Conversa matinal
Não sei vocês, mas certas inovações mudariam a minha vida para bem melhor. Algumas, inclusive, perfeitamente realizáveis a médio ou longo prazo.
Outro dia, falava sobre isso com meu netinho caçula, que veio de longe passar uns dias conosco. Pela empolgação dele, acho que a prosa renderá bons frutos. Estudioso como é, vai ajudar a tornar o mundo mais divertido e prático.
Para começo de conversa, surgiu entre possíveis “invenções” a torradeira translúcida. Todos os dias, bem cedo, ele aparecia na cozinha enquanto eu coava o café, curioso para ver como uma fatia de pão se transformava numa torrada douradinha, nem queimada, nem pálida.
Outra de sua cabecinha esperta: instalar uma tomada na lateral da cama para carregar o tablet sem ter que se levantar antes de dormir. Eu, claro, disse que nunca pensei nisso porque ultimamente não levo para o quarto nada além de um copo d’água e um livro. "E vovó?", ele provocou e eu fingi não escutar.
Ainda mais ousada foi a ideia de um carregador universal por proximidade. Imaginem só: uma antena que recarrega seus dispositivos assim que você se aproxima. Na hora, voei alto, pensando em algo que possa recarregar em segundos a bateria de sessentões como eu, que, depois do almoço, precisam de pelo menos 20 minutos de um cochilo revigorante.
Como minha filha quer que ele goste de melancia tanto quanto de pão de queijo, sugeri que estudasse bastante para, no futuro, criar doces e salgados deliciosos que não engordem um grama sequer. Melhor: que ajudem a emagrecer, mesmo frituras e gorduras.
Ainda nessa linha, propus que desenvolva um tipo de uva para produção de um vinho antirressaca – ele nem sabe o que é isso! –, que nos livre das consequências nefastas do álcool, mas amplie os benefícios à alma. Um dia talvez agradeça ao vovô por este desafio.
Como ainda é novinho, eu não quis falar sobre uma possível pílula que previna todas as doenças e substitua a academia de ginástica. Pensem na economia com planos de saúde, médicos, hospitais, drogas e seus efeitos colaterais! E que já venha com a função de esculpir o corpo, evitando aquele suadouro.
Outra possível inovação: um superscanner de saúde geral, eliminando a necessidade de coletas de sangue, urina e outros fluidos e pastosos para exames. Bastaria passar pela máquina – como nos detectores de metal dos aeroportos – e pronto: diagnóstico completo em mãos. Mas isso é com ele, caso decida mergulhar fundo nos estudos.
Nosso breakfast seguia animado, avaliando inclusive um micro-ondas capaz de preparar instantaneamente comidas que hoje levam séculos (quando a fome é grande!), como batatas fritas, hambúrgueres e pizzas.
Discutimos ainda a criação de pratos, talheres e copos autolimpantes, que se higienizam sozinhos e ficam prontos para reutilização em cinco minutos. Nada de máquinas de lavar louças!
Falando em lavar, ele sugeriu um sabão em pó que limpe e desamarrote os tecidos, fazendo com que as roupas saiam novas, cheirosas e dobradas da máquina. “Mamãe vai gostar, vovô”, previu.
Depois do café, sem que os seus pais dessem sinal de vida após uma longa noite de sono, fomos para a sala de estar. Continuamos nossa conversa, limitada apenas pelo meu vocabulário tacanho – ele fala português, mas vez ou outra solta uma expressão idiomática que nem o dicionário me socorre.
Foi quando surgiu a ideia de um tradutor universal portátil, inclusive para animais, como os bem-te-vis, as maritacas e os quero-queros responsáveis pela trilha sonora de nossa manhã aqui no Cerrado. Vai ser sensacional entender e ser entendido em qualquer lugar do mundo, e até descobrir o que o gato da vizinha anda tentando nos dizer.
Então, ele olhou para a TV e lembrou-se de outra necessidade básica: um localizador de controle remoto. “Tem que ter, vovô, inclusive para chave de carro!”. Meu pequeno interlocutor ainda não sabe que, com a biometria e as lentes superinteligentes, chaves e controles remotos logo se tornarão obsoletos.
Por falar em carro, começou a especular sobre uma maneira de voar sem precisar de avião ou helicóptero. Pelo que entendi, algo como um jato propulsor nas costas. Superpoderes de Superman ou Homem-Aranha, por enquanto, estão fora de cogitação.
Apoiei a iniciativa. Chega de atrasos, de tentar matar saudade por videochamadas. Daqui a pouco, todos os prédios terão equipamentos de teletransporte nas antigas garagens.
A prosa seguia firme, sem TV nem tablet – algo inédito ultimamente, mas acontece! –, quando a mãe dele acordou e, antes mesmo do “bom-dia”, questionou a higiene da tampa do vaso sanitário do restaurante onde jantamos na noite anterior.
De fato, já passou da hora de inventarem um mictório feminino que permita às meninas fazer xixi em pé. E, para os meninos, uma máquina que faça exame de próstata sem o uso de dedos. Para ontem, por favor!
Coversa top entre avô e neto cheia de criatividade. Nestes momentos de boas conversas surgem os grandes inventos, além de um papo descontraído que se eternizará na cabeça da criança.
ResponderExcluirTem uma frase de um autor desconhecido que diz: "A criatividade é inteligência se divertindo."
Simbora incentivar a criatividade das crianças de forma bastante lúdica e prazerosa e cheia de bom humor.
Ah, Vovô. Seria legal inventar um jeito dos homens perceberem a necessidade de preservar a natureza. Se não conseguirmos continuar existindo, pra que pensar em tantas invenções...
ResponderExcluirFaltou o botão de pausar o tempo, para que esses momentos, que chamamos de felicidade, durem um pouco mais.
ResponderExcluirFaz sentido. Se bem que, se a pausa demorar muito, a felicidade cessará de todo jeito. Como dizia o poeta, “tristeza não tem fim, felicidade, sim!”
ExcluirLegal também é conversar com os netos sobre como eram feitas as coisas quando não existia computador e tantos avanços tecnológicos. Ainda lembro da minha filha ainda pequena me ligando no trabalho, naquela época eu estava na Cassi, para me contar que tinha achado uma imprimidora no depósito da casa. Era uma máquina de escrever. Ela dizia animada: a gente toca na letra e ela imprimi. Estava encantada com aquele objeto…kkkk
ResponderExcluirConversas com netos são as melhores, dali saem as melhores tiradas. Amo esses bate-papos.
ResponderExcluirQue benção ele ter um avô amoroso e consciente do poder da inovação. Proteja-o sempre do mundo que irá tentar convencê-lo de que as coisas são do que jeito que são. Deus o abençoe, pois a vida do inovador é sofrida. Dedé Dwight
ResponderExcluirLogo agora que está ficando bom o Secretário-geral das Nações Unidas acaba de emitir um alerta pela rápida elevação do Oceano Pacífico e a hipótese de uma catástrofe em escala mundial. Como diz o forrozeiro Flavio José: “Eu não sou dono do mundo, mas tenho culpa por ser filho do Dono!”
ExcluirEm cada "papo cabeça" entre avôs e netos é difícil descobrir quem é o inocente na história. São momentos que deveriam ter registros como este da crônica para evitar se perderem quando os avôs esquecerem ou os netos buscarem outras descobertas.
ResponderExcluirEu inventaria um botãozinho de “desconfiômetro” sob a pele, para acionar quando for preciso ficar esperta (Isa Musa)
ResponderExcluirA narrativa captura com maestria a curiosidade do neto e a sabedoria do avô, criando um diálogo rico e inspirador.. A forma como o autor tece a conversa é envolvente, fazendo o leitor refletir sobre o impacto das inovações tecnológicas em nossas vidas. É uma leitura que aquece o coração e estimula a mente, mostrando que o futuro é construído com base nos sonhos do passado. Lembrei do scanner do médico de Jornada nas Estrelas e do tele-transporte. Parabéns ao autor por criar uma obra tão cativante e significativa!
ResponderExcluirRapaz, que massa! É muito lindo ver a criatividade das crianças e como elas n mindo de imaginação e alegria. O tradutor para animais foi sensacional!
ResponderExcluirÉ Assim que nascem as invenções. Sempre foram. Thomas Edson tinha, Benjamim Franklin tinha, Ford tinha. Enfim, todos tinham um bom vovô no café da manhã a lhes confiarem ideias que depois se tornaram realidades. Viva os vovôs e netinhos. E sem TV, por favor.
ResponderExcluirDiálogo envolvente!!
ResponderExcluir👏👏😇😇
Gostei das invenções que vocês vão por em prática!
Mãos à obra!
O tal tradutor universal pra ontem, por favor.
Ah, acrescentem uma invenção pra mim: uma pílula 💊 de salada. Já propus isso ao nutricionista há uns 15 anos e nada até hoje.
Agora vai.
🤗🤗👏👏💙💙
Bom dia, caro Hayton!
ResponderExcluirAmigo, top demais! Legal esta linda história de interação com seu Netinho! Parabéns ! Muitas ideias em ritmo de cruzeiro!
Detalhe, tenho feito isto com meus 2 filhos, Guilherme (6 anos) e Alexandre (1 ano), desde que nasceram, risos 🤭 , aqui o tema projetos, projetos e mais projetos toma os nossos momentos juntos.
Todos os dias, o meu filho Guilherme acorda e tem uma grande invenção, diferente de tudo, para colocar em prática e o Papai Ulisses precisa estar a postos para ajudá-lo a colocar a ideia em ação.
Pelo visto está no sangue. Adoro entrar neste universo mágico dos projetos, sonhar e idealizar…agora com a IA (inteligência artificial) generativa então, o negócio ficou melhor ainda…parece mágica…as ideias vão fluindo e cada vez mais sofisticada.
Abraços meu amigo e curta bastante estes momentos especiais.
Ulisses
Essa crônica de hoje me fez lembrar de quando ingressei no BNB em 1968 e depois, em 1970, para o BB, época em que todo trabalho era braçal, toda contabilidade era feita manualmente. Nos balanços semestrais a contagem de juros sobre os empréstimos e o fe chamento do balanço era uma maratona! Quanta evolução tivemos de lá para cá! Acredito que a nossa geração é que mais viu acontecer tantas mudanças. Sempre que posso comento com minhas netas e pessoas mais jovens sobre isso. Parabéns pela sua crônica.
ResponderExcluir☺️☺️☺️☺️
ResponderExcluirHahahahaha
ResponderExcluirDelícia de conversa!
Espero que vocês consigam acelerar o processo, a tempo de (eu) poder usufruir dessa evolução!
Talvez possam começar por algo que paralise (ok, temporariamente!) o envelhecimento.
Acabei de ler o texto da semana. Seu nome, Conversa matinal, com o neto, que parece, vai ser um cientista.
ResponderExcluirComo sempre, mais um texto publicado. Desta vez, um texto suave, aconchegante, vivenciando a eventual habilidade de um neto.
Ideia linda e cheia de elevados sentimentos em vai fazer a alegria de toda a família.
Fico a imaginar o sorriso largo de satisfação estampado no rosto dos envolvidos. É, por assim dizer, uma grande recompensa que gratifica a todos e tornando o autor o mais feliz por ter sido contemplado com a grandiosa ideia.
Por tudo isso, receba a melhor referência e votos de que a brincadeira se torne realidade.
Grande abraço. Até a próxima.
A gente fica impressionado com tanta coisa interessante que surge a cada dia e que facilita a nossa vida em todas as áreas. Coisas simples e não tão simples. A gente observa e reflete: “que maravilha, que ideia legal, como que a pessoa pensou nisso?
ResponderExcluirAs invenções surgem exatamente porque criaturinhas como o seu neto questionam o status quo, conseguem enxergar novas soluções ou aperfeiçoamento do que já existe. É bem legal ver como as crianças veem e perguntam coisas que às vezes, nem sabemos responder.
Haroldo Vieira
E a nova variedade de uva para produção de vinhos “antirressaca” será que agradaria aos “enochatos” de plantão?
ResponderExcluirQue conversa boa! e melhor ainda ser no início do dia, quando tudo começa mIs uma vez. Esse dia, com certeza, foi especial para você e ficará guardado.
ResponderExcluirAvô e neto se juntam
ResponderExcluirPra falar de invenção
Imaginam tanta coisa
É tanta inovação
Que a vida no futuro
Seja no claro ou no escuro
Vai ser de muita emoção.
Conversa de avô com neto sempre rende boas "invenções", embora, algumas vezes, a genialidade de ambos poderá esbarrar em questões de natureza física, como, por exemplo, subir em árvore ou jogar bola... Mas, mesmo que a conversa fique só no campo das ideias, muitos avanços da ciência começam assim.
ResponderExcluirPelo menos três coisas reunidas num mesmo texto: a ternura de um momento de plenitude entre um avô e um neto; as divertidas e utilíssimas invenções que mereciam ser inventadas; e a perpetuação do trabalho artesanal e milenar de transformar emoções e boas ideias numa crônica maravilhosa!
ResponderExcluirConversar com os netos é uma dádiva, eles saem com cada tirada que tornam nossos momentos extremamente felizes. Taí o vovô cronista para confirmar. E quando o tema é estimular a criatividade, aí é uma festa e tanto, é viajar para o mundo da lua, tal qual cantado por Guilherme Arantes no "Lindo Balão Azul". Como é bom vivenciar esses momentos! Não têm preço!
ResponderExcluirLembrei-me de minha infância. Eu tinha um tio, irmão de minha mãe, que era quem cuidava de mim. Ele tinha uns 16 anos, eu uns 6. Ele dizia que a casa dele iria ser totalmente só de paredes com um painel de botões. Apertava um, aparecia a mesa. Outro, as cadeiras, e assim por diante. Tomara que os visionários, como o teu neto, nunca faltem. Eles serão os responsáveis pela transformação do mundo.
ResponderExcluirPena que não estaremos vivos,para ver tanta inovação
ResponderExcluirJá de algum tempo que percebo que as crianças de hoje têm uma inteligência de nos assustar. Muito diferente do tempo em que quando nasciam os bebês e chegava o recado para a minha mãe, avisando, ela dizia: quando ele abrir os olhos é que vou visitá-lo. Como imensamente tudo mudou. É isso. O tempo carrega seus mistérios e nos surpreende a todo momento. Que essas crianças sejam o prenúncio de um mundo melhor!
ResponderExcluirCoisa valiosa, uma conversa com o neto. Cheia de energia boa, E dar asas à imaginação, melhor ainda. perfeito exercício de liberdade. Até mesmo porque, com a evolução digital de hoje, com a Inteligência Artificial em ação, não vai mais existir ficção científica. Tudo será realidade. Mesmo virtual, no início. Esse seu netinho pode ser uma maravilhosa cabeça pensante modelo século 21.
ResponderExcluirParabéns pela deliciosa e leve crônica.
Abração!!!
Mário Nelson.
A cada dia tenho menos razões pra duvidar do potencial criativo da humanidade para evoluir as tecnologias. É verdade que algumas delas nos viciam e até tiram a humanidade dos bons caminhos, mas é certo que trazem mais ganhos do que perdas.
ResponderExcluirTomara que esse geniozinho que inspirou o Hayton cuide do nosso mundo mais do que nós conseguimos até aqui.
Temos mais a aprender do que a ensinar aos mais novos.
Muito obrigado Hayton por mais uma bela crônica! É maravilhoso passar tempo com os netos, compartilhando conhecimento e criando memórias. A ideia de um tradutor de pássaros é fascinante, a melodia é linda e a letra certamente também será!
ResponderExcluirNão é difícil, para um assumido avô-babão como eu, imaginar o prazer que você desfrutou durante o papo com seu netinho.
ResponderExcluirSempre digo a algum amigo que ainda não tem tal privilégio, que se quiser se transformar num babaca autêntico e feliz, seja avô - a relação é verdadeiramente de paixão.
Quanto às elucubrações sobre o que nos reserva o futuro tecnológico, creio ser absolutamente impossível imaginarmos o que terão os viventes por volta de 2080, assim como ninguém sequer sonhou - há cinquenta anos - com os recursos desta era digital que vivemos.
Enfim, como já registrei aqui, você é invencível. Quando não tem um assunto "palpável" pra sobre ele "flutuar", inventa algum.
Felicidade pra nós, seus leitores.
Que texto gostoso de ler! Me deliciei ao imaginar a cena e a sua vontade de perpetuar o momento mágico.
ResponderExcluirDaqui um tempo vocês irão ler essa crônica e conferir os inventos incríveis do neto brilhante. Parabéns por compartilhar conosco, Hayton.
Como é bom ser avô. Existe uma espécie de "sintonia fina" entre netos e avós. E esta crônica demostra isto muito bem. Como é bom, poder ouvir e ficar com a pureza da resposta das crianças. É a vida. É bonita e é bonita. Graças às crianças e à criatividade delas, a vida torna-se mais leve. Que mais diálogos como esse aconteçam e surjam novas invenções. Não só em sua cozinha. Em muitas outras também!!!
ResponderExcluirParabéns pela sua criatividade sempre marcante nas suas crônicas.
ResponderExcluirParabéns também em não levar eletrônico para cama.
Eu levo chá de erva doce com camomila e o manual da vida - Bíblia.
Filho - primeiro fruto.
Herança do Senhor.
Neto - fruto do fruto - e é o perpetuar da espécie.
Neto - coroa 👑, dádiva, presente de Deus.
Salomão diz que bem aventurado (feliz) aquele pode perpétua a espécie.
“6 Para os avós, os netos são a sua coroa de glória,
tal como a coroa dos filhos são os pais.”
Pr 17.6
Como é bom ter essa oportunidade de ser avô.
Avós e netos uma verdadeira - sintonia/simbiose.
Hoje temos cinco netos:
Sophia, Thomas, Gabriel, (americanos) e Levi e Sara (gêmeos) a nossa querida João Pessoa.
Lembro-me a nossa primeira netinha Sophia, a primeira vez falando: vovô…é emocionante…
Abraço
Que Deus nos abençoe
Texto incrível! Adorei essa criança. Maravilhosa! É assim que nascem os gênios.
ResponderExcluirMuito interessante essa crônica, como todas que você escreve, mas essa em especial tem algo com que me identifico muito: curiosidade e imaginação. Desde muito pequena, fui uma criança extremamente curiosa, desde descobrir a origem das coisas, o modo como são feitas e como poderia modificá-las e, como nada é 100% positivo, adquiri também o péssimo hábito de escutar conversas alheias (mas isso vamos relevar, rs).
ResponderExcluirEssa mania me rendeu alguns dissabores na infância, ao destruir alguns artefatos domésticos, mas na vida adulta me ajudou muito a compreender o funcionamento de alguns utensílios e equipamentos e até mesmo a me aventurar em alguns consertos e gambiarras. Fiquei mais impossível, (como dizia minha mãe), depois que fiz um curso de eletrônica no ensino médio, na ETFBA.
Coincidentemente, ontem assisti pela 2ª vez ao filme "O menino que descobriu o vento" e me vi em algumas passagens do protagonista. Aquele garoto era muito curioso e extremamente focado no seu objetivo. Ele sonhava, mas agia para realizar o sonho. A maior característica dele, além da curiosidade, era o foco nas possibilidades. Ele acreditava e colocava energia para aprender e realizar.
Creio que nos criamos num tempo de grandes mudanças com grandes efeitos. Hoje estamos numa era de pequenas mudanças ( porque são constantes e naturalizadas), mas com enormes efeitos, alguns sutis, mas irreversíveis. A questão é que a mudança é cotidiana.
Um outro filme muito marcante sobre esses avanços é Minority Report, considero um presságio do tanto que há por vir, muito já se realizando. Na época, parecia que tudo era ficção e hoje, quantas daquelas tecnologias estão absorvidas por nós. Nem citarei o desenho animado de HB, os Jetsons, que há mais de 60 anos, como numa espécie de presságio, nos preparou para um futuro hoje presente.
Sou muito adepta a novas tecnologias e tenho me aventurado a degustar um pouco da IA. Iniciei um passeio pelos chatsgpt disponíveis e
desmitifiquei esse pavor. A IA se alimenta na IH, inteligência humana, sem nós, ela estagnaria. Creio que o homem nunca deixará de ser um ser criativo e, é justamente isso que nos diferencia das máquinas. Elas não criam, podem reproduzir, mesclar, mixar, até causar sensações, mas nunca nos alcançará, simplesmente porque não sentem, não possuem vivências e referências reais.
Nós, pais, educadores, tios, tutores, temos uma grande responsabilidade na educação e formação das crianças, devemos alimentar suas fantasias, estimular a curiosidade e contribuir para o processo criativo.
O humano que se conforma em ser detentor de conteúdo está obsoleto, os chats de IA, irão engolir essa classe de pessoas. Sobreviverão aqueles que têm as cabeças nas nuvens, não em e-clouds, mas na criação, nas mudanças, no pensamento evolutivo.
E espero que tudo isso se converta em bem para humanidade. Que, ao invés de gerar mais desigualdades, provoque a mudança mais necessária, a retomada do benefício coletivo.
Quanta criatividade nessa conversa entre neto e avô.
ResponderExcluirMas, para dizer a verdade, penso que essas ideias, aparentemente absurdas, poderão se tornar realidade um dia, viu Hayton?
Muita coisa, que nem pensávamos no passado, virou realidade.
Conversar com pessoas mais jovens renova nossas ideias. Então, vamos dar asas à imaginação: é de graça e abre a cabeça.
A crônica Conversa Matinal é uma viagem deliciosa, leve, sem sobressaltos. Um passaporte para dar asas à imaginação. É um lembrete para os adultos: cada um tem um “netinho” interior que nos motiva e nos permite sonhar e criar sem as amarras do mundo adulto.
ResponderExcluirDe novo, obrigada, Hayton, por nos dar motivos para não deixar esses netinhos adormecidos em nosso coração.
Ontem vinha de Arapiraca dirigindo meu carro e estava pensando nesse tema abordado sobre a substituição de carro. Acho que em poucas décadas poderá aparecer um sapato atômico ou coisa parecida. Evolução rápida dos tempos.
ResponderExcluirWalmir figueiredo
ResponderExcluirParabéns pela crônica e pelo netinho tão criativo. A continuar assim será um grande inventor.
ResponderExcluirAbraço. Valdery
Coisa melhor é dialogar com os netinhos. Muito interessante esta crônica.
ResponderExcluirHayton e demais leitores, sou prima do nosso amigo cronista para os que não sabem, obrigada por nos presentear toda quarta feira com crônicas tão ricas, que se superam a cada uma que cria. Também sou poetisa, me visitem no Recanto das Letras onde sou artisticamente Lêda Torre, e com elas, só tenho ampliado minha capacidade de criar textos, tendo como referência alguém que escreve tão bem! que texto lindo, que momento fabuloso com seu netinho gênio!
ResponderExcluirOutra coisa, as vezes que acesso este blog, gosto de ler todos os comentários, e que igualmente me ajudam muito no enriquecimento destes registros; como professora de Língua Portuguesa no meu estado, afirmo que aprendemos em tudo, e assim acontece comigo neste espaço. Crônicas lindas como esta, nos encantam e alimentamos a esperança de um futuro logo mais, bem criativo e desenvolvido por inventores como o seu netinho. Sei muito bem como são estes momentos maravilhosos, pois já tenho 4 netos e eles me surpreendem todos os dias, isso é fato! Nós ficamos bobos mesmo e assumidos!
O meu neto mais novo, por exemplo, fez três meses agora, e pense num bebê esperto e muito precoce para sua tão tenra idade! tem reflexos muito aguçados, e ao chamarmos pelo nome Apollo Ravi, e o mesmo já nos encara sorrindo imediatamente! seus modos tem nos mostrado que ele e muito inteligente, e, como todos os avós , fico horas a imaginar como será daqui a alguns anos, com tantas tecnologias e com esta geração que está chegando. Esperamos em Deus que nossa herança que veio do Senhor, nos presenteie com inventos bem benéficos para todos que com certeza estaremos mais maduros e mais limitados, contudo, queira Deus que com muita saúde para apreciar tantos inventos imaginados pelo pequeno interlocutor do Hayton! quem sabe meu Apollo também esteja elencado no rol de grandes gênios, aprouve o Eterno e abençoe estas mentes brilhantes dos nossos netos!
Um forte abraço a todos.
Conversar com os netos é um privilégio e um prazer sem igual. Tomara que essas invenções do pequeno cientista se tornem realidade. Bateu saudade da minha netinha que está morando aí em Brasília. Obrigada!
ResponderExcluirJá estou na lista de espera dessas inovações!
ResponderExcluirEsses papos do vovô Hayton com o neto inteligente me fez lembrar das crônicas que o Pedro Bloch escrevia e foram publicadas em revistas, livros etc, como no "Dicionário de Humor Infantil". Eram muito engraçadas. O nosso cronista Hayton, no seu detalhado texto, não fica atrás nos divertindo sempre com seus escritos.
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