Com o perdão da palavra
Numa sexta-feira dessas, enquanto meu amigo buscava um cafezinho na cozinha – havíamos acabado de almoçar –, sua esposa fez um comentário na sala que me deixou pensativo. Ela disse que, em quase meio século de relacionamento, nunca ouviu um pedido de desculpas dele, apesar de ser um bom marido e pai, essas coisas. E ela ouve muito bem, por sinal!
Essa mesma mulher que, quando limpa a garganta com uma cerveja nas tardes de sábado, canta como ninguém “Insensatez”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes: “Vai, meu coração, pede perdão... Perdão apaixonado! Vai, porque quem não pede perdão, não é nunca perdoado”.
Fiquei imaginando como deve ser viver com alguém que nunca pede desculpas. Uma experiência torturante, pensei. Manter uma conexão com quem nunca admite estar errado é como conversar com um espelho – você sempre vê o mesmo reflexo, sem reações genuínas. Embora, confesso, meu espelho tenha mostrado muitas mudanças ultimamente.
Dizem que a pessoa que não pede desculpas têm menos autocompaixão. Não é a perfeição que a impede, mas a vergonha de seus próprios vacilos. Como aquele sujeito que culpa o mau tempo ou o trânsito pelo atraso, em vez de admitir sua falta de planejamento.
Nem todo pedido de desculpas é igual, claro. Um “me perdoa” breve e frio raramente funciona. E se o pedido vier acompanhado de um "mas", esqueça. É como colar uma xícara quebrada com fita adesiva – parece que resolve, mas logo tudo se despedaça de novo.
Desculpas sinceras podem levar a reconciliações duradouras, o que é saudável em qualquer relacionamento. Mas a autocompaixão, quando em excesso, pode ter o efeito oposto. Pessoas que se aceitam demais podem ter menos disposição para pedir desculpas, afinal, erros fazem parte da vida. Só que, se essa postura for longe demais, acaba se tornando um “vale tudo” onde qualquer erro é perdoável – exceto os dos outros, claro.
O comentário da esposa do meu amigo ficou ressoando na minha cabeça. Me fez lembrar que já fui criticado por nunca fazer a mais básica das declarações entre duas pessoas: “Eu te amo”. Algumas vezes ouvi: “Você nunca diz que me ama”. E eu, com o melhor olhar filosófico que consegui, respondia: “Amor se prova, não se diz”.
Interessante é que, geralmente, são os homens que começam a declarar "eu te amo". As mulheres tendem a adiar a emoção, usando isso como um mecanismo de defesa, um tempo para avaliar o parceiro. Já os homens, impulsionados por hormônios, se apressam em dizer "eu te amo", às vezes como uma estratégia para ganhar confiança e abrir caminho para outros objetivos. Ah, a sinceridade dos impulsos!
Esses impulsos, aliás, são inconscientes. As mulheres, no entanto, tendem a suspeitar quando ouvem a clássica declaração cedo demais. Podem ver nisso apenas uma artimanha para chegar a um objetivo menos romântico. Elas preferem ouvir o "eu te amo" depois, talvez porque já tiveram tempo para refletir sobre o custo-benefício das “vias de fato”.
O primeiro "eu te amo" não é apenas uma explosão de sentimentos, mas também um reflexo de expectativas culturais. Os homens, tradicionalmente, tomavam a iniciativa nos relacionamentos, e declarar amor fazia parte do pacote. Era uma forma de garantir que as mulheres não tivessem dúvida de sua conexão emocional.
Com o tempo, o significado de "eu te amo" muda. O que começa como uma expressão de emoção intensa se transforma em um compromisso de cuidar do relacionamento. Passa de fogos de artifício a uma fogueira – menos espetacular, mas muito mais reconfortante.
Mas, afinal, quando essa frase deve ser dita? Não existe regra, mas o importante é que seja genuína. Pode ser depois de três dias, seis semanas ou doze meses. O que importa é a autenticidade do sentimento e a intenção de preservá-lo.
Por ora, ainda curtindo a beleza de ser um eterno aprendiz, não me animo a fazer declarações definitivas. Se bem que, 52 anos de admiração, carinho, cuidado, renúncia e mútua tolerância não são um detalhe. São os pilares de uma história rara nos dias de hoje.
Quando meu amigo voltava da cozinha, observei o casal trocando um olhar que dizia mais do que três ou trinta palavras. É isso. Com o perdão da palavra, os gestos diários de carinho e suporte são tão essenciais quanto um pedido de desculpas sincero ou uma declaração de amor. A autenticidade e a intenção por trás disso são o que fortalece a conexão entre duas pessoas.
Então, minha amiga, relaxe. Talvez o verdadeiro perdão e o amor encontrem abrigo na coragem de reconhecer nossas falhas, enquanto valorizamos os momentos compartilhados. Como aquela troca de olhar entre vocês, construindo a cada dia, pedra por pedra, uma catedral que, mesmo em silêncio, ressoa com a força de uma vida inteira juntos.
Errar é mais que humano
ResponderExcluirMas existe a redenção
Sempre é bom pedir desculpa
É a minha sugestão
Não é nunca perdoado
Aquele que tendo errado
Não sabe pedir perdão.
Amigo, hoje sua reflexão ficou mais caprichada que nunca! Coisa linda!
ResponderExcluirBrilhante crônica que força uma boa reflexão sobre relacionamento conjugal e sua longevidade. Creio que a empatia seja o ponto central para a boa convivência, aliado ao respeito, flexibilidade e compreensão mútua.
ResponderExcluirO tema é complexo e ao mesmo tempo fácil, mas não tem receita pronta pois o relacionamento é único e está ligado ao estilo de vida e à forma como cada um foi criado.
Os gestos, muitas vezes, substituem a frase "Eu te amo". Um cafezinho na cama, um afago, um beijinho no cangote,..., quando praticado por ambos, são muito bem vindos no dia a dia do casal. E se pisou na bola, exercite a doce frase: Perdoa-me, não foi minha intenção..., mas cuidado para que os vacilos não caiam na vala comum.
Simbora viver momentos felizes com doçura, respeito e muito amor.
Essa crônica é, a um só tempo, um pedido de desculpas e uma declaração de amor, meu caro Hayton.
ResponderExcluirQue beleza de crônica! Realmente muitas pessoas esquecem de pedir desculpas e falar "eu te amo"! Mas, são expressões que só devem ser ditas, se realmente saídas do coração.
ResponderExcluirCertos casais nem precisam dizer eu “eu te amo”, já que são uma só pessoa. Certa vez, na Costa do Sauípe, encontrei um amigo que forma esse tipo de casal e ele, me respondendo, disse que estava só. Eu não pude acreditar porque nunca vi metade de uma pessoa pela rua. Na verdade, nem estava só e nem eu nunca vou acreditar que esse tipo de casal não diz “eu te amo” a cada olhar.
ResponderExcluirVocê foi “safado” ao registrar com cara de espanto: “então, o mundo tá perto de acabar!” 😅
ExcluirExcelente. A maneira como o autor captura a essência dos momentos não ditos, onde um simples olhar pode transmitir mais do que mil palavras, é simplesmente sublime. A narrativa nos lembra que, muitas vezes, os gestos falam mais alto do que qualquer pedido de desculpa.. A crônica celebra a beleza das pequenas ações e a magia da comunicação silenciosa. É um tributo à empatia e à conexão humana, mostrando que, no fundo, todos buscamos ser compreendidos e aceitos. Um gesto pode valer mais do que mil palavras. Parabéns!
ResponderExcluirNo baile da minha vida
ResponderExcluirO erro domina a festa.
Depois de ler essa crônica
Eu descobri que me resta:
"Colar o termo 'PERDÃO'
No meio da minha testa."
Bela reflexão. Caro Hayton.
Têm textos que nos fazem evoluir. São textos terapêuticos que movem o ser para o Ser +. E este teu texto é um desses que cumprem como m está missão. Desculpas, perdão, "oferecer a outra face" algo tão falado por Jesus mas que teimamos em não fazer. E todos perdem. Como se relacionar de forma íntegra e verdadeira sem espaços para o perdão, para exercitar a compaixão e misericórdia? E a sociedade vai ficando intransigente, agressiva e muito pouco tolerante com tudo que ela acredita que está em desconformidade. E tome birras e celeumas cotidianas e vadias que minam qualquer espaço de paz e plenitude. Obrigado por nós fazer abrir as gavetas do perdão e revisitar posturas e atitudes que pedem de nós uma ação, neste respeito.
ResponderExcluirJá dizia o poeta Ataulfo Alves:
ResponderExcluir"Eu sei, mulher
Que você mesma vai dizer
Que eu voltei pra me humilhar
É, mas não faz mal
Você pode até sorrir
Perdão foi feito pra gente pedir"
Dedé Dwight
Em 1943 Ataulfo Alves e Mário Lago já ensinavam que “perdão foi feito pra gente pedir” (Atire a primeira pedra) Isa Musa
ResponderExcluirUm dia ainda escutarei um pedido de desculpas. Mas será que todos os casais passam de alguma forma por este tipo de dilema? Falar ou apenas agir? Declarar ou fazer sentir? Eu sou da palavra, também...
ResponderExcluirQuanta sensibilidade na reflexão do tema. O autor está cem por cento presente e conectado, da observação cotidiana nos faz mergulhar em reflexões necessárias. Texto terapêutico!
ResponderExcluirExcelente
ResponderExcluirComo sempre, uma bela crônica, que traz muita reflexão.
ResponderExcluirEu e Lycia temos 48 anos de relacionamento, passamos por mil coisas, mas sou do time que acha que um simples olhar, respeito, carinho, amizade, exprimem de forma direta e inequívoca a expressão "eu te amo". Em que pesem alguns casais sentirem a necessidade de expressar com muita frequência.
Respeito e admiro ambas as situações, desde que realizadas com carinho, renúncia, compreensão.
Linda crônica! Uma declaração de amor e de empatia em tempos de amores líquidos. Reflexão importante para os dias de hoje.
ResponderExcluirJá poderia iniciar um compêndio sobre a arte de amar por tanto tempo... e contando…
Nunca é só sorte 🍀
Um pedido de perdão, infelizmente, é raridade nos dias atuais.
ResponderExcluirCom o perdão da palavra, você é porreta!
ResponderExcluirA ilustração tá ótima. Se bem que quem teria que pedir desculpas seria o “companheiro” que deixou o cara na mão. Kkkk
ResponderExcluirNós somos de uma geração que era muito difícil escutar um "eu te amo" dentro de nossas próprias casas. Nunca escutei de meus pais, apesar de ter certeza do grande amor deles por mim e por minha irmã. Hoje em dia, é muito comum vc dizer um “eu te amo” até para os amigos. Já “desculpa!”, era comum quando erravam. Então, assim fui criada, aprendi a usar esta palavra sempre que cometo alguma falha. Mas, se o outro não sabe ou não quer usá-la, mando prá "porra" e fica tudo bem.
ResponderExcluirMinha amiga querida, isso mesmo! Sinceridade é sempre sua marca. Abraço grande!🥰
ExcluirA desculpa é sempre compreensível, desde que as falhas não sejam repetitivas. Caso contrário, é necessário uma variedade de escusas para o mesmo erro(estoque de mentiras). Quanto ao "eu te amo", sendo dito, ou não, plagiaria o Milton Nascimento: "Qualquer forma de amor vale a pena", ou Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena".
ResponderExcluirBrilhante, Hayton, mais uma das boas que reflete muito bem nosso cotidiano! Show continua ... tiberio
ResponderExcluirPedir perdão é uma arte. Acreditar num pedido de perdão é outra. E perdoar de verdade é outra, ainda mais complexa.
ResponderExcluirÀs vezes pede-se perdão sem convicção, apenas porque ficou constatado que esse rito é indispensável pra seguir em frente quando se quer seguir em frente. E pode-se pedi-lo com palavras ou com atitudes.
Da mesma forma, pode-se perdoar porque se acreditou na sinceridade do pedido ou porque se constatou que o rito completo exige o pedido e o perdão. No rito não está garantido que qualquer um seja totalmente genuíno, nem o pedido e nem a aceitação.
Mas, pra seguir em frente, às vezes é preciso transigir.
Claro que o ideal é pedido sincero de desculpas e aceitação plena. Quando isso acontece, é lindo!
Mas quem nunca pediu perdão achando que estava com pelo menos parte da razão? E quem nunca fingiu acreditar num pedido de perdão meia boca, ou então não fingiu perdoar só porque tinha algo maior que deveria continuar a ser cultivado?
Que atire a primeira pedra…
Excelente crônica, que nos leva a uma profunda reflexão sobre o tema! Parabéns, tio Hayton!
ResponderExcluirHayton: tenho lido suas crônicas sempre que a correria da vida me permite. E o que mais me impressiona em você é essa sua capacidade de superar expectativas. Quando a gente pensa que você já disse tudo, você nos surpreende com a beleza dessa percepção de vidas que consegue traduzir e trazer para nós… um abraço Carlos R R Reboucas
ResponderExcluirFiquei imaginando, se a poesia fosse expressa só nos gestos, quantos perderiam a oportunidade de conhecer os poetas... Acho que, manifestar por palavras sentimentos sinceros, traz a completude de nossos gestos.
ResponderExcluirPerfeito, minha querida “Guru”! Um abraço grande!♥️
ExcluirA viagem pela emoção e, às vezes, pelo sentimento de culpa, faz com que as pessoas se exercitem em oferecer a melhor resposta, sob a forma de perdão... E isso, de fato, permite que sejam reparados deslizes que poderiam, caso contrário, transformar-se acidentes incuráveis...
ResponderExcluirPerdoe-me por não conseguir comentar depois dos ótimos comentários de seus leitores. Mas (ops) amo as manhãs de quarta, quando o celular avisa a chegada de suas crônicas. (Edgarzinho)
ResponderExcluirModéstia sua, meu caro Edgarzinho. Perdeu o direito de falar uma coisa dessas quem um dia poetizou assim:
Excluir"... Então vide o verso e veja a vida
Que eu, ouvido ou morto,
Estarei ali contido
E terei ali contado
O que o poeta inspirado
Ouviu e viu pela vida..."
Se, às vezes, uma palavra só basta, imagine o poder de três com um "eu te amo", um "I love you". Como já dito em comentários anteriores, a ausência de palavras ou gestos tão simples venha do berço, da criação reprimida, machista que muitos de nós teve. Quem nunca ouviu: "homem que é homem não chora". "Apanhou, revide". Ainda hoje ouvimos isso. Ainda bem que os meus netos resgataram o "eu te amo" para mim.
ResponderExcluirExcelente crônica reflexiva.
Sei que uma desculpa não redime o pecado, quase crime, negar-se a pedir perdão. Maravilha de crônica psicológica.
ResponderExcluirMarcos Marques
ExcluirÉ muito bom refletir sobre crônicas regulares e produzidas por uma mente brilhante! Ismar Tôrres
ResponderExcluirA clareza com que o Hayton expõe seu pensamento, com uma riqueza de detalhes e reflexões sobre assuntos que parecem simples, é uma verdadeira aula de pensamento sobre o que nos cerca no dia a dia. Seus bem humorados comentários emprestam leveza aos textos e acabam por facilitar o meu trabalho de ilustrador…rs rs rs rs. (UMOR).
ResponderExcluirParabéns! Sua arte me encanta e enriquece as crônicas que Hayton nos traz.
ExcluirObrigado por suas palavras, Emília!
ExcluirSurpreendente! Hoje a crônica foi aula de relacionamento humano e psicologia. O que me faz, de fato, eterno aprendiz.
ResponderExcluirAproveitando para opinar, penso que, no mais das vezes, como lembra o texto, não é a perfeição que inibe o pedido de desculpas, mas a vergonha dos vacilos; na verdade, pedir desculpas, é ato de grandeza e algo virtuoso. Nem todos alcançam esses predicados.
Eu sou a homenageada nesta crônica ou, por assim dizer, sua inspiradora. A falta de um “me desculpe” ou de “eu te amo” já não mexe comigo. Acho que meu marido me ama do jeito dele, senão não estaríamos juntos há quase meio século.
ResponderExcluirA crônica desta quarta-feira é um ensaio perfeito para uma autoanálise. Ela nos coloca, como bem registrou o cronista, de frente para o espelho, fazendo emergir perguntas e constatações sobre nós mesmos, sobre nossos companheiros e até sobre nossos ascendentes e descendentes, como bem ficou evidenciado nas ótimas contribuições dos leitores.
ResponderExcluirÉ relevante para um relacionamento a forma oral do “eu te amo” ou do “me desculpe”? Ou, havendo sinceridade, tanto faz se são ditos ou demonstrados? Evoluímos, se, a despeito de nunca termos ouvido isso de nossos ancestrais e, mesmo assim, aprendemos a, sinceramente, expressá-los “de coração”.
Acredito, por vivência própria, que verbalizar emoções genuínas nos torna mais evoluídos emocionalmente e gera uma espécie de janela para o outro a quem se destina a mensagem.
Obrigada, Hayton, por mais uma quarta-feira de psicoterapia.
Assino embaixo, com sua permissão, de seu comentário, Emília.
ExcluirExcelente reflexão a respeito da fala do “eu te amo” e do pedido de perdão.Eu sou da turma (das antigas) que pede perdão e diz eu te amo, com ações. Atualmente, aprendendo com as netinhas a dizer “eu te amo”. A figurinha está excelente!
ResponderExcluirÉ…
ResponderExcluirSábias reflexões!
ResponderExcluirJá que o erro (involuntário; não o “doloso” 🤣) é inevitável, pedir desculpas é mandatório. Num ambiente de compreensão mútua, aceitá-las, também.
Mais um texto com uma lapidação harmoniosa/psicológica para se ler e reler diversas vezes, construído de forma envolvente e penetrante em cada um de nós leitores, como podemos ver através dos comentários que acompanham a crônica, após sua leitura. E tudo tendo como nascente uma simples observação sobre um pedido de desculpas que nunca fora audível. Bravo!!!
ResponderExcluirDeclarações! Que tema!
ResponderExcluirPois é: me parece tão difícil se declarar culpado (e o pedido de desculpas é sinônimo disso) quanto declarar amor - que equivale a abrir a alma, sem volta, principalmente em termos de amor romântico. Nesse particular percebi o quanto é importante ouvir um “eu te amo “ e, quando vem depois de longo período de relacionamento, é pra lá reconfortante! É muito bom! E até equivale a um pedido de desculpas por não ter dito antes.
Mas de que adiantaria dizer milhares de. “Eu te amo” se as atitudes estivessem diametralmente opostas ao que foi ouvido?
Prefiro o “Eu te amo” das atitudes.
Mas, você, como sempre, excelente nos conselhos a esposa do seu amigo.
Declarações! Que tema!
ResponderExcluirPois é: me parece tão difícil se declarar culpado (e o pedido de desculpas é sinônimo disso) quanto declarar amor - que equivale a abrir a alma, sem volta, principalmente em termos de amor romântico. Nesse particular percebi o quanto é importante ouvir um “eu te amo “ e, quando vem depois de longo período de relacionamento, é pra lá reconfortante! É muito bom! E até equivale a um pedido de desculpas por não ter dito antes.
Mas de que adiantaria dizer milhares de. “Eu te amo” se as atitudes estivessem diametralmente opostas ao que foi ouvido?
Prefiro o “Eu te amo” das atitudes.
Mas, você, como sempre, excelente nos conselhos a esposa do seu amigo.
Nelza Martins
Nunca é demais exaltar a beleza de suas criações, a emoção forte que elas nos trazem, como é tão reconhecido e exaltado nos também belos comentários aí postados.
ResponderExcluirA propósito, vou até me permitir uma digressão aqui, registrar minha satisfação por constatar uma manifestação de uma figura de quem gosto e de quem tenho boas lembranças e saudade, o nosso Carlos Roberto REBOUÇAS, com quem há muito não tenho qualquer contato, nem dele tinha notícia.
Sobre o tema, verdadeiramente nevrálgico, consigno que ele muito me toca, uma alma verdadeiramente romântica que sou - e o romântico, pra que não seja confundido, não quer dizer nada em relação a aventuras ou conquistas amorosas, mas o sentimento por aqueles que me são caros, esposa, filhos, netos, irmãos, amigos/amigas de fé.
Por fim, no tocante a afirmação do sentimento através de palavras, o último parágrafo de sua obra me fez lembrar de dois livros que li há muito tempo, lembro que foi quando atuava como instrutor do Curso GDO, do nosso BB.
Um tem o título de O CORPO FALA e o outro é A LINGUAGEM DO CORPO. É consagrado que na comunicação interpessoal, a voz tem uma influência de 8%. A fala - a maneira como se expressa, o geral -, determina 36%. Então, os 56% restantes são determinados pela postura corporal.
Fica confirmado isso por sua convicção de que a força do olhar trocado pelo casal seu amigo, foi mais forte que qualquer palavra que fosse proferida.
Perdoe minha prolixidade - é quase um vício, reconheço -, mas é que sua criação me tocou muito.
Grande abraço.
Meu caro Hayton, Tema forte este. Eu te amo são apenas três palavrinhas, mas têm um efeito mágico para quem houve. Pergunto o porquê de grande parte dos homens - entre os quais me incluo - sentir dificuldade de pronunciá-las. Somente agora, meu amigo, aos 88 anos libertei-me dessas amarras e sempre que posso digo "eu te amo" para Eliane. Tem feito bem a ambos. Abraços
ResponderExcluirEssa crônica mexe com os sentimentos de qualquer pessoa. É quase impossível ficar indiferente. São duas reflexões, ao mesmo tempo, tão distintas e tão próximas.
ResponderExcluir"Eu te amo" pode ser expressado de diversas maneiras. Pode ser através de um simples bilhete, avisando que foi ao Supermercado e desenhando um pequeno coração desajeitado. Ou então, em um Cartão, acompanhando uma Caixa de Chocolates (de preferência em forma de coração). Talvez um pratinho de frutas, caprichosamente organizadas, em formato (claro!) de coração.
Mas a forma mais difícil é dizer. Dizer exige credibilidade, entonação. Ainda mais, se for precipitado, preliminar. É que irá gerar aquela cara de dúvida, de "o que é que você quer?". Ou, pior, "quais são as suas intenções?".
Mas, não deixará dúvidas, se for um complemento, após um beijo (ainda mais se a timidez tomar conta e você tremer como "vara verde"), um abraço carinhoso, um carinho afetuoso ou um momento de total entrega, sem reservas. E você certamente ouvirá "também te amo"...
E quanto a pedir desculpas, faz parte do dia-a-dia. Só precisa ser sincera e necessária, para não virar "lugar comum" sem valor. Assim, será um outro jeito de dizer "eu te amo", "eu te quero bem".
Mas existe uma situação, que é bem mais difícil. É quando é necessário assumir uma culpa, que não se tem, e ainda assim pedir desculpas. Será que isso acontece? Uma pista: "Quando um não quer, dois não brigam!".
Crônica excelente! Uma forte e sensata reflexão sobre as atitudes entre pessoas, especialmente casais.
ResponderExcluirHayton, sobre os relacionamentos de casais, assunto que você traz à baila em em sua crônica de hoje, sem dúvida o respeito mútuo deve ser o alicerce comum em todos, porém as “regras” de convivência que servem para uns, podem não servir para outros, assim cada um vive da sua forma.
ResponderExcluirPalavras muitas vezes são fáceis de serem ditas, como por exemplo “eu te amo” ou “me desculpe,” havendo possibilidades de não serem sinceras, mas atos e comportamentos podem demonstrar de forma bastante real muito mais do que não é dito.
Assim, cada um vai seguindo a sua “receita” e tendo o zelo para ela não “desandar.”
Nelson Lins
Por melhores e maiores sejam nossas demonstrações de afeto e carinho, as mulheres querem ouvir. O cabra tem que dizer em opalavras ou elas ficarão sempre carentes, por não terem ouvido a frase punjante: eu te amo. Perdão, meu amor!
ExcluirBrilhante e muto reflexiva crônica. Parabéns!
ResponderExcluirPelo menos um desculpe, mas eu te amo... pedir perdão é uma coisa que se aprende e não é fácil. Para muitos soa como renunciar seus próprios princípios. Aí fica mais difícil ainda. Mas como diz a música, perdão foi feito pra gente pedir.
ResponderExcluirExcelente crônica, nos remete a uma bela reflexão.
ResponderExcluirPedir desculpas ou Perdão, são
poucas às pessoas que tem essa capacidade. É um ato de humildade e reconhecimento de que todos nós cometemos erros.
Eu te amo 🤟 , podemos demonstrar de várias maneiras.
Através de gestos, carinhos, ❤️
atos, bilhetes, dando-lhes flores 💐, chocolates 🍫...
Enfim, dizendo " Eu te amo"
Excelente crônica, envolvente, grande reflexão. Um olhar, basta um pisca de olhos para expressar o desejo, vontade, resolve, diz tudo.....
ResponderExcluirO que dizer depois de uma bela crônica e ótimos comentários? Que o digam Maria Rita e Emília!
ResponderExcluirFalar, dizer, expressar torna concreto, materializa seu ato, sua atitude. Reafirma, ratifica. Não há como ficar o não dito pelo dito. Ou alguém já pediu desculpas ou perdão somente com o olhar ou um gesto?
O que vimos aqui foi uma excelente provocação seguida de excelentes reflexões. Valeu Hayton! Demais!
Perdão, por não comentar sempre seus escritos! Assim, fica dito!
Beto Barretto
Que texto saboroso! Adorei! Intimista e reflexivo. Eu me vi refletindo. Quem não? Diniz.
ResponderExcluirRelacionamentos amorosos ou de amizade tendem a se desgastar com o tempo. É normal. O que mais importa nas relações é o respeito e a confiança. O fogo da paixão é intenso e às vezes não passa de fogo de palha quando não se sustenta. Errar e reconhecer o erro é um ato nobre por parte daqueles que admitem suas falhas. Não tenho o menor problema em dizer te amo ou pedir perdão. Só que tem um pequeno detalhe: Não vale fingir. Gilton Della Cella.
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