quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Duro na queda

Outro dia procurei um otorrino para remover o excesso de cera nos ouvidos, além de avaliar a progressão de uma leve deficiência auditiva que, a rigor, considero até conveniente, pois me poupa de ouvir aquilo que não me interessa.

 

Duvidei quando uma educada atendente, na recepção do ambulatório médico, me pediu a carteirinha do plano de saúde e o braço para colocar uma pulseira rosa (nada contra a cor!), com a curiosa ressalva de que faria parte do protocolo interno: indica que o paciente tem risco de queda.

 

Ilustração: Umor 

Quase sofro uma queda, sim, mas de tanto rir. Achei que estava diante de uma daquelas brincalhonas que adoram as bobagens, postagens e tatuagens de Gabigol e outros dândis. Pensei: talvez ela viu meu prontuário e imagina que as linhas tortuosas dos últimos eletrocardiogramas estão associadas ao sobe-e-desce do Vasco. 

 

Sobre futebol, aliás, há pouco mais de uma década, escutei por acaso (com estas fábricas de cerúmen que seguram meus óculos) uma conversa na fila de embarque do Aeroporto JK, em Brasília/DF, envolvendo dois atletas vascaínos por quem nutria grande admiração desde a vitoriosa campanha da Copa do Brasil 2011: o atacante Éder Luís e o lateral direito Fagner. 

 

Em três minutos, a enxurrada de tolices que entrou pelos meus ouvidos poderia ter acabado com a incerteza que persiste em mim sobre se faz sentido continuar sofrendo ou vibrando com o chamado esporte bretão. A coisa é mais grave do que imagino.

 

Mas isso é assunto para outro momento. Eu não deveria cobrar deles a capacidade de desenvolver pensamentos e ideias com a linguagem falada, ainda que, se assim agissem, os dois teriam uma boa chance de contar suas experiências com clareza e algum grau de complexidade. Devo admitir, no entanto, que o mais importante era que continuassem formando uma boa dupla pelo lado direito do Vasco.

 

Não poderia também esperar que os jovens atletas refletissem sobre a própria existência, trocando perguntas do tipo: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Seria bom refletirem sobre os objetivos pelos quais faziam o que faziam. Seria ótimo terem consciência de que jogar (ou torcer) por um clube com a grandeza do Vasco é olhar para os outros e dizer a si mesmo: “sim, eu sou melhor que ele!”.  

 

Mas volto à recepção do ambulatório médico. Não vejo motivo, pelo menos por enquanto, para que uma moça tão simpática olhe para mim e tema uma queda relacionada, por exemplo, a piso escorregadio, atrapalhar-se com sapatos e gatos pelo chão, trombar noutras pessoas, subir e descer escadas ou simplesmente cair da cama sem uma explicação etílica ou sexual (nunca se sabe, não é?). 

 

Não posso aceitar que alguém que me vê pela primeira vez, desconhecendo as minhas queixas da hora e sem prévia consulta a um repositório de informações a meu respeito, possa deduzir que estou velho, escorado em meia dúzia de muletas químicas que me ajudam desde o controle da pressão arterial até o tratamento da próstata aumentada e seus reflexos sobre uma bexiga preguiçosa, com vontade própria. 

 

Deus me poupe de ficar velho e rabugento como certas pessoas que conheço, mas, pensando bem, desconfio de que isso um dia será inevitável. Volta e meia já ouço uns e outros me chamarem de “senhor” e isso não ocorria com tanta frequência, nem mesmo vindo de filhos, noras, genro e netos. 

 

Agora, se vou ao supermercado, até o fiscal de prevenção de perdas (eufemismo infame para designar o dedo-duro responsável pela escolha aleatória dos torturáveis acusados de furto famélico), querendo ser gentil, me encaminha ao caixa de atendimento exclusivo a idosos onde existe uma placa com um desenho estilizado de um velho corcunda com uma das mãos no quadril e a outra numa bengala (quem foi o “gênio” que criou aquilo?).

 

Logo eu, que já fui comparado por minha mãe a ninguém menos que Antonio Fagundes – reconheço, toda mãe é um tanto cega, muda e surda, mas, claro, fala apenas a verdade. Só que, hoje, obrigado a dormir com uma máscara nasal para encarar a apneia do sono e o ronco, além de um protetor bucal para evitar que o bruxismo destrua o que me resta de dentes, entendo quando minha mulher, no meio da madrugada, se assusta ao acordar do lado de Darth Vader, o vilão da saga Star Wars.

 

Sei não. Há possibilidade de que, em breve, minhas fotos estampem catálogos de fornecedores de medicamentos e utensílios voltados para a saúde em geral. 


Fazer o quê? Da próxima vez que me pedirem o braço para colocar uma pulseira me identificando como paciente sob risco de queda, ficarei calado. Não posso sair por aí distribuindo a torto e a direito bengaladas verbais. 

 

Se a queda for inevitável, vou relaxar e aproveitar, como ensinava uma vetusta sexóloga. Tem sido assim desde que deixei de engatinhar e aprendi a andar, cair e me levantar.

49 comentários:

  1. Desenhando desde as 3h ouvindo engenheiros do Hawaii, e ao abrir o whatsapp me deparo com essa bela crônica cômica que me fez parar, ler, e me acabar de rir... Isso prova que o dia será bom, comecei fazendo as coisas que gosto, como, desenhar, escutar uma boa música, ler e rir muito.

    Valeu!!!

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  2. Ademar Rafael Ferreira22 de novembro de 2023 às 05:34

    Tenho certeza que os fundamentos utilizados para classificar os usuários dos serviços em clínicas e hospitais são os mesmos usados nos ranking da FIFA e para escolha de contemplados pelo Prêmio Nobel. Estou no grupo dos "queda à vista" há alguns anos. A receita: "Siga firme."

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  3. O "senhor" verifique que, em alguns lugares, a fila dos idosos anda maior que a única (que não deveria ser chamada assim, já que existe outra). Risco de queda indica que ainda há alguns jogos pela frente. Joguemos com afinco para não cair.

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    1. Faz sentido. Aprendi que risco é a possibilidade de um evento esperado não ocorrer. Dito de outra forma, não há risco quando alguém atravessa uma pista movimentada ao meio-dia: ela será, sim, atropelada.
      Portanto, não se deve discutir risco de queda. Ela é inevitável, desde os primeiros passos.

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  4. A pergunta que não quer calar é: Você já está usando bengala? Porque se estiver a figura do Fagundes ficaria mais parecida com o desenho estilizado do velho nós caixas preferenciais kkk Brincadeira à parte, o risco de queda existe para todos mas atormenta mais a nós , idosos. Devemos nos precaver mesmo contra ele e aceitar a nossa condição da qual o cérebro não se apercebe, porque teimamos em nós achar jovens e capazes de trepar … até em pé de manga !

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    1. Depende do pé de manga. Se for espada, caia fora! se for rosa, chupa que a manga é doce, velho.

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  5. Kkkk Bem assim,eu ainda não fiz 60 e apenas pq meus cabelos são brancos,me chamam para a fila de idoso🙄🙄Mas,tenho a certeza de que é melhor envelhecer,do que morrer cedo.

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  6. A velhice chega desse jeito, como se fosse às Sete Pragas do Egito. Episódica e lancinante. E assim como os egípcios, fomos avisados e não demos muita bola. Dedé Dwight

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    1. Boa, Dedé! O único que conheço que nunca caiu é o boneco joão-teimoso.

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  7. Apesar de achar desnecessária a fita, já que, queda independe da idade, principalmente em espaços mal planejados e sem as devidas sinalizações, com ocorre em alguns espaços públicos e até privados. O chão escorregadio é o pior deles, e ai um escorregão ou queda, não há idade. Acredito até que nessa clínica as quedas devem ser corriqueiras, pois ainda não havia visto nada parecido. Fico imaginando o quanto esta jovem de ouvir, durante o dia, de reclamações, dos insatisfeitos. Já nos deixa alerta caso venha acontecer. A reflexão já foi feita. Um texto sempre agradável para ser lido.

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  8. Por não conhecer o autor pessoalmente, creio que ainda não esteja inspirando tantos cuidados com o risco de queda. A atendente deve ter confundido o paciente com o seu time de futebol.

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    1. Ou com uma certa seleção que usava uma das camisas amarelas mais pesadas do mundo e hoje desponta pro anonimato no “futibó”.

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  9. “Temos nosso próprio tempo…não temos medo…”. Meu pa, de 99 anos completos, não aceitaria certos “preconceitos “ kkkk. Desafiaria a mocinha a andar os 3 km diários que ele faz a pé e sozinho nos morros do Belvedere (bairro de BH) toda manhã, pra ver quem tem risco de queda kkkk. Bel

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  10. Parabéns amigo Hayton, agora tenho certeza que meu amigo, além de ser um grande profissional, é um grande cronista, com leveza, com humor diferenciado, e escritor.
    Abs

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  11. Passei, há pouco, pelas duas situações (encaminhamento ao caixa preferencial e colocação da pulseira); verdadeiros ritos de passagem que nos informam "sutilmente" que a imortalidade está chegando ao fim.

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  12. Sinal dos tempos? Será? Talvez não. Pode ser a força dos estritos protocolos, que geram distorções, às vezes. Mas é inquebrável. Nunca se cogita qualquer flexibilidade. É rígido qual uma rocha. Sobre o fato, há um bom filme, cujo título em português é: Um Golpe do Destino, com William Hurt no papel principal. Se em terras tupiniquins protocolos são seguidos à risca, o que dizer deles quando situados no primeiro mundo? Imagina se um alemão ou americano fazem concessões. Pouco provável. Sigamos, então, o protocolo.

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  13. O símbolo do idoso já está sendo mudado. Mas pulseirinha com risco de queda teriam que ser colocadas em jogadores do Cruzeiro, Vasco, Coritiba e America-MG permanentemente!
    Uma alegria fugaz de que eu desfrutava acabou: desde os 60, usei as filas de prioridades por lei, em supermercados e aeroportos. Era lindo quando alguém contestava minha presença e eu tinha que provar que era idoso.
    Lamentavelmente, hoje ninguém mais duvida!!!

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  14. Se tivesse ido com uma crise de labirintite, como fui num dia desses, teria voluntariamente pedido para colocar a fita com risco de flutuação, vôo e estalagem, além de ter registrado um prefixo no braço PT-VEI

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    1. Corrigindo: eu quis dizer estolagem, mas estalagem de algumas cositas depois de certa idade foi ato falho.

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  15. Minha mente diz que estou nos meus vinte anos... Mas meu corpo diz: "Não sonhe tão alto!" hahahahahaha...

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  16. Depois que aderi ao ciclismo MTB, aos 50 anos de idade, classifico cada queda “à compra de um terreno” e devo confessar que se fosse verdade eu já seria um mecenas na área imobiliária. Mas ainda não estou interessado em comprar terrenos nos hospitais e clínicas. Engraçado que estou escrevendo este comentário na fila de procedimento do Instituto Paulo Lobo - infiltração no joelho - coisas do futebol. Nas peladas também ando “comprando terreno”, quedas, jamais.

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  17. A vida nos prega peças que nem sempre interpretamos adequadamente. Quase sempre imaginamos que nosso corpo, principalmente, pernas, coluna e mãos, continua com a mesma vitalidade da época em que corríamos atrás de uma bola ou fazíamos piruetas no ar para experimentarmos nossos limites. O risco é proporcional aos nossos reflexos físicos que se tornam naturalmente mais lentos com o passar do tempo. Os experimentos científicos provam isso. Nossa cabeça, no entanto, ainda quer nergulhar nas aventuras de antes e, muitas vezes, para disfarçar nossa aparência, valemo-nos dos "milagres" da cirurgia plástica e de outras "técnicas". Então, está certa a atendente. Tem que colocar pulseira "rosa", sim...

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  18. Kkkk Convém sempre seguir
    as orientações dessas atendentes. As observações delas são potencialmente mais certas do que nossas certezas de estarmos em boa forma, apesar de tonturas frequentes.

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  19. Eu sempre tive como lei o slogan "Nunca despreze um corrimão", mesmo bem antes de chegar aos 60. Agora que já ultrapassei essa barreira, o vejo como um utensílio precioso. E o cartão de "Idoso", para estacionar o veículo também tem sido muito providencial, embora, não raramente, tenho encontrado ocupados todos os lugares destinados ao seu uso, alguns dos quais por quem não teria direito de fazê-lo. O uso da pulseirinha, citada na crônica, confesso que ainda não conhecia.
    E assim vamos nos acostumando a essa nova era, porque não há como retroceder. Sigamos em frente, cuidando para não cair.

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  20. E mais uma crônica que parece ter sido escrita “para mim”. Esta, querido Hayton, li para minha sobrinha de 22 aninhos. Ela responde: “Massa, tia! Mas a senhora não é velha ainda!”. Fui mais feliz que você com a atendente. E nessa leitura ainda me lembrei de um filme (e o nome do filme não lembro) em que alguém dizia: “Em todo idoso há um jovem que não sabe o que aconteceu”. Até a próxima quarta!

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  21. É sério que você sofre de labirintite? rsrs A própósito ri muito da tirinha!!!

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  22. Você recebe o seu atestado de velhice não só quando lhe colocam uma pulseira rosa para indicar que corres riscos de queda. Essa é uma das percepções que os outros têm de você.
    .
    A certificação se dá mesmo quando a tua próstata aumentada, ou grande mesmo, não só te impede de ter noites tranquilas de sono, como, mais grave, não te permite que tenhas noites quentes em quaisquer das estações.
    .
    Aquele instrumento que representa o deus Priapo, antes usado para estripulias outras, hoje não serve nem para dar vazão à urina acumulada.
    .
    Estás velho quando tens mais desejos de aliviar a bexiga sem grandes sacrifícios, e nem sentes saudades da falta de uso da ferramenta exibida com orgulho pelo deus da fertilidade.
    .
    Tomara não passem a adotar uma pulseira com uma cor que indique que o sujeito é portador de uma tal de Hiperplasia Benigna de Próstata. Os decifradores de sinais poderão entender que estão diante de um sujeito com outro tipo de disfunção.
    .
    Que o deus Priapo nos proteja.

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  23. Mais uma crônica pra lá de acertada, Hayton. Seus textos nos fazem refletir sobre tantas coisas que continuo me surpreendendo. Agora foi sobre as placas de identificação dos "privilégios" dos idosos. Nunca havia questionado aquela figura humilhante. Vou aguardar ansiosa a nova "pérola".
    Marina.

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  24. Kkkkkkkk!!! Sensacional!!! Como um “semi-idoso” vou ficar aqui rindo muito da belíssima crônica e dos comentários, esperando minha vez chegar, apesar de que já passo por algumas dessas pérolas! Parabéns ao Hayton e aos Comentaristas! 😂

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  25. Temos ônus e bônus ao envelhecermos. Com óleo de peroba na cara, uso a vaga de idoso, despreocupadamente…rsrsrs

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  26. Ainda percorria a casa dos 20 quando, certo dia, a meninada interrompeu o baba na rua aos gritos de "Deixa meu tio passar!". O meu tio foi endereçado a mim, algo que me deixa estupefato inda hoje: garoto visionário, viu o velho manco que habitava aquele jovem pai. Uso bengala desde os meus 40 e poucos, o que não me impediu certas empreitadas. Hoje, frequentador assíduo da fisioterapia, executo manobras arriscadas para me sentar e levantar 10x de uma cadeira, o que me deixa exultante e esfalfado ao completar a série. Não caí até hoje, ainda, caro cronista. Mas penso em exigir minha fita rosa-choque, com pisca-alerta, na clínica em que milito. E quem sabe, fingir uns tropeços para testar a agilidade das atendentes. Como dizia aquela antiga revista, "rir é o melhor remedio". Suas crônicas estão na minha necéssaire.

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  27. Amigo querido, estou aqui dando risada pois passei pela mesma situação ontem ao chegar no Hospital Santo Amaro onde fui fazer um procedimento. Eu já estou acostumada com esses cuidados mas, diga-se de passagem, sou bem mais vivida do que você.
    Em relação à comparação de sua mãe, ela que me perdoe, mas você está bem melhor do que o Fagundes.

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  28. A crônica é de chorar de rir, principalmente para quem tem 10 anos a mais do que o autor.
    "Não se lamente que está envelhecendo, é um privilégio negado a muitos"

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  29. João Antônio Amado Comarú22 de novembro de 2023 às 13:18

    Não se lamente que está envelhecendo, é um privilégio negado a muitos.

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  30. Viver é ir se desiludindo aos poucos: recentemente recebi uma pulseira assim, sem qualquer explicação, e logo deduzi que se tratava da identificação de clientes VIP.

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  31. Acabei de ler seu belo texto. Desta vez abordou o tema constante do magnífico livro que estou lendo: Longevidade do Cérebro, entremeado com referências ao passar da idade. A disfunção cognitiva é inevitável. Daqui a pouco, ela deverá fazer parte de maneira mais incisiva nos seus escritos. E feliz daquele que se prepara.
    Grande abraço.

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  32. É difícil ler uma crônica do Hayton e não se surpreender com o nível de sutilezas cheias de humor e com o poder de transformar qualquer fato, por mais corriqueiro que seja, numa história recheada de metáforas e detalhes, que só uma mente privilegiada como a do excepcional cronista sabe fazer. Estou lendo seus mais recentes trabalhos e me deliciando com a realidade que estamos vivendo desde o dia em que percebemos que somos chamados de “tio” pelos mais jovens. Pra mim é um privilégio poder emprestar meus rabiscos e gracejos aos trabalhos do caríssimo amigo.

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  33. Acredito, que o SENHOR estava vestido no manto sagrado Cruzmaltino, então foi fácil identificar o risco de queda. Agora falando sério, parabéns pela belíssima crônica, se Camões fosse vivo, diria "matéria de coturno e não de sócio". O anônimo aqui se chama Ticiano Félix.

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    1. Corrigindo o corretor " Matéria de coturno e não de socco".

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  34. Quando li a crônica, lembrei logo da situação hilária do link que segue:
    https://youtu.be/hvtfs3-KlJw?si=TSQ47dFEtoaOOiLS

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  35. Que beleza de crônica, muito bom deparar semanalmente com suas publicações, sempre empolga, já pensamos na próxima. Ficamos esperando, imaginando sempre o melhor.

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  36. “… uma leve deficiência, auditiva que, a rigor, considero até conveniente …”
    (Não é que envelhecer tem algumas vantagens?)
    Muito bom (rsrsrsrs), grande Hayton!
    Depois de uma crônica assim, fica melhor e mais fácil pensar e falar dos dores do envelhecimento.
    Muito boa! (rsrsrsrsrs)

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  37. Como nem eu confio mais em minha memória, tô em dúvida se não ja postei aqui a afirmação que faço agora.
    Há muito tenho um consolo forte e sólido pra aceitar as agruras da velhice, que é a convicção de que pra não passar por elas, a única alternativa seria ter morrido cedo.
    Acabei de passar por um "tsunami" na saúde - cirurgia de urgência que durou seis horas e dezesseis dias de internação em um hospital.
    Pois bem, lá eu "ostentava" quatro pulseiras.
    Ficava meio encucado com aquilo, o porquê de tantas, cheguei a pensar que como a coisa tá na moda - a tal de "QI e não sei quantas mais" - , certamente estariam pensando que eu poderia ser do grupo.
    Cheguei a pensar em perguntar o significado de tantos penduricalhos, mas desisti, a coisa hoje tá tão melindrosa que ficar calado é prova de sabedoria.
    Agora me sinto recompensado e relaxado, essa beleza de crônica que você fez me devolve a paz.
    ALELUIA!!!!!!

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  38. Mais uma vez, sobre o Vasco, vou deixar de comentar. Quanto à nossa atual situação, como diz a música, aceita que dói menos...kkk. meu pai instruía os empregados a nunca empurrar um carro na descida. Podia não conseguir pará-lo depois. O risco de queda não é diferente. E cuidado com as descidas...kkk

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  39. Boa!!! a idade é fogo (ficar velho é onde reside o problema). O primeiro sintoma é quando somos chamados de "tio". No boteco que frequento há anos, amigo do dono, de repente, dado à rotatividade dos garçons - sempre jovens - passei a ser chamado carinhosamente de "tiozinho"... pois é. terminei acostumando, depois de uma verdadeira devastação no meu amor próprio. Esse negócio de risco de queda, está mais para a proteção da clínica, do que pelo zelo ao paciente. Sua longevidade está garantida, meu Amigo, pelo cuidado em manter uma mente brilhante devidamente azeitada, e saudáveis caminhadas pela nossa Pajuçara, uma verdadeira catedral de coqueiros.

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  40. Só pra deixar bem claro um detalhe de meu comentário postado anteriormente.
    Sou absolutamente avesso a preconceitos, inclusive o que se refere à definição de sexualidade da pessoa.
    Assim, sob minha ótica a pessoa tem que ser respeitada e nunca discriminada, qualquer que seja sua orientação, preferência ou definição sexual.
    Então, acho extravagante essa coisa de nominar com tantas diferenças.
    O verdadeiro seria a pessoa, se quiser, deixo bem claro, definir-se como hétero, homo ou bissexual.
    Ali no comentário, cometi uma irreverência pra não perder o bom humor.
    Agradeço se me entenderem.

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  41. Maravilha!!! Mas, não nos esqueçamos: melhor ficar velho do que não ficar velho!!

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  42. A moça achou que você estava com Labirintite.
    Abs
    Zezito

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  43. Ficar velho não é ruim...Ruim é ver, lá de cima, os velhinhos cronistas risonhos cá embaixo, com pulserinha rosa e tudo, kkkk.

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