Ler e namorar, é só querer e começar

A Bienal Internacional do Livro de 2023, que terminou domingo passado, no Rio, contou com mais de 600 mil visitantes e 5,5 milhões de livros vendidos durante os 10 dias do evento (média de nove livros por pessoa), segundo seus organizadores. 

São sinais alentadores numa nação tão carente de tudo. Livro é a semente geradora dos mais diversos tipos de mídia (filmes, games, músicas, seriados etc.) que contam histórias, provocam reflexão e desenvolvem senso crítico.

Justamente quando volta a circular nas redes sociais uma velha notícia dando conta de que um grupo de lixeiros de Ancara, capital da Turquia, ao longo de anos recuperou livros que ia encontrando abandonados entre os desperdícios da população. Em 2017, reuniu-se quantidade suficiente para inaugurar uma biblioteca pública composta de obras destinadas aos aterros sanitários.

Foto: Nation
 

No começo, os livros serviam apenas aos familiares dos garis. Mas a coleção cresceu e o interesse espalhou-se por toda a comunidade. Hoje, a biblioteca dispõe de mais de 6.000 títulos, que vão desde a literatura de autoajuda até artigos científicos. E inclui ainda obras em inglês e francês para visitantes bilíngues.

 

O acervo é tão grande que os escritos vêm sendo requisitados por escolas de várias regiões do país, programas educativos e até penitenciárias. E uma antiga fábrica de tijolos, com fachada simples e longos corredores, transformou-se em centro de educação e cultura.

 

Logo abaixo da boa notícia turca, aparece um novo rabicho de comentários. Um reclama: “Não entendo como alguém tem coragem de jogar livro no lixo; é só doar...” Outro não perdoa: “Essas iniciativas do povo pelo povo me dão esperança de que um dia se perceba que não se precisa de nenhum político para resolver seus problemas...” E outro, mais enfático, puxa o cordão dos pessimistas: “Não daria certo aqui, porque o povo odeia leitura...” 

 

A Turquia não é nenhum expoente econômico, como os Estados Unidos ou a China. Nem figura entre os melhores países para se viver, como Dinamarca, Suécia ou Brasil (na minha estatística pessoal, óbvio!). Com 85 milhões de habitantes e situada entre a Europa e a Ásia (ou, melhor, situada na Europa e na Ásia), tornou-se após a 2ª Guerra importante centro regional de negócios, com destaque para o grande parque industrial e a oferta de serviços turísticos.

 

A 5ª edição do estudo “Retratos da leitura no Brasil” (dados de 2019) revela que apenas metade dos brasileiros dedica-se à leitura, sendo a Bíblia e os jornais os veículos mais lidos. Parece positivo, mas não é, quando comparado com outras nações. Os franceses leem em média 21 livros por ano, cinco vezes mais que nós. O canadense lê 12. Aqui, 44% da população nem lê e 30% nunca comprou um livro na vida.

 

Há 10 ou 11 anos, participei de uma reunião com alguns executivos do maior grupo editorial da América Latina, líder em vários segmentos editoriais (arquitetura, beleza, bem-estar, decoração, economia, moda, política etc.), destinatário de boa parte da verba publicitária da empresa onde eu trabalhava. Neófito no ramo, quis saber deles se não lhes preocupava o fato de sua principal revista ser dona de uma das maiores tiragens mundiais (dois milhões de exemplares por semana), mas lida apenas por 1% da população brasileira. 

 

Se tinham respostas, guardaram para si. Talvez a consulta não tenha sido oportuna numa visita de cortesia. Fiquei sabendo mais tarde, pelos jornais, que em agosto de 2018 o grupo teve acolhido o seu pedido de recuperação judicial. Coincidência? 

 

Meses antes daquela visita, como um dos selecionadores, havia participado de um processo seletivo interno para executivos de um dos gigantes do setor financeiro. Quis saber de cada candidato qual o livro mais marcante tinha lido no último ano e como aquilo eventualmente mexeu com a sua forma de lidar com pessoas no trabalho ou fora dele. Quase todos optaram pelo surrado “não gosto de histórias, prefiro livros técnicos”. 

 

Volta e meia ainda encontro gente que garante que foi alfabetizada, mas não lê. Sabe até juntar duas ou três sílabas e distingue poliglota de troglodita (já houve por aqui quem achasse que eram palavras sinônimas), mas foge de livro como gato de pepino por questões atávicas. Não consegue parar para ler porque “dá sono” ou porque prefere vídeos ou textos curtos em Facebook, Instagram, TikTok, WhatsApp, YouTube etc. 

 

A obsessão por celulares e mídias sociais explica o baixo interesse na leitura. É mais “enfadonho” concentrar-se numa crônica (para não falar de biografias, contos e romances) do que “refletir sobre obras primas” nas plataformas digitais. 

 

Para mim, é como dizer que não vê graça alguma em namorar, que é preferível assistir aos outros se pegando debaixo de edredons naqueles programas de TV onde um grupo fica confinado por semanas numa casa cenográfica, sem receber informações do mundo exterior, quase tudo vigiado por câmeras 24 horas por dia. 

 

“Quem gosta de ler não morre só”, advertia Ariano Suassuna. "É preciso ler para crer", disse outro dia meu amigo Francicarlos Diniz, outro que sempre sabe o que diz.


Ler amplia a imaginação, estimula o raciocínio, exercita a inteligência, permite viajar sem tirar os pés do chão e ainda previne doenças degenerativas. Namorar pra valer, também.  

 

Ninguém é obrigado a ler o que não tem vontade, nem a namorar quem não quer. Mas em qualquer lugar, tanto uma coisa como a outra pede bem-querer, carinho, dedicação, paciência e um lugar sagrado para recostar. Da Turquia à Bahia.

Comentários

  1. Ademar Rafael Ferreira13 de setembro de 2023 às 05:13

    "'...Quem...ler não morre só'/Nos disse um paraibano/Neste caso quando eu for/Cruzar para o outro plano/Muita vai comigo/Como falou Ariano."

    Uma reflexão para ser abordada nas escolas, bibliotecas e livrarias.

    A leitura é o adubo dos saberes.

    Parabéns caro amigo.

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  2. A leitura é uma festa de todos os sentidos, não só da visão. A sensação táctil, o cheiro do papel, tudo trama para que a viagem da leitura seja sempre fascinante. Dedé Dwight

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    1. Trocar “leitura” por “namoro” no comentário de Dedé prova que o título da crônica está correto. 🥰

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    2. Muito bem posto Hayton. Dou mais uma dica. Livros não foram feitos para permanecer em estantes, porém sim, para andar de mãos em mãos após sua leitura. Empreste-os, mesmo que eles não retornem, doe, ajude a criar bibliotecas públicas, assim aumentaremos o número de pessoas que combaterão armas e incentivarão livros.

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    3. Ler é conviver com mundos e pessoas que nunca conhecemos nem vamos conhecer. É mta garantia de companhia e até namorar sozinho. Em um país q 30% vive sem leitura e os 69 não sabem o que leem. Que mundo, hein????

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  3. Mais um texto de muita qualidade. Gosto muito das suas "divagaçoes" sempre reflexivas. Identifico-me com cada texto que escreve e tenho acesso através do amigo Silas. O final parece estar falando comigo: "Da Turquia ( país que tenho imensa vontade de conhecer) à Bahia (meu estado, lindo e rico de histórias) Esse texto não ficará somente na memoria, será amplamente divulgado por mim. Parabéns!

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    1. Ah, eu não me identifiquei. Meu nome é Eliana Brandão sou professora e gosto muito de ler, principalmente, crônicas. Silas é o meu intermediário nesse espaço, o que agradeço muito.

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  4. Deveras, a leitura amplia o mundo em que se acha inserido o leitor, que se enriquece com sabedoria e experiências alheias. Os livros sempre terão o seu espaço garantido, sempre serão amados. Já jornais e revistas perdem cada dia mais leitores, porque ao invés de simplesmente informarem o que aconteceu no mundo dos fatos, atualmente impõem julgamentos preconcebidos e convicções ideológicas dos próprios jornalistas. Ao contrário dos livros , trazem angústia aos leitores , devem ser evitados . Parabéns por mais uma crônica primorosa .

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  5. Mexeu com o íntimo da turma... Sim, nesse 1% de leitores, daquela editora famosa (no passado), certamente incluía alguns de nós... Livros, então, é para "poucos"... Nem a leitura técnica escapa, porque o áudio é mais "confortável"... Cresce a demanda por "leitores ou contadores de histórias" para ouvintes que têm preguiça de ler... Até nas reuniões das academias de letras é muito raro alguém estimular a leitura. Aliás, o que tem muito são "poetas" de quadrinhas e poucos que lêem e escrevem de verdade. PARABÉNS.

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  6. Dizer que não gosta de ler é um mau sinal. Prefiro a leitura de biografias, como disse um ex-juiz, agora senador, mas não me pergunte qual foi a última que li.

    A leitura da crônica, às quartas-feiras, de um executivo da área de finanças que se tornou escritor, e dos bons, por exemplo, mais que prazerosa, já se tornou um hábito sagrado que traz conhecimento dos mais diversos temas ou fatos pitorescos vividos pelo autor e narrados de forma leve e inteligente pra começar bem o dia. Não me contento em apenas lê-la, mas de compartilhar com mais de 200 leitores.

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  7. Esse é um problema sério no Brasil que vai passando de geração a geração. Quem não vê seus pais lendo, quem mora numa casa em que não há livros, dificilmente conquistará o gosto pela leitura. E o pior: por não criar o hábito da leitura a capacidade de interpretação e de escrita vai se perdendo. É preciso muito trabalho dos professores para criar nas crianças o bom hábito de ler e compreender o que se lê para não formarmos uma população de analfabetos funcionais.

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  8. Quanta gente, nesse país riquíssimo e muito mal administrado, foram incentivadas na infância? Lembro, em uma conversa com um amigo holandês, dois pontos cruciais na educação dos países baixos. A primeira, me disse que não havia cotas nas escolas ou universidades, porque existia uma vaga para cada criança holandesa em escolas com qualidade. E, outro ponto, o incentivo a leitura em sala de aula, com leitura de livros em voz alta, praticada regularmente. É meu caro….muita coisa poderia ser diferente nesse Brasil tão machucado e maltratado.

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    1. Você está certo, Lot! Todos estão fartos de saber que os índices de leitura no Brasil são menores que as chances de o Brasil voltar a ganhar uma Copa do Mundo. Ou que este assunto é mais enfadonho do que dançar com a irmã. Para que escolher este tema chato para mais uma crônica? Vai que uma hora, numa feira de livros qualquer, o vento muda e sopra noutra direção…

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  9. Eu vejo a cultura construída na repetição. Difícil romper com o antecedente, o que faz, muitas vezes, com que quem ensina não tenha a prática da leitura em si e não inspire quem está para aprender. (Seja em casa ou mesmo nas escolas…)

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  10. O grande Monteiro Lobato, conhecido principalmente da criança que há dentro dos mais antigos, como eu, por seus inesquecíveis personagens infantis, como a boneca Emília, Narizinho, a Cuca, o Marquês de Rabicó, o Visconde de Sabugosa e tantos outros, no Sítio do Picapau Amarelo, sua obra mais divulgada, escreveu, certa vez, que “um país se faz com homens e livros”.
    Certamente Monteiro Lobato não usou o termo “homens” de forma machista, nem tão pouco a alusão aos livros relegando ao aspecto secundário aqueles que não têm instrução formal por falta de oportunidades. A utilização foi de forma mais ampla, como tantas vezes o fazemos, para generalizar a espécie a que nos referimos. Sua intenção principal, creio eu, foi de que para existência de um país digno, é necessária a existência de pessoas respeitáveis e instruídas, principalmente através das experiências de outros, que as registraram em exemplares que possam ser estudados, repetidos, repassados, imaginados, sonhados.
    A leitura, portanto, é um excelente aliado, para nos fazer crescer, profissional e humanamente, vivenciando outras opiniões, conhecendo culturas diferentes das nossas, sem, na maioria das vezes, sairmos de onde estamos, além de nos permitir criar, também, nosso universo imaginário.
    A crônica acima é um belo exemplo do que há de melhor para ser lido e compartilhado.

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  11. Sempre acreditei que a solução para quase todos os males de uma nação, se não todos, passa pala edução e pela cultura de seu povo! Começando pela leitura e entendimento do que se lê! Parabéns pela crônica!

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  12. Os livros são companheiros fiéis, não existe solidão quando se está acompanhada de um exemplar. Ainda existe esperança, se nós, leitores, contagiarmos nossos filhos e netos com o nosso exemplo.Consegui com os filhos e agora minha netinha de 10 anos já possui uma mini biblioteca.

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  13. Recentemente fui me submeter a exame que necessitava de preparação prévia, lá mesmo. Entrei , dei bom dia e mal recebi a réplica, pois praticamente todos, que por lá já esperavam, encontravam-se ocupados, com o olhar pregado no aparelho celular. Sentei-me e fiquei observando. Coisa rara: tinha uma pessoa lendo um livro, um romance. Parecia uma estranha no ninho. Atrevi-me e dei parabéns! Ficou espantada. Parabéns porquê? A que ponto chegamos. Outro dia, em conversa informal com certo conhecido perguntei: - Você é tem lido alguma coisa? Resposta: Rapaz! No papel, só leio, às vezes, a bula dos remédios, para verificar os efeitos colaterais que provocam. Que desalento! Que fase! Se ler está assim, imagine escrever. Parabéns Hayton pela abordagem e por nos brindar, toda quarta com coisas do tipo.

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  14. O quê a Bienal mostrou pode ser um sopro de esperança que essa situação mude, mas o que vemos no dia a dia vai em outro sentido. Se eu estivesse no processo seletivo teria respondido: Um Café com Sêneca, de David Fideler. O pensamento estoico nos ensina sobre a arte de viver e, assim, enfrentar com sabedoria os obstáculos que enfrentamos ao longo de nossa jornada.

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  15. Tema recorrente, mas sem solução até o momento.
    Tem um neto que gosta de ler e outro nem tanto.
    Ambos vivem sob o mesmo teto, recebem a mesma educação e orientação e agem distintamente nesse quesito. Porquê?
    Quem sabe o autor tenha a resposta, que não é fácil.

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  16. Eu adoro leitura! Já cheguei a ler mais de 30 livros em um ano.

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  17. Muito triste também vê a quantidade de livrarias que fecharam suas portas nos últimos anos em nosso País.
    A continuar dessa forma, livraria é um estabelecimento em extinção, a exemplo de nossa bela arara azul.

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  18. Agostinho Torres da Rocha Filho13 de setembro de 2023 às 17:10

    A leitura é uma atividade estimulante que contribui significativamente para a saúde mental. Estudos comprovam que ler ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade, além de melhorar a memória. A leitura também pode aumentar a empatia, pois nos permite ver o mundo por outros olhos. Ao ler sobre outras culturas e experiências, podemos aprender sobre o que os outros sentem e pensam, o que nos ajuda a desenvolver a capacidade de compreender as perspectivas alheias. O que dizer, então, da leitura de uma boa crônica após o café da manhã de uma quarta-feira qualquer? Cura até ressaca! Parabéns!

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  19. Realmente quem tem o hábito de ler tem sempre um assunto para conversar em público ou numa roda de amigos. Essa crônica me fez lembrar o extinto Círculo do Livro, da falida Editora Abril, que publicava dezenas de grandes títulos, como as revistas Veja (cerca de 2 milhões de exemplares semanais), Realidade, Quatro Rodas etc, e que também publicava ótimas encoclopédias em fascículos . Ótima leitura essa crônica!

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  20. Pois é! Faz sentido!
    Belíssima reflexão!
    Se a pessoa não quer ler, que gaste seu tempo namorando 🤣

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  21. Há alguns anos atrás existia o clube do livro, onde diferentemente dos grupos de watsap, juntávamos algumas pessoas e adquiríamos mensalmente livros diferentes( mínimo de 2) e trocavamos entre as pessoa do grupo. Foi muito bom

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  22. Quer dizer que o senhor não navega só nas crônicas... belo texto jornalístico, com um belo retrato da nossa triste realidade.

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  23. Plenamente de acordo com cada afirmação. Costumo ler um livro por mês sem a menor preocupação de estar fazendo algo relevante ou não, simplesmente pelo prazer que a leitura me dá.

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  24. Gosto de livros e sua leitura. Por vezes não tenho determinado livro para encontrar, pego um livro aqui, outro acolá. Ao ler as primeiras páginas, já deduzo se vou querer ou não. Porém, quando jovem, um autor me chamou a atenção, Hermann Hesse. Fiquei muito centrado em seus escritos onde o livro Sidharta me cativou. Nele encontrei orientações que me acompanham até hoje, como "saber esperar, saber pensar e uma terceira opção que seu conteúdo me foge.

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  25. Se ler e namorar, é só querer e começar, o mesmo também vale para trair e coçar, como já bem definiu o ator e dramaturgo Marcos Caruso.
    Com a leitura, comecei cedo. Tinha menos de 10 anos quando li "2455 Cela da Morte", de Caryl Chessmann, o bandido da luz vermelha.
    Por obra e graça do meu pai, que acompanhou pelo rádio a execução do famoso bandido, o livro foi adquirido.
    Tomei gosto. Li o segundo do mesmo autor: "A Lei quer que eu morra".
    Confesso. Gostei do primeiro. Do último eu não entendi nada. Relatava a estratégia jurídica do condenado, feita por ele próprio, com todo o juridiquês utilizado nos tribunais. Mas não desisti. Li até o final.
    Quanto a namorar, coçar e trair, melhor não comentar. Se traí, eu não me lembro.
    É provável que para Ler, Namorar, Trair, Coçar e Mentir só precisa do primeiro passo.
    .
    Melhor parar por aqui.

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  26. Maravilha!! Me serviu como puxão de orelha. Cercado de livros por todos os lados, porém, lendo pouco

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  27. Muito obrigado pela maravilhosa provocação, grande Hayton!
    Que coisa boa e estimulante ler sua crônica desta semana.
    A fartura e a riqueza dos comentários dão uma boa dimensão do quanto você nos faz bem e alimenta com seus textos.
    Obrigado, Grande Hayton!

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  28. Pois é, meu amigo, depois das abreviações criadas nas mídias sociais, onde não se precisa de concordância verbal, é triste ver quem não sabe escrever por não ler. A gente lê "mim fala" e outras besteiras que nos deixam com pena do futuro. Literatura saiu do currículo escolar. Esperar que voltem a ler, quase impossível.

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  29. Como já comentei aqui, seus textos nos levam a "mares nunca dantes navegados", ou a navegação é tão longínqua no tempo, que quase não fazia mais parte da memória.
    Neste agora você faz um estímulo verdadeiramente efetivo, vou refletir bem sobre ele, até porque, se recebo um eficaz bem ao raciocínio, à inteligência e à imaginação por ter a leitura como uma prática prazerosa efetivamente exercitada, não atentava para o efeito também beneficente da outra atividade por você citada.
    Vou repensar a coisa pois creio que estou com um déficit preocupante de saúde, principalmente a mental.
    Continue nos estimulando às boas práticas que você certamente tão bem conhece...

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  30. Um puxão de orelha da melhor Qualidade, uma ótima reflexão. Um texto que Nos envolve, enche o coração, traz a razão, e uma triste realidade.

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  31. Sempre tive comigo: "leia sempre, mas leia o que atrai, o que você gosta". Não importa que sejam jornais, mesmo neles cada um encontrará um conteúdo interessante, ou um estilo de redação com que se afine. Muito antes de passatempo, a leitura deve trazer conhecimento.

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  32. Tenho dificuldade em ler livros na telinha, prefiro o impresso. Daí, concordo inteiramente com o cronista: ler e namorar são prazeres físicos, é coisa de pegar, cheirar, ir direto à fonte. Faz um tempinho, amiga minha disse que havia se livrado dos livros que entulhavam a casa, então mais arejada e bonita. "Por que vc não faz o mesmo, se livra dessas estantes?". Fiquei mudo, jamais havia pensado numa tragédia dessa magnitude. Ao me cobrar uma resposta, murmurei: "Eles são minha vida, minha história, meus amores. A casa pertence a eles não vê?". E por ser assim, de vez em quando reencontro um romance antigo esquecido num canto e a coisa ferve: tudo me aquece como se fosse novidade. Enquanto houver um pouco de luz, serei amante constante e fiel de minha bibliotequinha.
    Além de bem escrita, como sempre, a crônica cumpriu bem a função de provocar seus leitores. Parabéns!!


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    1. Que coisa linda! Uma declaração de amor com a qual concordo plenamente.

      Às vezes ainda assombro algumas pessoas quando tomo um porre nas páginas e um livro ou de uma revista nova. Você, tudo indica, joga no time.

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  33. Apareceu aqui essa crônica que já havia lido e reli. Lembrei de um livro delicioso que li numa sentada de fim de semana: Nem só de Caviar vive o Homem. Não lembro o autor mas a história, passada durante a segunda guerra é cheia de suspense é interessante porque o personagem se livrava dos apuros através de seu hobby : a cozinha. Se achar o livro, vale a pena ler.
    Outro relaxante é excitante em muitos momentos é Volta ao Mundo em Solitário de Aleixo Belov, o velejador daqui da Bahia. Esse eu li deitada na rede, em Morro de São Paulo. Levantava a cabeça, olhava e só via mar, nesse momento eu estava no veleiro ajudando as manobras com as velas pela mudança dos ventos … Nelza Martins

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