Tributo à comédia humana
Sexta-feira, de noite, num desses templos sagrados de delações não premiadas onde, entre um gole e outro, o destino se desenrola em tramas dignas de um roteiro de cinema, meu amigo ítalo-brasileiro Tiberio Bacardi, brilhante cronista ainda desconhecido do grande público, aguardava a namorada que fora ao santuário das toaletes. Foi quando testemunhou uma cena tão hilária quanto reveladora. Ilustração: ChatGPT Três amigas, todas na casa dos 40 verões, com a graça de quem aprendeu a surfar no vai-e-vem das marés da vida, trocavam confidências numa mesa do lado, movidas a drinques multicoloridos. Uma delas dominava a conversa (a saga de um pré-encontro amoroso) com a verve de Tatá Werneck , transformando o que seria um simples jantar numa aventura digna de um filme de Almodóvar, com dramas, reviravoltas e uma generosa dose de humor e sensualidade. A “nossa” Tatá esmiuçou a preparação para o encontro como um ritual, quase um treinamento para virar um holograma: fingia comer e, na beira