De frente pro mar no lusco-fusco do fim da tarde, um advogado dos bons por estas bandas ouvia Toquinho cantando "Testamento" como um lembrete implacável: a vida acontece enquanto acumulamos o que não podemos levar. “Você, que só ganha pra juntar, o que é que há? Diz pra mim, o que é que há?”.
O refrão já se tornara um mantra irritante, e ele se questionava se realmente aquelas palavras faziam sentido, não só para os outros, mas para si. Resolveu então caminhar na areia até que a brisa dissolvesse a bruma dos pensamentos.
Perto dali, ancorando um barco, encontrou um velhote de barba e cabelos longos, amarrados, com um sorriso que mesclava maturidade e molecagem, que o convidou a se sentar na areia e, sem rodeios, disparou na lata:
– Você já não tem tanto tempo pela frente, né? Quando sua hora chegar, nada do que juntou importa. A vida não anda de lado feito siri. Aproveite enquanto pode, gaste o que precisa ser gasto. E quando virar cinzas, tanto faz se te elogiam ou te esquecem. A maior decepção de quem deixa o baile é não ver a cara de quem segue na dança.
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Fotografia: Dedé Dwight |
Ele sabia, mas era doloroso admitir. O velhote, percebendo a hesitação, seguiu com sua ladainha, cortante como uma peixeira:
– Seus filhos? Nem esquente. Têm a própria vida, vão se virar. Se for pra se preocupar, que seja com os netos. Eles sim, carregam um samburá de interrogações e precisam de atenção. E, se alguém da família estiver de olho no que você possui, paciência. Acontece com os melhores sobrenomes.
Ele tentou rir, desajeitado. O velhote piscou como quem já viu muitos cardumes passando e estava ali só vendo o fluxo. E prosseguiu:
– Outra coisa, não troque saúde por dinheiro. Com mais de 70 nas costas, você já deve ter notado que só precisa mesmo de um cantinho de 3x4 metros pra dormir, certo?
Aquilo bateu como um veredicto inapelável. Era algo que ele sabia, mas evitava enfrentar. E o velhote não parecia disposto a deixá-lo escapar tão fácil:
– Pare de se comparar com os outros. Medir sua vida pelo sucesso dos filhos ou pela fama dos outros só vai te encher o saco. O que importa é criar alguns minutos felizes todo dia. O resto é espuma.
Cada sentença martelava na cabeça do ouvinte. Ele engolia tudo, sem saber exatamente o que responder. O tagarela, percebendo o silêncio, sorriu com a confiança de quem já fisgara o que queria:
– Valorize o que tá ao seu redor. Família, amigos... São eles que te provam que a vida continua. Quem perde o teto, ganha a lua e as estrelas. Mas, fique esperto com os amigos. Só Roberto Carlos acreditou que teria um milhão deles – e isso muito antes das redes sociais. Se contente com meia dúzia. Amigos são escolhidos; não impostos, como os familiares.
Sem muito esforço, o velhote se levantou, preparando o golpe de misericórdia:
– Nunca busque a perfeição, nem nas pessoas, nem na vida! Se não encontrar quem te valorize, é melhor ficar sozinho. Solidão não é fraqueza, é coragem. Coragem de encarar a sua própria essência.
E o advogado, que até ali só ouvira, quis instalar o contraditório com um “salvo melhor juízo” e uma mentira deslavada:
– Quem lhe disse que não sigo esses “ditames”? E invocou Paulinho da Viola, mas as palavras soaram ocas como uma defesa que nem ele acreditava: "Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar."
O velhote então balançou a cabeça, rindo, e começou a caminhar em direção ao barco. Mas, em vez de subir a bordo, mergulhou e nadou lentamente até desaparecer na escuridão. Não, ele não se afogou, pelo menos nada foi visto nos telejornais nem nas redes sociais nas horas seguintes.
Enquanto sumia nas águas, o advogado se perguntava se o velhote era real ou apenas uma projeção de seus temores. Como o mar, a vida também nos afoga sem aviso. Tudo o que podemos fazer é tentar pescar algumas lições pelo caminho.
Depois de um prato de sopa, agora escutando "Notícia de Jornal", de Chico Buarque, o fecho da canção não lhe saía da cabeça: “Ninguém notou, ninguém morou na dor que era o seu mal. A dor da gente não sai no jornal.”
E de tanto ouvir falar de dores invisíveis, ele percebe que a maior de todas é viver sem notar que o tempo escorre entre os dedos. Que a dor da gente não sai nas redes sociais. Que nem sempre tem alguém na praia pra nos ensinar como ler a tábua das marés.
Preciso registrar que, no último final de semana do mês passado, a imagem que ilustra este texto, clic de autoria meu amigo Dedé Dwight, alcançou o primeiro lugar no “Most Memorable” do GuruShots, desafio mundial de fotografia. Mostra um lusco-fusco (a hora entre o pôr do sol e a chegada da noite) na praia do Camaroeiro, em Caraguatatuba/SP, e foi a mais votada entre cerca de 2 milhões de fãs da arte visual.
ResponderExcluirParabéns ao Dedé pela belíssima imagem! 👏👏👏
ExcluirHayton, Patabéns!
ExcluirMais uma vez, você ajudou muitos de nós. Obrigado!
Parabéns também ao Dedé. Linda foto!
No lusco-fusco da vida
ResponderExcluirVem aquele pensamento
A brisa dissolve a bruma
E é chegado momento
De não ganhar pra juntar
Pois o tempo há de passar
Como a brisa e o próprio vento.
Hoje o filósofo se mostrou em todo seu esplendor!
ResponderExcluirEncarar certas verdades é preciso para que que possamos entender outro ditado popular: “o que se leva da vida é a vida que a gente leva” e o que se deixa deveria ser só lembranças de bons momentos e a reserva para o sepultamento pra não dar despesa a ninguém, para ser independente até depois do fim. Nelza Martins
Maravilhosa reflexão, para o advogado do texto e para nós que já não temos tanto tempo mais. Esta crônica está entre as melhores que já li. Heloisa Oliveira.
ResponderExcluirIrretocáveis, a crônica e a foto. Só me resta dizer, obrigada.
ResponderExcluirCertamente esse velho aparece, periodicamente, para cada um de nós, não de forma tangível, mas dentro de nossa cabeça, e verbaliza uma série de verdades que concordamos plenamente e, sem pestanejar, prometemos colocar em prática. Mas a roda viva do cotidiano vai nos envolvendo e logo saímos pela tangente dos planos traçados. E aí, quando algum dia ouvimos "A lista" de Oswaldo Montenegro ou lemos uma crônica reflexiva nas quartas-feiras, lá vem o velho de volta.
ResponderExcluirObrigado por trazê-lo mais uma vez hoje!
Muito boa reflexão. A crônica e a lista dizem tudo o que vemos, fingimos ou não queremos ver.
ExcluirTalvez seja no lusco-fusco que a vida faça sentido. Na mistura das poucas luzes que ainda restam do dia e na promessa do que virá depois da noite é que a sabedoria surge, desofuscada pelo excesso de luz do dia, das certezas e da vida. Muito obrigado por tanta profundidade em torno da minha fotografia. Dedé Dwight
ResponderExcluirBrilhante crônica para nosso deleite e profunda reflexão. Caixão não tem cofre, não tem paisagens, sequer frigobar para umas loiras mega geladas. Toca disco, caixa de som, nem se fala; entao, continuemos nossa jornada cientes da finitude da Vida e amando mais, abraçando mais, perdoando mais, brincando mais, ... curtindo mais, pois nossa existência pode ser breve demais.
ResponderExcluirVamos que rumo à próxima quarta-feira.
Filosofia da melhor qualidade. O velhote afirma coisas que batem como perguntas sutis e certeiras pra deixar a gente com outras tantas.
ResponderExcluirPra deixar a gente inquieto e certo de que não faltam perguntas sem respostas definitas na nossa vida. E afirmações que procuram as perguntas certas.
Preciso ler mais vezes, amigo Hayton.
. . .
* Parabéns a Dedé Dwight
Que texto maravilhoso, daqueles de se ler, reler e triler. Algo que deveria ser lido todos os dias e praticado. Hoje sou muito feliz morando num quitinete em Brasília. Cabe tudo meu aqui, inclusive meus sonhos, e com folga. Sou um cidadao das redondezas. Estou pertinho de uma igreja, de uma feira, de um parque, de um boteco, de um restaurante, de uma padaria, de uma farmácia, de um filho, de um banco, de um mercado, e de uma academia. Conheço todos e fiz bons amigos em cada um desses lugares, menos na academia, que ainda não fui. Aquele conjunto de cerâmica Marajoara para feijoada, ficou com ela, após o divórcio. Deveria ter comido uma feijoada antes. Mas, esperávamos um dia especial. Então aprendi, e contigo reafirmo, depois dos 50, o menos é mais. E o melhor mais é o mais simples. Ou seja, o tempo do agora em que se vive.
ResponderExcluirServe para todos, refletir sobre para que estamos estamos aqui. Seria muito bom alguns poderosos, de grana e de mando ter a visita do "Velho do Mar" com certa regularidade.
ResponderExcluirUma imagem vale mais com algumas boas palavras.
ResponderExcluirÉ isso...
ResponderExcluir"Moro na filosofia"! Quanta lição de vida. A nova crônica de cabeceira tocou na alma e no coração. Agradecemos por tamanha inspiração.
ResponderExcluirBrilhantes: você, Dedé e sua foto, e essa crônica reflexiva. Parabéns !!!
ResponderExcluirUm texto muito lindo e verdadeiro. Uma fotografia sem comentários. Perfeitos! Completam-se. Parabéns aos dois.
ResponderExcluirExcelente crônica ! Abordar a transitoriedade da vida através da perspectiva de um advogado idoso à beira-mar é uma reflexão profunda e tocante. A imagem do mar, com suas ondas que vão e vêm, serve como uma metáfora perfeita para a efemeridade da existência. O advogado, ao observar o movimento constante das águas, parece confrontar seus próprios pensamentos sobre o tempo que passou, as conquistas e os arrependimentos que o acompanharam ao longo de sua vida. A solidão à beira-mar se torna um convite à introspecção, revelando como os momentos mais simples podem trazer à tona questionamentos existenciais. O velho que ele encontra certamente é fruto de sua imaginação , nem por isso menos sábio . A crônica também destaca a sabedoria que vem com a idade, onde cada onda que quebra na areia representa uma memória, um aprendizado, uma fase da vida. É um lembrete poderoso de que, embora a vida seja passageira, as experiências que acumulamos são eternas, moldando nossa essência. Essa reflexão à beira-mar nos leva a valorizar o presente, a viver intensamente cada instante, sabendo que tudo é, por natureza, transitório. Assim, a crônica nos ensina a apreciar a beleza do agora, mesmo em sua fragilidade. Parabéns caro amigo .
ResponderExcluirParabéns, Hayton pela crônica e Dede pela foto! Que apareça, de vez em quando, um velhote de barba em nossas vidas!
ResponderExcluirExcelente crônica!
ResponderExcluirLembrei-me do Velho do Rio da novela Pantanal, será que ele resolveu aparecer em nossas belas praias também?
Sábios conselhos, cada uma/um retire o que lhe cabe a sobra salvará muita gente. Sabedoria pura. Obrigado amigo.
ResponderExcluirExcelentes, crônica e fotografia.
ResponderExcluirGradim.
Lembrou-me as "Reflexões sem dor", do também brilhante: Millôr. Sempre há um tempo para a essência existencial. Pena que ainda remanesçam tantas perguntas sem respostas. Afinal, nosso domínio é bastante limitado. Mas é imprescindível sermos sempre confrontados com a inquietude. Sem que deixemos que esse estado das coisas perdure por longos períodos. Afinal, pode trazer-nos algum adoecimento. Talvez, e muito provavelmente, por conta do medo que de nós toma conta. Corramos a abraçar tudo o que amamos e a viver com intensidade. Erros e acertos virão.
ResponderExcluir“Pq a vida é fugaz,
ResponderExcluirtão veloz, tão passageira,
a gente sofre demais,
por bobagens, por besteira.
Tudo um dia se desfaz,
Mesmo que queira ou não queira.
Importa é vivermos em paz,
pois quando olhamos pra trás,
lá se foi a vida inteira.
Jenário de Fátima.
O “velhote” apareceu pra mim de maneira mais contundente quando tive diagnóstico de câncer de próstata, há cinco anos. Trouxe a constatação de que a morte não é apenas uma possibilidade distante, mas uma realidade cada dia mais próxima.
ResponderExcluirO mesmo Roberto do “milhão de amigos” já tentara me alertar com Epitáfio.
Artur Roman também, com suas leves e profundas crônicas de aniversário, todo dia 14 de setembro.
Segunda-feira passada o “velhote” voltou a me instigar, enviando o link de A Lista, de Oswaldo Montenegro. Naquele exato momento, o “velhote” deveria também estar inspirando o cronista a desenvolver a crônica de hoje.
Respondi a ele que o verso que mais me toca em A Lista é:
“Quantos defeitos sanados com o tempo
Era o melhor que havia em você?”
Sérgio, a minha ficha também caiu quando passei pelo câncer. Uma dia, um colega do BB, também sobrevivente, me disse uma frase que achei de profunda sabedoria: É uma pena que o câncer ainda mate tanta gente, porque é nele que tomamos consciência do verdadeiro valor da vida. Se houvesse mais sobreviventes, o mundo seria bem melhor, porque crescemos. Felizmente, o número de sobreviventes tem aumentado e, tenho fé, que isso se reverta em mais pessoas mudadas e ávidas por viver.
ExcluirAmigos Riede e Déborah, somos sobreviventes mesmo. O prazer de tirar uma fumacinha de cigarros me custou metade de um pulmão! Sobrevivi a câncer de pulmão, de intestino, de mama e de pele. Câncer para me derrubar tem de melhorar muito
ExcluirEsqueci de ligar. Sou a Isa Musa
ExcluirMaravilhosa crônica e fotografia!!!!!! Com arrematar irretocável, toda introdução e o desenvolvimento em poucas palavras, diz tudo. Parabéns. jwabraham
ResponderExcluirMeio que pessimista, eu sempre dizia que estamos todos no corredor da morte. A sentença já foi dada e o pior é que não sabemos o dia em que será cumprida. Meu pai, um otimista raiz, retrucava “a vida é boa e vale a pena ser vivida”. E ele viveu assim... Provando da vida o que ela tinha de melhor para ele. Na velhice, só lamentava que ainda tinha tanto a viver e sentia que o corpo não aguentava mais. E foi colhendo amigos por onde passou... Tinha lemas engraçados... dizia que amigos a gente escolhe, enquanto família temos que suportar. Bom e velho meu pai de saudosa lembrança.
ResponderExcluirBelas alegações finais, antes do trânsito em julgado. A vida não admite ação rescisória...
ResponderExcluirPrezado Amigo Hayton
ResponderExcluirLi com muito gosto sua bela e profunda crônica que recebi como um convite à reflexão, muito bem recebido, especialmente por estar recém chegado nos 71.
Quanta sabedoria num texto! Daqueles que a gente consegue visualizar a paisagem, os personagens e lê devagarzinho pra não chegar ao fim. Para ler mais de uma vez.
ResponderExcluirAcho que o tempo foi um conceito criado pra justificar nossa passagem por aqui. Pra dizer quem viveu mais que os outros e teve mais tempo pra amealhar riquezas. Aí morre rico, sem ter vivido direito o tempo que passou e que teve, só pra ter fama póstuma. A tentativa de ser maior e melhor só infla o ego e causa preocupação em se afirmar como maior. Aí a vida passou e nada disso valeu nada. O orgulho é um mal terrível...
ResponderExcluirBom do ‘trânsito em julgado’ é que, enfim, conheceremos o veredicto! Além disso, se o veredicto for o nada, nunca tomaremos consciência!
ResponderExcluirPortanto, aproveitemos o PRESENTE, que é o HOJE. A rigor, nem planos deveríamos fazer...Quem irá descer na próxima " estação "???
ResponderExcluirTestamento, de Touquinho. Este é o feliz tema abordado no dia.
ResponderExcluirHoje é mais uma quarta-feira e aqui está disponibilizado mais um texto para ser saboreado pelo numeroso público-alvo dos seus leitores.
Como sempre, fico a imaginar quais os seus pensamentos nos momentos ou dias que antecedem a quarta-feira. Para os leitores trata-se de algo normal; comum, sem nada especial que provoque qualquer preocupação, mas para o cidadão Hayton, trata-se de algo diferente, salvo se ele também for diferente, feito um privilegiado que teria nascido para escrever e que por causa disto, ficasse impaciente enquanto não chegasse a tal da quarta-feira, para deslanchar mais um abençoado texto.
A verdade é que, de uma maneira ou de outra, trata-se de uma criatura especial, que leva jeito para o mister, e assim, cumpre há bastante tempo o seu lindo trabalho.
Quanto ao texto do dia, parabéns pela abordagem, bela, romântica e cheia de criatividade, como sempre.
Encerro realçando o desejo de saber sempre a arma que utiliza para garantir tanto sucesso. Parabéns! Grande abraço.
Diria que a vida se dissipa com o movimento dos ponteiros do relógio... E as dores, invisíveis, fazem-nos menos teimosos. Aliás, viver é teimosia pura... Belíssima crônica.
ResponderExcluirGente! Só mentes amplificadas conseguem transcrever pensamentos tão inspiradores e que retratam o que é vivenciado principalmente por pessoas que já estão em estágio avançado em sua trajetória.
ResponderExcluirParabéns Hayton!
Abs
Tarcisio Hubner
Que crônica , Hayton ! Vv conseguiu reunir , com mta sabedoria , o filósofo , o poeta e sobretudo o excelente escritor que é !
ResponderExcluirAborda um tema atual , eterno enquanto questionador com uma sensibilidade incrivel !
Rapaz… que belo texto. Fernando Chagas resume bem nosso ponto de vista. Ah ! Nunca levei tanto tempo lendo tantos comentários. A turma toda deve ter gostado
ResponderExcluirSomos seres teimosos, todo dia encontramos alguém que nos alerta para a importância de deixar dar importância pra muitas coisas em nossa vida. Viver com o necessário é a campeã das dicas infalíveis para a felicidade. Mas seguimos sempre em busca de algo que mal sabemos o que e pra que. O Velho do Mar ou o Velho do Rio estão sempre dispostos a nos ensinar a pescar sabedoria para um vida muito melhor. Mas somos sempre mais mentirosos do que pescadores de fato, acabamos sendo fisgados pela nova onda de consumo e prazeres fúteis. Uma pena. Que bom que tem sempre alguém, como você meu amigo, disposto a nos oferecer uma nova chance. Obrigado
ResponderExcluirO saber escrever já é bem difícil, principalmente num idioma da complexidade do Português, mas são muitos os que conseguem, afinal há escolas pra o ensino.
ResponderExcluirO que nenhuma escola consegue ensinar é a capacidade criadora, isto vem da energia cerebral que nem a mais desenvolvida Ciência sabe como exatamente se processa.
E é aí, amigo Hayton, que eu e todos os seus leitores ficamos boquiabertos, sem conseguir imaginar como você consegue uma capacidade criadora de tal monta.
Essa crônica de hoje, pelo menos no meu caso, leva a uma reflexão que quase nos atordoa, mas um atordoamento benéfico que nos faz parar, pensar, medir e concluir que a vida vale a pena, o que precisamos é aprender a desfrutá-la e aceitar seus ensinamentos, aínda que para adquiri-los tenhamos que pagar algum preço.
Enfim, vou concluir, pois se tentasse dar vazão à emoção que de mim se apossa, teria que escrever até que a dormência tomasse a mão, e me falta capacidade mental para tal.
Assim, resumo dizendo que você conseguiu definir a vida fazendo uma brilhante e verdadeira POESIA EM PROSA.
Grande abraço e votos de vida longa, bem longa, pra que continue contribuindo pra a alegria de tantos.
Muito boa essa crônica Hayton. Primeiro fui ouvir as duas músicas citadas. Muito boas, não estava mais lembrado. Ter muito dinheiro só faz sentido quando é utilizado para gerar riquezas, com benefícios para as pessoas. Acumular bens materiais como objetivo de vida, é a maior das pobrezas de espírito. Dessa terra nada levamos, isso é sabido. Devemos buscar a felicidade em nossos relacionamentos, seja no ambiente familiar, de trabalho, círculo de amigos, ou em qualquer outro ambiente. E que os recursos financeiros de que dispomos, sejam em espécie, ou em forma de patrimônio, sejam canalisados para atingir esse objetivo.
ResponderExcluirOlha, eu estava precisando ler/ouvir algo nesse sentido. Tive a impressão que o velho de barba e cabelos longos estava falando comigo, me induzindo a refletir sobre cada ponto do que disse. Vou continuar refletindo. Como alguém já falou aqui, com certeza, cada um de nós vai captar, absorver as lições de acordo com as peculiaridades da vida que viveu até agora e, quem sabe, projetar a melhor forma de seguir adiante.
ResponderExcluirHaroldo Vieira
De fato, a presente crônica está entre as melhores que já li em toda a minha trajetória literária, e olha que eu costumo ler até bula de remédio. Poderia ser apenas mais um texto fora da curva, mas o autor resolveu extrapolar todos os limites, na medida que induz o leitor a fazer uma profunda reflexão sobre o sentido da vida, a partir de um diálogo entre um advogado e um simples pescador, que se confunde em minha visão com a própria morte. Para coroar, a obra é ilustrada por uma bela fotografia, de autoria do leitor Dedé Dwight, premiada no "Most Memorable" do Gurushots, que retrata o lusco-fusco na praia de Camaroeiro, em Caraguatatuba/SP e intitula a crônica. No mais, "o certo é que, na última audiência, prestes a se tornar coisa julgada, não haverá data vênia, apelação ou embargos infringentes que consigam procrastinar a sentença do lusco-fusco da vida de cada um."
ResponderExcluirComo sempre, texto excelente. Porém, quando se diz: "amigos são escolhidos e não impostos como a família", estamos esquecendo que, na realidade, nós escolhemos a família na qual queremos reencarnar.
ResponderExcluirBela e oportuna lição (que nos furtamos a aprender)!
ResponderExcluirParabéns!
Ave Maria! Que paulada! Cronica instigante como um chicote no lombo de cavalo chucro, que corre para viver e vive para correr. Mas seu grito de alerta é necessário apesar de ser meio incômodo . Por falta de um grito se perde uma boiada, se perde parte de uma vida. Quando Hayton começou a cronica citando Toquinho achei que se referia a música " Como dizia o poeta" em que o autor, na mesma linha filosófica, dispara: " Quem já passou por essa vida e não viveu..." "...Porque a vida só se dá pra quem se deu// Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu". No mais, é tentar viver o tempo que nos resta com sabedoria.
ResponderExcluirBela crônica para reflexão! a vida segue.......
ResponderExcluirNão é fácil olhar de frente para nossa finitude. E cada um tem seu modo de viver e desaparecer. Que Deus me dê, no último suspiro, o sorriso para agradecê-lo por tudo e dizer aos que ficam até breve 🙏
ResponderExcluirMais que uma crônica, uma grande reflexão sobre nossa breve passagem por esse planeta. Que aprendamos com o sábio idoso da beira mar a gastar nosso tempo com os verdadeiros tesouros, os quais também deixaremos aqui. Parabéns ao fotógrafo pela obra de arte!
ResponderExcluirNão sei de quem é a frase, mas ouvi na Igreja Católica. "Só é verdadeiramente seu aquilo que ninguém pode te tirar."
ResponderExcluirParabéns Hayton, mais uma bela reflexão.
ResponderExcluirA vida é curta e isso é muito bom, dizia um colega de Presidente Prudente, quando estive em Brasília pela primeira vez em 1978 (um ano antes de mudar pra cá).
Os 55 comentários dizem tudo que eu queria expressar.
O velho do mar parece com o cronista, tem muita bagagem cultural.
Ganhei o dia, a semana, o mês ou o ano... teremos uma reflexão melhor??
Emílio Hiroshi Moriya
Parabéns pela bela foto!!
ExcluirParabéns pela bela imagem!!
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