quarta-feira, 8 de maio de 2024

Profetas de uma paixão

O escritor Graciliano Ramos, lá pelos idos de 1920, torcia o nariz para o futuro de uma paixão pela bola rolando de pé em pé. Preferia esportes hoje classificados como vintage, como a corrida a pé – útil inclusive para o ofício de roubar galinhas –, além de hobbies como o porrete e a pega de bois pelos chifres. Chegou a sugerir que se deveria elevar a rasteira ao status de esporte nacional, dada a nossa predisposição inata para a malícia e o drible na ética. 

 

Lima Barreto, outro escriba dos bons, também criticava a paixão pelo futebol, sob outro enfoque. Para ele, esse esporte seria um instrumento a mais de segregação racial. Se dentro das quatro linhas a coisa melhorou um pouco, de fora, os bárbaros continuam usando-o para vomitar sua bestialidade, como acontece de forma assombrosa em solo espanhol contra o jogador Vini Jr.

 

Mais que um jogo, para o cronista e dramaturgo Nelson Rodrigues o futebol era um retrato de nossa humanidade profunda, com suas grandezas e misérias. As circunstâncias, os acontecimentos e os resultados foram descritos em seus textos como uma ópera ou um folhetim teatral. “Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos”, escreveu.

 

Ilustração: Umor

Assistir a uma partida nos dias de hoje virou maratona de paciência e resignação, seja no estádio ou pela TV. O VAR (Árbitro Assistente de Video, na tradução para o nosso idioma), essa promessa de justiça infalível, trouxe mais pausas do que soluções, transformando os jogos em tediosas sessões de análise. A emoção genuína do esporte está sendo trocada por debates insossos sobre precisão tecnológica. 


O futebol, desse jeito, se assemelha às ciências exatas, com estatísticas e análises frias predominando sobre a magia do imponderável, do sobrenatural. Só falta acrescentar a famigerada margem de erro, para mais ou para menos. 

 

Quando o árbitro desenha no ar aquela tela imaginária, a pressão sanguínea dos torcedores beira o colapso. O pênalti se consolida como tema para mesa redonda, com direito a análise, quadro a quadro, sobre “movimentos antinaturais e ocupação de espaço”. Descobri, inclusive, que sou totalmente inapto para alguns movimentos naturais, a exemplo de torcer o braço atrás do corpo ou cair com as duas mãos na cintura. 

 

Mas a era do tédio no futebol também deve ser atribuída ao número reduzido de gols – não deveríamos ficar satisfeitos com placar abaixo de 3 a 3, isto é, um gol a cada 15 minutos. Assim como às pausas dramáticas, muitas vezes para que o árbitro possa promover uma verdadeira “discussão de relacionamento” com os assistentes de vídeo, mesmo em lances incontroversos até para os cegos. 

 

Para a escassez de gols, existem propostas a partir de mudanças bastante simples. Por exemplo, admitir que os arremessos laterais sejam executados com os pés. Alterar a regra dos escanteios (passariam a ser cobrados do ponto em que a linha de fundo intercepta a linha da grande área). E introduzir punições por faltas coletivas (após a quinta ocorrência, seria marcado tiro livre da meia lua da área do infrator, sem barreira). 

 

Como acabar com a insuportável “cera” nas partidas? Nada melhor que dois tempos de cronômetro de bola rolando, com intervalo de 10 minutos e com menos jogadores em campo (10 de cada lado, inclusive o goleiro), reduzindo aquela ciranda sem fim na zona intermediária. Outra melhoria no ritmo de jogo seria punir com tiro livre o retrocesso da bola ao campo de defesa após cruzar a linha do meio-campo, estimulando mais os ataques e contra-ataques.

 

Essas mudanças dariam novo gás ao futebol, inclusive por incentivar o surgimento de novas estratégias de jogo, sem exigir grandes investimentos em infraestrutura e tecnologia. 

 

Mas é difícil convencer certos mandachuvas de evidências. As alterações nas regras dependem de um órgão mais conservador que a Igreja Católica – o International Football Association Board. Mesmo vendo a molecada, inclusive meus netos, bocejando para o esporte e optando por fabricar o próprio encantamento no videogame.

 

Voltemos então a Graciliano Ramos. Foi premonitório ao antever que o futebol se tornaria um playground para apostas esportivas, transformando a maior paixão nacional em mero objeto de especulação financeira, mediada por plataformas digitais estrangeiras. 

 

Que bom que somos referenciais para o mundo em termos de leis e autoridades competentes para impedir o aliciamento de atletas e árbitros, evitando qualquer manipulação de resultados. A CBF e a CPI das apostas estão aí para garantir a retidão do negócio.

 

Caso contrário, teremos que engolir a profecia do velho Graça quanto à nossa inclinação para a astúcia e a malandragem como parte do futebol, assim como na vida em geral. 


Afinal, tem sido a arte de dar e sofrer caneladas em quem pensa diferente de nós que nos define como nação no abismo civilizatório em que caímos.



37 comentários:

  1. Ademar Rafael Ferreira8 de maio de 2024 às 04:57

    O VAR é as apostas, apelidadas de BET, estão tirando a magia do jogo do futebol. O fator da imprevisibilidade das várzea está sendo trocado pela tecnologia maçante e pela burla.

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  2. Como sempre, excelente. Forte abraço

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  3. Excelente! Gostei muito do trecho onde fala que somos referenciais para o mundo em termos de leis e autoridades competentes... 🤣🤣🤣

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  4. Só faltou você falar da minha tia que não entendia como uns marmanjos ficam brigando pela bola e muitos outros espiando nas arquibancadas ou no sofá da sala e sugeria que era melhor dar uma bola pra cada um e acabar logo a briga. Mas vc não a conheceu, então está perdoado. Nelza Martins

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  5. Excelente crônica Hayton. Jogo de futebol tornou-se mina de ouro onde os resultados valem fortunas e o "vale tudo" está em jogo. Tá valendo manha e artimanha, fazer cera e rezar para o apito final.
    Millôr Fernandes, diz que
    "O futebol é o ópio do povo e o narcotráfico da mídia", mas creio que o negócio é seguir Vinicius de Moraes e misturar poesia com cachaça e discutir o futebol.
    Simbora rumo à próxima crônica para a alegrar as quartas-feiras.

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  6. É verdade … o futebol está perdendo muito de sua espontaneidade, de sua graça e poder de arrebatamento das multidões . Por outro lado, considerando que toda tecnologia pode ser corrompida , quem garante que o VAR seria “imexível”?

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  7. De fato, o futebol perdeu muito daquela magia envolvente que me empolgava para preparar aquele petisco para reunir amigos e familiares para assistir a uma boa partida.

    Comemorava quando uma viagem a trabalho ocorria no período de uma boa partida no Maracanã ou no Engenhão. Sempre eu aproveitava essa oportunidade.

    O ASA e o Flamengo que me perdoem, mas a torcedora hoje tem preferido assistir bons filme e séries.

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  8. Estou a ponto de abandonar. Futebol se tornou uma tortura para quem ainda segue. Mulher acha que maltrata homem porque não sabe o que o flamengo faz com a gente. Dedé Dwight

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  9. Assistir uma partida de futebol está ficando sem graça. Seja pelas intervenções do VAR, seja pela falta de vontade de alguns jogadores que, simplesmente, se limitam a trotar em campo. Complementaria o belíssimo texto, acrescentando o stress causado por ocasião do traçado das linhas que definem a posição de impedimento, por vezes, definido pela "unha" do atacante ou do defensor.

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  10. José Carvalho de Magalhães8 de maio de 2024 às 07:35

    Não é só no futebol que prevalece a "Lei de Gerson". Tomo a liberdade de sugerir que seja criado o "Troféu Abelha". Entre os políticos, será muito disputado. Ganhará quem mais fingir que trabalha. Ou seria melhor "Taça Cera", para não desmerecer as produtoras de mel?
    Magalhães.

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  11. Concordo muito com o autor.
    Sobre o que empobrece nosso futebol, sobretudo em comparação com o praticado na Europa, acrescento dois fatores decisivos: quase todos os bons jogadores da América do Sul saem muito cedo pra times europeus; e os gramados não tem a menor comparação.
    Em relação à evolução das regras, acrescento que as substituições poderiam ser em maior número, como no futsal e no basquete, inclusive permitindo a volta de quem é substituído. Isso permitiria mudanças táticas interessantes durante o jogo.

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  12. Maravilhosos e acetivos os comentários sobre nossa grande paixão, pena deixarmos a tecnologia interferir no relacionamento amoroso que construimos o futebol.

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  13. Roberto Rodrigues Leite Bezerra8 de maio de 2024 às 08:40

    Situação bem difícil a do futebol na atualidade. Além da carência de habilidades com a redonda. Quando assisto aos jogos do meu time do coração, na honrosa série C, e confronto com os jogos da Champions League, há uma diferença abissal na destreza de cada jogador. E o espetáculo se diferencia, inclusive no número de gols. Resultados lá nunca são definidos antes dos acréscimos finais. Para nós, um dois a zero fica quase impossível de virar. Parece que o esporte das multidões vai se tornando cada vez mais elitista. E, verdadeiramente jogado, de forma exclusivo por grandes e ricos times. O meu alvirrubro, que carece de tudo, mas, principalmente, de recursos financeiros, joga outra coisa, que não futebol.

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  14. Excelente narrativa do nosso futebol! Mas o que mais me preocupa é a ação das torcidas "desorganizadas" que, quando se sentem ofendidas por uma derrota ou seja lá qual for motivo, apedrejam os torcedores do time adversário.

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  15. Este comentário foi removido pelo autor.

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  16. É verdade que nós, vascaínos, atualmente temos ainda mais razão para nos aborrecermos com o futebol. Quanto à crônica, aprendi e gostei muito!

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  17. Excelente crônica ,Hayton .👏🏻👏🏻👏🏻

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  18. O futebol, apesar do conservadorismo, continua sendo a preferência esportiva de boa parte da população mundial. No futebol, assim como nas artes, o que mata o espetáculo são as máfias que tramam nos bastidores. A beleza do espetáculo, com toda a sua criatividade vai sempre prevalecer intacta. Infelizmente, vivemos num mundo em que a força da grana predomina em todos os setores, manchando de tristeza e nos envergonhando. Gilton Della Cella.

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  19. Rapaz. Concordo em gênero, numero e grau com o comentário do Dedé. Tou quase desisti do. Qto à crônica, nota 100. Maravilha

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  20. Prezado Hayton
    Embora futebol não seja um tema que está entre meus preferidos, curti demais essa crônica! Construir belas jogadas redacionais e engendrar lances literários primorosos, como vc fez nesse texto, é coisa pra craque!

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  21. Torcer para o Botafogo está parecido com andar de montanha Russa! Desconfiança na subida e desespero na descida! Ave Maria! Gostei das ideias! Acrescentaria uma bem controversa: acabar com impedimento!

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  22. O futebol, a exemplo de muitas outras coisas, vem a cada dia se tornando mais chato e corroborando o ditado popular de que não se deve discutir sobre futebol, política e religião. Os três temas tem algo em comum: A prática em excesso torna fanatismo, o que sai totalmente da razão e o indivíduo que se torna fanático traz sérios problemas a uma sociedade ou mesmo para o mundo, dependendo de quanto esse fanatismo está intrínseco numa sociedade.
    Independente disso, as sugestões apresentadas na crônica seriam de muita valia.

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  23. Prefiro não comentar". Eu até poderia me valer desse delicioso bordão de um dos últimos programas humorísticos de alguma qualidade da TV Brasileira, o "Toma lá, dá cá". Era dito, "volta e meia", pela personagem "Copélia", interpretada pela excelente atriz Arlete Salles, pernambucana, de Paudalho, quando ela queria "fugir do assunto" (como eu), mas, na verdade, o que ela queria dizer, ficava mais "claro e cristalino", do que se tivesse dito.
    Tão "claro e cristalino", quanto o claro desgosto de Hayton ao dizer que "somos referenciais para o mundo". Mas não em honestidade e, sim, "em astúcia e malandragem". No futebol, em seus bons tempos, eram assim que eram definidas as belas jogadas de Pelé e, especialmente, de Garrincha, o "anjo das pernas tortas", entre outros. Ou seja, tinham um bom sentido! Hoje, ganharam uma sigla: BET e um "grande avanço tecnológico", o VAR (?).

    Na TV, em seus bons tempos, tínhamos Chico Anisio, Jô Soares, Manoel da Nóbrega. Eram muitos! Hoje? Nem sei! Não assisto mais TV Aberta e muito menos Futebol, ambos tediosos e de qualidade duvidosa. Prefiro o "On Demand" ou o Canal "Viva", que me permitem voltar aos velhos e bons tempos, ainda que "politicamente incorretos" e com aviso especial "politicamente correto" sobre isso. É uma pena!
    É uma pena que, no futebol, craques como Romário e Zico (para citar somente os que ainda estão entre nós) não possam mais voltar a jogar. Diferentemente de Arlete Salles, que está voltando às novelas, aos 85 anos (soube disso, pelo Google). É uma pena, porque não vou assistir. Mas, torço por ela, até porque, pelo futebol, está difícil torcer!

    A propósito, as expressões  "torcedor", "torcida" e "torcer", usadas só no futebol brasileiro, tem a ver com a ação das mulheres (pasmem!), que, no início do século XX, assistiam aos jogos nervosas, gritando, "xingando" (pasmem, novamente!), chorando e "torcendo" seus lenços e luvas, que ficavam "encharcados de suor e lágrimas". Foi a excitação das mulheres, que fez com que, tais expressões, fossem criadas por Coelho Neto, que, ao contrário de Graciliano Ramos e Lima Barreto, era entusiata pelo desenvolvimento do esporte, por acreditar que "a prática dele era importante para a construção de valores morais e educativos, na Sociedade". Deu no que deu!... Que o digam as ditas "torcidas organizadas"!...

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    1. O nome não apareceu, mas sou João Alberto Brandão

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  24. Ah, o futebol! E nada como uma excelente crônica sobre ele. Apesar da concordância de quase todos os autores dos comentários sobre o desencanto com o atual futebol, parece-me que a popularidade do esporte não acompanha esse pensamento. Os estádios lotam, os canais especializados lucram milhões com assinaturas, as lojas dos clubes auferem lucros que impressionam até os bancos. Mas e o VAR. Prefiro agora com ele. Tristes momentos que passei com os erros sem revisão dos juízes. Agora, caro Hayton, o que concordo mesmo é com a inclusão das novas regras propostas por você. E ousaria acrescentar mais uma: cada vez que um jogador tivesse que abandonar uma partida por agressão do oponente, este sairia junto. E vamos sofrer e sorrir com o futebol.

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  25. Como não gosto de futebol, comento sobre o VAR no volley, que é a melhor coisa quando desfaz marcação errada para o time que estamos torcendo, mas quando é o inverso é terrível cancelar o ponto feito, mas faz parte da tecnologia tão avançada nos dias de hoje.

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  26. Futebol é o berço dos que tiveram preguiça de estudar. Não se pode exigir atitudes pensadas, a fonte é só de habilidade. Colocar tecnologia em meio a isso, melhor aumentar os tempos para 60 minutos. Ensinar a pensar já não dá...

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  27. Concordo. O futebol, por suas peculiaridades, caiu no gosto do brasileiro; e, também por elas, não se presta a esse "tira-dúvidas" eletrônico, como acontece a outros esportes como o vôlei. Quanto às modificações, sugeridas... sempre preferi o soçaite e o futsal. :)

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  28. Referenciais para o mundo em termos de leis e autoridades...
    A primeira, sem dúvida, é a "lei de Gérson"... Por ela, move-se o futebol, o mercado e, porque não dizer o "mundo chamado Brazil"...
    Mudar as regras? E elas não estão sendo mudadas de acordo com a interpretação do aplicador da sentença? Bem, deixemos as leis prá lá e fiquemos apenas no encanto dos belos dribles e nos bons de pontaria...

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  29. Como já registrei em comentário em outra crônica do Blog, o futebol pelo qual já tive paixão, hoje se resume a saber os resultados a posteriori, sem nenhuma emoção. Raríssimas vezes assisto jogos do tricolor das Laranjeiras, apenas quando o mesmo está nas vias de uma conquista importante. Desperdiçar preciosos 90 minutos com essa qualidade atual é gostar de se torturar. E quando se trata de Seleção, aí é que não dou a menor importância.
    Mas concordo totalmente com as ótimas sugestões apresentadas pelo autor e outras acrescentadas nos comentários.
    O Esporte está uma lástima, porém a crônica sobre ele foi show de bola.

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  30. Acabei de ler o seu texto da semana. As atividades intensas não permitiram a leitura em tempo mais adequado.
    Oportuna a sua abordagem sobre o tema. É que a malandragem impera em todos os sentidos, principalmente quando se trata de brasileiro. Apesar da dificuldade intrínseca da coisa, a abordagem vai gerar reflexão sobre o assunto e fazer com que as autoridades responsáveis se debrucem sobre o assunto e tentem evoluir sobre o tema.
    Parabéns por mais esta conquista.

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  31. Agostinho Torres da Rocha Filho9 de maio de 2024 às 13:44

    Como de hábito, um belo texto sobre tema tão empolgante. Apenas para enriquecer a reflexão, vai aqui mais uma sugestão para devolver ao futebol um pouco de sua graça: impedimento somente poderia ser marcado se todo o corpo do atacante estivesse à frente do último zagueiro.

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  32. Realmente os jogos de hoje estão muito comercializados e isso gera uma certa automação do espetáculo (?). O tal do VAR tem mais defeitos do que qualidade. O bom mesmo é ler as crônicas do Hayton, que não precisam do VAR.

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  33. Meu filho, com 18 completados na semana passada, e todos os seus amigos, não tem nenhum interesse no futebol. Temo que esse, realmente, não seja um esporte do futuro.
    Marina.

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  34. Que poção contra pernilongos interessante e... ingênua! É sempre bom ler suas crônicas, Hayton.

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