maio 28, 2025

Vá em paz, Carnaúba

Não sei falar da morte — ainda que ela nos espreite com a paciência de quem sabe que, mais cedo ou mais tarde, todos cruzaremos seu caminho. Dela pouco falo, e, quando vem de surpresa, me faltam palavras para enfrentá-la. Talvez por isso os poetas caminhem sempre um passo à frente de nós: porque vão iluminando a estrada com suas lanternas acesas, deixando pegadas para quem tiver olhos de sentir.


Fotografia: Álbum de Família


Foi assim que seguiu meu querido amigo Carnaúba, grande poeta, que nos deixou nesta terça-feira, 27 de maio de 2025. 

Gosto de pensar que, ao chegar ao céu, foi recebido com festa por Selma — sua amada, cúmplice e musa de toda uma vida. Não haveria recepção mais justa nem braços mais certos para lhe dizer, com ternura, que a eternidade é sua casa agora.

Ainda bem, meu amigo, que há cinco anos, em plena pandemia, pude lhe dizer o quanto você era importante para todos nós. 

 

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Nobel da Paz
Por Hayton Rocha

Carnaúba é uma palmeira comum do Semiárido nordestino, conhecida como a árvore da vida longa. Da folhagem se extrai uma cera natural com que se produzem batons, sabonetes, vernizes etc. Seu nome deriva do tupi e significa “planta que arranha”, por conta dos espinhos em seu caule.

Mas a árvore longeva de que falo aqui, no auge de seus 82 verões, veio de outra galáxia. Não arranha nem possui espinhos. É leve, do bem e da paz, espirituosa, dotada de rara inteligência.

Nos anos 1970, quando pediam a Humberto Carnaúba horas extras após a rotina diária de seis horas de trabalho, ele se negava com um argumento simples e objetivo: ganharia bem mais, sob todos os aspectos, na mesa de sinuca, apostando com alguns amigos.

E, quando entrava em férias, em questão de minutos era visto com sua inesquecível Selma na estação ferroviária, onde embarcavam no primeiro trem que ali parasse, com destino incerto. Na bagagem, apenas três ou quatro mudas de roupa, escovas de dentes e sandálias. Voltaria em um mês, horas antes do início de um novo ciclo de trabalho.

Conheço-o há quatro décadas, desde que ancorou em Maceió. Ao lado de nossas mulheres (a minha e a dele, claro!), foram várias noitadas ouvindo e dançando forró pé-de-serra — o hino era “Feira de Mangaio”, de Glorinha Gadelha e Sivuca, na histórica interpretação de Clara Nunes. Na mesa, muita cerveja gelada e carne-de-sol com feijão-de-corda e creme de leite, ainda sem o risco dos bafômetros estraga-prazeres nas madrugadas da Ponta Verde.

Amante de motes e glosas (tipo de poema comum no Nordeste, que responde a um desafio lançado sobre um tema qualquer), Carnaúba sempre foi emérito contador de "causos". E, se isso não fosse suficiente, era onicófago convicto (roedor de unhas)! Admiro esses seres porque nunca vi nenhum deles fazer mal a alguém — pelo menos enquanto ocupados no hábito.

Sou testemunha de que Carnaúba, sem querer, conseguiu a proeza de ser protagonista da paz entre dois sujeitos que travavam uma guerra particular a 600 km da capital alagoana, mais precisamente em Salvador.

Ele ainda trabalhava no Agreste de Pernambuco quando teve que intervir numa iminente troca de sopapos entre dois fazendeiros ignorantes e truculentos, no dia do aniversário de um deles.

O coronel Carvalho resolvera comemorar idade nova oferecendo uma memorável buchada de bode. E, para demonstrar poder e força, convidou meio mundo de gente — inclusive um vizinho com quem vivia às turras por causa de disputa de terras.

No dia do rega-bofe, embora sofresse dores horríveis por conta de uma crise de gota, coronel Carvalho recebia os convidados na porta de casa com os pés descalços, para evitar o desconforto das botas.

Gota, para quem não lembra, é uma forma de artrite caracterizada por dor intensa, vermelhidão e sensibilidade nas articulações, causada pela cristalização de ácido úrico.

Ao meio-dia, chegava o vizinho com sua esposa a alguns passos atrás — prevalecia na região o jeitão machista de andar à frente da mulher, a pretexto de protegê-la. Na pressa de acompanhar os passos largos do marido, a coitada acabou pisando nos pés do anfitrião.

— Você vem cega, miserável?! — urrou o coronel, cerrando os dentes de dor.

O vizinho, ao ver a confusão instalada, fechou a cara e falou grosso:
— O que tá acontecendo, mulher!?
— Eu... eu pisei no pé do coronel Carvalho sem ver... — justificou-se, constrangida.
— Oxente, mulher, Carvalho sem “v” é “baralho” — gracejou o vizinho, usando termo chulo que aqui escrevo com "b" para não ferir olhos mais sensíveis.

Fechou o tempo em relâmpagos e trovões! Não fosse a pronta intervenção do “embaixador” Carnaúba, o final teria sido outro, com cenas de pugilato explícito. Poderia até descambar para punhaladas e tiros — afinal, ninguém ia a um festão daqueles sem estar devidamente precavido. Mas salvaram-se todos. E os vizinhos puderam voltar para casa, diplomaticamente escoltados por meu velho amigo.

Anos depois, Costa — que havia migrado de Alagoas para a Bahia e tinha conhecimento do ocorrido por intermédio de Carnaúba — enchia a paciência de um colega, coincidentemente chamado Carvalho, com aquele tipo de pergunta que tira do sério qualquer cristão:
— O seu Carvalho é com “v” ou sem “v”?

Ao ser apresentado a Carvalho, encontrei-o com o semblante tenso, chateado. Curioso, não resisti e quis saber:
— Diga aí, por que você tá desse jeito?
— Pra ser sincero, não aguento mais ouvir Costa me fazer aquela pergunta besta. Vou acabar fazendo merda!
— Que pergunta?
Contou-me o que se passava e pude então compartilhar com ele a origem de tudo.

Nisso, me veio à cabeça outra narrativa de Carnaúba — agora envolvendo o próprio Costa, que, no começo dos anos 1980, resolveu candidatar-se à presidência de um clube social em Maceió e andava em campanha, pedindo votos a todos os associados que encontrava.

Ao ver o esforço eleitoral do colega, Carnaúba, que nunca se incomodou com sua reluzente calvície, embora constantemente provocado por conta disso, indagou com a cara mais lisa do mundo:
— Por que você não cria um slogan para a campanha?
— Boa ideia! Tem sugestão, careca?
— Não. Vamos pensar?
— Você é que é bom nisso! Bote essa careca pra funcionar.
— Muito bem, primeiro anote aí: “Se cabelo fosse importante, não nascia no... sovaco.” (O termo utilizado não foi bem esse, mas escrevo “sovaco” preocupado, de novo, em não ferir olhos mais sensíveis).
— Peraí, Carnaúba, tô brincando!
— Sei disso. Eu também. Já tenho até o slogan da campanha: “Bosta por bosta, vote no Costa!”

Carvalho caiu na gargalhada. Tinha agora o antídoto para o veneno que vinha lhe matando aos poucos. E, na primeira oportunidade, diante de vários amigos em comum, contou o caso tintim por tintim — para riso geral da plateia.

“A guerra só pode ser abolida com a guerra. Para que não existam mais fuzis, é preciso empunhar o fuzil”, dizia o líder chinês Mao Tse-Tung (1893–1976). A paz, enfim, foi restabelecida por obra e graça — ainda que sem querer — de meu amigo Carnaúba.

Se depender de mim, os velhinhos de Oslo, na Noruega, deverão ser notificados desses fatos para que lhe outorguem o próximo Prêmio Nobel da Paz, na presença do rei Haroldo V. É mais que justo!

Como a cerveja naquelas bandas é de primeira qualidade, tenho certeza de que Carnaúba irá gostar de conhecer a região escandinava — a terra dos vikings. Claro, assim que a paz voltar a reinar nesse mundão assustado de meu Deus.

35 comentários:

  1. Eliziane Brandão Leite28 de maio de 2025 às 06:08

    Somente os grandes para trilhar o caminho traçado pela saudade na despedida, com uma visita ao templo das boas memórias com muitas e boas risadas.

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  2. Excelente! - Dá inveja ver como se presta uma homenagem a um amigo que se foi com tanta sabedoria. Que DEUS receba o CARNAÚBA em PAZ na sua nova morada.

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  3. Está só admite um comentário. Fantástico !

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  4. A morte é sempre uma surpresa. Embora dela tenhamos certeza, ela continua surpreendendo o ser humano. Carnaúba viveu uma vida privilegiada, cheia de aventuras, poesia, histórias e principalmente de amigos como voce que agora o homenageia uma vez mais. Que Deus o receba e conforte a família . Para nós a vida continua , até sermos também surpreendidos . Que demora muito, muito mesmo.

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  5. Quanta sabedoria para homenagear um amigo querido e saber ressaltar o lado bom e do bem desse colega. Parabéns amigo !

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  6. Conheci outros Carnaúbas, Aroeiras, apelidos que caracterizam personalidades fortes, aí pra nossos lados. Que ele descanse em paz! Ótima homenagem essa bela crônica. Francisco Miranda

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  7. Por coincidência acabo de postar no Facebook VIVER É COLECIONAR DESPEDIDAS…

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  8. ROBERTO SANTOS FERNANDES28 de maio de 2025 às 07:44

    Justa homenagem ao nosso colega de trabalho Carnaúba!
    Parabéns pela forma escolhida para mostra o seu apreço pelo amigo querido.

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  9. Alencar João Mendes Filho28 de maio de 2025 às 07:44

    Bom dia.

    Importante saber dessa verdade inexorável de que a paz somente se estabelece pelo impunhar de antídoto semelhante, para piadas, outra piada, para imposição outra imposição, percebo o quanto o respeito ao outro só se faz, entre truculentos, pelo uso da mesma arma.
    Novamente parabéns pela pérola.
    Abraço.

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  10. Lá se foi o Carnaúba
    Mas não sei falar de morte
    Ele é autor de um slogan
    Que nem trouxe muita sorte
    Só tem candidato bosta
    Portanto vote em Costa
    Que é candidato forte.

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  11. Emocionante. Nascimento, vida e morte... Sobre a morte, disse seu conterrâneo Jessier Quirino: " A morte é um doido limpando mato" ! Tradução pra quem não é nordestino, nem filho de agricultor como eu: O doido limpando o mato seria alguém carpindo a plantação, mas arrancando ervas daninhas e pés de milho ao mesmo tempo. E a vida? Na 1ª adaptação da Globo para o livro " Lisbela e o Prisioneiro", a personagem principal tem uma resposta inusitada sobre a vida: " A vida é um sutiã... e eu meto os peitos!" 😁😁 No mais, sua crônica foi perfeita! Fala sobre pessoas que fizeram a diferença. Carnaúba deixou o mundo um pouco melhor!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

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  12. Inevitável, mas o cérebro teima em se rebelar contra esse destino. Cada despedida é peculiar e sempre aprendemos muito, sobretudo a lembrar que a vida é um presente Dele e com validade desconhecida. Aproveitemos!

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  13. Quão bom é falar e escrever de gente boa.
    E Hayton homenageou o nosso amigo Humberto Carnaúba de forma brilhante.
    Tive o privilégio de conhecer Carnaúba quando trabalhei na Agência Centro Maceió, na década de 1980, mas não tive a felicidade de desfrutar, mais de perto, do seu convívio.
    Naquela época, os “chefes”, nas principais agências dos estados, com centenas de funcionários, eram como as entidades: os postos efetivos os olhavam, somente, de longe.
    - Aquele ali é o Gerente Geral! Aquele? o chefe da Creai! Aquele outro? o cobrão manda chuva do Cadastro! E por aí vai. Superintendentes? Bem, esses, a maioria só os conhecia pelos retratos expostos no auditório do décimo segundo andar do prédio.
    Só fui ter mais contato com Carnaúba, e sua esposa Selma, a “Demente” (era assim que ela chamava quase todo mundo), quando passei a frequentar a AABB Maceió Pescaria, nos seus primórdios, presidida por Gilson Lopes, o Cabaú, de saudosa memória, e o encontrava tomando cervejas, muitas cervejas, contando causos e fazendo trovas.
    Trovas é um delicado gênero de poesia. Composição poética de quatro versos setissilábicos. Trovas era uma das especialidades de Carnaúba. Fazia trovas nas mesas de bar, nos guardanapos, tomando umas e outras. Era um craque trovador.
    Tão craque que fez coletânea com 250 trovas, várias de sua autoria, e trovadores de tudo quanto é canto, sobre um único tema – A Saudade.
    Nossos heróis estão nos deixando e deixando saudades.
    Nossos sentimentos à família, tanto de sangue quanto de afinidade. Que Carnaúba descanse em paz e que seu legado de bondade e serenidade continue vivo nos corações de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo e com ele conviver. Carnaúba, a exemplo da saudade passou, mas vai fazer falta.

    “A saudade não se inventa
    Ela surge assim quase de graça
    E a danada sempre aumenta
    A cada dia que passa.” (Humberto Carnaúba)

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  14. Bela e justa homenagem... Carnaúba, por onde viveu, contou causos e rimou sentimentos, deixou amigos e saudades. Que ele tenha, junto com sua amada companheira, uma eternidade merecida...

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  15. Belíssimo texto! Linda homenagem! Lamentei não ter conhecido Humberto Carnaúba.

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  16. A graça da vida é morrer pra saber como viver de novo.

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  17. Conheci Carnaúba em 1983, quando entrei no Banco como menor aprendiz. Trabalhei no mesmo setor - 4o andar da Maceió Centro. Ficava encantado com seus comentários engraçados e inteligentes que fazia durante todo o expediente.
    Marcos André Cerqueira

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  18. Os grandes amigos sempre estarão presentes em nossas vidas, mesmo que tenham partido para o desconhecido mundo espiritual. Às vezes me questiono a respeito da morte. O que vamos encontrar no infinito azul da espiritualidade? Será que a vida é só isso aqui? São tantas interrogações a respeito do tema, que é melhor a gente aproveitar o que a vida está nos proporcionando neste momento. Viva, Carnaúba, por tudo que viveu e por todo bem que fez.
    Parabéns Hayton!

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  19. Obrigado Hayton pelas belas palavras e a todos que passaram na vida de meu pai e que deixaram seu depoimento!! Grande honra em ser filho. Espero fazer jus ao seu nome!!

    Não sou madeira de lei
    Tampouco mandacaru
    Também não sou bananeira
    Carrapateira ou umbu
    Pérola, jequitibá
    Cereja ou massaranduba
    Aqui, onde eu vivo
    Sou apenas conhecido
    Como o colega careca
    E amigo Carnaúba

    Ele se foi para encontrar com o seu amor!!

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  20. Valeu Hayton,
    Belíssima homenagem ao mestre Carnaúba que aqui deixou seu brilho e hoje reina no céu.
    Simbora, aproveitar com sabedoria o nosso intervalo do nascimento às boas vivências, curtindo a plenitude da vida para deixar aqui um bom legado, a exemplo do Carnaúba.

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  21. Caro amigo Hayton.

    Sua crônica sobre Carnaúba é um presente. Com sua escrita cuidadosa e afetuosa, você conseguiu transformar saudade em celebração, mostrando o quanto ele foi uma presença luminosa.

    Cada cena que você pintou – as viagens sem rumo certo, os versos improvisados, as noites de forró e risadas – nos faz sentir que ele ainda está por perto, contando mais um “causo” e deixando sua marca de leveza e inteligência.

    Parabéns por eternizar, com sua sensibilidade, esse espírito livre que pela sua visão sempre soube tornar a vida mais bonita. Isto não tem preço!

    Um grande abraço,
    Ulisses

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  22. Agostinho Torres da Rocha Filho28 de maio de 2025 às 15:35

    Justa e bem elaborada homenagem do autor ao amigo Carnaúba. Que Deus o receba com alegria em sua nova morada. Belo texto!

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  23. Cleber Pinheiro Fonseca28 de maio de 2025 às 15:38

    Caro Hayton, é invejável a sua habilidade em transformar momentos e sentimentos em uma narrativa tão sensível e tocante. Da forma com que você aborda as memórias e emoções da sua vivência com o Carnaúba, faz com que também sintamos parte desta intimidade, ainda que não tivéssemos o prazer de conhecê-lo.
    A você e familiares do Carnaúba a nossa solidariedade e que ele seja muito feliz na Eternidade no convívio dos seus entes queridos.

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  24. Linda homenagem amigo Hayton. Estou conhecendo agora o Carnaúba, presença marcante que deixará um vazio profundo nos corações de todos e, também, uma herança de afeto e dedicação que jamais será esquecida.
    Zaki/Ba

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  25. Muito oportuna a republicação da crônica sobre o Carnaúba! Reforça a grandeza do poeta e o talento do escritor para retratar a contribuição valiosa de Carnaúba à arte e à paz nas fazendas!
    O Prêmio Nobel não sabe o que perdeu!!

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  26. ADEMAR RAFAEL FERREIRA28 de maio de 2025 às 17:31

    Um texto com essa intensidade e carga emotiva faz o homenageado se virar no túmulo e se brincar bater palmas.

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  27. Meus sentimentos pela perda do amigo.
    Lembrar “causos” e fatos é vital para a aceitação das circunstâncias. E você fez magistralmente, nos levando ao riso num
    Momento em que a tristeza bate à porta. Costumo partilhar as crônicas com amigos e desta vez um deles vai ficar de fora, afinal é mais um Carvalho. Não tenho coragem suficiente para mandar pra ele. Nelza Martins

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  28. Trabalhei com o Carnaúba, na década de 1970. Sempre o vi como uma boa pessoa, assim como sua esposa, Selma. Nesse período frequentava muito a AABB/Maceió. E o casal era bem mais assíduo lá, do que eu. Só guardo boas lembranças e peço a Deus que os recebam no lugar onde Cristo falou: " Na casa de meu Pai há muitas moradas".

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  29. Que bela história para se contar. E que bênção termos um Hayton para fazê-lo na medida do merecimento do Carnaúba.
    Bancário, poeta, apaziguador, companheiro amoroso de sua Selma, sabedor que o dinheiro, muitas vezes, não compensa as alegrias da vida fora do trabalho. Lição para tantos.
    Essa crônica também fala da efemeridade da vida e do quanto é importante declararmos nossa admiração e nosso amor enquanto é tempo, enquanto estamos juntos.
    Parabéns, Hayton!
    Carnaúba deve estar lá em cima fazendo poesia e muito feliz com esta homenagem.

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  30. Mais uma vez sensível e exuberante! Até sua dor é cheia de abordagens únicas e poéticas.

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  31. Eu chamo nossa existência de "trem da vida", no qual, inevitavelmente, todos teremos que "desembarcar na última estação". Em 2012, por pouco não finalizei minha viagem — quase desci antes da hora, por conta de uma pancreatite aguda. Mas, felizmente, eu estava enganado. Não era minha última estação. E ainda sigo a bordo, viajando nesse "trem".

    Infelizmente, ao longo desse percurso, não tive o privilégio de conhecer Carnaúba, esse mestre na arte de cativar pessoas. Mas a justa e sensível homenagem feita por Hayton, ajudou a preencher essa lacuna. Foi tocante!

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  32. O que posso dizer?! Maravilhosa homenagem a um amigo querido! Parabéns, Hayton.

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  33. Somente Max Pagés explicou como talentos gigantes da poesia e do texto, como Carnauba e Hayton, dedicaram uma vida trabalhando numa burocracia profissional quando podetiam ter trilhado o caminho do coração de artista.

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