Vai que dá certo ano que vem
Afague a cabeça de uma gata que ela é capaz de pegar no sono de tanto relaxamento e prazer. Depois de um carinho, até uma onça-pintada cochila com os olhos a meio-pau e a baba escorrendo no canto da boca. Milton Nascimento diz que “um cafuné na cabeça, malandro, eu quero até de macaco”. Afinal, dois dedos de atenção e carinho provocam aquele torpor gostoso que muda o dia. Dia que, em meio ao pacote de motivos que estressam todos os viventes — principal causa mortis , inclusive dos que não sabem chorar como as plantas — , traz consigo também pequenas coisas que têm o condão de produzir bem-estar não digo indescritível porque aqui estou a conjecturar sobre o assunto. Falo de coisas simples como sentar à beira-mar e, depois de dois ou três goles de água de coco, cerveja gelada ou seja lá o que for , enterrar o dedão do pé na areia úmida e buscar no horizonte algo além do que os olhos podem ver. Ou, por exemplo, tirar um cochilo de meia hora numa rede na varanda, depo