Cabeças desocupadas
Meu vizinho outro dia apareceu na piscina do prédio com uma conversa esquisita que me deixou preocupado. Ele não é médico, mas é daqueles que adoram ler bula de remédios recém-lançados para encher o saco do farmacêutico da esquina, criticando o peso dos interesses econômicos na saúde pública. Coisa de cabeça desocupada. Falava ele da natureza humana, que o homem (leia-se: a pessoa do sexo masculino, enquanto essa classificação fizer algum sentido) desde criança tem uma certa sensação de imortalidade. Passa boa parte da vida livre dos transtornos que a mulher sofre, o que o faz mais relaxado com a própria saúde. Com o tempo, porém, percebe que a coisa não é tão simples como ele imagina e passa a dar mais valor aos cuidados médicos preventivos. O que mais mete medo no homem – prosseguia – são os problemas com a próstata, as disfunções sexuais e a decadência física, ressalvando que isso também mexe com a cabeça da mulher. Para meu vizinho, a mulher pauta a vida em função da beleza e o