quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Arte ou macacada?

Na última quinta-feira, enquanto tentava acompanhar uma aula por videoconferência, recebi de meu amigo, o espirituoso jornalista e escritor Francicarlos Diniz, uma mensagem enigmática:

– Vai render pano pra manga. Ou melhor, banana...
– A preço de banana? – devolvi, brincando, mesmo sem entender aonde ele queria chegar.
– De bananada... – ele retrucou.
– Aí pode embananar tudo... – insisti, esperando o troco.
– E ainda dizem que nós é que somos a República das Bananas...

 

Achei que ele falava da coleção Diário de um Banana, que acaba de chegar ao 19º livro, Baita Lambança. A série, escrita por Jeff Kinney, já vendeu mais de 290 milhões de exemplares em 70 idiomas. Mas não: Francicarlos se referia a outra “banana” que dominava as manchetes.

 

Uma obra de arte – com o perdão da palavra! – composta por uma simples banana presa à parede com fita adesiva foi vendida por absurdos US$ 6,2 milhões (cerca de R$ 35 milhões). O comprador foi Justin Sun, magnata das criptomoedas. A peça, intitulada Comediante, do italiano Maurizio Cattelan, reacende a velha questão: afinal, o que é arte?


A banana, que já havia causado furor na Art Basel de Miami em 2019, repetiu o feito na Sotheby’s de Nova York, onde, após lances frenéticos, superou a estimativa inicial de US$ 1,5 milhão. Justin Sun, além de pagar em criptomoeda, ainda herdou a obrigação de substituir a banana quando ela apodrecer. Para ele, porém, não era só uma fruta pendurada: “É um fenômeno cultural que une arte, memes e a comunidade cripto”, declarou, como quem descascava uma verdade universal.

 

A ironia não passou despercebida. Especialistas compararam a peça a Autorretrato, de Banksy, e à provocação histórica de Marcel Duchamp, com sua Fonte – o icônico urinol de 1917. Foi aí que Francicarlos, implacável, disparou mais uma: "Esse Duchamp, que de banana não tinha nada, começou com essa macacada.


Ilustração: mosaico de obras de Catellan, Banksy e Duchamp


De fato, Duchamp inaugurou o ready-made, transformando objetos comuns em arte e confundindo os limites do que pode ser exposto. Décadas depois, Andy Warhol imortalizaria a banana como ícone da arte pop, estampada no álbum inaugural da banda The Velvet Underground. E agora, Cattelan estica ainda mais essa corda, pendurando uma obra absurdamente simples e milionária.


Enquanto pensava nisso, lembrei de Bienal, a canção de Zeca Baleiro que satiriza o mundo da arte contemporânea com versos como “fios de pentelho de um velho armênio” e “asa de barata torta”. É o retrato ácido de um elitismo artístico que aliena o público comum – aquele que, como a mãe do narrador da música, exclama: "Meu filho, isso é mais estranho que o cu da gia e muito mais feio que um hipopótamo insone". Noutras palavras: é arte ou macacada?

 

Recordei também um episódio com meu amigo Anchieta, cearense de língua afiada, numa exposição no CCBB, em Brasília. Ele ficou cara a cara com cilindros metálicos pintados de vermelho que ostentavam uma etiqueta de obra de arte. Olhou para mim e cochichou: "Tá parecendo o tonel enferrujado em que a gente guardava água lá no quintal de casa, quando chovia no Ceará".

 

Voltei à aula, mas Francicarlos, certeiro, lançou uma última farpa antes de desaparecer: "Agora preste atenção à aula que o bedel tá de olho em você!".


Acatei o conselho, mas entre bananas milionárias e velhos amigos – não os comparo, que fique claro! –, tento decifrar o mundo de hoje que temos pro jantar. Só me falta aparecer alguém, inspirado em Zeca Baleiro, para “misturar anáguas de viúva com tampinhas de pepsi e fanta uva num penico com água da última chuva...”

 

Arte ou macacada? Talvez o verdadeiro espetáculo esteja em nos fazer rir do absurdo, mesmo que, no fundo, o riso seja de nós mesmos. Entre criptomoedas e valores intangíveis, penso até no camburão que deveria estar na porta da Sotheby’s, de Nova York, não para prender os lances da imaginação, mas os exageros da lógica. Mas tudo leva a crer que dinheiro cai do céu para essa turma!

 

Desde a última quinta-feira, todas as manhãs, quando acordo, enquanto olho o espelho do banheiro, tento decifrar o que passa na cabeça do velho ranzinza que me encara. Seria ele um ready-made ou apenas mais uma peça deslocada numa paisagem modernosa?

 

Na corda bamba, lá vamos todos nós, entre a genialidade e o absurdo, pendurados como bananas numa galeria que insiste em chamar de arte aquilo que só reflete a loucura deste admirável mundo contemporâneo.

56 comentários:

  1. A arte de pensar, de falar , de fazer,“Entre a genialidade e o absurdo”, me fez lembrar , uma certa época na super, foram convidados para uma exposição de Tati Moreno, e um colega, voltou indignado “ como pagar esse valor em um arame torto!” Arte é arte, e o que é a arte…
    Viva a arte! Viva a crônica ! Viva o cronista!

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  2. Houve um tempo em que, para se amostrar, o sujeito pendurava uma melancia no pescoço. Agora, deu também de pendurar banana na parede. E vendê-la a preço de banana ouro.

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  3. Que coisa de doido! Gastar uma fortuna por uma banana colada com fita... o mundo está louco mesmo.
    Será essa a razão de surgir os extremistas pelo mundo afora? Eu acho que esse milionário nunca passou fome na vida!
    Mas o melhor mesmo é o cronista abordar o assunto de forma genial.
    Emilio.

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  4. No dia em que li a notícia fiquei imaginando se viria um crônica de sua lavra. Demorou um pouco, mas veio! Creio que havia outras já na fila e esse assunto era muito novo pra entrar na fila das prioridades, e também não cabia na de urgência e isso é o que me importa. Se tivesse apostado não ganharia tanto bem em em criptomoedas. Parabéns! Ao menos para inspirar uma ótima crônica essa loucura serviu.
    Nelza Martins

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  5. O artista italiano que criou a banana presa com fita adesiva a uma parede, disse em uma entrevista publicada na última sexta-feira que a obra é uma “provocação” e um convite para apreciar o verdadeiro valor da arte.

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    1. De fato, essa ideia me veio à cabeça, tamanho é esse absurdo! Será isso mesmo? E alguém, se achando muito inteligente ou esbanjador de dinheiro, caiu feito um patinho?

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  6. Calaca, como fala o Cebolinha. Esta crônica, sim, é uma verdadeira obra prima, Hayton.
    Acho que a banana desta obra de arte seria de ouro maciço extraído no minúsculo planeta Mercúrio. Pense numa banana cara. Mas como dizia Leonardo da Vinci:
    "A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível."

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  7. Ao narrar um evento tão peculiar como a venda de uma fruta por um valor astronômico, a crônica convida o leitor a questionar seus próprios conceitos sobre o que se considera arte. A obra em questão, simples e efêmera, desafia as expectativas e provoca reações diversas: admiração, perplexidade, indignação.
    A arte, por sua própria essência, é subjetiva e aberta a múltiplas interpretações. A banana colada na parede, além de sua materialidade simples, carrega consigo um significado simbólico e conceitual que transcende o objeto em si. Pode ser vista como uma crítica ao mercado de arte, à valorização excessiva de objetos e à superficialidade da cultura contemporânea, penso eu. Ótima crônica como sempre

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  8. A modernidade tem disso: a mediocridade. Seria uma banana presa por uma simples fita adesiva ou uma fita adesiva envolvendo uma simples banana? Melhor ficar com a arte que conhecemos há séculos, e vem dando certo.

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  9. Eu também fiquei meio impressionado e sem entender como alguém ver arte numa banana colada na parede e, mais ainda, como consegue pagar tudo isso. Lendo a crônica agora e observando as referências que o autor buscava para comentar, eu lembrei de um artista nordestino “Seu Lunga” ( não me digam que o colador de banana tem mais arte do que ele) e tentei imaginar o que ele diria. Continuei lendo a crônica, observei a comparação entre dinheiro e água da chuva. Foi nesse instante que Seu Lunga esbravejou no meu pensamento: “chuva é coisa difícil no nordeste e não cai assim. A única água que não tem valor por lá é aquela que depois de lavar os troços desaparece em algum esgoto “
    Bom dia a todos.

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  10. Não fosse a venda por um valor magnífico, a peça não teria essa fama toda. Fico pensando sobre qual seria a dimensão da Monalisa sem o roubo.
    Ainda bem que não fui eu que comprei a banana. Eu não saberia o que fazer depois que ela empretejasse a casca. Teria que trocar a banana? E a originalidade da obra? E se a cola da fita não grudar direito depois? A arte por me vezes me deixa confuso.

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  11. Existem diversos tipos de artes. Aquelas abstratas, que alguns entendem e até mesmo são incompreendidas, a exemplo de obras construídas por chipanzés e expostas em Niterói (em 2010). Mas, para mim, a verdadeira arte é aquela que retrata a beleza de uma pintura realista, às vezes por autores tão pouco conhecidos e sem representatividade no meio artístico. O, também, por magníficos escritores, pensadores e narradores, que por ironia do destino não alcançaram os altos degraus desse espaço artístico, pois trilharam um caminho... digamos... "de bancário", mesmo contribuindo com sua caligrafia, na sua forma peculiar de expressão criativa. Hayton e Francis, sou fã de vocês dois!!!

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  12. Ademar Rafael Ferreira27 de novembro de 2024 às 07:11

    Sendo arte ou outra coisa qualquer vejo ostentação no preço pago e a foto de "uma banana" para os desprovidos de comida.

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  13. Disse bem. Arte contemporânea talvez seja aquilo que confunde e perturba. O que sempre fez ou deve fazer. Os impressionistas faziam borrões; depois vieram as distorções concretas e psíquicas, geniais. A realidade fere e precisa ser desconstruída, ou ridicularizada. Apenas a crônica precisa ser (precisa?) contundente e iluminada, como as que brotam neste quintal. Parabéns!

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  14. Uma verdadeira "banana de dinamite" que com a sua explosão inflacionou o mercado das frutas. Não sei como será a substituição das bananas(maçã, prata ou de ouro). Qual o bem que a compra de valor exorbitante fez para a humanidade? A crônica é uma reflexão que o "fome zero" tem solução, já que os recursos estão sobrando na mão de poucos.

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  15. Acabei de ler o seu texto da semana. Para mim foi algo que me pegou completamente de surpresa, pois não estava preparado para o tipo de abordagem. De qualquer maneira, realço o habitual domínio no trato de qualquer abordagem. Parabéns e votos de muito sucesso. Bom dia!

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  16. Enquanto coisas dessa natureza acontecem, milhões de pessoas, adultos e crianças, morrem de fome em todo mundo. Quantas pessoas poderiam ser beneficiadas com essa fortuna!
    É, como dizia minha, o fim do mundo.
    Essa crônica serve para percebermos o quanto atrasados ainda estamos.

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  17. Gostei muito do seu texto, Hayton.
    Ele faz uma reflexão interessante sobre o mundo da arte contemporânea e a linha tênue entre a genialidade e o absurdo.
    A comparação entre a obra do Cattelan e outros artistas, como Duchamp e Banksy, foi perspicaz e trouxe à tona uma crítica necessária ao elitismo artístico.
    Obrigado por compartilhar!
    Abraços, Ulisses

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  18. Adoro arte e gostei muito da sua crônica porque nos faz refletir sobre o que é arte.
    A arte, por definição, é expressão de ideias e sentimentos. Apesar de relacionada à estética, nem sempre, atenderá ao que consideramos belo e agradável, justamente porque ela exprime a sensibilidade e a fantasia de quem a cria.
    A arte não se dispõe exclusivamente ao entretenimento e contemplação, porque ela expressa a subjetividade humana e, para cada pessoa, transmitirá uma ideia, mensagem ou sensação e cada observador a digerirá da sua forma. Contudo seu principal objetivo é provocar reflexão, sensações, incômodos e, muitas vezes, chocar mesmo.
    Muito já se falou sobre a morte da arte e isso iniciou com o advento da fotografia que, ao reproduzir a imagem com perfeição, ameaçou os pintores clássicos realistas. Mas a pintura seguiu caminhos diversos com o impressionismo, o expressionismo que ia além da reprodução do mundo real para a visão particular do artista.
    Partindo desses conceitos, talvez possamos afirmar que a obra, além de macacada, pode ter cumprido seu papel artístico na medida em que gerou tantas reflexões e até mesmo chocou. Aquela banana, certamente tem um significado muito além de uma fruta perecível presa por uma fita adesiva. Confesso que vi a obra como uma metáfora sobre a vida, a banana a nos representar, seres humanos, presos a diversos enganos e amarras enquanto apodrecemos, somos descartados e a necessidade de substituição, porque somos tão perecíveis quanto aquela banana. Talvez não tenha sido esta a ideia ou fantasia do autor, mas a arte tem esse poder de perder a autoria original e oferecer uma interpretação individual a cada um que a degusta. Quanto ao valor, acredito que arte não tem preço.
    Mas, ao se falar de macacada, lembrei do quão chocante foi a performance teatral "Os Macaquinhos", que tinham como eixo central a exploração do ânus e os tabus relacionados a ele e gerou indignadas polêmicas, mas na verdade, a performance tinha como objetivo chamar a atenção para o desequilíbrio social entre os países do hemisfério sul e os emergentes. O ânus é usado como metáfora para representar os países do hemisfério sul. Foi um verdadeiro bafafá... recordo-me desse mesmo questionamento: isso é arte?
    Se cumpriu suas funções, é sim. Muitas vezes, algumas pessoas, não consiguem assimilar a expressão subjetiva do artista, ou desfrutar de uma sua, mas nem por isso deixa de ser arte.
    Você citou o genial Banksy, achei fantastico quando sua obra de arte
    "Love is in the Bin" foi o que restou da obra "Girl with Balloon", picotada ao vivo após ser arrematada por 1 milhão de libras. Após a sua autodestruição foi vendida pelo dobro, porque além da pintura, incorporou uma performance. O simples fato de nos trazer esse questionamento sobre o valor do dinheiro pago, já atende a um dos requisitos da arte.
    Hoje, muito se fala sobre a substituição da arte humana por criações de IA. Não seria o mesmo sentimento que tivemos em relação à fotografia? Eu acredito que a arte não morre, ele se reinventa.

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  19. Nem sei por onde começar um comentário: se pela qualidade excepcional da crônica; pela obra do Maurizio Cattelan; pela ostentação do comprador; pelas reflexões dos leitores do blog sobre o que seria arte; ou pelas manifestações indignadas sobre a fome no mundo.
    Creio que tudo isso é muito relevante nesse contexto.
    Não tenho procuração pra defender o autor da “obra de arte”, mas resta pouca dúvida pra mim que, ao usar a “marca” e a influência que seu nome de artista possuem para colar uma perecível banana com fita adesiva, ele tinha intenção de provocar saudáveis polêmicas e profundas reflexões. Inclusive sobre a perecibilidade de cada ser humano, da humanidade como um todo e do nosso planeta também.
    Ouso especular que ele também sabia que a obra seria arrematada por um valor exorbitante. E que isso provocaria discussões acaloradas sobre a distribuição das riquezas - tanto as naturais quanto as produzidas pelo trabalho do ser humano.
    Pra não dizer que fiquei em cima do muro, digo que o comentário da Deborath Almeida me representa!
    E que a crônica do Hayton cumpre seu papel à risca: diverte, espanta e provoca reflexões importantes!

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    1. Serginho, me sinto honrada por sua gentileza em dizer que o meu comentário lhe representa, sabendo o excelente escritor que é e o quão sensíveis, inteligentes e pertinentes são os seus comentários. A arte, por ser arte, é sempre polêmica e as discussões são todas válidas.

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  20. Quando vi a matéria, no dia que foi publicada, não tive paciência para lê-la por completo, tamanho o absurdo que aquilo me pareceu logo no início do conteúdo, não me motivando a perder alguns segundos que fossem para terminá-la. Talvez se o fato tivesse sido feito por um macaco ter-me-ia despertado a curiosidade de continuá-lo.
    A crônica aqui, diferente da notícia que a originou, conseguiu transformar uma banana ridícula (não por culpa dela) em um verdadeiro texto merecedor de ser apreciado.

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  21. Mais uma utilidade para a banana, além da cura da diarreia: arte.
    Mas se analisarmos direitinho o resultado da diarreia é uma obra.
    Dois amigos se encontram e um foi logo se lamentando:
    - Rapaz! Desde ontem que estou “vazando pelo pito”! Já tentei de tudo e nada.
    - Tente uma banana, funciona bem! respondeu o outro.
    No dia seguinte se reencontram:
    - E aí? A banana resolveu o problema?
    - Em parte, toda vez que removo a banana, o vazamento recomeça.
    Olha a banana
    Olha o bananeiro
    Quem vai querer? (Jorge Ben Jor).

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  22. Lendo tua boa crônica, senti (literalmente), enquanto fazia o desjejum, que saborear arte é muito bom. Isso tudo aconteceu enquanto apreciava teu texto e comia uma banana.

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  23. Bom dia meu amigo. Sou um tanto "careta" pra entender essas coisas. Kkkk Um grande abraço

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  24. Tempos complicados … A vida, pasmem, banalizou-se … imagine a arte ! Tivemos várias discussões aqui na galeria sobre estas questões, e lógico, o Duchamp sempre entra, junto ao mantra que a ele se fixou de “ARTE CONCEITUAL”… Agora nos reaparece a banana … Li, inclusive, um arte onde tecia comentários edificantes a banana s sua saga… Não me convenceu … Hoje adentramos nos museus e lá nos deparamos com um monte de terra, um refletor ao teto mirando o chão … uma escultura … Fico a me perguntar : onde está o tão propalado conceito ??? Voltando a tua crítica … sabias e irônicas palavras, poeticamente costuradas … ainda bem que “essa arte conceitual” nos proporciona refeições gostosas de ler como a tua … do contrário estaríamos perdidos !!!!

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  25. Para mim é só uma macacada doida !!🤣

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  26. Prezado Hayton, a forma elegante de abordar o tema da crônica desta semana animou o comentário excelente da Deborath Almeida.
    Acho que, a cada dia, vc percebe novas virtudes de seus escritos!

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    1. Ohhhh, Artur. Que alegria ler o seu comentário, ainda mais um elogio, por vir de alguém tão sábio, culto, sensível e uma referência para mim. Obrigada. Bjo.

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  27. Excelente reflexão sobre arte num texto leve mas profundo, que nos faz despertar sobre o mundo que existe em cada ser humano. O texto questiona com sabedoria: O que é arte, afinal?

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  28. Como a vida é fácil pra quem vai entrar de Lamborghini no céu. Com milhões de pessoas passando fome nesse mundão de meu Deus, um magnata resolve comprar uma banana por míseros 35 milhões de reais. Como as pessoas fazem de tudo a fim de aparecer ma mídia. Como a banana vai apodrecer em pouco tempo, o sujeito
    Que rasga dinheiro deveria ter comprado um vibrador. Pra ele talvez fosse mais útil. Gilton Della Cella.

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  29. Difícil entender de arte e valorizá-la se não conseguimos entender o subjetivismo e a "loucura" de quem a idealizou e a produziu.
    Mais "louca", ainda, é a interpretação posterior e o valor tangível atribuído a ela.
    Sensacional o comentário de Deborah Almeida...
    A cada semana enriquecemos um pouco mais, em cultura, conhecimento e arte, ao lermos as crônicas do amigo Hayton, e os sábios comentários que nos são oferecidos, mostrando-nos como a mente humana pode transformar o simples em algo "louco" e valorizado.

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    1. Obrigada, Derli. Esse fórum de comentários e discussões nos enriquecem muito.

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  30. Minha cultura é pouca,paratanta inspiração 🤭

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  31. A arte está na filosofia.
    Arte, também, fez o cumpade Olerim de Oléria. Profissional da maconha autônomo. Prendeu, com uma fita adesiva, uma trouxinha de maconha atrás da geladeira.
    Era pra consumo próprio.
    Foi dedurado, e a puliça abriu rosca de interrogatório:
    - Onde arranjou esta droga?
    - Eu tirei num bingo.
    - Quem mais está envolvido nisso?
    -Ninguém, só eu e Deus.
    - Abre o bico porra! Quem está atrás de você?
    -Atrás de mim só meu cu.
    O polidóro reconheceu que o caba é um artista, e recomendou que a instalação artística da trouxinha atrás da geladeira fosse posta em moldura.
    Trocou o quadro por uma mesa de sinuca, e pediu mais: um litro de rum, um saco de gelo, uma coca mundiça, 250 gr de queijo e cinco limão.

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  32. Macacada, bananda...que marmelada! Que palhaçada! É a arte ridicularizada...a verdadeira arte aí está em, ironicamente, entrar no mundo da arte como uma valiosa peça de arte!

    Fez-me lembrar uma cena deveras interessante e engraçada , principalmente por ter como protagonista, uma criança e uma "suposta" obra de arte, no Metropolitan Museum.

    Em uma grande sala, a arte se apresentava através de vários quadros pintados de uma única cor...simplesmente isso! Um grande quadro branco, outro azul, outro verde, mas o que chamou a atenção de um garotinho, foi o grande quadro de cor preta.
    Quando o viu, ele imediatamente puxou a saia da mãe , apontou para o "quadro negro" e falou em voz alta, o desabafo que estava abafado no silêncio dos adultos:
    - "Mom, I can do that! it's a black board!"

    A mãe, mostrando-se um pouco envergonhada, educadamente pediu para o filho calar-se!

    Criança é verdadeira, é genial, é autêntica!
    Com sua espontaneidade, tirou sorrisos de todos presentes, "lavando a alma" dos apreciadores da verdadeira arte ! Rsrsrs..

    Gerusia.

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  33. Marcelo John Mendonça27 de novembro de 2024 às 11:43

    Com o perdão do palavrão:

    Que texto do caraaaaaaalhoooooo… E por falar na “peça” fálica, surgiu-me a ideia de fazer uma obra, pendurando em fitas adesivas, um pepino, duas cebolas e um “mói” de coentro. Aguardo sugestões para o nome da obra…

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  34. Simplesmente não dá para acreditar que alguém pague uma fortuna por uma banana.
    Ele ou eu, um de nós tá doido. Não vejo lógica nisso. Se bem que já vi cada coisa no CCBB…
    Mas deixa pra lá, tem coisas mais importantes acontecendo. Vamos nos ater a elas.

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  35. Boa tarde! O mundo das criptos é o paraíso da lavagem de dinheiro e fingir cair em casca de banana é ótima desculpa para justificar prejuízo!
    Arte moderna não entra nesta minha cartesiana cabeça e olha que tentei! Já estive em museus de arte moderna considerados ícones (Nova Iorque, Londres, Berlim...) e não entro mais em nenhum deste tipo, cansei de ver, pregos soltos no chão, cadeiras quebradas, paletes amontoados, brinquedos destruídos e outras "obras de arte"! Agora qdo viajo só vou em museus de arte, arte mesmo! Abraço

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  36. Falem mal, mas falem de mim. Pois essa história da banana confirma o ditado.
    Eu, assim como vários colegas leitores aqui, não aprecio essa forma de arte.
    Mas, após a aula da Deborath, como não reconhecer que é muito difícil estabelecer padrões e critérios definidores para o que é, afinal, a arte.
    E se o objetivo do artista foi provocar, questionar e polemizar, sua “arte” foi certeira.

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  37. É muito dinheiro para um banana!
    Ainda se fosse uma cana caiana…
    Subvertendo o dito popular, eu até morro, mas vejo tudo, antes!

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  38. Emília, sua linda, adorei seu comentário. Mas não foi aula, apenas um comentário longo de alguém que adora arte e ama esquentar o juízo com reflexões artísticas. A arte tem que me provocar, causar incômodo reflexivo...como a filosofia, eu creio.

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  39. Considero que, quem nasceu até a década de 60, como nós, teve o privilégio de apreciar ARTE de qualidade, em seu conceito mais amplo. Pinturas, Esculturas, Músicas, Literatura e até mesmo o Futebol. Este era chamado de "futebol-arte". A Arte inebriava nossos olhos e nossos ouvidos.

    Mas, aos poucos, o "ótimo" tornou-se coisa rara. O "muito bom" tomou seu lugar. E o "bom" passou a ser suficiente. Muitas coisas foram "precarizadas". Pior para nós, que percebemos as diferenças e sentimos saudades. Quem nasceu depois de nós, parece nem perceber as diferenças.

    Mas, o que mais me surpreende é constatar que as nossas gerações é que permitiram e até mesmo "provocaram" essa verdadeira decadência. Um exemplo está no artista que "criou" a obra em questão. Ele tem 64 anos de idade, ou seja, é da nossa geração.

    E o que mais me chamou a atenção, nessa "obra de arte", é que, quem a comprou (a primeira vez, em 2019, e agora, no Leilão) está pagando mesmo é pela fita crepe, que prende a banana na parede. Porque a fruta mesmo, esta já não é a original desde a primeira exposição, também em 2019. A primeira foi comida por um "artista performático (?)" e a segunda, por um estudante com fome.

    Quem diria que uma fruta fosse capaz de causar tanta "macacada"? E olha que a banana é estéril, incapaz de produzir sementes e decrépita, no ponto de vista genético. Mas, é ao mesmo tempo, a fruta (na verdade, pseudo-fruta, segundo alguns "especialistas") mais popular do planeta. Como também é a minha fruta predileta, espero que continue com "preço de banana".

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  40. É muito provável que o “artista”, mesmo sabendo que existem mais de 500 tipos de banana, resolveu perpetuar a imagem de tão rara fruta. Notícias alarmantes dão conta de que elas serão extintas. Melhor então ter uma de estimação e poder exibi-la para quem quiser conhecer. Que se dane o preço.
    Enquanto não são extintas, vou cumprindo aquela regra básica do meu básico hábito alimentar. Quem não gosta de bananas, e não as come, bom sujeito não é. Banana prata, é verdade. As outras, são imitações.
    .

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  41. Eu já não entendia muito de arte, depois dessa considero-me leigo e ignorante absoluto. Só falta a abertura de um fundo de criptobananas. Desisto.

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  42. Quem diria que uma banana presa com uma fita fosse gerar uma crônica dessa qualidade e tantos comentários geniais.

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  43. Meu caro Hayton, logo ao terminar a leitura de sua obra, bem como dos comentários sobre ela, dei-me conta de que não tinha a mínima capacidade de acrescentar algo.
    Nada obstante, em função da forte reflexão que a soma dos dois me provocou, fiquei verdadeiramente inquieto e resolvi aparecer aqui.
    Mas só o que tenho a dizer é que o artista certamente ficaria definitivamente feliz se acessasse aqui.
    Tomando conhecimento de sua crônica e dos comentários que ela provocou - especialmente o de Deborath Almeida, uma verdadeira aula não só de Arte, mas também de Filosofia - ele certamente se sentiria mais realizado que ficou com o arrecadado no leilão.
    Você já merece uma análise, como cronista, com discussão detalhada sobre sua obra, em um Congresso que trate com carinho sobre a Crônica no Brasil.

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  44. Perfeito como em todos as crônicas

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  45. Pouco entendo de arte, mas concordo com o artista que denominou sua obra como uma provocação. Prefiro a literatura e admiro a arte de escrever bem , como nosso cronista .

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  46. Extrapolando o que já foi dito sobre o fato, vc conseguiu trazer novas reflexões. Vc se supera.

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  47. Ainda no CCBB Brasília tinha um encontro de superintendentes estaduais e eu, o superintendente E e o J comentávamos da péssima qualidade da limpeza do gramado. Havia cacos e estilhaços de vidro espalhado espalhados por toda a grama. Eis que. Impacientes, depois de alguns dias, falamos com o gerente da Gepes que, em gargalhadas, retrucou: -isso é uma obra famosíssima! Por fim. Sentimos uns bananas!

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  48. A “bananada” foi bem descrita e com aprofundamento histórico e “intelectuamwnto”! Hehehe

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