrição tão perfeita sobre minha pessoa. Já está ficando chata esta identificação com as crônicas... Combina perfeitamente com o que mais ouço, em casa: "Deixa de ser chato!!!"...
Chato mesmo é descobrir, depois de boa leitura, que se está o incluído no rol "dos chatos"!
ResponderExcluirDe chato e louco todos nós temos um pouco. E aumenta com o passar da idade. Kkk
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ResponderExcluirMeu cumpade Hayton
Chato mesmo é chinelo de elefante.
Mas, na galopada do assunto, digo que chato é sentar perto de um engraçadinho de plateia. Como diz Nelson Rodrigues, é um desconhecido íntimo.
O próprio Rodrigues diz que inveja muito a chatice porque ela é eterna.
Na prática, já confirmei o ditado que diz: “chato que só conversa de crente novo.”
No mais, tirando: novo rico analfabeto; taxista que enricou; e menino de 10 pra 11 anos que levanta a mão para debater com adulto, pra provar que filho de chato é chatinho, você tá coberto de razão, chato não pode ver um saco vazio.
Parabéns!
PS. Deixe-me fora dos que não retornam mensagens de texto, na pólvora da chegada.
Sou amoitado que só carneiro que tomou bicho na capação.
Mais um texto, hein? E este parece que bateu o recorde de reações. Parabéns! Bom sinal. Até a próxima.
ResponderExcluirOs chatos também são chamados de pediculose pubiana ou mesmo de piolhos pubianos. Basicamente, trata-se de uma contaminação por pequenos piolhos da espécie Pthirus Pubis, que afeta a região pubiana e os pelos pubianos do paciente. Além disso, esses piolhos também podem afetar outras áreas com pelos mais longos, como as coxas e as axilas do paciente.
ResponderExcluirOs chatos costumam ter algumas características em comum. Podem ser confrontativas, raivosas, reclamonas, insistentes, rudes, manipuladoras, sarcásticas e rancorosas. Um traço importante da personalidade desses indivíduos é que eles costumam discordar com frequência.
Calma! Tenho plena consciência de que descrevi dois tipos de chatos distintos: o chato irracional e o chato insuportável. Pelo menos, existe tratamento médico para o Pthirus. Já para espécie citada no texto...
Acredito que cada um tem um dia para receber seu título. Duro é exercer constantemente sua profissão. Além, daqueles chatos por natureza.
ResponderExcluirAgora é noite de quinta-feira e já estou aqui a me perguntar se não responder à crônica das quartas no mesmo dia não será classificado como chatice.🤭
ResponderExcluirMas a verdade é que essa crônica sobre chatice deu o que falar, além de se revelar oportunidade de autoavaliação, como revelam os nada chatos comentários aqui postados.
E vivas ao cronista que faz com que seus leitores continuem e enriqueçam a crônica.
Nesta, você se superou! Dois chatos pareados na chatice como se estivessem em bluetooth… rsrsrs… foi muita criatividade… rsrsrs
ResponderExcluirTambém aprendi com o tempo que quando alguém pede para falar com franqueza… não é nada disso o que, de fato, deseja.
Verdade pura, meu Amigo. Ser chato virou moda. Essa "chatice social", creio que seja a pior delas. O desejo desenfreado - quase irracional - de ser notado, de exibir a condição social. Estive na barbearia de costume, na sexta, e me deparei com um desses "chatos sociais", falando em voz alta ao celular, a despeito de um carro novo que comprara e não teria sido ainda faturado. Triste exibição. Deprimente. Melhor o "chato silencioso", que incomoda menos. Enfim, temos que aprender a viver com a chatice. A nossa e a dos que nos cercam. E vivam os amigos que não são chatos!!!
ResponderExcluirAbração!!!
Mário Nelson.
A cada crônica sua, penso se não deveria fazer análise. Fica um muido doido na minha cabeça. Todo perfeccionista (parece elogio) é um chato (o que é o mesmo, mas não é mais elogio). Sou chamada de perfeccionista. Imagina o que realmente sou. Com o passar no tempo - e me reconhecendo em alguma situações - procuro me livrar de tentações tipo ensinar o Pai Nosso ao Vigário ou dizer "você não está entendendo". Espero ainda ter cura. Marina
ResponderExcluirLembrei do finado Ziraldo em uma entrevista que disse .,que ele achava todo mundo chato e que em determinado momento ele descobriu que ele que era um chato.!
ResponderExcluirDurante a leitura, identifiquei vários cabras chatos com quem convivi. Depois, percebi que a minha chatice também deve está na memória de outros chatos… Uma troca de experiências vividas.
ResponderExcluirDenise Eloi
🙌🙌🙌
ResponderExcluirMaravilha de texto, cheio de verdades. Me vejo com algumas das chatices citada; o bom é que reconheço, embora não me corrija deixando de cometê-las. Pior é quando só identificamos a chatice do outro.
ResponderExcluirDepois dessa, vou me policiar mais evitando algumas, pelo menos as mais corriqueiras.
Hayton, o uso do celular tem mais uma variedade... aquele(a) que escuta vídeos das redes sociais em alto som, numa sala de espera de consultório médico! Talvez seja para espantar os pacientes que o antecedem e, assim, ser logo atendido! rsrs
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