Abacaxi de ponta-cabeça
Quem me conta a novidade é meu velho e querido amigo Aleixo, natural de Batatais (SP). Diz ele que, em vez de usarem os convencionais aplicativos de namoro, algumas pessoas estão indo aos supermercados de Madri, na Espanha, em busca de parceiros. O que começou como uma brincadeira viralizou nas redes sociais e virou febre no país.
A regra para participar é bem simples: circular numa famosa rede de supermercados entre 19h e 20h. Dizem que esse é o horário perfeito para paquerar e, quem sabe, sair de lá com um novo contato. Para os iniciados, o sinal é segurar uma chave na mão e colocar um abacaxi de ponta-cabeça no carrinho de compras. Daí, é só seguir pelos corredores com um olho nas prateleiras e o outro nas criaturas. Se rolar aquele olhar, é só encostar o carrinho no da outra pessoa e partir para o abraço, sem risco de ser acusada de assédio sexual.
Ilustração: Uilson Morais (Umor) |
De início pensei que eu seria completamente inepto para a prática. Só depois percebi que apenas o abacaxi fica de ponta-cabeça. Encontrar uma cara-metade sempre foi complicado, mas hoje em dia parece ser ainda mais. Não apenas pelo volume de opções, mas pela enorme gama de expectativas. Você pode viver um relacionamento monogâmico, poliamoroso ou algo ainda mais criativo. Pode morar junto, separado ou até dividir a mesma casa sem se ver muito. Encontrar alguém que se encaixe no que se procura é quase como tentar combinar ingredientes de uma receita que ninguém sabe que gosto terá.
Além disso, as exigências são bem mais altas do que eram. Antes, bastava alguém para proteger os filhos ou cuidar da loja ou da roça. Com o tempo, a pessoa se tornava companhia para dividir dores e prazeres. Hoje, espera-se que a outra seja intelectualmente parecida, excelente no trabalho, ótima mãe (ou pai), parceira sexual ativa e, de preferência, infatigável.
Pois não é que meu amigo Aleixo, que saiu de Batatais nos anos 1980 e morou boa temporada no Nordeste, me pergunta como seria se os nordestinos aderissem à moda espanhola. Pelo menos quanto à fruta escolhida, imagino, mas sem qualquer rigor científico, que optariam por manga-rosa, melão maduro, sapoti, juá ou umbu-cajá, invocando o espírito de "Morena Tropicana", de Alceu Valença.
Agora, se tem uma coisa que andam errando feio por aqui são as estratégias de encontro via aplicativos. Não que eu entenda muito do assunto, mas já li a respeito. O primeiro pecado é não ter clareza sobre o tipo de relacionamento que se busca. Se você quer a longo prazo e a outra figura quer algo ligeiro, a equação já começa torta. E quando as expectativas não batem, não existe risco: vai dar merda.
Outro vacilo está nas fotos. As criaturas interessadas não colocam imagens recentes e, quando se encontram ao vivo, mal se parecem com o que foi "comprado". Nem acho que estejam enganando de propósito, é mais mecanismo de defesa do ego. Afinal, todos nós gostamos de acreditar que ainda somos a versão de nós mesmos de dez anos atrás. Se bem que, muitas vezes, isso não faz tanta diferença.
Os especialistas recomendam de três a cinco fotos no perfil, no mínimo. Uma com um sorriso autêntico, outra de corpo inteiro (vestido, hein?!), e algumas que mostrem você fazendo algo que realmente ama. Tudo publicável, claro! Ah, e não esqueça das “beige flags” – aquelas peculiaridades que podem parecer excêntricas, mas são parte de quem você é. Soube de uma moça que colocou no perfil que só se depila uma vez a cada quatro meses. Pode ser que espante alguns, mas vai atrair outros. Espera-se que a periodicidade de outras providências seja maior.
Mas quem sou eu pra falar desses aplicativos de namoro, meu caro Aleixo! De Batatais a Maceió, passando por Salvador e Brasília, muita coisa deve ter mudado pra você. Lembra como era a paquera antigamente? A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim, a bandinha no coreto entoando a velha canção de sempre, os músicos tão decrépitos que, certa vez, você me contou que um deles infartou e só perceberam três dias depois, quando ele já soprava fagote no céu junto com os anjinhos tocando harpa.
Você também me falou dos rapazes que caminhavam pela calçada da praça da matriz no sentido anti-horário, enquanto as moças circulavam no sentido contrário, trocando olhares tímidos, em frente ao Cine Madalena. De repente, uma delas, linda e perfumada, puxa conversa com um aprendiz de bancário magricela, feio de amargar:
– Nossa, você é daqui?
– Sou, sim, de Batatais...
– Não, moço, eu quero saber se você é do planeta Terra.
E assim começou um romance que já dura quase meio século. Porque, no fim das contas, seja no supermercado de Madri ou na pracinha de Batatais, a dúvida é a mesma: “Você é daqui... Ou é mais um abacaxi de ponta-cabeça no planeta Terra?”.
Com efeito as pessoas estão buscando alternativas para a busca de parceiros sem correr o risco de serem acusadas de assédio, até porque nunca se sabe de “qual fruta” a pessoa gosta. Tempos difíceis mas a criatividade ajuda a superar as barreiras. Excelente e divertida crônica. Parabéns !
ResponderExcluirTempos ultra modernos! Paquera virou assédio e todo cuidado é pouco para não ir pro xadrez e ter que pagar indenização à altura da ambição da pessoa “ofendida”,
ResponderExcluirMas ate a pracinha, já não tem o mesmo banco, quanto mais as mesmas flores ou o mesmo jardim. Todo modificado, acho que nem pipoqueiro tem mais porque o cinema já foi desativado-talvez virando igreja pentecostal. E de tudo sobrou a excelente crônica! Parabéns! Nelza Martins
Bons tempos sem redes sociais e aplicativos de namoro. Lá pelos Três Corações, minha terra, o bom era o Footing… rapazes contornando a praça pela direita, garotas pela esquerda, na esperança de que uma troca de olhares mais efusiva se transformasse em início de namoro
ResponderExcluirMais uma vez parabéns por reviver boas lembranças. Nosso tempo de paqueras nas festas de final de ano ou nas festas da padroeira da cidade eram mais emocionantes. Hoje além de serem rápidas as conquistas tornam-se perigosas. Tudo é assédio.
ResponderExcluirWalmir figueiredo
Concordo plenamente!!!
ExcluirMuito bom ,HAYTON !!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
ExcluirExcelente
ResponderExcluir😂🤣😂🤣😂🤣Muito boa.
ResponderExcluirTodo cuidado para aqueles que estão na pista, pois com a evolução das leis e a evolução das paqueras o o xadrez poderá ser o destino, se o olhar deixar brechas de entendimento duvidoso. Olha o perigo! O negócio é baixar a cabeça quando passar aquela onça pintada.
Bons tempos aqueles domingos pós missa onde as praças eram repletas de moças e rapazes praticando o Tinder ao vivo é a cores. Mas a criatividade do abacaxi de ponta cabeça foi 🔝🔝🔝🤣🤣🤣 e a ilustração da crônica melhor ainda. Lembrei-me de certa vez no supermercado quando duas pessoas na faixa dos 40 escolhiam de forma muito diferenciada e sorridentes, alguns legumes, cenoura, pepino, batata inglesa. Espero que não seja a versão brasileira para paqueras.🤣
Simbora rumo á próxima crônica.
Graças a Deus não tinha essas fuleragem na época que eu era jovem e metido a galo cego. Hoje em dia eu tenho até medo de alguma doida me lançar um olhar paquerador, pois eu não troco meu sossego solitário por alguém candongando no meu ouvido, ou, como diria Chico Buarque, "chego a mudar de calçada quando aparece uma flor e dou risada prum grande amor." Dedezinho das Candongas
ResponderExcluirDe fato, Dedé, um olhar enviesado ou uma frase sem as vírgulas nos lugares adequados pode gerar um abacaxi de caroço na goela de qualquer cristão! Melhor mudar de calçada…
ExcluirDeus me defenda!
ExcluirÉ hilário imaginar essa cena nós supermercados com o pessoal a dizer: "Estou a perigo ". Mas, hoje em dia, principalmente nestas paragens tropicanas, todos os sinais são mais de "Estou em perigo". Adorei a divertida crônica.
ResponderExcluirE eu pensava que tinha visto de tudo. Muito criativa a jovem da banana...kkk
ResponderExcluirQue delícia de crônica! Vou até reler mais tarde, pois agora tô indo ali no supermercado.
ResponderExcluirSerá que Santo Antônio tem que mudar os seus métodos? Quantos ananases no carrinho de compras, um tímido conseguiria dilacerar algum coração?
ResponderExcluirEm tempos de pressa tudo precisa ser facilitado. Boa alternativa evita gastar palavras e vai direito ao ponto.
ResponderExcluirAinda bem que os supermercados só chegaram às cidades de interior no início da década de 70, quando já tinha encontrado minha cara metade!
ResponderExcluirLembro-me que no final da década de 50 e boa parte da década de 60, principalmente nas cidades do interior, era muito usado o oferecimento de música às pretendidas através dos serviços de auto falantes da cidade, principalmente no período das festas da padroeira da cidade.
Essa crônica deve ter mexido na memória de muita gente.
Parabéns
Confesso que gosto mais dos tempos de outrora, onde as dificuldades eram maiores, mas, as conquistas tinham mais valor. Show de crônica, Hayton!
ResponderExcluirTenho um amigo que se separou e logo depois os seus outros amigos tentaram dar uma de cupido. Num desses encontros arranjados, a pretendente perguntou pra ele se ele ainda gostava da sua ex. Sem titubear ele disse que já fazia muito tempo de separado e que nem lembrava mais da criatura. Conversa vai e ela insistindo na mesma pergunta: "Vc tem certeza que não gosta mais da sua ex"? Já de saco cheio, o meu amigo respondeu: Gosto tanto que lembro todo dia. O que me salvou foi ela ter esquecido uma camisola e uma calcinha no armário. Daí eu cheiro e choro sentindo o cheiro dela na camisola. Pior que tem outros dias que a saudade é tanta, que só consigo dormir quando visto a calcinha. A pretendente olhou pra ele e disse: " Eu já estava desconfiada disso. Vou me embora que vc é louco". No dia seguinte ao encontro, o amigo cupido lhe telefona pra saber a respeito do encontro. O pretendente só lhe falou uma coisa: "Quando vc tiver esses abacaxis, vc mesmo descasque. Kkkkkk. Gilton Della Cella.
ResponderExcluirNesses tempos de assédios mil, não é fácil ir à luta. Até pq no nosso tempo, querido amigo, pau era pau, e pedra era pedra, se é que me entende.
ResponderExcluirAgora é mais difícil, como me atestam os amigos mais novos, pq como vc sabe, estou “fora do mercado “, já há algum tempo!
Nós sabemos que a tecnologia não determina a sociedade: é a sociedade que determina os parâmetros comportamentais. A sociedade é que dá forma à tecnologia de acordo com as necessidades, valores e interesses das pessoas que as utilizam. Além disso, as tecnologias de comunicação e informação são particularmente sensíveis aos efeitos dos usos sociais da própria tecnologia.
ResponderExcluirO diálogo vira coisa rara entre o casal, as conclusões são tiradas daquilo que é visto na rede social e nada é explicado ou discutido se não for direto na briga. Os momentos que poderiam passar juntos são desperdiçados com a cabeça baixa olhando para uma tela, não no olhar do outro. Não há confidência nem conexão entre ambos. E quanto mais íntimo o casal, mais eles têm a liberdade de deixar o outro de lado para olharem o celular.
Em época de abacaxis e bananas, como já foi dito, todo cuidado é pouco, diante das muitas pretensões e interesses que existem nessa "horta moderna"...
ResponderExcluirTempos bons que não voltam mais.
ResponderExcluirO cronista e os comentaristas já falaram quase tudo dos tempos idos.
Faltou lembrar das cartas que, normalmente, começavam com o caput: escrevo estas mal traçadas linhas... E da espera na telefônica para se dirigir à "casinha", onde ficava a cabine telefônica, o para atender à ligação.
Hoje, nestes tempos modernos cheios de politicamente correto, se olhar já se corre perigo, imagina passar a mão.
Saudosa crônica. Voltei à festa da padroeira Santa Maria Madalena, lá da minha terra natal, União dos Palmares, quando troquei os primeiros olhares com a homônima da santa.
Excelente, meu caro. Impressiona como uma simples notícia vc transforma em algo tão criativo. Só discordo levemente da descrição física do tal Aleixo.
ResponderExcluirLuis Antonio Aleixo
Tempos " idos e vividos " que ñ voltam mais !
ResponderExcluirDeu um nó nos relacionamentos desde sua origem aos desenlaces. E agora com a IA o " céu é o limite" . Excelente crônica .
Paqueras em Madri...isso é tão bom que daria tema p um roteiro de filme...
ResponderExcluirBom dia.
ResponderExcluirEsta história de frutas e namoro me levou a lembrança de poesia de Patativa do Assaré, poeta popular cearense que fala sobre o Pequi ou piqui, como chamamos no Cariri cearense e fala que na safra do fruto silvestre é quando mais aumenta a "produção da mulher", o que se leva crer ser o fruto afrodisíaco, associado ao contexto da colheita que se faz na serra do Araripe, ambiente bucólico e propício ao namoro...
É só escolher a fruta
ResponderExcluirIr direto pra Madri
O namoro é garantido
E coisa igual nunca vi
A _morena tropicana_
Escolheu uma banana
A clareza estava ali.
Acabo de ler mais um texto de sua lavra. Desta vez com a interessante abordagem sobre namoros e propostas afins, com o modernismo à disposição para facilitar a busca do objetivo desejado.
ResponderExcluirLendo o referido texto, o leitor pode viajar e locupletar-se com os seus mais recônditos desejos.
Gostei muito e cheguei a sentir saudades de algumas coisas. Hoje, por causa da velhice, fiquei só na saudade. Mas, valeu! E como valeu.
Parabéns por mais uma missão cumprida.
Até a próxima. Um abraço.
A crônica está ótima e a ilustração muito criativa. A idéia da banana pode até ser levada para as mulheres de Madri. Com certeza, vai fazer mais sucesso do que o abacaxi.
ResponderExcluirQuando a gente imagina que não mais pode haver surpresas, surge essa!
ResponderExcluirDe toda forma, parece mais interessante do que a aproximação digital, embora eu não seja capaz nem de uma nem de outra.
O comentário do JM Rabelo, aí acima, registra algo que não canso de postar aqui - a variedade de temas até inusitados que você explora com tanta sapiência, haja criatividade!!!
ResponderExcluirDesta vez, você revela uma veia não só satírica, mas também algo maliciosa, haja vista tantas insinuações provocantes.
De resto, também impagável a ilustração do nosso insuperável UMOR, figura mais que indelével, com quem tive o privilégio e a ventura de trabalhar junto e que considero como um amigo querido, além de por ele ter forte admiração.
Parabéns, Hayton! Como sempre: dá gosto ler seus textos. Ah! Sobre o passeio no sentido anti-horário na praça: Juazeiro do Norte, Ceará, praça em frente ao Hotel Municipal, todas as noites acontecia o mesmo.
ResponderExcluirIdos de 1993.
ExcluirHayton consegue transformar até abacaxi em limonada!!
ResponderExcluirEita crônica porreta!!!
Mais uma bela crônica de nosso estimado Hayton! Todas quartas aguardamos ansiosos degustar estas belas e criativas crônicas. Abs, Canindé
ResponderExcluirEssa eu não sabia, Hayton. Suas crônicas, além de curiosas, outras engraçadas, são detentoras de conhecimento de muitas coisas de forma bem humorada, como estas formas de atrair um parceiro. Tambem como muitos de vocês, sou do tempo "dos rapazes que caminhavam pela calçada da praça da igreja matriz em Colinas (Ma) no sentido anti-horário, enquanto as moças circulavam no sentido contrário, trocando olhares tímidos..." valeu, Hayton, mais um texto incrível! e ao nos relembrarmos, voltamos um pouco no tempo com saudades...
ResponderExcluirMais uma crônica saborosa de se ler, porque nos faz viajar no tempo e reviver tantas coisas maravilhosas de que fomos partícipes. Após lê-la, dá vontade de invocar Jessier Quirino e também dizer "Vou-me embora pro passado", no rastro da Bandeira de Manuel.
ResponderExcluirHayton, com bastante humor você retrata mais um comportamentos da nossa sociedade… poderia dizer que são tempos difíceis esses em busca de novos conhecimentos de pessoas e relacionamentos.
ResponderExcluirDe certa forma explora a complexidade das relações amorosas, contrastando as práticas tradicionais e modernas de paqueras.
No que está sendo realizado em Madrid, há uma grande vantagem, pois é verdadeiramente “on line,” muito mais do que os aplicativos virtuais, é ao vivo e em cores, a decisão é olho no olho, mesmo que dependa de um abacaxi 🍍 de ponta-cabeça.
A crônica, mesmo de forma leve e sútil, tem um tom irônico e crítico dos relacionamentos modernos através de aplicativos, pois há possibilidades de algo irreal ou falso.
Nas “viagens” das suas crônicas, nos levando de um lado ao outro, de Madrid ao nosso Nordeste brasileiro, passando pela pracinha de Batatais, entendi que na verdade você, em sua crônica, enaltece o que deve realmente prevalecer nos relacionamentos: o amor.
Nelson Lins
Muito boa. Afinal, supermercado é lugar de abacaxi mesmo, não é? Se a moda pega, irá faltar abacaxi. O trem tá feio, como dizem os mineiros. Encarar um novo relacionamento está complicado nos dias de hoje. Nos aplicativos, a foto dificilmente será atual, pra não mostrar o abacaxi de cabeça pra baixo, que o lugar dele é no supermercado... Agora, quanto aos tipos de paqueras antigas, o romantismo de hoje já não permite mais. Bons tempos, sem supermercados.
ResponderExcluirAcho o formato de antigamente mais impactante. Sou das antigas, rsrs
ResponderExcluirMais uma crônica sua que me diverte bastante.
ResponderExcluirVi a reportagem na TV e achei o método bem interessante. Em tempos de IA, manipulações de imagens e informações, a paquera virtual ficou muito arriscada. O povo usa tantos filtros e efeitos que, ao se encontrar com a criatura na realidade, a gente nem reconhece.
Além disso, a coisa fica bem clara, se alguém não estiver com seu abacaxi de cabeça pra baixo, já se sabe que a maré não tá pra peixe e se evita que a abordagem seja interpretada como importunação sexual. É quase uma medida protetiva para ambos.
Lembro ter assistido, nos anos 90, ao filme O Demolidor, estrelado por Stallone e Sandra Bullok, em que ele havia sido resgatado de uma crio-prisão, despertando no futuro no ano de 2032 (está próximo), quando os relacionamentos românticos eram totalmente virtuais, sem toques e sem "trocas de fluidos". Ela, do futuro, não conseguia entender como , no passado, as pessoas se arriscavam tanto por minutos de prazer.
Creio que as pessoas estão vivendo tão isoladas, em mundos e relacionamentos virtuais que se envolver a vero com alguém será raridade. E olhe que já estamos caminhando nesse sentido.
Vi essa técnica espanhola como uma esperança a um resgate a boa e antiga paquera.
Apesar do formato bem humorado da crônica, o assunto é muito sério e complicado. Tão complicado que já ouvi de muitas bocas: “Olha, se eu ficasse viúvo ou viúva ou separasse, nunca mais que eu queria outro relacionamento sério”.
ResponderExcluirE parece que esse pensamento não é só dos nacionais. Outro dia fiquei sabendo, através de um documentário sobre o Japão, que os jovens lá não querem mais saber desses relacionamentos tradicionais. Preferem divertir-se com personagens dos mangás e animes e explicam: “não discutem nem replicam, o que simplesmente é mais fácil para muitos."
Em tempos de denúncia de assédio sexual é uma boa!,
ResponderExcluirMuito bom. Crônica maravilhosa!!
ResponderExcluir