Nada mais justo
Nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp, houve um verdadeiro tiroteio de acusações entre políticos e influenciadores de direita e esquerda sobre a taxação dos prêmios dos atletas brasileiros que ganharam medalhas nas Olimpíadas de Paris. A guerra virtual foi tão intensa que chegou ao Congresso Nacional, onde parlamentares propuseram isentar essas premiações de impostos.
Na arena digital, o ministro da Fazenda virou alvo da oposição, sendo criticado e alvo de memes que o acusavam de querer "uma parte do prêmio dos medalhistas". Seus defensores contra-atacaram, citando a legislação que regula a taxação de prêmios esportivos e lembrando que o governo anterior arrecadou cerca de R$ 1,2 milhão em impostos dos atletas medalhistas dos Jogos de Tóquio 2021.
No meio da confusão, surgiram acusações de que a taxação de prêmios esportivos foi introduzida pelo governo atual, quando, na verdade, a Lei 7.713, de 1988, já regulamenta essa cobrança. A discussão esquentou ainda mais após a ginasta Rebeca Andrade conquistar a medalha de ouro.
Com suas conquistas – duas pratas (individual geral e salto), um bronze (equipe) e um ouro (solo) – Rebeca embolsará em prêmios do Comitê Olímpico Brasileiro R$ 826 mil e teria que pagar cerca de R$ 227 mil em impostos sobre os prêmios recebidos, conforme prevê a Lei, que estipula uma taxação de 27,5%.
Além dos prêmios em dinheiro, surgiram boatos de que as próprias medalhas olímpicas seriam taxadas. A Receita Federal esclareceu que as medalhas trazidas pelos atletas não estão sujeitas a tributação, de acordo com a Lei 11.488, de 2007, e a Portaria MF 440/2010. “Entrar no país com a medalha olímpica é um processo rápido e fácil, sem burocracia. Os campeões brasileiros podem ficar tranquilos”, garantiu o comunicado da Receita.
Para colocar um ponto final na confusão, o presidente da República editou uma medida provisória isentando os atletas olímpicos de pagar imposto de renda sobre prêmios em dinheiro, beneficiando também atletas que ganharam competições anteriores, como Rebeca.
Medalhas e troféus já eram isentos de impostos federais, valorizados mais pelo seu simbolismo do que por sua expressão monetária. No entanto, as quantias recebidas como prêmio normalmente são declaradas no imposto de renda. A nova medida isenta especificamente as premiações pagas pelo COB e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), mas pagamentos de confederações, federações, patrocinadores ou clubes dos atletas continuarão sujeitos à taxação de até 27,5%.
Enquanto o Congresso Nacional discute a aprovação da medida, penso em Dona Eudócia, minha mãe. Ela não é Rebeca Andrade, que brilhou nos Jogos de Paris e se tornou a maior campeã olímpica da história do Brasil, e eu não sou nenhum profeta ou vidente, mas tenho o pressentimento de que minha mãe também deixará de ser tungada em 27,5% de imposto de renda sobre sua pensão, o prêmio que meu pai lhe deixou quando partiu. Se as medalhas e os prêmios em dinheiro de Rebeca são isentos, as conquistas da minha mãe também devem ser.
Medalhas, ela tem de sobra, guardadas para sempre na sala de troféus de nossa existência. Mas, ao contrário das medalhas olímpicas, suas vitórias não receberam o brilho dos holofotes, nem vieram acompanhadas de prêmios em dinheiro. Foram conquistas silenciosas no calor de cada dia, na luta para seguir adiante após a perda precoce de meu pai. Portanto, é uma questão de isonomia de tratamento. Ela é uma vencedora desde que nasceu e sobreviveu no Brejo paraibano.
Vi você vencer, mãe, quando ficou viúva aos 33 anos, com a espinhosa missão de cuidar de nove filhos (além do sobrinho, que assumiu como se fosse sua décima cria) numa cidade desconhecida, todos encaminhados por você no trilho da retidão de caráter e da paz, nenhum corrupto ou ladrão. Vi você vencer quando, entre panelas, pratos e cabos de vassouras, nunca fez corpo mole na peleja diária por filhos e netos. Vejo você vencer todo dia quando compartilha o que come com os porteiros do prédio em que mora, inspirando a todos que te conhecem. Vejo você vencer a toda hora quando acolhe no colo cada novo bisneto que te chega.
Reprodução/Redes Sociais |
Sua luta, mãe, embora sem o glamour das competições olímpicas, é igualmente digna de reconhecimento. Este país, que tantas vezes deixa de valorizar seus verdadeiros heróis, está à beira de uma convulsão social há muito tempo. Só ainda não aconteceu de o grotão subir para o asfalto para cobrar parte de uma dívida social secular porque, tudo indica, Deus de fato fala português. Se não, essa gente que troca farpas nas redes sociais para criar ou tirar direitos dos outros talvez nem estivesse aqui fazendo confusão, pois se o grotão subir, a conta será cobrada na bala ou na ponta da peixeira.
Se a isenção fiscal concedida não for apenas mais uma cortesia com a carteira alheia – afinal, o dinheiro é nosso, percebem?! –, você também certamente terá vaga no time. Porque mesmo com a sala de troféus de nossa existência repleta de medalhas, mãe, aos 85 anos você continua batendo um bolão e marcando seus golaços.
Dona Eudócia sim é merecedora de incontáveis medalhas de valor muito maior , o valor do mérito vivenciado na labuta da vida, na educação e criação dos filhos . A ela nossa homenagem , inclusive por ter preservado o mundo com um excelente cronista !
ResponderExcluirCrônica maravilhosa e linda a história e o exemplo de amor de Dona Eudócia.
ResponderExcluirLinda homenagem à sua mãe e a tantas outras que lutam para manter a casa e educar os filhos sem a figura do pai em casa, seja por viuvez ou por abandono.
ResponderExcluirQuanto a inserção do IR sobre o prêmio olímpico em dinheiro, acho justo. Nem todos os atletas tiveram durante sua formação os incentivos e seu direito à Educação preservado. Se podemos isentar todos os anos as grandes fortunas, fazendeiros (que descarregam despesas pessoais na contabilidade da fazenda e ainda tem incentivos do governo), igrejas que não acrescentam nada ao bem estar social, só recolhem dízimos altíssimos a ponto de transportarem em carros fortes ( quem nunca viu?) , então, por que não podemos isentar o prêmio, de 4 em 4 anos, dos atletas que levam o Brasil ao Podium? Eu, como dizia um tio Garrido, segundo ele me contava, gostaria de ser a pessoa mais taxada do IR deste país, mas gostaria, também, que o meu tributo fosse bem aplicado na Educação, na Saúde e na Segurança, assim, nessa ordem. Nelza Martins
Texto maravilhoso ,Hayton !!
ResponderExcluirApoio essa ideia!
ResponderExcluirBem lembrado das heroínas e dos heróis anônimos deste país.
Infelizmente só lembram deles quando há pódio e ficar entre os primeiros colocados.
E os atletas que vieram depois?
E os 99,9% dos que labutam diariamente nos afazeres domésticos, como a super mãe do escritor?
Vamos aplaudir os medalhistas e os heróis que constroem este país.
E parabéns ao cronista!
Emílio.
Parabéns pela sua crônica!
ResponderExcluirBela homenagem a sua mãe ganhadora de dez medalhas. Infelizmente ainda tem gente nesse mundo que não reconhece o valor de uma mãe dedicada, parece até que foram gerados numa chocadeira.
Parabéns!
Golaço de reconhecimento.
ResponderExcluirCom certeza muitos aqui estão lembrando das suas mães também. Parabéns
Tive um professor de Direito Tributário que dizia que os impostos (de renda principalmente) tem a nobre finalidade de buscar justiça social. Ele não beneficia quem paga mas quem não tem renda para pagar. Fosse assim, eu ficaria feliz em pagar muito IR. Mas, a corrupção, as isenções meramente políticas, os desvios, a má aplicação do dinheiro, os salários e benefícios exorbitantes dos servidores - principalmente os da "diretoria", nos deixa revoltados. Concordo com a isenção para as Eudócias como a sua e a minha mãe, - guerreira de 87 anos, que continuam ganhando prêmios de dedicação, competência e entrega. Entrega, inclusive de contribuintes para essa nação de minguadas 20 medalhas nas Olimpíadas. Marina.
ResponderExcluirO ônus é injusto quando não aplicado na saúde, na educação e em moradias dignas. O bem que a sua Genitora pratica, assim como outras, por formação, sem qualquer interesse, além do reconhecimento exemplar, o principal é o bônus Divino que sempre fortalece na continuidade do amor ao próximo.
ResponderExcluirBela e merecida homenagem! Acredito que o maior troféu de Dona Eudócia é ter filhos como você, que a orgulham e reconhecem o seu valor.
ResponderExcluirBelíssima e merecida homenagem a D.Eudócia e, por tabela, a tantas outras mães que, diariamente, superam adversidades múltiplas, distribuem generosidade e, em sua grande maioria, sem nada pedir em troca.
ResponderExcluirLembrei também da minha mãe. Merecedora de várias medalhas.
ResponderExcluirDenise
Parabéns. Que texto esplêndido. Merece medalha de ouro por enaltecer aquela que é, de fato, a maior recordista da corrida da vida desta linda família, da qual ela é o alicerce.
ResponderExcluirQue lindo, amigo! Não imagino o que é ficar viúva nova e com 10 pessoinhas dependentes.
ResponderExcluirRealmente uma Heroína!!
Tem que ter muiiiiiito orgulho e gratidão por esta mãe. Bjs
Belíssima crônica, belíssima homenagem para sua Matriarca, D. EUDÓCIA.
ResponderExcluirPor aqui a história é parecida: viúva aos 44 com 10 filhos entre 6 e 20 anos. Dedicou a vida aos filhos, deixou sete no BB e dois na Caixa. Descansou aos 77 anos e tenho certeza que continua olhando por todos.
Precisamos valorizar nossos tesouros. Muitos dos nossos conquistaram o pódio com muita garra, coragem, renúncias, mas, infelizmente, são esquecidos no tempo.
Vamos em frente na torcida para que nossos governantes tenham uma efetiva valorização dos nossos(as) atletas através de incentivo à educação e ao esporte sem demagogia política.
Homenagem tocante e justa à sua mãe. Quanto a impostos, eu me lembro quando em 1959 Maria Ester Bueno ganhou o troféu em Winbledon e o governo taxou.
ResponderExcluirBom dia! Parabéns pela bela homenagem a sua mãe e indiretamente a tantas outras mães que diariamente ganham medalha de ouro da vida. Caridade com chapéu alheio é o esporte predileto da dupla que dividiu o país em nós contra eles e que lucra muito com isso, enquanto esta nau brasilis navega por mares cada vez mais revoltos e perigosos. Grande abraço
ResponderExcluirHayton, que texto massa, atualidade e humor 👏👏👏
ResponderExcluirGrande homenagem à Dona Eudócia. Certamente não ganhou medalhas olímpicas mas merece todo o respeito e consideração. Nota 10 para cada uma das 10 crias educadas e tratadas com amor.
ResponderExcluirPara a plena satisfação dos leitores, eis uma justa e oportuna homenagem, elaborada sob a forma de eterna gratidão, a partir de fatos do cotidiano. Esta e a essência da crônica.
ResponderExcluirSem dúvida, D. Eudócia e inúmeras guerreiras, medalhistas e abnegadas "atletas" que sempre lutam pelo melhor por suas crias, deveriam não só serem isentas na regra das contribuições ao governo, como homenageadas como heroínas nessa "guerra" travada diariamente para notabilizar alguns que se intitulam como "defensores do povo"... PARABÉNS D. Eudócia... Parabéns a todas as grandes vencedoras...
ResponderExcluirBela, justa e oportuna homenagem!
ResponderExcluirNo mérito, perfeita!
Não será com oportunismo populista que a justiça social e fiscal se fará neste nosso Brasil tão desigual.
Parabéns bela e justa homenagem à Dona Eudócia, verdadeira campeã da vida! Enquanto isso, igrejas e templos, verdadeiras máquinas de arrecadação, seguem isentos de impostos (não apenas de renda).
ResponderExcluirOlá Hayton
ResponderExcluirAnimado por sua bela crônica, retomei na memória os feitos de minha mãe merecedora também de medalhas e que já se recolheu ao merecido descanso no Olimpo.
Bela homenagem a todas as mães, com alusões críticas pertinentes e precisas à perversa concentração de renda no Brasil e injustiça fiscal.
Excelente crônica, Hayton. Abs.
ResponderExcluirGradim.
Que coisa linda! Dona EUDÓCIA realmente é digna de admiração. Se mantém de pé apesar de toda história e é merecedora de filhos como você! Deus abençoe.
ResponderExcluirEudócia é isso e muito mais. E também sempre foi vaidosa e bonita. Parabéns amigo ela merece de fato. Dayse lanzac
ResponderExcluirGratidão, uma essência rara. Seu perfume é para sempre. Nada mais justo. Parabéns ao escritor pela bela obra de arte literária.
ResponderExcluirBelíssima homenagem à Dona Eudócia e a todas as “eudócias” deste Brasil. Merecem todo nosso reconhecimento.
ResponderExcluirConcordo também com a reflexão sobre as injustiças na cobrança de impostos neste País, que privilegia donos de grandes fortunas e todos que tem acesso à “gestão tributaria" e conseguem driblar a
cobrança de impostos sobre renda mesmo (dividendos, investimentos no exterior, etc.) - diferentemente do caso dos assalariados, que tem seus proventos de sustento da família taxados como renda e espoliados direto na fonte.
Quanto à taxação de prêmio em dinheiro recebido por participação olímpica, é constrangedor ver as mesmas pessoas que apoiaram e apoiam um político que cortou os investimentos no esporte reclamarem primeiro da falta de investimento no esporte. Depois distorcerem o valor da Bolsa Atleta e serem desmentidos pelos próprios atletas. Depois acusarem falsamente o governo atual de criar o imposto sobre prêmios olímpicos. E na hora que o governo isenta o prêmio olímpico de imposto, criticarem a “irresponsabilidade fiscal”.
Pra não ficar em cima do muro, acho justo que o prêmio olímpico, conquistado representando a Nação, seja isento de imposto. Entre outras razões, além dessa representação do País, a grande maioria dos atletas olímpicos vem de famílias de baixíssima renda, sacrificaram-se durante anos, o prêmio não estava no orçamento de impostos a arrecadar e, portanto, não traz nenhum prejuízo à execução orçamentária.
Pra fechar, não acho que seja essa isenção que vá fazer diferença na situação injusta porque passam todos os que ganham pouco e pagam muito imposto.
A luta é mais abrangente e permanente.
Bela homenagem. Lembrando q o atleta treina até 8 horas por dia por até 10 anos por uma medalha. A mãe sem treinamento vai direto para o jogo, com a família e a sociedade como juízes 24 horas por dia, por toda a vida. Algumas, muito poucas, com a sorte de ter a mãe como técnico e o marido como patrocinador (mais raro ainda). São taxadas por rugas, cansaço, lágrimas. Mas guardam no coração, pódio, a suprema felicidade do dever cumprido, por ex. qdo recebem uma medalha em forma de crônica, como esta.
ResponderExcluirCoerente questionamento. Da nossa Constituição rasgada diversas por quem deveria dela cuidar, a questão da "capacidade contributiva" é letra morta.
ResponderExcluirConcordo plenamente com a isenção tributária!
ResponderExcluirDe fato, vovó é fora da curva!
ResponderExcluirO sorriso de Dona Eudócia traduz bem sua gratidão pelo reconhecimento que tua crônica exterioriza. 👏🏻👏🏻
ResponderExcluirExcelente reflexão, inspirado por uma heroína! Nossa questão tributária requer avanços reais!
ResponderExcluirE viva Dona Eudócia, campeã olímpica, assim como Dona Maria, minha mãe e tantas outras atletas do lar, que com sabedoria souberam vencer as batalhas do dia a dia, cumprindo com seriedade os arremessos de cintos e havaianas nos lombos daqueles que se atreveram a sair da linha. Esses políticos de direita são uma graça. Pra eles, Bolsonaro continua sendo o maior medalhista de ouro das Arábias, sem nunca ter disputado uma corrida de saco ou uma colher no ovo. Gente hipócrita, que faz parte da BCA (Bancada do Cu Alheio). Essa gente imprestável não faz nada pelo Brasil, a não ser lacrar nas redes sociais com seus discursos chulos para enganar otário. Esses sim, são os verdadeiros atletas da vagabundagem. Gilton Della Cella.
ResponderExcluirTentei não ser tão direto. Concordo.
ExcluirParabéns pelo texto, simples e direto. Concordo com a merecida homenagem, entendendo que todas as mães (e pais, avôs e avós, etc, que também assumem o papel) fazem jus a ela. Somente quem se dedica aos filhos da hora que acorda à hora que vai tentar dormir sabe o trabalho que dá. Ter uma rotina determinada por hora de entrada, hora de intervalo e hora de saída é moleza. E a gente chega em casa ao final do dia reclamando que o dia foi pesado. Muito injusto. Sobre a tributação e toda a celeuma, somente mais do mesmo: encheção de linguiça na mídia e no plenário pra atrapalhar o foco de um governo que precisa trabalhar pra vencer os muitos desafios de um país desigual e quase destruído por irresponsáveis. Deveriam ter dado ênfase para as manifestações dos atletas que reconheceram a importância do bolsa-atleta (primeiro criado, depois reduzido e congelado, por fim recuperado). Mas isto não interessa. Fariam muito bem as grandes corporações midiáticas e empresariais se adotassem um esporte cada uma e subsidiasse a preparação dos atletas. Mas isto dá trabalho, atrapalhar e distrair é mais fácil. Do congresso nada se pode esperar, está repleto de oportunistas muito mal preparados para a gigantesca tarefa de construir (permanentemente) um país. Pode piorar.
ResponderExcluirÀ exceção daquelas que não agem como mães, todas as 99,99% são medalhistas olímpicas e Zeus as abençoa todos os dias.
ResponderExcluirConcordo com a isenção do imposto de renda para os nossos heróis. É o justo pelo justo, mais do que justo. Justíssimo.
ResponderExcluirQuanto a Dona Eudócia, mulher nordestina, guerreira e merecedora de todas as medalhas. Ouro, prata e bronze, e quantas cores vierem.
Parabéns pela crônica e justiça homenagem a sua mãe.
Abraço. Valdery 1.
Sinto a necessidade de realçar a eventual dificuldade que existe no cumprimento semanal dessa missão de publicar um texto. Quem está do outro lado, o leitor, recebe tudo prontinho e só tem o trabalho de ler. Quando lê.
ResponderExcluirNem sempre sabe que aquilo dá um belo trabalho. No mínimo, há a preocupação do autor em corresponder à expectativa do cumprimento da missão. E, como tudo na vida, existem dias em que a inspiração não vem. E aí?
A missão tem que ser cumprida. Os leitores fiéis estão esperando. Precisam degustar a nova mensagem.
E ela aparece. Como sempre, bem escrita; caprichada. O resultado? Inúmeros “feedbacks”. E a quantidade aumentando.
Hoje, o texto homenageia duas vitoriosas: Rebeca Andrade e dona Eudócia. O mérito das homenageadas dispensa comentários. Uma no alto do pódio muito jovem. A outra, aos 85 anos, uma viuvez cheia de filhos aos trinta e poucos anos e uma série de méritos. Com relação à inspiração, o autor foi altamente beneficiado. Em resumo: as partes se harmonizaram no melhor dos quadros. Medalha de ouro para o conjunto.
É hora de perguntar: essa jornada do Hayton começou há quanto tempo? Quais os frutos produzidos? Quantos livros já foram lançados? Quantos comentários já foram escritos?
Acho que o resultado é altamente satisfatório; suficiente para deixar o autor satisfeito e feliz pelo esforço despendido.
É hora de sublimar. É hora de criar um livro de memória.
Grande abraço.
Agora você se superou.
ResponderExcluirEu também não sou profeta nem vidente mas desde a crônica "Por todos os Séculos", já previa que a melhor crônica ainda estava por vir até o final das olimpíadas.
Quando falou dos méritos de Dona Eudócia eu me emocionei. Ela é o retrato de milhares de viúvas que enfrentaram a vida com fé, coragem e determinação para verem seus filhos vencerem. E se tornarem pessoas dignas, grandes pais de família e profissionais de renome.
Eu vou mais além, não importa se essas mulheres nunca serão aplaudidas e muito menos reconhecidas pelo mundo e se nem serão Santas de Altares. Elas não precisam de nada disso. São muito superiores às coisas terrenas.
Elas são as "santas escondidas e do silêncio". As verdadeiras vencedoras no show da vida cuja premiação vem do Altíssimo.
Parabéns, Dona Eudócia!
A senhora merece ser aplaudida de pé. Seu sorriso encantador e iluminado é de quem já vive o céu aqui na Terra.
Você e seus irmãos também foram muito agraciados por terem tido Dona Eudócia como MÃE.
BOLA DE OURO para você e sua família.
A emoção de sua homenagem à Dona Eudocia contagia. É muito mais do que justa. E nos faz pensar também em nossas mães. A minha, ficou viúva com 44 anos e teve cinco filhos. Já nos deixou faz algum tempo, mas só fisicamente. Sua lembrança e a de sua luta para dar uma boa criação aos filhos, são permanentes.
ResponderExcluirSobre tributos, eu não teria nada contra, se fossem aplicados corretamente, na melhoria da qualidade de vida de toda a população, sem distinção. Mas isto é uma utopia. Não é o que temos e vemos, de fato. E parece que ninguém verá, pois só tende a piorar.
A minha "D. Eudócia", Terezinha, já com 89 aninhos, só não é tungada todo mês, porque ficou com um isento salário mínimo do Funrural.
ResponderExcluirMas, em questão de troféus, já deveria ter recebido um monte, pois botar pra fora e criar 11 rebentos, com características similares aos da tua genitora, menos a viuvez precoce, não foi fácil.
Vida, dura vida!
A propósito de isenção, os deputados aprovaram, hoje, lei anistiando os partidos políticos e, claro, os seus membros, do pagamento de um monte de milhões de reais.
Durma com uma zoada dessa.
Parabéns pela crônica.
Parabéns, Hayton, por nos brindar com a belíssima crônica em que enaltece sua MÃE (assim mesmo) e por tabela todas as MÃES, verdadeiras heroínas e medalhistas.
ResponderExcluirUm sem número de Eudócias desfilam a nossa frente todos os dias. São mães laboriosas, valentes, destemidas que, sejam quais forem os desafios, os enfrentam garbosa e amorosamente
ResponderExcluirQue bela dama é a Dona Eudócia. E quanta beleza nas qualidades registradas por Hayton nesta crônica que mexeu com o coração de todos os leitores.
ResponderExcluirSim, porque vejam quantas histórias semelhantes à de Dona Eudócia foram testemunhadas por nós outros nas duríssimas provas da vida, muitas com quebras de recordes e beirando quase o impossível. E ainda nós somos privilegiados porque Hayton criou aquela crônica que cada um de nós gostaria de ter escrito para nossas mamães campeãs.
Sobre tributar ou não os prêmios recebidos por nossos heróicos atletas, por Deus, o valor é tão pequeno! Apenas vinte medalhas, com feitos tão valiosos, tão suados e que elevam sempre a nossa autoestima enquanto nação.
Nada mais justo, meu irmão. Assim como o prêmio suado que cada trabalhador recebe e é tungado até na hora de pagar o pão!
ResponderExcluirParabéns a Dona Eudócia
ResponderExcluirParabéns a Dona Nina
As nossas queridas mães
Nos orientaram a sina
E os troféus da existência
Ganharam com competência
Assim fez Vó Carolina.
Caro Hayton, antes parecia ser mais fácil, pois costumávamos dizer que era um FLA X FLU para nos referirmos às discussões cotidianas, mesmo que fossem as mais acaloradas.
ResponderExcluirCom as redes sociais, além de tudo ser instantâneo, qualquer assunto se torna tema de verdadeiras batalhas e na forma agressiva e mais polarizada possível, tanto ideológica e política, sendo tudo julgado, condenado e por vezes recebendo o linchamento virtual/social, parecendo-se também que todos imaginam dominar qualquer assunto para emitir suas opiniões.
Nesse mundo virtual, com batalhas e discussões que em essências são vazias, você faz um chamamento de forma brilhante, através da sua crônica, ao que realmente devemos valorar, ao que de fato devemos enaltecer.
Podem parecer conquistas e vitórias abstratas, pois não se materializam através de uma medalha olímpica de forma física, mas é na verdade imensurável e de maneira gloriosa o sucesso de Dona Eudócia pelo êxito da vida e o triunfo personificado através da retidão de cada filho.
Fico imaginando se pudéssemos clonar e multiplicar Dona Eudócia, haveria possibilidade de termos uma sociedade bem melhor.
Parabéns pela crônica, mais ainda pelo exemplo materno.
Nelson Lins
Depois dessa homenagem, mais do que merecida, eu no lugar de D.Eudocia estaria me sentindo a própria Rebeca com uma medalha de ouro no peito. Amei por demais.
ResponderExcluirEu sempre deixo pra comentar sua crônica bem depois da leitura, porque reconheço que há muitos comentaristas ilustrados aqui, então me recolho pra aprender um pouco e aí me manifestar.
ResponderExcluirRedundante falar sobre a beleza da crônica, mas impossível deixar de exaltar a nobreza do tema, afinal, a D. Eudócia é mais que uma mulher e uma mãe, é verdadeiramente uma personagem, encanta também a quem não tem o privilégio de conhecê-la pessoalmente.
Por fim, uma pequena discordância com sua crítica à coisa dos impostos cobrados. Amigo, temos que nos conformar e aceitar, eles precisam de nos cobrar cada vez mais.
Afinal, há tanta gente lá pra roubar, que não há como eles abdicarem do "direito"...
Meu caro Hayton, sua justa homenagem a Dona Eudócia, sua mãe, fez-me lembrar a luta silenciosa travada por Dona Noelia, minha mãe que ficou viúva, com sete filhos e sem pensão de alimentos para criar seus filhos menores. Viva as Eudócias, as Noélias e também as Rebecas que deram duro para lindamente representar o nosso país nesses jogos. Viva, enfim a brava mulher brasileira.
ResponderExcluirMaravilhoso como sempre
ResponderExcluirQue linda homenagem! O mundo está carente de filhos gratos pelo trabalho imenso feito pelas mães! E com a valorosa colaboração de alguns pais. Não há salário que seja suficiente para tanta responsabilidade. Só o amor materno para explicar!
ResponderExcluirUma crônica que abala os corações dos que a leem, pois é um grande pedaço da vida de todos nós.
ResponderExcluirAssim como tua mãe, quantas outras Donas Eudócias lutam por aí. Justiça, existe mesmo? Estamos num país onde só se pensa em perpetuar poder, seja lá a que custo for. Afinal, quem paga somos nós... quando custa?
ResponderExcluirCrônica maravilhosa!!!👏👏👏👏
ResponderExcluirComo o vinho, o tempo vai passando e o cronista vai ficando cada vez melhor. Crônica genial!!👏👏👏
ResponderExcluirExcelente.👍
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