quarta-feira, 21 de maio de 2025

O dedo do Poetinha

Dizem que Vinicius de Moraes conheceu Chico Buarque quando o menino ainda usava calças curtas e o bigode era só uma promessa no espelho. Chico devia ter uns doze anos, mas já trazia nos olhos e nas mãos a semente dos acordes — daqueles que brotam com o orvalho da sensibilidade.

 

Vinicius era o que sempre foi: um diplomata de ofício, mas boêmio por vocação, fluente em sonetos mais do que em telegramas. Frequentava saraus na casa de Sérgio Buarque de Holanda, pai de Chico, onde canções e livros se misturavam na mesa como poesia e prosa do mesmo caderno. Sérgio escrevia a história do Brasil em prosa. Chico, ainda sem saber, preparava-se para cantá-la em verso.

 

Numa tarde qualquer, entre uma dose de uísque e outra de lirismo, Vinicius prestou atenção no rapaz. Não viu nele apenas talento — viu alma, das que sangram em melodia. E lançou a rede com jeito: “Garoto, que tal me ajudar a terminar uma canção de Garoto?” Garoto, no caso, era Aníbal Augusto Sardinha, grande violonista que partiu cedo, sem que o Brasil lhe erguesse o busto merecido.

 

A música era “Gente Humilde”. Faltava a segunda parte. Chico hesitou — sentia-se, talvez, como aprendiz diante de cristal trincado — mas decidiu arriscar. E escreveu um dos retratos mais ternos da alma brasileira, falando de casas modestas, flores murchas, cadeiras na calçada, uma alegria que não tinha onde encostar — dessas típicas de domingos ou feriados ensolarados.

 

A canção ficou pronta. E o Brasil, maior.

 


Quando Vinicius nos deixou, em 1980, aos 67 anos, Chico já empilhava uma obra que parecia ter décadas. O tempo, diante dele, andava de mansinho, como acontece até hoje. Depois da morte do Poetinha, vieram joias como "Anos Dourados", "As Vitrines" e "Futuros Amantes". Canções que ainda surpreendem, como o céu depois de uma trovoada.

 

Chaplin dizia que a arte não precisa ser fiel à realidade — basta à imaginação que dela escapa. Por isso me pego aqui pensando: e se Vinicius ainda circulasse por aí, com um copo numa mão e um saco de poemas na outra? E se, numa madrugada bêbada de luar, resolvesse meter o dedo na obra dos amigos? 

 

Imaginando essa presença fantasmagórica do Poetinha, mexendo nas músicas dos amigos como quem rabisca versos no guardanapo do boteco, me pergunto: e se ele tivesse deixado suas digitais em "Anos Dourados"? 

 

A versão de Chico canta:

 

"Parece que dizes: te amo, Maria!
Na fotografia estamos felizes. 

Te ligo afobado e 

Deixo confissões no gravador..."

 

Mas se o Poetinha resolvesse dar um palpite, talvez soasse assim:

 

“Te amo, Maria! — disse à tua ausência
na madrugada em que bebi teu retrato.
O sorriso na moldura é só aparência,
meus olhos desmentem o que foi teatro.


Te ligo entre goles, tropeço na fala,
confesso no gravador como num altar.
E se tens outro amor, que ao menos se cale —
porque a febre é minha, de tanto te amar.


Te espero, e me firo. Me entrego, e deliro.
Meu corpo é saudade: dorme e não sara.
A dor que me abraça já nem sente o tombo:
é bolero, é choro, é valsa rara”.

 

Onde Chico acaricia a ferida, Vinicius esfrega sal. Um compõe com a lucidez do poeta urbano; o outro, com o desatino do amante sem esperança. Chico canta a mulher que se foi; Vinicius, a que nunca deixou de ser. Um sonha com o que perdeu; o outro sangra por não aceitar a perda.

 

Talvez seja nessa praia que mora a mágica da parceria. Enquanto Chico tece a rede com linha fina, Vinicius se atira ao mar revolto. Enquanto um penteia o vento da memória, o outro engole a tempestade da ausência. Um escreve com a delicadeza das entrelinhas; o outro, com a urgência do bilhete amassado no bolso que nunca chegou a seu destino.

 

Assim surgiu "Gente Humilde". Poderia ter nascido outras tantas. E quem garante que, mesmo ausente, Vinicius não siga cochichando no ouvido de Chico? Poeta não morre — muda de andar. 

 

Vai ver existe mesmo uma esquina onde o céu beija a calçada. E ali, entre doses de uísque e o dedilhar do violão, os dois se reencontrem. Um pede gelo. O outro afina o tom — não o Jobim, que, do nada, aparece e se mete na conversa: "Tô indo pro piano!".

 

E juntos, tecem mais um pedaço da alma brasileira. Daqueles que não cabem numa partitura. Só na saudade, essa misteriosa estrada cheia de curvas.

 

49 comentários:

  1. Bom dia. Gente Humilde é uma composição das mais lindas, cantada em todo mundo. A associação entre Vinícius e Chico Buarque tinha que ter duas maravilhas de pensamento para que ficasse esse clássico para a história. Parabéns Hayto,mais uma vez. Belíssimo retrato da história de.nossa música popular.
    WALMIR FIGUEIREDO

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  2. Não é nada difícil dizer que estamos diante de uma tríade de luminares, composta por Vinicius, o poetinha de saudades, não "Porque hoje é sábado" - sabemos que que hoje é quarta de recebermos presentes -; por Chico, que nos encantara com A Banda e não permitira que ficássemos "à toa na vida" e impulsionara corações apaixonados e mentes pensantes, numa época de pouca liberdade de pensar; e, óbvio, pelo cronista Hayton, que tem a bondade de nos premiar com textos como este, agora sob este mambembe comentário.
    Se pudéssemos arriscar uma composição desta imaginária parceria, podíamos ter algo assim, criticado, ajustado, metrificado e musicado, evidentemente, por gramáticos e letristas afamados deste nosso Brasil varonil.

    Hoje é quarta, amanhã é quinta

    Escreveu sem ler
    um poema, sem pensar
    Todos leitores ávidos de ver
    Nascer uma crônica nova,
    porque hoje é quarta
    É Dia de criação

    Hoje é quarta, dia de criação
    faça de seu seu
    Uma linda canção [refrão]

    Não estamos "à toa na vida"
    esperando "A Banda passar"
    O cronista nos traz esperança
    d'a rosa aberta não murchar

    Hoje é quarta, dia de criação
    há felicidade abundante
    Nesta linda canção [refrão]

    "Há comemoração" da leitura
    e "há um homem" que escreve
    Textos para nos encantar
    sem preocupação com brochura
    "Há um pequenique" num altar
    com silvos longos e breves

    Hoje é quarta, dia de criação
    "E cada qual no seu canto"
    Entoa esta linda canção [refrão]

    Tonho do Paiaiá
    Ensaiando compor

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    1. Mas pra mim todo dia agora é Sexta-feira. E, sendo assim, há a perspectiva do sábado e também do domingo. Então descanso. Mas, se é sábado, todos os maridos estão funcionando regularmente, há um noivo morto de ciúmes, ...e dando os trâmites por findos, há a perspectiva do domingo, só porque é sábado. O poetinha não era perfeito. Ele também tinha sintomas de advogado.
      Chico Oitavo.

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  3. ADEMAR RAFAEL FERREIRA21 de maio de 2025 às 06:24

    Na poesia as palavras são gols, na prosa as palavras são gols de letra. Aqui elas giram gols de placa. Parabéns amigo.

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  4. Excelente Hayton! Desta vez você prestou uma homenagem refinada e sensível a Vinicius de Moraes e Chico Buarque, destacando a complementaridade poética entre os dois grandes nomes da música brasileira. Com um exercício criativo admirál você imaginou como seria se Vinicius tivesse deixado sua marca em “Anos Dourados”, substituindo a contenção elegante de Chico pelo lirismo desmedido e apaixonado do Poetinha. A proposta não é comparação, mas contemplação — a fusão de duas vozes que traduzem, cada uma a seu modo, as nuances da perda, do amor e da saudade.

    De fato, a arte ultrapassa a morte: poetas não desaparecem, apenas mudam de andar. Na imagem de uma esquina onde céu e calçada se encontram, entre uísques, violões e pianos, a crônica constrói um cenário de reencontro simbólico entre Chico, Vinicius e Jobim. Um espaço atemporal onde a criação continua, reafirmando que an alma brasileira se escreve também com música, memória e poesia — não como registro do que passou, mas como presença constante no que sentimos. Parents uma vez mais!

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  5. Ricardo de Faria Barros21 de maio de 2025 às 06:36

    Que tema maravilhoso para teu texto. Me senti ali, na sala do Vinícius, vendo o Chico viajando pelos recantos e encantos de gente humilde. Vinícius e Nara Leão foram acolhedores em seus apartamentos. Que eram oficinas de criação livre. Fico pensando a importância de alguém acreditar em alguém e chamá-lo para uma obra conjunta. Houve um tempo que apareceu um Vinícius em meu viver. Que acreditou em mim e me convidou para grandes vôos na Diretoria de Pessoas do BB. Foi o Hayton, um Vinícius para muitos. Que tinha na esperança seu dom de juntar pessoas e mobilizá-las para algo maior do que elas mesmas. Vinícius e Hayton deixaram a vaidade e arrogância do poder de lado e entenderam a lição, e praticaram a lição do poeta João Cabral: " Um galo sozinho não faz um amanhecer..." E foi assim que amanheceu Gente Humilde, ao se somarem vozes de outros galos. Inclusive dos galos retratados na canção, com suas cadeiras espalhadas em calçadas, esperando o Aracati passar.

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  6. Tecer alma brasileira
    Papel de compositor
    Que na métrica e na rima
    Fazem versos com amor
    Assim foi com Humilde Gente
    Que quem ouve logo sente
    No peito uma grande dor.

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  7. Sensacional!!! Um texto primoroso, que faz jus ao tema escolhido e aos ilustres personagens envolvidos.
    Mais um passo na construção dessa área que você tem abordando com mestria, do realismo imaginativo-fantástico, com textos de primeiríssima qualidade. A "fantasia" é um tema que sempre nos desperta interesse, por moldar mundos paralelos derivados do "se". E quando é construída como as que você tem desenvolvido, dão-nos prazer em ler e viajar naquela imaginação.
    Cada vez vai se tornar mais difícil você fazer a seleção das crônicas que comporão os próximos lançamentos físicos, em virtude de deixar de fora muitas obras-primas. 👏🏻👏🏻👏🏻

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    1. “Noventa por cento do que eu escrevo é invenção. Só dez por cento é mentira”, dizia o poeta Manoel de Barros. Gosto de pensar que isso também acontece comigo, meu caro F. Chagas.

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    2. Noventa por cento é invenção só dez por cento é mentira. Isso é sensacional

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  8. Maravilhoso caro amigo poeta! Chico e Vinicius! Uma parceria estelar (Isa Musa)

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  9. O cronista também é um poeta de melhor qualidade e encanta-nos com a crônica de hoje.
    Vinicius e Chico, curtidos nas prosas e versos embalados por um gole aqui, outro acolá fez histórias e enriqueceu e enriquece a música brasileira. Vejamos algumas passagens etílicas:

    Vinicius de Moraes dizia que "O uísque é o melhor amigo do homem: é um cachorro engarrafado". E Chico Buarque, na música "Fica" fala:
    Diga ao primeiro que passa; que eu sou da cachaça; mais do que do amor.

    Teria, o crônista, encontrado inspiração no vinho ou no whisky na elaboração da crônica de hoje?

    Simbora meu nobre, chove lá fora e me embriago na leitura de hoje, e sigo nas estradas da vida, ressaltando a frase final da sua crônica:

    "E juntos, tecem mais um pedaço da alma brasileira. Daqueles que não cabem numa partitura. Só na saudade, essa misteriosa estrada cheia de curvas"

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    1. Ultimamente, meu amigo Oceano, tenho-me embriagado mais de suco de cajá, graviola ou mangaba. Embora não deixe de reconhecer que “in vino veritas”.

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    2. Aí tá certo, Hayton.
      Robert Louis Stevenson, um mestre da narrativa escocesa, dizia que: "Vinho é a única obra de arte que se pode beber."

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  10. Simplesmente, lindo! Parabéns! Senti lirismo em tudo.

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  11. Que linda crônica ,HAYTON !! Tenho aguardado as quartas feiras com ansiedade .Mais uma vez PARABÉNS !!🍀

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  12. Espetacular!
    Parabéns

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  13. ROBERTO SANTOS FERNANDES21 de maio de 2025 às 07:37

    Espetacular!
    Parabéns!

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  14. Parabéns . Muito bom . Recentemente assisti a peça de Teatro “Tom - o musical “ onde o Vinicius tem grande destaque .

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  15. A boa música brasileira tem algumas vertentes que só mesmo a história pode contar. Quando falo boa estou dizendo que a alma está presente nos versos e nas melodias. Houve um tempo em que a poesia aflorava e as pessoas incorporavam aquilo que os poetas narravam. A arte tinha um norte que chegava direto ao coração. Gente humilde foi só um pequeno de um grande exemplo. O legado poético/musical de tantos expoentes, a exemplo de Chico e Vinícius vai seguir eternizado em nossas memórias. Isso é bem diferente dos quinze minutos de fama, que nos é imposto em redes sociais e plataformas de streaming nos dias atuais. O tempo mudou, mas o bom gosto ficará para sempre. Parabéns, Hayton.

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  16. Roberto Rodrigues Leite Bezerra21 de maio de 2025 às 07:52

    Hayton, continuo a dizer que seu escrito filosofa a partir de temas magistrais. Existe um pendor seu, fica claro, por debruçar-se sobre grandes artistas. Principalmente os das letras e melodias. Afinal, se dizer bem dito já significa uma grande maravilha, se acrescentadas rima e música, aí é o verdadeiro paraíso. Você nos tem transportado para esse lugar idílico e, naturalmente, poético. De quimera em quimera, vemos toda a sua sensibilidade criativa. Parabéns.

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  17. Humildade em prosa e verso,
    goles que inspiram uma crônica ou uma canção. Com tanta vontade de chorar e muita emoção, lacrimejando até pelo coração.

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  18. Muito boa a crônica. Parabéns!

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  19. Com pinceladas sutis, pintas o quadro da realidade poética dois dois Grandes artistas Chico e Vinicius.

    Parabéns Hayton pela prosa com floreio poético.

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  20. É preciso muito conhecimento da obra dessas duas estrelas de nossa música e literatura e, sobretudo, muita sensibilidade poética para nos brindar com texto tão primoroso. Que beleza são essas viagens que Hayton empreende, criando, fazendo fusão de estilos e entregando um resultado admirável.

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  21. STONEY PALMEIRA MELO21 de maio de 2025 às 08:59

    A crônica é uma delicada tessitura entre história, arte e saudade, explorando a relação entre Vinicius de Moraes e Chico Buarque como alquimistas da alma brasileira. Ao rememorar a criação de Gente Humilde, canção que nasceu da colaboração entre o poeta já consagrado e o jovem ainda em flor, o texto revela como a arte se alimenta de encontros imprevisíveis, onde mestres e aprendizes trocam não apenas versos, mas fragmentos de existência. Vinicius, com seu lirismo embriagado de paixão, e Chico, com a precisão de quem esculpe memórias em melodia, representam duas faces de um mesmo Brasil, um que sangra em sonetos e outro que sussurra verdades em canções urbanas.

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  22. Pura poesia. Foi Luiz Oswaldo Sant'Iago, num curso de RH no Cefor Recife, que me despertou pra olhar a obra de Vinicius mais de perto. Ele 'traduziu' pra turma a musica " Modinha". Fiquei fã de Vinicius. Corta pros dias atuais: Ultimamente, nas redes sociais, tenho visto muitas frases de Jose Mujica. Incrível como Mujica parece ter se inspirado em Vinicius de Moraes. Como dizia o Poeta: "Quem já passou por esta vida e não viveu
    Pode ter mais, mas sabe menos do que eu
    Porque a vida só se dá pra quem se deu
    Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu"

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  23. Caro amigo Hayton, hoje a poesia de Vinícius e Chico se misturam em sua crônica, tão poética, quanto... Excelente.

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  24. Somente quem tem, como Hayton, verve de artista, de vinhos, letras e palavras, pode falar de poetas, historiadores e boêmia. Adorei!

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  25. JOSE AFONSO QUEIROZ21 de maio de 2025 às 10:56

    Crônica maravilhosa! Somos privilegiados, por sermos brindados, todas as quartas, com esse alívio leve e sensível em meio ao bombardeio diário de notícias pesadas.

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  26. Vejo que você entende também de música, Hayton.
    Quem sabe a gente ainda ouça algo seu com a poesia que você coloca em suas crônicas …
    Acredito nisso.

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  27. Belíssima crônica, meu caro. Cavado o tema, acompanhamos seu desdobrar em toalha de nuvens e confetes. E a poesia em franjas e manchas de melaço. Parabéns!

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  28. Parabéns, Hayton! Vc sempre se superando! Excelente crônica! 👏

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  29. Com frequência digo que Hayton faz poesia em forma de prosa.
    Hoje ele se superou! É preciso muita ousadia e muita humildade ao mesmo tempo pra se aventurar do jeito que o autor fez.
    A reação encantada dos leitores evidencia a precisão cirúrgica da fusão entre Vinicius e Chico!
    Parabéns, Hayton!

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    1. Um risco absurdo: poderia estar sendo alvo agora de críticas generalizadas por tentar “adivinhar” como o Poetinha trataria o tema! Mas, como ele bem alertava, “viver é perigoso demais…” 😅

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  30. Arretado, embora termo de raízes nordestina - não encontrei outro vocábulo melhor para qualificar o texto envolvendo os dois cariocas. Muito bom, Hayton. Leitura gostosa com sabor de saudade.
    Cadê o Toquinho? Kkkkk. Fiz essa pergunta porque me veio à cabeça uma obra prima dos dois, Venícius/Toquinho: "Onde Anda Você", adoro.

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  31. Sensacional!
    Um poeta desabrochando (ou apenas se revelando, sei lá!).

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  32. Muito legal! Se o mesmo Vinícius disse: “ A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida…” porque as poesias de ambos não podem se encontrar no mesmo caderno com pautas e rabiscos até o bê-a-bá? E mais: … se até as pedras se encontram, por que não os poemas doridos e declamados de dois gênios do cancioneiro, das rimas e poesias? Que não seja eterno, posto que é abstração, mas que possa ser pensado pelo tempo que durar.…

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  33. Vixe Maria! Nesta foi foi mais que demais. Arrasou! Parabéns com louvor.

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  34. Eu fico esperando conhecer vários comentários, pra concluir se estou exagerando em meu entusiasmo e admiração por suas obras, ou se realmente estou julgando com total lucidez.
    Aí me surpreendo ao constatar que minha análise é até tímida e modesta, tão arrebatadoras são as postadas.
    Desta vez agora fiquei até um pouco embasbacado, achava que nem saberia o que dizer, vinha sempre o pensamento instigante - como esse cara tirou isso da cabeça???
    Nada obstante, resolvi comparecer aqui e registrar minha convicção inabalável, imutável:
    Vinícius convocou Tom, Baden, Caymmi, Aldir e outros mais e certamente estão até agora comemorando e pensando em como conseguir aproximar Chico de você, pois a parceria renderia frutos inimagináveis.
    Enquanto confabulam, concluíram por unanimidade que, embora seu nível seja mais que brilhante, você e Chico ainda precisam evoluir pra conseguir atingir o deles, por isso ainda não merecem participar de uma reunião como aquela, assim terão que crescer muito, e isso demanda bom tempo, pra poder ali comparecer.
    Encerraram com um forte TIM TIM...,

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    1. Como é emocionante relembrar os tempos em que as letras das músicas eram poesias! Obrigada por nos encantar mais vez com seus escritos.

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  35. O Hayton, como todo bom poeta, usa da emboscada pra fazer a gente deleitar com a poesia.

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  36. O Hayton, como todo bom poeta , usa da emboscada para fazer a gente deleitar com a poesia.

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  37. O Hayton, como todo bom poeta , usa da emboscada para fazer a gente deleitar com a poesia.

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  38. Uma crônica que é poesia pura. Não pra explicar. É coisa pra sentir.

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  39. Linda crônica, Hayton, parabéns! Como sempre, seu texto é leve, sensível e profundo ao mesmo tempo, para relembrar dois gênios da música brasileira !

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O dedo do Poetinha

Dizem que Vinicius de Moraes conheceu Chico Buarque quando o menino ainda usava calças curtas e o bigode era só uma promessa no espelho. Chi...